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FIDENE/UNIJUÍ DHE - DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO TECMA – TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE PROFESSOR MARIO A. ATTUATI www.unijui.edu.br A QUESTÃO AMBIENTAL A atmosfera da Terra A Terra está envolta por um vasto oceano de ar constituído por gases, vapor d’água e partículas, chamado atmosfera, no fundo da qual o homem vive. Em termos físicos considera-se que a sua profundidade é de até 500 km, mas o ar a grandes altitudes é muito rarefeito, de modo que metade do peso da atmosfera está contida nos primeiros 6,5 km. A baixa atmosfera encontra-se sempre num estado de constante agitação, com seus vários efeitos sendo reconhecidos como o tempo. A radiação solar A principal fonte de energia (99,97%) que faz o sistema terra- atmosfera funcionar é o Sol, cuja superfície apresenta temperaturas de 6.000°C. A radiação solar propaga-se a aproximadamente 300.000 km/s e leva 9 minutos aproximadamente para percorrer os 150 milhões de quilômetros, em média, que separam a Terra do Sol. Para entendermos a dinâmica climática de um determinado lugar ao longo do ano, precisamos considerar, além dos fatores de ordem local, como topografia, posição geográfica, presença de massas continentais e ou oceânicas, a chegada de energia na superfície da Terra. A quantidade e o ângulo de inclinação da energia que chega é que vai determinar as estações do ano, que por sua vez estão condicionadas ao movimento de translação da Terra. Órbita da Terra – Periélio Imagem disponível em: Atlas escolar – <www. ibge.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2008. Órbita da Terra – Afélio Imagem disponível em: Atlas escolar – <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2008. Verão hemisfério sul 22 /12 . Inverno hemisfério sul 21/06 Outros fatores também interferem no recebimento de energia pela Terra e dentre eles podemos destacar a duração do dia. A duração do dia varia com a latitude e com a estação do ano. A altitude do Sol é outro fator que afeta a quantidade de energia solar recebida pela Terra, sendo determinada pela latitude do local, pelo período do dia e pela estação do ano. Assim, quanto maior for a distância do Equador tanto menor é a altitude do Sol. Em relação ao dia, ela é mais elevada ao meio dia e mais baixa pela manhã e ao entardecer. Ao longo do ano os raios solares estão mais altos no céu durante o verão, pois neste período a inclinação diminui. Os movimentos da Terra translação A translação consiste no movimento que é executado pela Ter- ra ao longo de sua órbita em torno Sol com uma duração de 365 dias, 5h48min50s. Considerando que o eixo da Terra permanece inclinado 23°27’ao longo do ano, várias são as conseqüências dessa situação sobre a superfície. Podemos destacar a determinação das estações do ano, visto que ocorre interferência na distribuição latitudinal da energia solar sobre a superfície de maneira desigual nos dois hemisférios. À medida que a Terra percorre a sua órbita, os raios solares chegam ora mais inclinados ora menos inclinados à superfície, influenciando diretamente no fotoperíodo e na temperatura do respectivo hemisfério. Rotação A rotação da Terra é o movimento que a mesma realiza em torno do seu próprio eixo no sentido Oeste para Leste, tendo uma duração de 23h56min4s, definindo a alternância dos dias e das noites, o movimento aparente dos astros no céu e a direção dos ventos e das correntes marinhas. Equinócios Equinócio é uma palavra que deriva do latim (aequinoctium) e significa “noite igual”. Refere-se ao momento do ano em que o dia e a noite têm a mesma duração sobre toda a Ter ra, ou seja, 12 horas. Essa situação, como já foi visto anteriormente, ocorre em dois momentos durante o ano, no dia 21 de março e 23 de setembro, marcando o início do outono para o hemisfério sul e da primavera para o hemisfério norte. Solstícios A palavra solstício deriva do latim, sol + sistere (solstitium), que significa parado, imobilizado, e está associada à idéia de que o Sol está estacionário. Marca a época do ano em que o Sol, no seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o máximo afastamento angular do Equador, alcançando sua máxima declinação 23º27', ou seja, os raios solares atingem perpendicularmente a superfície, fazendo um ângulo de ângulo de 90º na linha dos trópicos. Assim, em 23 de dezembro os raios solares estão