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Aula 02 (TRT 21 região, Português)

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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO 
TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
AULA 2 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Saudações, prezado(a) aluno(a)! 
Em nossa aula 2, estudaremos a regência de alguns nomes e 
verbos, além de casos de ocorrência (ou não) da crase. Em relação à 
regência, digo “de alguns nomes e verbos” porque a grande quantidade 
deles no léxico da nossa Língua não nos permite estudar o assunto em sua 
inteireza. Ficaremos, então, no estudo da regência de um grupo de nomes e 
verbos cujo conhecimento não pode faltar a você. 
REGÊNCIA NOMINAL 
Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo 
ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação 
é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei 
de falar: 
(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos. 
(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão 
mais perto da aprovação. 
(3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso! 
É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo 
regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo 
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. 
Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que 
merecem sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos 
das mais diversas bancas examinadoras: 
ADJ. COMP. NOMINAL 
PREP. 
ADV. COMP. NOMINAL 
PREP. (de + a) 
SUBST. COMP. NOMINAL 
PREP. 
 
 
 
 
 
 
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TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
AULA 2 
www.pontodosconcursos.com.br 2
Acessível a 
Acostumado a ou 
com 
Alheio a 
Alusão a 
Ansioso por 
Atenção a ou para 
Atento a ou em 
Benéfico a 
Compatível com 
Cuidadoso com 
Desacostumado a ou 
com 
Desatento a 
Desfavorável a 
Desrespeito a 
Estranho a 
Favorável a 
Fiel a 
Grato a 
Hábil em 
Habituado a 
Inacessível a 
Indeciso em 
Invasão de 
Junto a ou de 
Leal a 
Maior de 
Morador em 
Natural de 
Necessário a 
Necessidade de 
Nocivo a 
Ódio a ou contra 
Odioso a ou para 
Posterior a 
Preferência a ou por 
Preferível a 
Prejudicial a 
Próprio de ou para 
Próximo a ou de 
Querido de ou por 
Residente em 
Respeito a ou por 
Sensível a 
Simpatia por 
Simpático a 
Útil a ou para 
Versado em 
 
 
 
 
 
 
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TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
AULA 2 
3
Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem 
preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Foi explorando esse 
conhecimento que uma questão apareceu na prova elabora pelo Cespe, para 
o cargo de técnico judiciário do Supremo Tribunal Federal, em 2008. 
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste 
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo 
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das 
principais mudanças nas perspectivas para a economia 
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro 
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado 
 em 6,2%. 
(...) 
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal 
indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de 
preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo 
definido feminino plural antes de “previsões”. 
Comentário – Note que a locução “em relação a” possui em sua parte final 
a preposição a. Essa expressão exige sim um complemento, que no caso em 
estudo está pluralizada e acompanhada de artigo definido: “as previsões 
apresentadas em dezembro do ano passado”. O encontro de a (preposição) 
com as (artigo) desencadeia a fusão desses dois vocábulos, que na escrita é 
evidenciada pelo emprego do acento grave indicativo de crase. 
Gabarito – Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
AULA 2 
4
(...) Omite-se, propositadamente, 
7 que o mais longo período da história da vida humana foi 
orientado pela cooperação e solidariedade, valores 
fundamentais para a sobrevivência da espécie. (...) 
Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: 
<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações). 
2. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A coerência e a correção gramatical do 
texto seriam mantidas ao se substituir “fundamentais para a 
sobrevivência” (l.9) por fundamentais a sobrevivência. 
Comentário – O emprego da preposição a (no lugar de “para”) para reger o 
complemento do adjetivo “fundamentais” deve fazer surgir a crase, pois ela 
se aglutina com o artigo “a” que determina o substantivo “sobrevivência”: 
“fundamentais à sobrevivência”. 
Gabarito – Item errado. 
 (...) 
Então, o estudo classifica essa drástica redução na 
43 intensidade das emissões de gás carbônico relacionadas às 
atividades econômicas de “sem precedente e, provavelmente, 
impossível”, reforçando a defesa da estagnação econômica. 
(...) 
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações). 
3. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 45, o termo “da” pode ser 
trocado por à, o que, embora altere a regência do nome, mantém seu 
sentido no texto. 
Comentário – A preposição “de”, que se contraiu com o artigo definido 
feminino “a”, decorre da regência do substantivo abstrato “defesa” (esse é 
 
 
 
 
 
 
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5
um caso de regência nominal). A troca da preposição original por a não 
causa prejuízos ao texto (permanece a ideia de que a estagnação econômica 
é defendida) e faz surgir a crase, que deve ser indicada pelo acento grave 
(`): 
“defesa a a estagnação” = “defesa à estagnação” 
Lemos em Cegalla (2008:487), por exemplo, que: 
“Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma 
regência. A escolha desta ou daquela preposição deve, no 
entanto, obedecer às exigências da clareza e da eufonia e 
adequar-se aos diferentes matizes do pensamento.” 
O que podemos entender quando o pesquisador diz 
"admitem mais de uma regência" e logo em seguida menciona "A escolha 
desta ou daquela preposição"? Devemos entender que mudança de 
preposição tem a ver com mudança de regência. 
Gabarito – Item certo. 
A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome 
regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao 
Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes, 
observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a 
regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão: 
(4) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com 
fornecedores." 
(5) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas 
dificuldades de o respirar propende à sonolência." 
 
1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo. 
 
