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Direito contratual

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Direito Contratual Prof Tartuce
12.08.2009
Direito Contratual
conceito de contrato clássico e contemporâneo 
Clássico: contrato é o negocio jurídico bilateral ou plurilateral, que visa a criação a modificação ou a extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial conceito retirado do art 1321 CC Italiano.Na doutrina Brasileira esse conceito é seguido por exemplo por Orlando Gomes e Álvaro Villaça Azevedo.
Todo contrato é negocio jurídico, mas nem todo negocio jurídico é contrato. O contrato é negocio jurídico inter vivos, não se confundindo com negócios jurídicos mortis causa (exemplo: testamento) essa diferença consta do art 426 do CC, pelo qual não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. (vedação do pacto sucessório ou pacta corvina)
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
motivo de nulidade absoluta.
O contrato é negocio jurídico pelo menos bilateral, pois envolve duas pessoas ou duas vontades. Todo contrato sem exceção tem essa característica, o que não se confunde com a idéia de contrato unilateral.
Por envolver pelo menos duas vontades , o contrato exige a alteridade (alter duas pessoas), sendo vedada a auto contratação, porem surge duvida em relação ao artigo 117 do CC, 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
O art 117 trata do mandato em causa própria (com clausula in rem propriam ou in rem suam) exemplo: alguém outorga poderes para outra pessoa vender imóvel, constando autorização para que o próprio mandatário compre o imóvel,. 
No mandato em causa própria há uma auto contratação perfeita que quebra totalmente com a alteridade---
Não, pois o mandatário continua agindo em nome do mandante, sendo o ultimo o vendedor do imóvel, residindo nesse ponto a alteridade.
	Esquematizando : 
Mandante 			(outorgou poderes para o mandatario par vender imóvel)
								Mandatário (autorização compre
A idéia clássica de contrato esta relacionada a um conteúdo patrimonial, portanto por esta construção casamento não é contrato, pois o seu conteúdo é mais que patrimonial, visando a uma comunhão plena de vida. art 1511 CC 
Art. 1511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Conceito contemporâneo
Conceito : o contrato é uma relação intersubjetiva(entre pessoas), baseada no solidarismo constitucional e que traz efeitos existenciais e patrimoniais não somente em relação as partes contratantes, mas também em relação a terceiros. (Paulo Nalin)
O conceito de Nalin é importante pelos seguintes aspectos: 
1) preocupação constitucional ( direito civil constitucional) pois o contrato está fundado no principio da solidariedade social, art 3 inc I Constituição Federal
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Isso esta em sintonia com os institutos civis a partir dos princípios constitucionais e com o reconhecimento de que as normas constitucionais, que protegem a pessao humana tenha aplicação imediata nas relações entre particulares art 5 paragrafo 1 da CF (eficácia horizontal dos direitos fundamentais)
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Exemplo: O STF aboliu do sistema a possibilidade de prisão civil de qq depositário havendo deposito convencional atípico, (alienação fiduciária em garantia) ou judicial (Info 531 STF dez\2008)
O contrato pode gerar efeitos existenciais de personalidade relativos a dignidade da pessoa humana( art 1º inc III da Constituição Federal)
art 1º inc III - a dignidade da pessoa humana;
Assim o contrato não pode prejudicar tais valores inerentes a proteção da pessoa humana,esse é um dos aspectos da eficácia interna (entre as partes) da função social do contrato EM 23 CJF\STJ
Exemplo: È nula a clausula de não engravidar, constante em contratação de uma executiva por uma empresa (Canotilho).
Essa clausula é nula, por lesão a dignidade e a função social do contrato, havendo ilicitude do objeto ( art 1 inc III da CF, art 421 CC, art 187 CC, 166 inc II do CC
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
3) O contrato pode gerar efeitos perante terceiros, ou condutas de terceiros podem repercutir no contrato , o que se denomina eficácia externa da função social do contrato, ou tutela externa do credito (EM 21CJF\STJ).
Exemplo: art 608 CC 
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.
aquele que aliciar (Brahma) pessoas ( Zeca Pagodinho) obrigadas por contrato escrito será condenado a prestar serviços a outrem (Nova Schin), pagará a este 2 anos a prestação de serviços.
Ver sentenças no site www. flaviotartuce.adv. com.br 
No caso a Brahma deve responder perante a nova schin por desrespeitar a existência do contrato e a sua função social. teoria do terceiro cúmplice segundo (Antonio Junqueira de Azevedo)
2) Elementos Constitutivos do Contrato 
Escada Ponteana 
Como todo contrato é negocio juridico os elementos estruturais do primeiro, são os mesmo do 2º (parte geral do CC). Alem disso o contrato tem elementos naturais ou identificadores que o diferenciam dos demais institutos (categorias jurídicas) Exemplos preço na compra e venda e aluguel na locação, 
Qto ao negocio jurídico , Pontes de Miranda , fez a sua divisão em três planos , primeiro plano:
plano da existência , 
segundo plano da validade, 
plano da eficácia.
