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AULA ESTUDO FAMILIA e VITIMOLOGIA 2015

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VITIMOLOGIA
VITIMOLOGIA: (1973)
 por Hans Von Hentig em Jerusalém
Proporciona um estudo técnico de determinação da participação da vítima e do agressor num feito criminoso – aqui entendido não apenas como um delito tipificado, mas qualquer feito considerado antissocial. Nesse contexto, a vitimologia é o estudo das causas determinantes (conscientes ou não) para que certas pessoas sejam vítimas de certos delitos e como o estilo de vida dessas pessoas implica em uma maior ou menor probabilidade de que elas sejam vítimas de um crime.
Ramo da Criminologia que se ocupa da vítima direta do crime.
Conceito de Vítima: Resolução da ONU 40/34, de 29 de novembro de 1985.
vítimas são pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido danos, inclusive lesões físicas ou mentais, sofrimento emocional, perda financeira ou prejuízo substancial dos direitos fundamentais, como consequência de ações ou omissões que violem legislação penal vigente nos Estados Membros, inclusive abuso de poder;
 Vítimas do abuso de poder: pessoas que sofreram danos físicos, mentais, etc. etc. etc., resultantes de “ações ou omissões que não chegam a constituir violações do direito penal nacional, porém violam normas internacionalmente reconhecidas relativas aos direitos humanos.”
DIFERENÇA ENTRE VITIMAÇÃO E VITIMIZAÇÃO:
Os significados são próximos e em certos contextos podem permutar. No entanto, os primeiros termos têm uma conotação de ação física, a ação de tornar algo ou alguém vítima matando-a, destruindo-a (a pessoa é assassinada, é morta por alguém que a vitimou; as colheitas são destruídas pela geada que as vitimou), enquanto os segundos têm uma conotação mais genérica, mais abrangente, referindo tanto a morte física, como o prejuízo material de alguém ou o prejuízo moral OU AINDA SE FAZER DE VÍTIMA.
INTERESSES DA VITIMOLOGIA:
Prevenção do delito: (policiamento, iluminação identificação e neutralização de pontos de vulnerabilidade);
Do comportamento do delinquente em relação a vitima;
Do comportamento da vítima em relação ao delinquente;
Da influência do comportamento da vítima para ocorrência do evento criminoso;
Dos fatores que levam a vítima a reagir ou não contra aquele ou aqueles que a vitimizaram ou, até mesmo, a acentuar essa relação de desequilíbrio ( idade, gênero, nível econômico e cultural da vítima e do autor).
TIPOLOGIA DA VITIMOLOGIA:
(Benjamin Mendelsohn )
Vitima completamente inocente: a ocorrência de uma fatalidade à qual a vítima não teria como se furtar (bala perdida, bolsa arrancada);
 Vítima menos culpada que o delinquente (imprudente): ela atrai o criminoso ao se comportar de maneira diferenciada chamando atenção para si (indivíduo que se expõe);
Vítima tão culpada quanto o delinquente: cidadão que se submete ao estelionato, compra objetos roubados, contrabandeados;
Vítima mais culpada que o delinquente: o assaltante invade a residência, porém encontra resistência e acaba morto pela vítima;
Vítima unicamente culpada: trata-se da falsa vítima,que “esconde” o carro para receber o dinheiro do seguro; que se machuca para demonstrar que foi agredida pelo cônjuge;
Vítima imaginária, quando a pessoa atua de boa-fé, mas crê, equivocadamente, ter sido vítima de um delito;
Vítima oculta: não foi encontrada; ( Marta González)
Vítima participante: participa ativamente da dinâmica criminal.
(Abdel Ezzat Fattah)
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES;
Vítima isolada ( vive em solidão colocando-se em risco);
Vítima por proximidade ( do autor do delito ou a área de maior incidência criminal);
Vítima com ânimo de lucro ( por cobiça, ludibriada por estelionatários);
Vítima sem valor (em função de seus aatos não aceitos, sofre agressões – estuprador);
Vítima pelo estado emocional ( por medo/ódio/vingança comentem o crime);
Vítima indefesa ( não processam o autor do delito – crimes nas ruas : não acreditam no sistema/sexuais: por vergonha/ violência doméstica: por chantagem);
Vítima reincidente ( já foi vítima de delito mas não toma cuidado);
Vítima propensa ( possuem tendência natural em se tornarem vítima pela personalidade deprimida, desenfreada, libertina ou aflita);
Síndrome de Estocolmo:
Estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. A síndrome de Estocolmo parte de uma necessidade, inicialmente inconsciente;
Recebe seu nome em referência ao famoso assalto do Kreditbanken em Estocolmo (23 a 28 de agosto de 1973).