 
 
 
 
 
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6
(6) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo 
procurava apenas uma achega." 
(7) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus 
projetos." 
Observa-se aquiapenas a obrigatoriedade de se contrair a 
preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual 
forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (7). 
Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições 
adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do 
professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso 
inadequado da preposição trazem prejuízo à frase. 
Verifique a partir de agora outras questões de provas anteriores. 
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do 
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter 
“os costumes da terra”. (...) 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos 
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue a assertiva 
abaixo. 
Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de” 
decorre da regência de “preocupação” (l. 1). 
Comentário – Possivelmente, a dificuldade de alguns candidatos em julgar 
este item ocorreu por causa da ausência do vocábulo “preocupação” na 
expressão em destaque. Analise novamente o enunciado e perceba que 
ocorre a elipse do substantivo “preocupação”. Note: “Uma antiga 
preocupação dos legisladores do passado era a [preocupação] de assegurar 
o direito dos povos de manter ‘os costumes da terra’”. Ficou melhor agora? 
 
 
 
 
 
 
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7
Tanto diante de “os legisladores”, quanto de “assegurar”, a preposição de se 
faz presente em virtude da regência do substantivo “preocupação”. 
Gabarito – Item certo. 
1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por 
265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela 
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil, 
4 Argentina, Paraguai e Uruguai. 
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, 
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria 
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL. 
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 
10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa 
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um 
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão 
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e 
comércio global superior a US$ 300 bilhões. 
(...) 
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008. 
5. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao 
MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que 
exige preposição a. 
Comentário – Na verdade, a preposição a é exigida pela regência do nome 
“adesão” (adesão de quem a quê?): “a adesão da Venezuela ao 
MERCOSUL”. 
Gabarito – Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a” 
(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido. 
Comentário – O vocábulo “a” é preposição exigida pelo nome “superior” 
(superior a quê?), que é seguido por complemento: “superior a U$ 1 trilhão” 
e “superior a US$ 300 bilhões”. 
Gabarito – Item errado. 
Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido 
alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem 
que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre 
regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que 
você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras 
informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem. 
REGÊNCIA VERBAL 
Comecemos este tópico trazendo à memória conceitos de 
transitividade verbal. Você se lembra disso? Não é nenhum “bicho de sete 
cabeças”! Quer ver? Enfatizarei uma explicação já apresentada aqui no 
Ponto por mim mesmo. Eu a desenvolvi a partir da análise de uma questão 
que apareceu na prova do último concurso público de admissão à carreira de 
diplomata do Instituto Rio Branco (IRBr), em 8/3/2009. 
O que é o que é? 
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa 
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma 
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar 
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma 
 
 
 
 
 
 
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9
VTD 
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se 
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: 
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria 
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. 
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 
7. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) No título do texto, as duas ocorrências da 
forma verbal “é” são sintaticamente equivalentes. 
Comentário – Não é possível responder à questão sem antes perceber que 
a distinção entre as duas ocorrências da forma verbal ”é” leva em conta esse 
tópico da nossa Língua: transitividade verbal. Na verdade, a questão requer 
noções semântico-sintáticas, e não apenas sintáticas. 
Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos 
indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos. 
Estão divididos em: 
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos) 
não são introduzidos obrigatoriamente por preposição; 
(8) Quero água. 
(9) A médico, confessor e letrado nunca enganes. 
Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo 
de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o 
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto. 
b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos 
indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto 
quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe); 
VTD OD 
ODP 
 
 
 
 
 
 
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10
. (10) Gosto de água 
(11) Custou-me entender o assunto. 
c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo, 
objetos diretos e indiretos; 
. (12) Deram-lhe um presente 
Há também verbos considerados de sentidos completos, por não 
exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos 
como intransitivos. 
(13) Infelizmente, a vítima do acidente morreu. 
Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor 
semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade 
mental). 
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser 
mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não 
nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou 
predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da 
oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos, 
substantivos ou pronomes). 
(14) Maria é feliz. 
Verbos de ligação denotam situação permanente, situação 
transitória, mudança de situação. 
VTI OI 
VTI OI 
VTDI OI OD 
VI 
Suj. VL Pred. 
 
 
 
 
 
 
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11
(15) João é estudioso. (situação permanente) 
(16) João está cansado. (situação transitória) 
(17) João ficou alegre. (mudança de situação) 
Estaria tudo muitobom se as coisas fossem tão certinhas assim, 
não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo 
direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou 
de ligação dependerá das relações semântico- 
-sintáticas entre os termos da oração. 
(18) João anda cansado. 
(19) João anda depressa. 
Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no 
momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo 
(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional). 
Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo 
sujeito. É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não 
integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que 
a ação é desenvolvida. 
Creio que agora podemos responder à questão da prova do IRBr. 
Perceba, preliminarmente, que o título do texto é composto por duas 
orações: 
(20) O que é o... 
(21) ...que é? 
Notoriamente, trata-se de um período composto por 
subordinação. A primeira oração é a principal; a segunda, subordinada. Esta 
 
 
 
 
 
 
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12
– repare bem – é introduzida pelo pronome relativo “que”. Portanto, é uma 
oração subordinada adjetiva. 
O verbo da primeira oração (“é”) liga o predicativo “o” (pronome 
demonstrativo substantivo) ao sujeito “que”. Em uma análise semântico- 
-sintática, portanto, ele ocorre como verbo de ligação, copulativo, não 
nocional. O mesmo verbo, na segunda oração, não faz esse tipo de “ponte”. 
Ressalte-se que nela nem existe adjetivo, substantivo ou pronome 
substantivo desempenhando a função de predicativo do sujeito. Em (21), o 
verbo é tomado como intransitivo, nocional. 
Gabarito – item errado. 
Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em 
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação, 
já estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos. 
Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos 
regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o 
eminente professor Décio Sena. 
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem 
desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de 
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica 
4 de disseminação transnacional, que busca continuamente 
novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas 
que cada país pode oferecer a membros de organizações 
7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos 
falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação, 
refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica. 
(...) 
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista 
 