Essa divisão gera o esquema gráfico escada Ponteana conforme desenho a seguir :
art 2035 							norma do momento dos efeitos 
								plano da eficácia 
						plano da validade
					(EMBUTIDO)
plano da existência 
O esquema é perfeitamente lógico , pois para que o contrato gere efeitos deve existir e ser valido; para que seja valido deve existir.
Entretanto é possível que o contrato exista, seja invalido, e esteja gerando efeitos. Exemplo contrato anulável antes da propositura da ação anulatória e do reconhecimento da anulação por sentença.
Alias se a ação anulatória não for proposta no prazo decadencial previsto em lei, o contrato será convalidado. Por meio da convalidação o negocio invalido se transforma em valido. Art 170 o negocio nulo pode ser convertido em valido.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
A) plano da existência 
nesse plano estão os elementos mínimos contratuais, os seus pressupostos de existência que formam o suporte fático (mínimo do mínimo), são substantivos sem adjetivos : 
Partes,
vontade,
objeto e 
forma.
Se o contrato não apresentar tais pressupostos será inexistente (‘um nada para o direito’).
 O código civil de 2002 a exemplo do anterior não adotou de forma expressa e destacada o plano da existência que esta embutido entre aspas no da validade.(art 104 CC)
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei
Por isso dizia Silvio Rodrigues que a teoriada inexistência seria inútil, inconveniente e inexata , já que as questões são resolvidas no plano da validade, porem vários autores são adeptos da teoria da inexistência (Caio Mario, Antonio Junqueira de Azevedo, Villaça, Venosa, Pablo e Pamplona e Simão).
b) Plano da validade
Nesse plano o substantivos recebem adjetivos, surgindo os requisitos de validades nos ternos do art 104 do CC, 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei
Partes capazes, 
vontade livre (sem vícios)
objeto licito, determinado, determinável 
forma prescrita ou não defesa em lei (exemplo escritura publica)
Se o contrato apresentar vicio ou problema em relação a tais requisitos será invalido, ou seja, nulo (166 167 CC) anulável (art 171) parte geral 
C) Plano da eficácia 
Nesse plano estão as conseqüências contratuais , ou seja, os seus efeitos práticos caso dos seguintes elementos:
condição : evento futuro e incerto, se\enquanto 
suspensiva\resolutiva
termo evento futuro e certo , qdo Dou-lhe uma renda qdo seu pai morrer
encargo ou modo , que é um ônus mais liberalidade , para que\com o fim de
13.08.2009
4) Regras de inadimplemento (resolução) 
Caso dos seguintes elementos:Juros ,da clausula penal e das perdas e danos.
Resilição (extinção do contrato pelo exercício de um direito potestativo).
Registro Imobiliário : plano da eficácia 
Tradição que é a entrega da coisa em regra.
Como exceção nos contratos reais a entrega da coisa esta no plano da validade.
Os contratos reais são aqueles que tem aperfeiçoamento coma entrega da coisa, exemplo: comodato (empréstimo de bem infungível insubstituível), mútuo (empréstimo de bem fungível) e deposito (sessão para a guarda).
Em regra o contrato real é unilateral, pois após a entrega da coisa somente haverá deveres para aquele que a recebeu, de devolver a coisa, exceção deposito oneroso.
OBSERVAÇÂO: a escada ponteana e o direito intertemporal art 2035 caput do CC
Art. 2035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Por esse dispositivo qto ao plano da validade deve ser aplicada a norma do momento da celebração, (da constituição do ato), (mais plano da existência). Já qto ao plano da eficácia deve ser aplicada a norma do momento da produção dos efeitos, salvo se as partes preverem outra forma de execução.
Exemplos: 
Juros estão no plano da eficácia , tendo o inicio a mora do devedor ainda na vigência do Cc 16, são devidos juros de mora de 6% ao ano, ate 10 de janeiro de 2003. A partir de 11 de janeiro de 2003, passa a incidir a regra do art 406 do CC 02 segundo entendimento majoritário é de 12% ao ano. EN 164 CJF\STJ. amplamente aplicado na jurispurdencia STJ AG REG AG 714.587\RS
Multa , clausula penal , plano da eficácia , O artigo 413do CC 02 preve a redução eqüitativa da clausula penal como um dever do magistrado, se a obrigação tiver sido cumprida em parte, ou se a multa for exagerada.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Esse dispositivo pode ser aplicado a um contrato celebrado na vigência do cc 16, desde que o inadimplemento ocorra na vigência do cc 02. (plano da eficácia).