 Nesse acontecimento, as vítimas continuavam a defender seus raptores mesmo depois dos seis dias de prisão física terem terminado e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram.
As vítimas começam por identificar-se emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e/ou violência. Pequenos gestos gentis por parte dos raptores são frequentemente amplificados porque, do ponto de vista do refém é muito difícil, senão impossível, ter uma visão clara da realidade nessas circunstâncias e conseguir mensurar o perigo real.
O complexo e dúbio comportamento de afetividade e ódio simultâneo junto aos raptores é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas.
Patrícia Abravanel: 7 dias em cativeiro (2001)
É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima.
 A identificação afetiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta a qual a pessoa está sendo submetida. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.
Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o fim da situação.
Loucas de Amor: mulheres que amam serial killers e criminosos sexuais. (Gilmar Rodrigues)
Carentes, de baixa auto-estima e que sofreram alguma espécie de abuso e abandono.;
Infantilizadas: cartas com desenhos, florzinhas e bichinhos.
 Muitas se consideram inferiores e ficam mais seguras de se aproximar de um homem que consideram também inferiores.
A exposição dos criminosos pela mídia os tornam atraentes, criam nessas mulheres a fantasia de que eles podem ser curados, ou então de que realmente são inocentes. 
Acreditam que sua carência será saciada, pois de dentro da cadeia seu parceiro não tem como as abandonar. 
Deixam de lado trabalho, família e amigos para poder visitar seu companheiro na cadeia. Lá dentro são tratadas “como rainhas”, nas palavras das próprias mulheres.
Para os maníacos a situação é conveniente porque eles ganham uma protetora dos seus interesses do lado de fora (cuidar de processo, levar presentes e comida, dar dinheiro);
“É possível concluir que a fama é um fator de atração externa; as outras coisas estão na personalidade das mulheres e do criminoso. Junta-se uma mulher com baixa autoestima e um sociopata com grande auto-confiança e poder de sedução que crescem com a fama, e temos o paradigma de um caso de um serial killer e estuprador e uma mulher.”
ESTUDO DA FAMÍLIA
REFLEXÕES....
O que é família?
Qual sua função?
A família acabou?
Como é a família atual?
A família está em crise?
INTRODUÇÃO:
Matriz mais importante do desenvolvimento humano e principal fonte de saúde de seus membros.
Profissionais das mais diversas áreas têm focalizado a família como objeto de estudo a partir da constatação de que ela desempenha papel fundamental no desenvolvimento e manutenção da saúde e no equilíbrio emocional de seus membros.
Cada família é única e tem seu conjunto próprio de saberes, práticas, modo de funcionamento interno.
Espaço físico e psicológico importante no processo de socialização e humanização.
NA FAMÍLIA:
Se conjugam
valore, crenças, conhecimentos e práticas;
Previne a saúde;
Trata a doença;
Compartilham sentimentos, solidariedade e reciprocidade;
A família se dá a partir da intimidade, respeito mútuo e amizade entre seus membros;
Tem no diálogo o método ideal de compartilhar experiências, conhecimentos e necessidades bem como expressar e treinar sua individualidade.
O termo família, é derivado de famulus (escravo doméstico) – foi uma expressão inventada pelos romanos que considerava a família como sendo o conjunto de escravos ou servos de uma mesma pessoa. Isso nos remete à compreensão da natureza possessiva das relações familiares entre os povos primitivos. Esse novo organismo caracteriza-se pela presença de um chefe que mantinha sob seu poder, a mulher, os filhos e um certo número de escravos, do poder de vida e morte sobre todos (pater familias).
Afirma Aries (1975) que, até o século XV, a família era“uma realidade moral e social, mas do que sentimental [...] A família quase não existia sentimentalmente entre os pobres, e, quando havia riqueza e ambição, o sentimento se inspirava no mesmo sentimento provocado pelas antigas relações de linhagem.
A instituição família consolidou-se na antiga aristocracia, não propriamente por laços afetivos, mas visando à questão econômica, ou seja, além do vínculo consanguíneo, a maior preocupação era a reprodução, a sobrevivência em um mundo hostil, a conservação dos bens, a prática comum de um ofício e para assegurar que o poder aquisitivo não saísse das mãos de seus membros.