 
 
 
 
 
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13
Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36. 
8. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o 
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela 
presença de artigo definido feminino plural. 
Comentário – Repare que o verbo analisado indica, no contexto analisado, 
a causa do que é declarado no período anterior. Nesse sentido, é transitivo 
indireto e exige preposição A, que, ao lado do artigo definido feminino plural 
AS que inicia seu complemento, faz surgir o fenômeno linguístico conhecido 
como crase. 
Gabarito – Item certo. 
Observação. Já foi dito aqui que alguns verbos podem ter sua 
transitividade mudada conforme o contexto. Tal é o caso também do verbo 
que estamos analisando. Na frase O marido devia satisfações à esposa, o 
verbo (no sentido de “ter de pagar; ter dívidas ou obrigações”) é agora 
transitivo direto e indireto. Note que o vocábulo “satisfações” completa o 
sentido do verbo sem a necessidade de preposição, enquanto o termo “à 
esposa” – outro complemento do mesmo verbo – surge regido pela 
preposição “a”, que se fundiu com o artigo feminino singular “a” (repare o 
acento indicativo de crase). 
1 Assistimos à dissolução dos discursos 
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não 
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um 
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da 
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da 
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se 
7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem 
estáveis. (...) 
 
 
 
 
 
 
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Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried 
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações). 
9. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo 
de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de 
relações sintático-semânticas para o verbo assistir. 
Comentário – Vamos aproveitar esta questão de prova para conhecer as 
acepções do verbo ASSISTIR. 
a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; 
seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do 
campeonato. 
b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER, 
TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não 
assiste ao professor reclamar tanto. 
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso, 
exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O 
médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico 
assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da 
preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de 
mesmo gênero gramatical). 
d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há cinco 
anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida 
pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse 
termo com objeto indireto). 
Agora já podemos dar início ao comentário da questão 
propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por quê? 
A parte final da declaração traz um conceito discutível. A ocorrência da 
crase, muito embora dependa realmente da regência do verbo ASSISTIR, 
deve-se ainda pela presença do artigo feminino A que acompanha o 
substantivo “dissolução”. 
 
 
 
 
 
 
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Não obstante, a admissão do verbo ASSISTIR como 
transitivo direto ou indireto só faz sentido se o tomarmos com os valores 
semânticos indicados em c). No contexto em que surge, essa concepção 
alteraria o sentido do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a 
interpretação do verbo ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a 
observação do fato exposto no período em que surge. 
Gabarito – Item realmente mal formulado, melhor foi ter sido anulado 
mesmo. 
1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado 
com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos 
com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, 
4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...) 
Philippe Ariès. História social da criança e da família. 
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações). 
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição 
antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que 
exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo 
submeter. 
Comentário– A resolução deste item precisa considerar dois ensinamentos 
importantes. O primeiro é a própria razão de ser desta aula e tratada nesta 
seção: regência verbal. Realmente, o significado da forma verbal 
“submetermos” – tomado como transitivo direto e indireto – exige um 
complemento sem preposição (“nos”, pronome pessoal oblíquo átono) e 
outro complemento regido pela preposição A (o objeto indireto). Mas qual é 
mesmo esse complemento que deve ser preposicionado? É o pronome 
relativo “que”, substituto semântico da expressão nominal “as exigências de 
identidade civil”. O segundo ensinamento diz respeito à colocação da 
preposição exigida pelo verbo que integra orações subordinadas adjetivas 
 
 
 
 
 
 
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(“a que nós nos submetemos com naturalidade”). Sim, a preposição exigida 
pelo verbo deve, em casos semelhantes, anteceder o pronome relativo 
introdutório dessas orações. 
Gabarito – Item certo. 
11. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que 
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto. 
a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que 
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente 
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90% 
dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi 
alcançado às 19 h 30 min. 
b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração 
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que, 
“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por 
legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio 
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram 
às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito 
de escolher os representantes”. 
Comentário – Alternativa A: apresenta dois problemas de regência verbal. 
O primeiro deles é o emprego da preposição “de” para reger o complemento 
da forma verbal “lembrou”. É comum que algumas pessoas se atrapalhem 
com o uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses 
verbos apresentas variados regimes. Vamos a eles! 
a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do 
pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada 
detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e 
“cada detalhe”. 
 
 
 
 
 
 
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b) Transitivos indiretos quando conjugados 
pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro. 
Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do 
verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”. 
c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a 
coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente 
representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto: 
Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o 
livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”. 
De acordo com a explicação em A, você pode entender que o 
verbo “lembrou” é transitivo direto e a preposição “de” que o segue está 
“sobrando” no enunciado. Também está “sobrando” a preposição “de” que 
rege a oração subordinada substantiva predicativa “chegar ao patamar de 
90% dos votos totalizados em todo o país”. A redação correta deve ser a 
seguinte: “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema 
que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente 
lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos 
totalizados em todo o país às 22h, mas o índice foi alcançado às 19h30min. 
Voltemos agora nossas atenções para a alternativa B, em que 
há três problemas de regência verbal. A primeira diz respeito ao regime do 
verbo RESPONDER, que pode ser empregado como: 
a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com 
objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por 
pessoa: Respondi o telegrama ao amigo. 
b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à 
pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório. 
c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à 
resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia. 
 