Art 997 Cc 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Esse dispositivo proíbe que marido e mulher casados pelos regimes da comunhão universal e da separação obrigatória celebrem contrato de sociedade (plano da validade), Essa proibição não existia na legislação anterior. Segundo entendimento majoritário essa proibição so atinge a sociedades constituídas após a entrada em vigor do CC 2002 (EN 204 SJS\STJ parecer 125\2003 DNRC).
As sociedades anteriores tem direito adquirido (art 5 inc XXXVI Constituição Federal), não se aplica o art 2031.
Principais classificações dos contratos
Buscar a classificação do contrato significa investigar a sua natureza jurídica, de acordo com os diversos critérios legais e doutrinários (categorização jurídica).
3.1) Quanto aos direitos e deveres das partes ou quanto ao sinalagma
A) contrato unilateral
Aquele que traz deveres para apenas uma das partes, tendo a outra somente direitos. Exemplos: doação em regra, comodato, mutuo e deposito.
B) contrato bilateral ou sinalagmatico 
Aquele que traz direitos e deveres para ambas as partes e de forma proporcional. Exemplos: compra e venda, locação e prestação de serviços. 
Esses contratos apresentam sinalagma conforme esquema a seguir:
credora de direitos						devedor dever
P1									P2
devedora							credora
dever 								direitos
O sinalagma tem um ponto de equilíbrio, que forma a base objetiva do contrato ou negocio jurídico (autor Kaul Larenz), o rompimento do sinalagma ou a sua quebra , significa que o contrato ficou desequilibrado, o que se denomina onerosidade excessiva.(efeito gangorra) 
c)contrato plurilateral 
È aquele que traz direitos e deveres para varias partes ao mesmo tempo. exemplos: contrato de consorcio , e seguro de vida em grupo.
OBSERVAÇÂO a classificação acima envolve o contrato e os deveres das partes, não se confundindo com a classificação do negocio jurídico, em unilateral, bilateral e plurilateral, relativa a presença das partes.
Todo contrato é negocio jurídico pelo menos bilateral.
Exemplo doação : doaçoa é negocio jurídico bilateral e contrato unilateral.
3.2 quanto ao sacrifício patrimonial das partes 
A) contrato gratuito ou benéfico ou benévolo , traz sacrifício patrimonial para apenas uma das partes . Exemplos > doação pura, comodato e mutuo em regra.
B) contrato oneroso : aquele que envolve sacrifício patrimonial de ambas as partes.(prestação mais contraprestação). exemplo: compra e venda, locação e prestação de serviços.
OBSERVAÇÂO: pela estrutura dos contratos em regra o contrato unilateral é gratuito e o bilateral é oneroso. Mas há exceções exemplo mutuo feneratício, empréstimo de dinheiro a juros, contrato unilateral e oneroso.
OBSERVAÇÂO: é a regra do art 114 CC
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
3.3 Classificação quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato
A) contrato consensual 
Aquele que tem aperfeiçoamento com a manifestação de vontade das partes, validade e existência.
Exemplos : compra e venda 482, locação e prestação de serviços 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
B) contrato real :
Tem aperfeiçoamento qto a existência e a validade com a entrega da coisa, (tradição). exemplo: comodato, mutuo e deposito 
OBSERVAÇÂO: em regra o contrato real é unilateral, pois após a entrega, qdo o contrato é aperfeiçoado somente aquele que recebeu terá deveres.
3.4) quanto aos riscos que envolvem a prestação
A) contrato comutativo 
É aquele em que as partes já sabem quais são as prestações. Não sendo o risco ou alhea um fator determinante do negocio . Exemplo compra e venda em regra.
B) contrato alheatório 
O elemento risco, alhea ou sorte, é fator determinante do contrato. exemplos compra e venda como exceção e seguro na visão majoritária dos civilistas,entretanto entre os autores de direito empresarial caso de Fabio Ulhoa Coelho, tem crescido a tese de que o contrato é comutativo, pois por cálculos matemáticos complexos, o risco pode ser determinado, havendo uma obrigação de garantia.
19.08.2009
A) contrato alheatório emptio spei
Quando o risco se refere a própria existência da coisa e a sua quantidade, ou seja, a coisa pode não existir. O risco é maior pois mesmo a coisa não existindo o valor do contrato deve ser pago.
B) contrato alheatório emptio rei speratae
O risco somente se refere a quantidade da coisa, sendo fixado um mínimo como conteúdo do contrato. O risco nesse caso é menor pois a coisa é esperada em um mínimo.
3.5) classificação quanto a previsão legal
3.5.1) contrato típico 
È aquele que tem uma previsão legal mínima, visando a sua regulamentação, seja no código civil ou em lei especial. Exemplos: compra e venda, doação, locação, prestação de serviço, empreitada, comissão, agencia e distribuição, transporte, seguro, mandato, etc.
3.5.2) contrato atípico 
Aquele que não tem uma previsão legal mínima , sendo licita a sua estipulação desde que observados os parâmetros do código Civil. art 425 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Alguns autores afirmam que a expressão contratos nominados é sinônimo de contratos típicos; enquanto que o termo contratos inominados é igual a contratos atípicos.