TEORIA E HISTÓRIA DA FAMILIA
Estudos apontam que, originalmente, as famílias organizavam-se sob a forma matriarcal, consequência da vida nômade dos povos primitivos. Nessa época, os homens ainda desconheciam as técnicas do cultivo da terra, e precisavam sair em busca de alimento. As mulheres permaneciam com a prole, que crescia praticamente sob a influência exclusiva da genitora. Essa situação genuinamente prepondera a figura materna e, em certas sociedades matriarcais essas mulheres possuíam o direito de propriedade e certos privilégios políticos.
Segundo Morgan (apud OSÓRIO, 1996, p. 31), “havia originalmente uma promiscuidade absoluta, sem qualquer interdição para o intercurso sexual entre os seres humanos. Este teria sido o período da família consanguínea, estruturada a partir dos acasalamentos dentro de um mesmo grupo”.
Durante esse período, após a proibição do relacionamento sexual entre pais e filhos e entre irmãos, surgiu a família punaluana, também conhecida como família por grupo, onde os membros se uniam com componentes de grupos diferentes. Nesse contexto, os homens poderiam se casar somente com um elemento de outro grupo. 
Na família sindesmática ou de casal, a união acontecia entre casais que respeitavam o tabu do incesto, mas sem a obrigatoriedade do casamento intergrupos. Este tipo de família, encontrada entre os nômades, tinha como característica a convivência de vários casais no mesmo espaço e sob a autoridade matriarcal.
“ Desde os tempos pré-históricos a evolução da família consiste na redução do círculo conjugal que no início abarcava a tribo inteira”.
Da divisão das obrigações, oriunda do desenvolvimento da agricultura, teria originado a família patriarcal, criada sob a autoridade absoluta do patriarca ou “chefe da família” que, na maioria das vezes, vivia em um regime poligâmico, tendo as mulheres isoladas em determinados locais chamados de gineceus e haréns.
A família monogâmica, modelo da civilização do Ocidente, cujas origens encontram-se ligadas à ideia de posse ao longo do processo civilizatório, tinha como condição exigida para o reconhecimento dos filhos e transmissão hereditária da propriedade, a fidelidade. Esse modelo de família é predominante no mundo ocidental até os dias atuais.
INFLUÊNCIAS NA FAMÍLIA BRASILEIRA
Romana: (Paterpolista) – autoridade do chefe, submissão da esposa e filhos;
Medieval (Cristianismo): caráter sacramental;
Portugal ( Brasileira): sensibilidade, solidariedade, afetuosidade
ESTUDO PSICOSSOCIAL DA FAMÍLIA 
A Constituição Federal de 1988 representou um marco na evolução do conceito de família, ao corporificar o conceito de Lévy-Brul, de que o traço dominante da evolução da família é sua tendência a se tornar um grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais se funda na afeição mútua (GENOFRE, 1997).
 
(antes 1988) – Vigência do Código Civil de 1916
Até 1934 apenas o casamento civil era reconhecido.
A mulher => relativamente incapaz, passando a ser assistida pelo marido nos atos da vida civil.
Ao marido competia:
A chefia da sociedade conjugal;
Administrar o patrimônio familiar.
Autorizar a profissão da mulher.
As relações sem casamento eram moral, social e civilmente reprovadas. ( apenas o casamento civil era reconhecido)
Os filhos :
Legítimos =>concebidos na constância do casamento e os legalmente presumidos.
Ilegítimos => os que não procediam de justas núpcias, aqueles que não tinham sua filiação assegurada pela lei. – Naturais ( de casais sem impedimento matrimonial), Espúrios (adulterinos, incestuosos)
Três grandes alterações legislativas marcaram o meado do século XX:
1949 => permitiu-se o reconhecimento do filho havido fora do matrimônio desde que dissolvida a sociedade conjugal (exigência que se manteve até 1977).
1962 => Estatuto da Mulher Casada que promoveu a emancipação da mulher e a colocou na posição de colaboradora do marido.
		1- Deixava de ser relativamente incapaz.
		2- Passando a ter tratamento igualitário para a prática dos atos da vida civil (isonomia entre marido e mulher que viria a se consolidar plenamente em 1988).
1977 => Lei do Divórcio – indissolubilidade do casamento.
O Direito de Família após 1988.
Família não mais se origina apenas do casamento.
Duas novas entidades familiares passaram a ser reconhecidas:
1 - A constituída pela união estável;
2- A formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
A dissolução do casamento foi facilitada, diminuindo-se o prazo para um ano, se precedida de separação judicial, e para dois anos no caso de separação de fato.
QUANTO AOS FILHOS:
Garantidos foram aos filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, iguais direitos e qualificações, proibidas qualquer designações discriminatórias.