 
 
 
 
 
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Note a ausência da preposição A antes do complemento do 
verbo “responder” na passagem em surge, indicando erroneamente seu 
emprego como transitivo direto. 
E não é só isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege 
preposição EM e não “por” como está no texto. Por último, o verbo 
CONGRATULAR é transitivo direto, isto é, seu complemento não necessita de 
preposição. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu 
emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria também 
transitivo indireto, porém regendo preposição COM. O emprego da 
preposição “a” é completamente descabido. 
Gabarito – Itens errados. 
(...) Para crescer mais e de maneira 
13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é 
que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso, 
carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos 
16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de 
cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade. 
Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio 
Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações) 
12. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A ausência da preposição de antes do 
complemento de “precisa” (l.13) indica que essa forma verbal está 
sendo usada em função de auxiliar, como em precisar construir. 
Comentário – Na verdade, a preposição de existe e o verbo precisar é 
principal e não integra nenhuma locução. Repare que ela esta aglutinou-se 
(“do”) com o pronome demonstrativo “o” (= aquilo) que surgiu antes do 
pronome relativo “que”. Cegalla (2008:513) ensina que a anteposição da 
preposição ao pronome demonstrativo tem a vantagem de tornar a frase 
 
 
 
 
 
 
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mais leve e eufônica. Ele afirma que é opcional repetir a preposição depois 
do verbo ser: 
“Do que ele menos se lembrava era da perfídia que os 
inspirou.” (Machado de Assis) 
Atente agora para as possíveis regências do verbo 
precisar: 
– TRANSITIVO INDIRETO com sentido de ter 
necessidade, necessitar: 
O país precisa de bons professores. Quem não precisa 
deles? 
Observação: quando acompanhado de infinitivo, a língua 
tende a dispensar a preposição: 
“Precisavam ser duros, virar tatus.” (Graciliano Ramos) 
“Precisava ter a cabeça fria.” (Machado de Assis) 
– TRANSITIVO DIRETO no sentido de indicar com 
exatidão: 
A testemunha não soube precisar a hora do acidente. 
Gabarito – Item errado. 
(...) Desde então, 
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão 
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e 
a necessidade de uma mudança nos comportamentos 
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de 
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender 
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 
13 sobre a Terra. 
 
 
 
 
 
 
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Paulo Marchiori Buss.Ética e ambiente. 
In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). 
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo 
de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse 
sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência 
estabelecidas pelo padrão culto da linguagem. 
Comentário – A regência aludida é a do verbo “atender” (l. 11). Então, 
você precisa conhecer o regime dele para responder corretamente à 
questão. ATENDER é trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige 
preposição A), indiferentemente. Por exemplo: Atendi o chamado 
imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Portanto, ao se 
empregar a crase na expressão “às necessidades”, esse verbo foi tomado 
como transitivo indireto. Igualmente correta estaria a construção “as 
necessidades” (sem sinal indicativo de crase), se o mesmo verbo fosse 
empregado com regência transitiva direta. 
Gabarito – Item errado. 
Atenção! Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e 
PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo. 
1 O real não é constituído por coisas. Nossa 
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar 
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), 
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à 
nossa percepção e às nossas vivências. (...) 
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e 
a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois 
 
 
 
 
 
 
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da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o 
real (...). 
Comentário – Não é difícil perceber que o verbo “imaginar” é transitivo 
direto e que, por isso mesmo, seu complemento não vem regido por 
preposição (quem imagina, imagina algo). Logo, a preposição “de” não tem 
vez no segmento. 
Gabarito – Item errado. 
1 O poder político é produto de uma convenção, não 
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente 
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus 
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, 
na liberdade e em outros bens. (...) 
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, 
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações). 
15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do 
texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir 
“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam. 
Comentário – A melhor maneira de perceber o equívoco é reescrever a 
passagme como a banca indica: “que consubstanciam na propriedade, na 
vida, na liberdade e em outros bens”. Antes, o adjetivo-particípio exigia a 
preposição “em” (consubstanciados em quê?). Agora, a forma verbal 
consubstanciam (consubstanciam o quê?) possui regência transitiva direta 
e dispensa a preposição. 
Gabarito – Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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1 Aprendemos a pensar o Brasil como gigante adormecido. 
O mito nos diz que o sucesso está garantido pela grandeza dos 
nossos recursos naturais, humanos e culturais. 
(...) 
Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio 
Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações). 
16. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A omissão da preposição em no 
complemento de pensar, como se vê em “pensar o Brasil” (l.1), indica 
uma linguagem pouco formal; em texto com mais formalidade seria 
usado: pensar no Brasil. 
Comentário – Esta foi de lascar! Acostumados a utilizar o verbo pensar
como transitivo indireto (pensar em), muitos candidatos erraram a questão. 
Portanto eis aqui uma excelente oportunidade para aprendermos um pouco 
mais sobre os regimes desse verbo. 
Como verbo INTRNASITIVO, ele se equivale a analisar, 
refletir, raciocinar. Exemplo: 
Antes de decidir, pense! 
Como verbo TRNASITIVO INDIRETO (ocorrência muito 
comum entre nós), exige a preposição em para reger seu complemento 
(objeto indireto) e significa imaginar, cogitar. Exemplo: 
“Quando penso em você fecho os olhos de saudade.” 
(Fágner) 
Como verbo TRANSITIVO DIRETO (uso menos comum), é 
sinônimo de cuidar, tratar. Exemplo: 
A equipe permaneceu pensando as vítimas do terretmoto. 
Foi com o último sentido que o verbo pensar surgiu no 
texto da prova. Entenda-se: Aprendemos a tratar o Brasil como se le fosse 
 
 
 
 
 