sobre o Trópico de Capricórnio, sendo considerado nesta data o solstício de verão para o hemisfério sul e solstício de inverno para o hemisfério norte. Média das isotermas de junho a agosto Fonte: IBGE, 2002. Zonas climáticas Disponível em: <http://www.citi.pt/citi_2005_trabs/antonio_carvalho/images/ Zonas%20Climaticas.jpg>. Acesso em: 20 ago. 2008. Dinâmica das massas de ar Fonte: adaptado de http://web.educom.pt/dgpedronunes/imagens/ A circulação geral das correntes oceânicas. As correntes quentes originárias das regiões tropicais podem atingir latitudes bem elevadas levando calor às áreas mais frias da Terra. Da mesma forma, as correntes frias chegam até as áreas tropicais diminuindo a temperatura desses locais. Essa dinâmica, associada à circulação geral da atmosfera e à distribuição da radiação solar, são fatores determinantes para a manutenção do padrão térmico do planeta CORRENTES OCEÂNICAS Clima e correntes marítimas Fonte: IBGE, 2002. OS GRANDES BIOMAS MUNDIAIS Um dos critérios importantes para se classificar os grandes biomas mundiais é o clima, dado que este é determinante para a delimitação e caracterização da paisagem à medida que os padrões diferenciados de temperatura, chuva e incidência de radiação solar nas várias regiões do planeta funcionam como barreiras ou pontes para a distribuição das espécies. Como a variabilidade de climas da Terra é grande, praticamente a cada tipo climático corresponde um bioma, marcado por uma determinada cobertura vegetal que obedece a certa sequência, considerando a latitude geográfica e a altitude. O relevo, as águas continentais e oceânicas e os solos também se constituem em importantes condicionantes para a distribuição espacial dos biomas. Existem várias nomenclaturas para definir os diferentes biomas da Terra, pois nomes regionais são normalmente utilizados como sinônimos. Biomas do mundo O bioma florestas tropicais originalmente ocupava grande parte da faixa tropical da América do Sul, da América Central, do sudeste asiático e porções da Oceania. Como característica marcante deste bioma podemos mencionar a sua grande biodiversidade. Neste ambiente encontramos a maior variedade de espécies de plantas, animais e micro-organismos. Isto é possibilitado pelas condições favoráveis do meio físico vigente na área, principalmente o clima, que permitem uma melhor adaptação das espécies. Outro aspecto importante refere-se a sua estrutura vegetativa. De modo geral as florestas tropicais apresentam grande porte e estratos em camadas, com plantas de várias alturas e tipos, adaptadas às mais variadas condições de topografia e clima. Florestas Tropicais O bioma Floresta Temperada é encontrado nas regiões situadas no oeste e centro da Europa, no leste da Ásia e da América do Norte, na Oceania e no oeste da América do Sul, mais precisamente no Chile. Estas florestas também apresentam biodiversidade reduzida se comparadas às florestas tropicais, sendo geralmente caracterizadas por poucas espécies de plantas, como são os casos das florestas de carvalho na Europa e das sequóias, na América do Norte. Uma das características importantes dessas florestas refere-se à propriedade que apresentam de perder suas folhas durante o outono e em seguida entrarem em dormência. Floresta Temperada Floresta de Coníferas O bioma Floresta de Coníferas ( taiga ou floresta boreal), tem sua área de abrangênciano hemisfério norte, entre as latitudes de 50ºN e 60ºN. É, portanto, é a formação vegetal que mantém contato mais próximo da tundra. Nessa região as condições climáticas se apresentam bastante severas, principalmente no inverno, quando as temperaturas são baixas e há constante ocorrência de neve. No verão as temperaturas aumentam consideravelmente, apresentando as características do clima temperado continental. As condições do meio físico do local permitem o desenvolvimento de vegetais superiores, como é o caso das florestas, no entanto o clima sente na área de certa forma torna- se um empecilho para a maioria das espécies animais e vegetais, portanto esse bioma caracteriza-se principalmente pela presença de pouca biodiversidade. Floresta de Coníferas O bioma Tundra desenvolve-se sob severas condições climáticas nas imediações do círculo polar ártico, portanto é o limite norte para a ocorrência de vegetação, pois a partir desse local as condições climáticas extremas impedem o crescimento de plantas. Assim, a Tundra é fortemente