Dentre os membros da família ganharam tratamento próprio à criança e o adolescente, sendo dever da família, da sociedade e do Estado assegurar-lhes, com absoluta prioridade, os direitos especificamente enumerados na Constituição Federal.
A Constituição Federal de 1988:
A instituição familiar, idealizada pelo legislador de 1916, cede lugar a seus integrantes, igualados em direitos e obrigações.
O afeto => elemento identificador das entidades familiares levando ao surgimento da família eudemonista ( unida por laços afetivos, busca a felicidade individual de cada membro).
A preservação da liberdade de escolha e o direito de assumir os próprios desejos geraram a possibilidade de transitar de uma estrutura de vida para outra que pareça mais atrativa e gratificante. (Direito à Liberdade)
A proteção assegurada histórica e unicamente ao casamento passou a ser concedida à família.
Além do casamento foram reconhecidas outras entidades familiares, ainda que elencadas somente a união estável entre um homem e uma mulher e a comunidade dos pais com seus descendentes.
Uniões homoafetivas => vêm sendo reconhecidas pela jurisprudência como entidades familiares.
Segundo Paulo Luiz Lobo:
Norma de inclusão - o que não permite excluir COMO FAMÍLIA qualquer entidade que preencha os requisitos da afetividade,estabilidade e ostensividade.
No confronto entre a verdade biológica e a realidade vivencial, a jurisprudência passou a atentar ao melhor interesse de quem era disputado por mais de uma pessoa.
O prestígio à afetividade fez surgir uma nova figura jurídica, a filiação socioafetiva, que acabou se sobrepondo à realidade biológica.
A moderna doutrina não mais define o vínculo de parentesco
em função da identidade genética. A valiosa interação do direito com as ciências psicossociais ultrapassou os limites do direito normatizado e permitiu a investigação do justo buscando mais a realidade psíquica do que a verdade eleita pela lei.
A definição da paternidade está condicionada à identificação da posse do estado de filho, reconhecida como a relação afetiva, íntima e duradoura, em que uma criança é tratada como filho, por quem cumpre todos os deveres inerentes ao poder familiar: cria, ama, educa e protege.
Enquanto instituição, a família pode ser entendida como um conjunto de normas e regras, historicamente constituídas, que governam as relações de sangue, adoção, aliança, e determinam a filiação, os limites do parentesco, da herança e do casamento. O conjunto de regras e normas está contido nos costumes e na legislação, apresentadas no Código Civil.
Em seus diversos conceitos é comum observarmos que a família apresenta-se como uma estrutura social, uma construção humana que se consolida, transformando-se conforme a influência do meio social, sendo, portanto, historicamente construída.
Inicialmente a Igreja ditava as regras de como deveria ser a família, depois o Estado, veio a ciência e atualmente é a mídia.
Assim sendo, é importante ressaltar que a estrutura familiar varia conforme os momentos históricos, fatores sociopolíticos, econômicos, religiosos e culturais, estando o conceito de família associado ao contexto social no qual está inserido, ou seja, precisamos, antes de qualquer ação, definir de que família estamos falando, a época em que ela vive e a qual segmento pertence.
Família Contemporânea: Pluralista
A partir dos anos 60: aumento do número de divórcios, casamentos sucessivos e com parceiros distintos, casais com ou sem filhos, composta de pai/mãe + filho, produção independente, casais homossexuais, várias gerações juntas na mesma residência;
São os tipos alternativos de convivência;
Surgimento de novos modelos, novas relações entre os sexos ( mais igualdade, maior controle de natalidade).
A lógica do amor se impõe e os adultos estão a serviço das crianças; ênfase ao processo de individualização ( o elemento central não é mais o grupo mas os membros que a compõe) – as pessoas querem se relacionar sem perder a individualidade.
Era narcísica.
PROBLEMAS ATUAIS:
Muitas famílias têm vivido situações especiais de risco, com doenças, desemprego, conflitos conjugais intensos, envolvimento em atividades ilícitas e problemas com a polícia, dependência de drogas, distúrbios mentais, etc, que as tornam incapazes de articular minimamente os cuidados de seus membros, e por isso necessitando atenção diferenciada do Estado para garantir os direitos de cidadania das crianças, idosos e deficientes físicos ali presentes (VASCONCELOS, 1999).
				
 FUNÇÕES DA FAMÍLIA:
 biológicas, psicológicas e sociais 
A família funciona como agente educador. Exerce a função socializadora na transmissão da herança cultural e social repassando os usos da linguagem,costumes, valores e crenças,preparando a criança para o ingresso na sociedade.