 
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um gigante adormecido. Portanto o emprego dele também demonstra o uso 
formal da linguagem. 
Gabarito – Item errado. 
(...) 
4 A palavra “projeto” remete-se à antecipação e, em boa 
parte, ao voluntarismo. Não se trata unicamente de prever o 
futuro e, sim, de mudar o seu rumo em consequência de um 
7 conjunto de valores e de necessidades. (...) 
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. 
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações). 
17. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) A supressão da 
preposição antes dos vocábulos “antecipação” (l.4) e “voluntarismo” 
(l.5), com a manutenção dos artigos definidos, não acarretaria prejuízo 
sintático ao texto. 
Comentário – A preposição a (“à” = a [prep.]+ a [art.]; “ao” = a [pre.]+ o 
[art.]) é uma exigência do verbo remeter (remeter a). Suprimi-la da 
aglutinação existente em “à antecipação” e da combinação em “ao 
voluntarismo” constitui erro de regência 
Gabarito – Item errado. 
Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos. 
ASPIRAR 
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo. 
b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de 
gerente. 
CHAMAR 
 
 
 
 
 
 
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a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor. 
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus. 
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de 
patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota). 
CUSTAR 
a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me 
entender este assunto. 
b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas. 
c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais. 
IMPLICAR 
a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua 
reprovação. 
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão. 
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas. 
INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR 
a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova. 
1 A Organização dos Estados Americanos (OEA) 
naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento 
maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma 
4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que 
se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do 
Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado 
7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA 
corre o risco de perder vigência. (...) 
Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 
 
 
 
 
 
 
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18. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009)Em “de que a OEA” (l.7), o emprego 
de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6). 
Comentário – Usou-se o particípio do verbo avisar em construção de voz 
passiva. Perceba que “O poder de Washington” fora avisado de algo, ou 
seja, “de que a OEA corre o risco de perder vigência”. 
Gabarito – Item certo. 
PREFERIR 
a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro 
cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO). 
Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO). 
Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que; 
menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu 
complemento indireto é, obrigatoriamente, A. 
VISAR 
a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre. 
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque. 
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da 
linguagem. 
MORAR/RESIDIR/SITUAR 
a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) / 
Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO) 
OBEDECER/DESOBEDECER 
a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais. 
 
 
 
 
 
 
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CRASE 
Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de 
crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais 
idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos 
versos do poeta Casemiro de Abreu: 
“Teu pensamento é como o Sol que morre 
Há de cismando mergulhar-se em mágoas 
Durante a noite quando o orvalho desce.” 
Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos 
de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação 
gráfica específica (acento grave): À. 
(22) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho. 
Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome, 
seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo 
artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento 
grave (`), como no exemplo acima. Analise estas questões de prova: 
19. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em 
Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a 
oportunidade de escolher os próprios métodos. 
Comentário – Note que o verbo “indicar” requer dois complementos: um 
regido sem preposição (“o que realizar”) e outro regido pela preposição “a” 
(“a professora”), a qual se une ao artigo definido feminino “a” integrante do 
complemento indireto. Em outras palavras, vale o velho e bom 
ensinamento: “indicar algo a (preposição) alguém”. 
Gabarito – Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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1 O real não é constituído por coisas. Nossa 
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar 
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), 
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à 
nossa percepção e às nossas vivências. (...) 
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 
20. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa 
percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem 
complemento regido pela preposição a. 
Comentário – Sim, é verdade o que foi declarado. O adjetivo-particípio 
“oferecidos” reclama preposição a para reger seu complemento (oferecido a 
quem?). Como os termos regidos admitem a presença do artigo feminino 
(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge 
naturalmente: a + a = à; a + as = às. 
Gabarito – Item certo. 
1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do 
Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de 
US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. 
4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os 
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando 
Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe. 
(...) 
Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 
21. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à 
Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige 
preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular. 
 
 
 
 
 
 
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Comentário – É isso mesmo. O advérbio “paralelamente” requer a 
preposição a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo singular 
a que determina a expressão “Cúpula da América Latina e Caribe”. 
Gabarito – Item certo. 
1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a 
2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote 
de estímulo à economia. (...) 
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 
22. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à 
economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela 
presença de artigo definido feminino. 
Comentário – Aqui o motivo é outro. A regência não é do verbo “planeja” 
(que sequer pede preposição, pois é transitivo direto); mas, sim, do 
substantivo “estímulo” (linha 3). 
Gabarito – Item errado. 
Também merecem destaque os casos de crase que surgem do 
encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes 
demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (= 
aquela) pronome demonstrativo. 
(23) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova. 
(24) O prêmio foi dado à que chegou primeiro. 
Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do 
verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A, 
que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”. 
 
 
 
 
 
 
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Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também 
pela preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (= 
aquela). 
Vejamos outra questão de prova: 
23. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à 
concordância e à regência. 
12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados 
com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que 
tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA. 
Comentário – Comentarei apenas o que se refere à ocorrência da crase 
neste exercício. A expressão “são permitidos” deve fazer surgir um 
complemento indireto regido pela preposição A: algo é permitido a alguém. 
O termo que lhe serve de complemento indireto (“aqueles... da CAIXA”) é 
iniciado pelo pronome demonstrativo “aqueles”. Pois bem, o encontro da 
preposição A com a letra A inicial do pronome demonstrativo implica a 
ocorrência da crase: àquelas, que não foi indicada no texto. 
Gabarito – Item errado. 
1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso 
da técnica, com transformações profundas das noções de espaço 
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse 
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no 
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento 
de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada 
7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em 
outro momento de grandes transformações da técnica e também 
de grandes descobertas (...) 
 