condicionada pelas condições climáticas e de solos, sendo estes também limitados pelo clima, apresentando-se pouco desenvolvidos. Na maior parte do ano, de 8 a 10 meses, os solos permanecem congelados, fato que impede o crescimento de plantas superiores. As precipitações são basicamente de neve, fazendo com que este bioma seja o mais frio de todos. Tundra Savanas O bioma Savanas é uma formação típica de regiões de clima tropical que apresentam uma estação chuvosa e outra seca, no entanto também podem ocorrer em outros tipos climáticos, como o mediterrâneo, subtropical e até de montanhas podendo ser encontradas nos cinco continentes. A sua vegetação é denominada de tropófila, pois apresenta a propriedade de se adaptar aos ciclos de presença e escassez de água no solo. A savana apresenta dois estratos de vegetação: um rasteiro composto normalmente por gramíneas, e um mais alto, formado por arbustos e árvores de pequeno porte, geralmente retorcidas e às vezes adaptadas ao fogo, como é o caso do Cerrado brasileiro. Savanas O bioma Desertos apresenta como característica marcante a escassa ocorrência de chuvas, normalmente menos de 250 mm anuais, e quando elas ocorrem são mal distribuídas e concentradas em um curto período. Este tipo de bioma ocorre em todos os continentes e em diferentes altitudes, ocupando cerca de 1/5 da superfície terrestre. As adversidades do meio natural verificadas no deserto não impedem o desenvolvimento de formas de vida. Pode-se encontrar nestas áreas plantas xerófitas e, em algumas regiões nas quais a água aflora próxima da superfície aparecem ilhas de vegetação denominadas oásis. A vegetação normalmente é composta de plantas de pequeno porte, espalhadas pela extensão arenosa. Desertos O bioma Pradaria ocorre em praticamente todos os continentes, principalmente nas regiões de climas temperados, recebendo denominações regionais. Na América do Norte é chamado de pradaria, na América do Sul, pampa e na Europa e na Ásia, estepe. Nas regiões onde as pradarias são caracterizadas como estepes o clima é mais seco e frio. Geralmente esse bioma ocupa uma faixa de transição entre o deserto e a floresta, longe da influência marítima e perto de barreiras montanhosas. As pradarias são vegetações predominantemente herbáceas, no entanto nos locais onde é possível o acúmulo de maior teor de umidade e onde os solos são de melhor qualidade podem ocorrer formações de bosques isolados, como ocorre nos pampas da América do Sul. A fauna presente nessas áreas é bastante variada, com a presença marcante de insetos e animais herbívoros de grande porte, entre outros. Pradaria O bioma Chaparral também recebe denominações regionais: na bacia do Mediterrâneo é chamado de maquis, na região central do Chile é conhecido pelo nome de matorral, nos Estados Unidos, Chaparral. Ocorre nas áreas de clima mediterrâneo em regiões que se caracterizam por apresentar o inverno chuvoso com temperaturas amenas e o verão seco e quente entre as latitudes de 30º e 40º, em ambos os hemisférios, portanto tem uma vasta região de abrangência, sendo identificado em grande parte da América, na África, na Ásia e na região banhada pelo Mar Mediterrâneo. A palavra chaparral dá nome a um tipo de árvore anã. Chaparral é o nome que a vegetação recebe na Califórnia, onde predominam várias espécies de cactos. A vegetação se caracteriza como uma espécie de matagal, podendo apresentar desde arbustos até árvores de pequeno e médio porte. Suas folhas normalmente são duras, grossas e permanecem sempre verdes. Chaparral O bioma de Montanhas ou picos gelados ocorre nos cinco continentes, sendo fortemente condicionado pelos efeitos da altitude, pois à medida que esta aumenta, a temperatura vai diminuindo, na proporção de 0,6ºC para cada 100m. Por isso são encontradas nos topos neves eternas mesmo nas regiões tropicais, como é o caso da parte central da Cordilheira dos Andes. A altitude condiciona também a vegetação. Assim, o bioma de montanhas é constituído por vários estratos, tendo em sua base a formação vegetal característica do local onde a montanha está situada. À medida que a altitude aumenta, podemos encontrar os mais variados ecossistemas, desde os desérticos até os florestais e nas altitudes em torno de 2500m a 3000m os campos, que se adaptam às baixas temperaturas e à seca. As altitudes superiores a 3.500m se constituem em barreiras para o desenvolvimento dos vegetais. Montanhas