Entretanto como aponta Álvaro Villaça as expressões não são iguais. Os termos contrato nominado e inominado, devem ser utilizados qdo nome do contrato consta ou não da lei (nomem iuris), se o nome do contrato não constar da lei é inominado.
Já as expressões contrato típico e atípico estão relacionadas a uma previsão legal mínima, portanto é possível que o contrato seja nominado e atípico. Exemplo contrato de garagem ou estacionamento. O nome do contrato consta do art 1 da lei 8245\91(inquilinato), entretanto não há qq outra previsão legal só fala o nome do contrato, esse contrato é nominado mas atípico.
Álvaro Villaça concebeu a teoria geral dos contratos atípicos, que podem ser assim classificados:
Contratos atípicos podem ser de duas ordem principais:
Contratos atípicos singulares: formas totalmente novas. Exemplo : uma nova garantia contratual (licita).
Contratos atípicos mistos: soma de elementos de outros contratos, elementos de um contrato típico mais típico; aluguel de garagem ou estacionamento. (garagem mais locação)
contrato típico mais atípico:compra e venda pela internet (compra e venda mais digital).
contrato atípico com elementos de outro contrato atípico: nova garantia contratual pela internet .
3.6) Classificação quanto as formalidades
Alguns autores afirmam que forma e solenidade são expressões sinônimas (qualquer formalidade) MHD, porem outros autores apontam que há diferenças (Venosa), para esse autor forma é gênero, solenidade é espécie. Forma é qualquer formalidade, exemplo forma escrita; solenidade é ato publico exemplo escritura publica.
Em regra os são informais e não solenes, art 107 CC principio da liberdade das formas, porem podem as partes convencionar que o ato é formal ou solene.(109 CC). compra e venda de Imóvel cujo valor seja maior do salário mínimo, precisa apenas de Instrumento particular pra registrar. 108 CC 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Enunciado CJF nº 289 - O valor de 30 salários mínimos constante no art. 108 do Código Civil brasileiro, em referência à forma pública ou particular dos negócios jurídicos que envolvam bens imóveis, é o atribuído pelas partes contratantes e não qualquer outro valor arbitrado pela Administração Pública com finalidade tributária.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
O art 108 do Cc exige escritura publica, somente para a transmissão de imóvel com valor superior a 30 salários mínimos.
Portanto o contrato pode assumir as seguintes modalidades:
A) contrato formal: exige qq formalidade, seja forma escrita ou escritura publica, Exemplo fiança que exige forma escrita art 819 CC
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
B) contrato informal: não exige qq formalidade ou solenidade . exemplo: prestação de serviço.
C) contrato solene: é aquele que exige escritura publica . exemplo: compra e venda de imóvel com valor superior a 30 salários mínimos. Se é solene é formal tb
D) contrato não solene: contrato que não exige escritura publica, que ate pode ser forma, por exigir forma escrita. Exemplo fiança, compra e venda de imóvel com valor igual ou inferior a 30 salários mínimos.
3.7) Classificação quanto a negociação do conteúdo do contrato pelas partes
A) contrato paritário: aquele cujo o conteúdo é plenamente negociado e estipulado pelas partes. Esse contrato é exceção no meio social, diante do fenômeno da massificação contratual.
B) contrato de adesão aquele em que o estipulante impõe o conteúdo do negocio, parcial ou totalmente restando a outra parte o aderente, duas opções: aceitar ou não.
Constitui regra no meio social, pois vivemos o império dos contratos modelo, ou standart (modernizados) doutrinador Enzo Roppo.
O contrato de adesão mencionado nos artigos 423 e 424 do CC, não se confunde com contrato de consumo. Na pratica muitas vezes o contrato de adesão é de consumo, e vice versa, mas não necessariamente.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Anotação: Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF 
Enunciado nº 167: - Com o advento do Código Civil de 2002, houve forte aproximação principiológica entre esse Código e o Código de Defesa do Consumidor, no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.
Anotação: Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF 
Enunciado nº 171: - O contrato de adesão, mencionado nos arts. 423 e 424 do novo Código Civil, não se confunde com o contrato de consumo.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Anotação: Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF 
Enunciado nº 167: - Com o advento do Código Civil de 2002, houve forte aproximação principiológica entre esse Código e o Código de Defesa do Consumidor, no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.
Anotação: Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF 
Enunciado nº 172: - As cláusulas abusivas não ocorrem exclusivamente nas relações jurídicas de consumo. Dessa forma, é possível a identificação de cláusulas abusivas em contratos civis comuns, como, por exemplo, aquela estampada no art. 424 do Código Civil de 2002.