 
 
 
 
 
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30
Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto Novaes (Org.). 
Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, p. 14-5 (com adaptações). 
24. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Na linha 7, as relações de regência 
entre “semelhante” e “aconteceu” permitem que o trecho “ao que” seja 
substituído por àquilo que, sem prejudicar a coerência nem a correção 
gramatical do texto. 
Comentário – Convém entender primeiro o que há no trecho original. O 
adjetivo “semelhante” exige preposição a para reger seu complemento: 
“semelhante ao que aconteceu” (isso é um caso de regência nominal, como 
visto na primeira parte desta aula). O vocábulo “o” é pronome 
demonstrativo (= aquilo); o “que” é pronome relativo. A substituição do “o” 
por “aquilo” faz aglutinarem-se a preposição exigida pelo adjetivo 
“semelhante” e a letra inicial do pronome relativo: “semelhante àquilo que 
aconteceu”. A tal aglutinação deve ser indicada por meio do acento grave 
indicativo de crase. 
Gabarito – Item certo. 
Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego 
do acento grave indicativo de crase. 
1. Nas locuções adverbiais femininas 
(25) Sairás às pressas. 
(26) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor. 
2. Nas locuções prepositivas femininas 
(27) Vivia às expensas do (de + o) tio. 
(28) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha. 
Observação: a crase será de rigor quando uma locução 
prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que 
acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo. 
 
 
 
 
 
 
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AULA 2 
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1 Creio que há evidência contundente em favor do 
argumento de que os investimentos públicos em pesquisa 
científica têm tido um retorno bastante compensador em 
4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos 
científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se 
pode questionar, não somente quanto à aplicação de 
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou 
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à 
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade. 
(...) 
Samuel Macdowell. Responsabilidade social 
dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3, 
São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações). 
25. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à 
aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo 
uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar” 
(l.6). 
Comentário – As ocorrências da crase justificam-se por outro motivo. Na 
linha 6, o a final da locução prepositiva “quanto a” contraiu-se com o artigo 
definido feminino da expressões “a aplicação” (repare que caso semelhante 
corre em “quanto à distribuição”, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase suge 
em razão da regência do adjetivo “nocivas” (nocivas a quê?) e da presença 
do artigo definido feminino das expressões “a humanidade” e “a natureza”. 
Gabarito – Item errado. 
(...) Enfrentam-se, teoricamente e na 
prática, as manifestações de saúde, a qual é alterada no seio da 
10 sociedade devido aos efeitos da desigualdade da distribuição 
dos bens produzidos, à aquisição de uma multiplicidade de 
 
 
 
 
 
 
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conhecimentos e de erros, às possibilidades de domínio dos 
13 territórios e comportamentos e ao choque contínuo dos 
 conflitos. (...) 
Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho. 
In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.o 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações). 
26. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A presença da preposição 
a em “à aquisição” (l.11), “às possibilidades” (l.12) e “ao choque” (l.13) 
é exigida por “Enfrentam-se” (l.8); por isso, sua repetição é importante, 
pois explicita as relações entre termos tão distantes no período 
sintático. 
Comentário – O erro está na indicação do termo regente. A preposição 
integra a locução prepositiva “devido a” (l. 10). Observe que a crase decorre 
da aglutinação entre a preposição a e os artigos a e as que determinam os 
substantivos “aquisição” e “possibilidades”. Note bem: “...devido aos 
efeitos..., à aquisição..., às possibilidades... e ao choque...”. 
Gabarito – Item errado. 
(...) 
34 O fenomenal crescimento da economia mundial no 
decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias 
fósseis, provocou um aquecimento global de consequências 
37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro 
considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais 
podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de 
40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios 
de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais 
do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis, 
43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para 
plantar. 
 
 
 
 
 
 
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33
 (...) 
Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. 
Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações). 
27. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O emprego do sinal 
indicativo de crase na expressão “à espera” (l.43) é obrigatório; 
portanto, sua retirada acarretaria prejuízo ao sentido do texto. 
Comentário – O examinador fez duas afirmativas: uma quanto à 
obrigatoriedade do acento indicativo de crase e outra a respeito do prejuízo 
semântico causado pela sua retirada. 
A primeira afirmativa é verdadeira, pois estamos diante da 
locução prepositiva feminina “à espera de” (nas locuções adverbiais, 
prepositivas e conjuntivas, o acento grave é empregado independentemente 
da relação entre termo regente e termo regido). 
Agora, experimente retirá-lo: “...4,8 milhões de famílias 
sem-terra estão a espera do chão para plantar”. A informação tem sua 
clareza prejudicada. É possível argumentar em favor da existência de uma 
espera: “a espera do chão”, com a finalidade de plantar. Assim, a passagem 
perderia a coesão e a coerência adequadas, ficaria inconclusa (“a espera do 
chão para plantar” – e daí?), e teria, repito, seu sentido prejudicado. A 
segunda afirmativa também é verdadeira. 
Gabarito – Item certo. 
3. Nas locuções conjuntivas femininas 
(29) À medida que estudo, mais aprendo. 
(30) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da 
aprovação. 
4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à 
aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome 
substantivo) 
 
 
 
 
 
 
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(31) Sou favorável à proposta dele e não à sua. 
(32) Refiro-me a sua proposta e à minha. 
5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as 
palavras MODA, MANEIRA 
(33) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo. 
(34) Usava sapatos à (moda) Luís XV. 
28. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que 
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto. 
O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao 
“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da 
totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde 
histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h 
15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas. 
Comentário – Não existe erro de natureza gramatical nofragmento em 
análise. Ainda que haja outros aspectos gramaticais dignos de nota, 
ressaltarei somente o emprego correto e obrigatório dos dois acentos graves 
indicativos de crase nas locuções adverbiais “às 19 h” e “Às 21 h 15 min”. 
Gabarito – Item certo. 
Obs.: As demais alternatias foram omitidas propositalmente, por não 
atenderem ao propósito desta aula. Peço que se acostumem com esta 
metodologia de estudo. 
Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não 
ocorrer. São casos facultativos de emprego do acento grave. 
1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso 
é proibido) 
 