A função biológica da família é de garantir a sobrevivência da espécie , principalmente com os recém-nascidos.
As funções psicossociais são essência, já que o alimento afetivo é o que faz o desenvolvimento do indivíduo psiquicamente saudável. São estas funções que, quando bem desempenhadas darão sustentabilidade e apoio aos indivíduos nos momentos de crise e anseios humanos. 
Quanto às funções sociais, não só podemos inferir a transmissão das questões culturais, como também a preparação para o exercício da cidadania.
Podemos dizer que, se os pais influenciam o comportamento do filho, este também interfere nas atitudes dos pais. Esse processo é chamado de retroalimentação.
PAPÉIS FAMILIARES:
Os papéis familiares diferem conforme a composição familiar, confundindo-se devido à realidade da estrutura familiar. Para um casal sem filhos os papéis familiares seriam tão somente os de marido e mulher. Já na família Nuclear seriam as de mãe-pai-irmãos e filhos. Na família extensa, há necessidade de incluir o papel dos avós, tios e demais agregados que dividem o mesmo teto. Deve-se citar ainda, , na atualidade, as uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Na visão contemporânea, houve uma transformação desses papéis, e, em alguns casos, uma inversão. O papel conjugal baseia-se hoje na interdependência das partes do casal, pautado na essência da sobrevivência das pessoas. São os atos de complementaridade, cooperação, reciprocidade e compartilhamento de tarefas e sentimentos que delimitam o papel conjugal, seja entre acordos verbais ou não.
PAPEL PARENTAL:
O papel feminino apesar das diversas transformações ainda mantém uma das principais funções: o de gerar a vida. Porém, quanto às tarefas nutricionais, de proteção e educação muito houve de absorção do papel paternal e pela pessoa remunerada para, na ausência da mãe, desempenhar o papel materno.
DIREITO DA FAMÍLIA:
O moderno Direito de Família é regido pelos seguintes princípios: 
o princípio da ratio do matrimônio em que os sentimentos entre os cônjuges e a comunhão entre eles é essencial ao matrimônio para que este se mantenha, sendo, desta forma, o fundamento básico do casamento e da vida conjugal; 
o princípio da igualdade jurídica dos cônjuges em que há o desaparecimento do poder marital como detentor do saber e poder, sendo substituído pela igualdade entre os cônjuges , cujas decisões são tomadas em acordo, colocando, desta forma, a mulher como assessora e auxiliadora do homem, modificando sua postura de subordinação e,
 o princípio da igualdade jurídica de todos os filhos, ou seja, não se distingue a filiação como legítima ou natural, não há diferença entre os filhos quanto ao pátrio poder, nome e sucessão; os filhos ilegítimos são reconhecidos, tornando-se proibido revelar a ilegitimidade ao nascimento.
A Psicologia Jurídica e o Direito da Família
As duas atuações de destaque da psicologia jurídica no direito de família são a perícia psicológica e a de assistente técnico. 
A perícia psicológica é importante para a compreensão da dinâmica e da comunicação familiar ( explícita e oculta). O psicólogo perito deve ser imparcial e neutro para escutar as mensagens conscientes e inconscientes do grupo familiar e através de procedimentos específicos fornecer subsídios à decisão judicial, apresentando sugestões, com enfoques psicológicos que possam amenizar o desgaste emocional das envolvidos, e principalmente preservar a integridade física e psicológica dos filhos menores.
O assistente técnico é um psicólogo autônomo contratado pela parte para reforçar sua argumentação no processo e complementar o estudo psicológico feito pelo perito. É como um consultor da parte, mas seu trabalho deve sempre atender aos princípios da ética profissional à qual está sujeito, e não deve limitar a uma visão parcial. Precisa, para resguardar a qualidade de seu trabalho, obter informações acerca da dinâmica familiar completa, e assim fornecer subsídios à decisão judicial que, a principio são favoráveis ao seu cliente, mas servem também para compreender o contexto familiar integral e identificar as reais necessidades dos membros da família.
Nos casos de processos de família, como a separação conjugal, disputa de guarda dos filhos, regulamentação de visitas e outros, os psicólogos são nomeados peritos pelos Juízes, são encarregados de fazer avaliações psicológicas de todas as pessoas que compõem o caso a ser julgado, utilizam-se, também de entrevistas, técnicas de exame e investigação, de acordo com a natureza e gravidade do caso. Elaboram um laudo pericial com um parecer indicativo ou conclusivo. Esse laudo oferece ao Juiz elementos do ponto de vista psicológico, para que ele possa decidir o processo com novas bases de conhecimento além do Direito.

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