Anotação: Enunciado Aprovado na IV Jornada de Direito Civil
Enunciado CJF nº 364: No contrato de fiança é nula a cláusula de renúncia antecipada ao benefício de ordem quando inserida em contrato de adesão
Contrato de consumo: (art 2 e 3 do CDC), contrato pelo qual um profissional que desenvolve atividade , fornece produto ou presta serviço a um destinatário final fático e econômico, denominado consumidor, mediante remuneração direta ou vantagens indiretas. (teoria finalista)
Destinatário final fático significa que o consumidor é o ultimo da cadeia de consumo, destinatário finaleconômico quer dizer que o consumidor não utiliza o produto ou serviço para lucro ou repasse. Essa é a essência da teoria finalista adotada pelo CDC.
O STJ também adora a Teoria maximalista, que mitiga a teoria finalista em casos de patente vulnerabilidade (taxista ou caminhoneiro): exemplo : RESP 231.208\PE, o taxista que adquire veiculo para sua atividade é consumidor (pq ele é fraco), RESP 716.877\SP, o caminhoneiro que adquire o caminha para sua atividade produtiva é consumidor.
Então é perfeitamente possível que o contrato seja de adesão sem ser de consumo. Exemplo; franquia ou franchising. 
A grande novidade do código de 2002 é que ele protege o aderente nos art 423 e 424 
Art 423: se no contrato de adesão estiverem presentes clausulas ambíguas ou contraditórias, será adotada a interpretação pro aderente. Esse dispositivo segue o exemplo do art 47 do CDC, que prevê a interpretação pro consumidor. (Claudia Lima Marques - direito consumidor)
Art 424 : nos contratos de adesão serão nulas de pleno direito, as clausulas que implicam na renuncia antecipada do aderente a um direito resultante da natureza do negocio. (clausula geral). O dispositivo segue o exemplo art 51 cdc que prevê um rol exemplificativos clausulas abusivas (que são nulas).
Exemplos
1) nos contratos de guarda em que a segurança é essencial, é nula a clausula de não indenizar, sendo o contrato de adesão. è o caso do contrato de estacionamento. Sumula 130 STJ 
SÚMULA STJ Nº 130 - A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. (DJ 04.04.1995 p. 8294)
art 1219 CC renuncia de benfeitorias locatário 
2) fiador em regra não é devedor solidário pq, pois tem a seu favor o benéfico de ordem art 827 CC, porem ele pode renunciar ao beneficio de ordem art 828. Se essa renuncia ao benéfico de ordem constar em contrato de adesão será nula.
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:
I - se ele o renunciou expressamente;
II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III - se o devedor for insolvente, ou falido
OBSERVAÇÂO: Orlando Gomes na década de 70 diferenciava o contrato de adesão do contrato por adesão, afirmando que no contrato de adesão haveria um monopólio, e não contrato por adesão não. 
A diferenciação não pode ser mais utilizada pois os monopólios são raros, o que tornaria sem efeito a aplicação do Código Civil, que utiliza o termo contrato de adesão. Atualmente as expressões são tidas como sinônimas. (viola a função social do contrato).
3.8)Classificação quanto a independência 
Conceito de contratos coligados 
A) contrato principal: aquele que não depende de qq outro quanto: a existência, validade ou eficácia . Exemplo de locação em regra:
B) contrato acessório : é aquele que depende de um outro em relação a existência , a validade ou a eficácia, exemplo contrato de fiança. 
OBSERVAÇÃO pelo principio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal), tudo que acontece no contrato principal repercute no acessório, caso da nulidade, da anulabilidade e da prescrição. art 184 CC , porém a recíproca não é verdadeira.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
20.08.2009
OBSERVAÇÂO :Conceito de contratos coligados 
São contratos que mantém certa independência no plano da existência, mas que estão interligados por uma razão fática ou jurídica na validade ou na eficácia (contratos conexos, grupos de contratos, ou redes contratuais). Exemplos: incorporação imobiliária, contrato de plano de saúde e contratos eletrônicos.
Na coligação contratual muitas vezes é possível identificar o contrato principal (contrato líder) e os contratos acessórios. 
Exemplo: 
julgado de STJ Conflito de Competência 34504 SP , Contrato de trabalho de julgador de futebol com clube conectado com uso de imagem. O contrato principal e o de trabalho e portanto a competência pra apreciar a conexão será da justiça do Trabalho 
2) contrato de fornecimento de combustíveis coligado com comodato de equipamentos, celebrado entre distribuidora de combustíveis e posto revendedor. O contrato principal é o de fornecimento de combustíveis. 
3.9 Classificação quanto ao momento de cumprimento de contrato
A) contrato instantâneo 
Aquele de execução imediata Exemplo: compra e venda a vista.
b) contrato de execução diferida 
O cumprimento ocorre de uma vez só no futuro. Exemplo: pagamento com cheque pré datado ou pós datado.
c)contrato de execução continuada
O cumprimento ocorre de forma periódica no tempo (contrato de trato sucessivo). Exemplo: contratos de financiamento em geral.