 
 
 
 
 
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(35) Refiro-me a (à) Joana. 
(36) Refiro-me a Joana d’Arc. 
2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo. 
(37) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho. 
Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da 
possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes 
possessivos femininos que acompanham substantivos. 
3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ. 
(38) Correu até a (à) árvore. 
Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo, 
perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada 
comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o 
emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes. 
Trabalho escravo: 
longe de casa há muito mais de uma semana 
(...) “Não conseguia dormir 
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma 
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em 
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de 
R$ 5 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 
29. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em 
‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão 
preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas. 
 
 
 
 
 
 
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Comentário – O verbo “retornar” – assim como outros verbos que indicam 
movimento, deslocamento – rege as preposições a, de e para, conforme o 
significado da mensagem que se quer transmitir. Na passagem analisada, 
empregou-se a preposição A. Ao seu lado, consta um pronome possessivo 
feminino adjetivo (“minha”), que faculta a presença do artigo feminino A 
sem que haja prejuízo algum para os sentidos do texto. 
Gabarito – Item certo. 
E há ainda os casos de crase proibida. 
1. Antes de nomes masculinos 
(39) Comprou a prazo. 
(40) Dei aquela calça a este homem. 
2. Antes de verbo. 
(41) Começou a chover. 
1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção 
à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração 
dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os 
4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados 
pelo exercício do trabalho. (...) 
Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios 
éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações). 
30. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 3, não se usa o 
acento grave na preposição a, logo depois de “visando”, porque o verbo 
“evitar” não admite o artigo definido feminino. 
Comentário – Questão fácil. A crase não ocorre diante de verbo realmente 
porque ele não admite artigo. O “a” é preposição. 
Gabarito – Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA, 
SENHORITA, MADAME) 
(42) Referiu-se a Vossa Excelência. 
4. Antes de pronomes oblíquos 
(43) Dedico o meu trabalho a ela. 
5. Antes de pronomes indefinidos 
(44) Ofereci um presente a alguém desta sala. 
6. Antes de artigo indefinido 
(45) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre. 
Você deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma 
locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase. 
7. Quando o A precede palavras femininas no plural 
(46) Respondeu a cartas pouco elogiosas. 
Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência 
da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as) 
precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance 
semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte 
estrutura: singular (a) + plural (cartas). 
8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas 
(47) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro. 
9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S) 
(48) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio. 
O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a 
preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o 
pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o 
acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais. 
 
 
 
 
 
 
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10. Com pronome relativo QUEM 
(49) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio. 
Vale também para este caso a explicação dada anteriormente. 
ATENÇÃO! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos 
QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo 
anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo 
seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S), 
AQUELE(S), AQUILO 
(50) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção. 
Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo 
verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas). 
(51) Sou favorável à que chegou primeiro. 
Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o 
termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição 
imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o 
integra. 
(52) A festa à qual nos dirigimos começará agora. 
11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ 
(53) Ele o esperava desde as oito horas. 
(54) O trabalho ficará pronto após as seis horas. 
12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens 
históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas 
(55) Refiro-me a Joana d’Arc. 
(56) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse. 
 
 
 
 
 
 
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13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA 
(57) Chegamos a esta cidade há cinco anos. 
14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido 
(58) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante. 
15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação 
(59) A vítima reconheceu o ladrão a distância. 
31. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto 
apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego 
do sinal indicativo de crase. 
a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas 
do conhecimento. 
b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer 
e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e 
fechado. 
Comentário – O fenômeno da crase não deve ocorrer em construções 
sintáticas do tipo: preposição A seguida de palavra no plural,como em “à 
outras”. Na dúvida, volte ao ponto 7, exemplo (46). Também é indevido o 
ancento grave indicativo de crase diante de artigo indefinido (“à uma). 
Revise, se precisar, o ponto 6. 
Gabarito – Itens errados. 
 (...) 
10 O aumento do emprego e os programas 
de transferência de renda continuam a beneficiar mais as 
famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar 
13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais 
 
 
 
 
 
 
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alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente 
 essa faixa. 
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 
32. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12), 
não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se 
emprega artigo definido feminino. 
Comentário – Sim, é isso mesmo. Esse “a” que surge entre os verbos é 
simplesmente uma preposição, que articula a locução verbal. 
Convém esclarecer que não se deve empregar artigo diante 
de verbo, exceto quando o propósito for substantivá-lo. 
Gabarito – Item certo. 
Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens 
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado 
de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical. 
33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela 
Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será 
implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros 
para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas. 
Comentário – No trecho “incentivo a cultura” houve omissão do acento 
grave indicativo de crase, que se justifica pela contração da preposição a 
regida pela nome “incentivo” (incentivo a quê?) e pelo artigo definido 
feminino a que acompanha o substantivo “economia”. 
Na expressão “à partir”, a crase é desautorizada, pois o 
vocábulo “paritr” é verbo. Diante de verbo não há crase. 
O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou 
alguém a algo..). Seu objeto direto é o termo “a chanceler Angela Merkel”; 
 
 
 
 
 
 
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seu objeto indireto (regido pela preposição a) é a oração iniciada pelo verbo 
“anunciar”. Note a ausência da preposição. 
Gabarito – Item errado. 
34. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que 
ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60 
bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista 
como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate 
a crise. 
Comentário – A crase não deveria ocorrer diante do nome “Merkel”. Apesar 
de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase 
tem lugar na expressão “combate a crise”. O termo regente pede preposição 
a e o substantivo admite o artigo a. 
Gabarito – Item errado. 
Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de 
O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. 
35. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte, 
afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua 
bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave 
retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando 
em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”. 
Comentário – O verbo levar é transitivo indireto no sentido de acarretar ou 
conduzir e requer preposição a para reger seu complemento: “a destruição 
da demanda”. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase 
deveria ter sido indicada por meio do acento grave. 
Gabarito – Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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36. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte 
é adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. 
Julgue-o quanto à correção gramatical. 
“A capacidade de atingir milhões de pessoas em apenas alguns 
segundos [falando sobre a internet] significa uma ferramenta de valor 
inestimavel, que já mostrou toda sua eficiência na eleição 
norte-americana que levou Barack Obama a Casa Branca, em um 
processo que foi visto como uma revolução na maneira de fazer 
campanha.” 
Comentário – O Cespe novamente explorou a regência do verbo levar, 
como na questão anterior. O detalhe agora é que o seu objeto indireto, 
regido pela preposição a, contém a palavra “Casa”. Quando ela vem seguida 
de determinante (“Casa Branca”), a crase é obrigatória (“levou Barack 
Obama à Casa Branca). Veja outro exemplo: 
Vou à casa florida. 
Quando a palavra casa vem sem nenhum determinante, a 
crase é proibida: 
Vou a casa imediatamente. 
Gabarito – Item errado. 
Por hoje é só. Na próxima aula, começaremos a estudar sintaxe 
da oração e do período. Antes disso, porém, espero as suas dúvidas e 
sugestões. 
Fique com Deus e bons estudos! 
Professor Albert Iglésia 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste 
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo 
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das 
principais mudanças nas perspectivas para a economia 
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro 
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado 
 em 6,2%. 
(...) 
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). 
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal 
indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de 
preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo 
definido feminino plural antes de “previsões”. 
(...) Omite-se, propositadamente, 
7 que o mais longo período da história da vida humana foi 
orientado pela cooperação e solidariedade, valores 
fundamentais para a sobrevivência da espécie. (...) 
Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: 
<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações). 
2. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A coerência e a correção gramatical do 
texto seriam mantidas ao se substituir “fundamentais para a 
sobrevivência” (l.9) por fundamentais a sobrevivência. 
 
 
 
 
 
 
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 (...) 
Então, o estudo classifica essa drástica redução na 
43 intensidade das emissões de gás carbônico relacionadas às 
atividades econômicas de “sem precedente e, provavelmente, 
impossível”, reforçando a defesa da estagnação econômica. 
(...) 
Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 
26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações). 
3. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 45, o termo “da” pode ser 
trocado por à, o que, embora altere a regência do nome, mantém seu 
sentido no texto. 
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do 
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter 
“os costumes da terra”. (...) 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006. 
4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos 
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue a assertiva 
abaixo. 
Na expressão “eraa de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de” 
decorre da regência de “preocupação” (l. 1). 
1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por 
265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela 
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil, 
4 Argentina, Paraguai e Uruguai. 
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, 
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 
 
 
 
 
 
 
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45
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria 
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL. 
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 
10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa 
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um 
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão 
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e 
comércio global superior a US$ 300 bilhões. 
(...) 
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008. 
5. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao 
MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que 
exige preposição a. 
6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a” 
(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido. 
O que é o que é? 
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa 
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma 
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar 
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma 
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se 
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar: 
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria 
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome. 
 
 
 
 
 
 
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Clarice Lispector. A descoberta do mundo. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 
7. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) No título do texto, as duas ocorrências da 
forma verbal “é” são sintaticamente equivalentes. 
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem 
desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de 
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica 
4 de disseminação transnacional, que busca continuamente 
novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas 
que cada país pode oferecer a membros de organizações 
7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos 
falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação, 
refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica. 
(...) 
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista 
Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36. 
8. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o 
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela 
presença de artigo definido feminino plural. 
1 Assistimos à dissolução dos discursos 
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não 
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um 
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da 
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da 
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se 
7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem 
estáveis. (...) 
 
 
 
 
 
 
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Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried 
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações). 
9. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo 
de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de 
relações sintático-semânticas para o verbo assistir. 
1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado 
com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos 
com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, 
4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...) 
Philippe Ariès. História social da criança e da família. 
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações). 
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição 
antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que 
exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo 
submeter. 
11. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que 
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto. 
a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que 
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente 
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90% 
dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi 
alcançado às 19 h 30 min. 
b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração 
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que, 
“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por 
legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio 
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram 
 
 
 
 
 
 
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às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito 
de escolher os representantes”. 
(...) Para crescer mais e de maneira 
13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é 
que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso, 
carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos 
16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de 
cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade. 
Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio 
Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações) 
12. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A ausência da preposição de antes do 
complemento de “precisa” (l.13) indica que essa forma verbal está 
sendo usada em função de auxiliar, como em precisar construir. 
(...) Desde então, 
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão 
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e 
a necessidade de uma mudança nos comportamentos 
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de 
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender 
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 
13 sobre a Terra. 
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. 
In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). 
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo 
de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse 
sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência 
estabelecidas pelo padrão culto da linguagem. 
 
 
 
 
 
 
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1 O real não é constituído por coisas. Nossa 
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar 
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), 
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à 
nossa percepção e às nossas vivências. (...) 
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). 
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e 
a correção gramatical do

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