3.10) classificação quanto a pessoalidade
A) contrato pessoal personalíssimo ou intuito personae
Aquele em que a pessoa do contratante é essencial ao negocio, sendo a obrigação insubstituível. Geralmente o contrato pessoal é baseado na fidúcia (confiança), exemplo fiança e deposito.
Os contratos personalíssimos são extintos pela morte do contratante o que se denomina cessação contratual (Orlando Gomes).
B) chamado contrato impessoal
Aquele em que a figura do contratante não é essencial ao negocio , exemplo compra e venda.
3.11 Classificação quanto a definitividade
A) Contrato definitivo
Aquele que não depende de qq outro quanto ao tempo no futuro, exemplo : compra e venda em regra.
B) contrato preliminar 
Aquele que depende de um outro que ainda será celebrado no futuro, tido como definitivo. art 462 a 466 CC (contrato preliminar de compra e venda de bem móvel ou imóvel) 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2º Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
A transferência da coisa móvel, se dá pela simples entrega da mesma, desde que feita pelo proprietário da coisa.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
Via de regra a coisa vendida deve ser entregue no lugar e ao tempo onde se encontrava, podendo as partes convencionarem de forma diversa. Ocorrendo a última hipótese, o comprador assume a responsabilidade pelo transporte da coisa.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Anotação: Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF 
Enunciado nº 177: - Por erro de tramitação, que retirou a segunda hipótese de anulação de venda entre parentes (venda de descendente para ascendente), deve ser desconsiderada a expressão"em ambos os casos", no parágrafo único do art. 496.
Enunciado CJF nº 368: O prazo para anular venda de ascendente para descendente é decadencial de dois anos (art. 179 do Código Civil).
Enunciado CJF nº 368: O prazo para anular venda de ascendente para descendente é decadencial de dois anos (art. 179 do Código Civil).
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
4) Princípios contratuais do Código de 2002.
O Enunciado 167 CJF dispõe que:
Com o advento do cc 2002, houve forte aproximação principiológica entre esse código e o CDC, eis que ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.
Essa aproximação principiológica se deu pelos princípios sociais contratuais:
Autonomia privada;
boa fé objetiva ;
função social do contrato.
O enunciado também traz com conteúdo a teoria do dialogo das fontes, de EriK Jayme, foi trazido ao Brasil por Claudia Lima Marques, por essa teoria deve-se buscar um sentido de complementabilidade entre o CC e o CDC que não se excluem, mas dialogam. Assim esta superada a idéia de que o CDC é o micro sistema fechado e auto suficiente.
Assim não se pode mais afirmar que havendo contrato civil será aplicado somente o CC e não o CDC. E que havendo contrato de consumo será aplicado apenas o CDC e não o CC.
Muitas vezes a aplicação do código civil será melhor ao consumidor do que a própria aplicação do CDC (dialogo de coerência). Exemplo: acidente da GOL, pelas provas apresentadas ate o momento há culpa exclusiva de terceiro (pilotos do Legacy), pelo CDC a GOL não responderia pois a culpa exclusiva de terceiro exclui a sua responsabilidade (art 14 paragrafo 3 CDC ), pelo código civil a Gol responde, pois culpa exclusiva de terceiro não é excludente de responsabilidade no transporte de pessoas. (dialogo das fontes permite a pesca de artigos mais benéficos_
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Mais o principal dialogo é o de complementabilidade no sentido de que uma norma completa a outra, e ate ambas podem ser aplicadas ao mesmo tempo.
Exemplo:
1) compra e venda de consumo , as regras básicas estão previstas no código civil (art 481 a 532), devendo ser aplicadas a luz da principiologia do CDC. 
2) Se o contrato for de consumo e de adesão ao mesmo tempo o que é comum, é possível aplicar a proteção contratual do consumidor (CDC) e a proteção contratual do aderente (423e 424 CC). È o que ocorre por exemplo: no transporte e no seguro.
São princípios contratuais do CC 2002:
1) principio da autonomia privada
Esse principio substituiu a antiga autonomia da vontade, pelas seguintes razoes :
”autonomia não é da vontade, mas da pessoa” (Diez Picazo e Gullon).
tendência de personalização do direito civil, e de uma despatrimonialização (importância da pessoa humana)
2) chamado dirigismo contratual 
Muitas vezes o conteúdo do contrato é imposto pela lei ou pelo Estado, o que mitiga a vontade. Exemplo: CLT, CDC, CC, 424 clausulas abusivas.
3) prevalece no mercado os contratos de adesão ou standart (Enzo Roppo) havendo uma verdadeira crise da vontade, por sua constante mitigação.
Autonomia privada é o direito que a pessoa tem de regulamentar os próprios interesses e que decorre dos princípios constitucionais da liberdade e da dignidade humana. (Francisco Amaral e Daniel Sarmento).
Pela proteção constitucional da liberdade as normas que restringem a autonomia privada não admitem analogia ou interpretação extensiva!
Um pai quer hipotecar um imóvel a favor de um filho. Para tanto haverá necessidade de autorização dos demais filhos---
Não, pois o art 486 cc que trata de venda de ascendente para descendente não se aplica por analogia a hipoteca. 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
O art 496 do CC é norma restritiva da autonomia privada (doutrina Nesse sentido Venosa. MHD, Carlos R Gonçalves)
27.08.2009
4.2 Principio da função social do contrato
Principio contratual de ordem publica, (art 2035 p.u.CC), pelo qual o contrato deve ser necessariamente interpretado e visualizado de acordo com o contexto da sociedade.
Art. 2035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
O principal intuito ou finalidade da função social do contato, é a mitigação da sua força obrigatório do contrato (pacta sun servanda).
A função social do contrato tem o sentido de libertação contratual.
Segundo Orlando Gomes função social quer dizer finalidade coletiva.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Segundo apontam Antonio Junqueira de Azevedo e Álvaro Villaça Azevedo, o dispositivo tem dois erros técnicos, que possivelmente serão corrigidos pelo PL 276\2007.
Dois erros do art 421 CC :
1) o dispositivo fala em liberdade de contratar que é a liberdade para celebrar contrato com qq um que seja, e que em regra é ilimitada, o certo seria falar em liberdade contratual, aquela relacionada ao conteúdo essa sim limitada pela função social.
2) função social não é razão do contrato, mas limite, a razão do contrato é autonomia privada.
Segundo entendimento majoritário da doutrina a função social do contrato tem tanto eficácia interna, (entre as partes contratantes) qto eficácia externa (para alem das partes contratantes).
A) eficácia interna da função social do contrato: foi reconhecida 360 CJF\STJ
Enunciado CJF nº 360: O princípio da função social dos contratos também pode ter eficácia interna entre as partes contratantes.
A1) proteção do vulnerável contratual: a CLT protege o trabalhador , o CDc protege o consumidor, e o CC protege o aderente. art 423 e 424CC.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
A2) A vedação da onerosidade excessiva ou desequilíbrio contratual, o que pode gerar anulação a revisão ou a resolução do contrato. arts 156, 157, 317, 413, 478.
A3) Nulidade de clausulas abusivas tidas como antissociais: arts 421, 187, 166 inc II CC. Sumula 302 STJ.
SÚMULA STJ Nº 302 - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
A4) proteção dos direitos da personalidade no contrato: EN 23 CJF – proteção da dignidade humana, caso francês arremesso de anão.
Enunciado nº 23: - a função social do contrato prevista no art. 421 do novo Código Civil não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio, quando presentes interesses meta-individuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
A5) Tendência de conservação contratual: sendo a extinçao docontrato a ultima medida EM 22 CJF.
Enunciado 22 CJF/STJ - Art.421 a função social do contrato prevista no art. 421 do novo Código Civil constitui cláusula geral, que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas.
Eficácia externa da função social do contrato.
Enunciado 24, do CJF/STJ.
Enunciado 24 CJF/STJ - Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.
São seus aspectos:
a) tutela externa do crédito: o que mitiga a relatividade dos efeitos contratuais. Por exemplo, o STJ tem admitido que a vítima de um acidente de trânsito ingresse diretamente com a demanda contra a seguradora do culpado, mesmo não havendo uma relação contratual de fato (STJ Resp. 444.716/BA).
b) proteção dos direitos difusos e coletivos: o contrato não os pode prejudicar (Enunciado 23, do CJF/STJ). Por exemplo, função sócio-ambiental do contrato.
Enunciado 23 CJF/STJ - Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
4.2.2.3. Artigo 2035, do Código Civil.
Na verdade o dispositivo mais importante para a função social do contrato é o artigo 2035, parágrafo único, do Código Civil, por três razões:
a) função social dos contratos é preceito de ordem pública, cabendo intervenção do Ministério Público e declaração de ofício.
b) o dispositivo compara a função social dos contratos e a função social da propriedade, como fazia Miguel Reale, dando fundamento constitucional à primeira (artigo 5º, XXII e XXIII, da Constituição Federal).
Art. 5º CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Além disso, como afirma Gustavo Tepedino, a função social do contrato está fundada na proteção da dignidade humana (artigo 1º, III, da Constituição Federal) e na solidariedade social (artigo 3º, I, da Constituição Federal).
Art. 1º CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 3º CF: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
c) o dispositivo possibilita que a função social do contrato seja aplicada a um contrato celebrado na vigência do Código Civil de 1916 (retroatividade motivada).
Acaba por violar o direito adquirido, mas baseado no seu fundamento constitucional. É antiga a lição de que normas de ordem pública podem retroagir para proteção da pessoa (Serpa Lopes). Por exemplo, Lei Áurea.
4.2.3. Principio da força obrigatória do contrato (pacta sunt servanda).
Pelo mínimo de certeza e de segurança que se espera do direito, continua em vigor o principio pelo qual o contrato faz lei entre as partes.
Porém esse principio está sendo mitigado ou relativizado pela função social e pela boa-fé objetiva, tendendo a desaparecer.
4.2.4. Principio da boa-fé objetiva.
Trata-se da evolução do conceito de boa-fé, que saiu do plano intencional ou psicológico (boa-fé subjetiva) para o plano da conduta de lealdade das partes (boa-fé objetiva)
A boa-fé objetiva está relacionada aos deveres anexos ou laterais de conduta (Karl Larenz), que são deveres inerentes a qualquer contrato sem a necessidade de previsão no instrumento.(deveres implícitos).
São eles:
a) dever de cuidado.
b) dever de respeito.
c) dever de informar.
d) dever de colaboração ou cooperação.
e) dever de transparência.
f) dever de lealdade ou probidade.
g) dever de confiança.
h) dever de agir com razoabilidade ou boa razão.
A quebra dos deveres anexos gera uma nova modalidade de inadimplemento denominada violação positiva do contrato, em que a responsabilidade é objetiva (Staub, na Alemanha, e Enunciado 24, do CJF/STJ).
Enunciado 24 CJF/STJ - Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.
03.09.2009
Três funções da boa fé objetiva no CC 2002
1) função de interpretação art 113 CC 
Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa fé e os usos do lugar da celebração.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração
Para Miguel Reali esse seria o art chave de 2002, pela menção a eticidade e a socialidade.
2) é a chamada função de controle, art 187 aquele que viola a boa fé objetiva, no exercício de um direito, inclusive de natureza contratual, comete abuso de direito, nova modalidade de ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
3) função da integração: art 422 CC, A boa fé objetiva deve integrar todas as fases contratuais: fase precontratual, fase contratual, fase pos contratual (enunciados 25 e 170 CJS\STJ)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Anotação: Enunciado Aprovado na Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF (11 a 15.09.2002)
Enunciado nº 25: - o Art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação, pelo julgador, do princípio da boa-fé nas fases pré e pós-contratual.
Anotação: Enunciado Aprovado na III Jornada de Direito Civil do - CEJ da CJF 
Enunciado nº 170: - A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.
Exemplo boa fé objetiva na fase pré contratual , caso dos tomates, TjRs, 1991 e 1992, a empresa Cica, distribuía sementes de tomate aos agricultores dando a entender que iria adquirir a produção, e sem contrato escrito e assim fazia de forma sucessiva e continuada, adquirindo os tomates, ate que certa feita a Cica distribuiu as sementes, os agricultores plantaram mas a Cica não adquiriu a produção , os agricultores ingressaram em juízo e foram indenizados pela quebra da confiança. 
Exemplo 2: boa fé objetiva na fase contratual: Sumula 308 STJ, a hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro não tem eficácia perante terceiros adquirentes de boa fé.
SÚMULA STJ nº 308 - A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. (DJ 25.04.2005)
Pelo teor da sumula a boa fé objetiva caracterizada pela pontualidade contratual vence a hipoteca , que passa a ter efeitos restritos entre o banco e a construtora. Isso pq a boa fé objetiva é preceito de ordem publica Enunciado 363.
A sumula também traz como conteúdo a função social do contrato, pois entre proteger a boa fé do banco, e a boa fé dos consumidores, preferiu-se a ultima. 
Exemplo 3 boa fé objetiva na fase pos contratual, segundo jurisprudência o credor que não retira o nome do devedor de cadastro de inadimplentes a pos acordo ou pagamento da divida, viola a boa fé na fase pos contratual, surgindo sua responsabilidade civil, pacto finito.
Conforme enunciado 26 CJF\STJ a boa fé objetiva deve ser utilizado pelo juiz, para suprir e corrigir o contrato,para tanto podem ser utilizados os conceitos parcelares,vindo do direito comparado.(Menezes Cordeiro)
supressio
é perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não exercício no tempo.
surrectio
é surgimento de um direito diante de praticas , usos e costumes, (o outro lado da moeda).
Exemplo art 330 CC traz uma supressio contra a credor, e uma surrectio em relação ao devedor, qto ao local de pagamento se esse for realizado reiteradamente em local diverso daquele previsto no contrato.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
Exemplo TJ MG, aplicou supressio e surrectio qto aos valores locatícios diante de pagamentos reiterados a menor.
tu quoque
é ate tu---, é o grito de dor do imperado Julio César ao seu filho adotivo Brutos, que havia participado do atentado.
È a regra de ouro cristã, não faço contra o outro, o que vc não faria contra si mesmo.
exceptio doli
é a defesa contra o dolo alheio, exemplo: exceção de contrato não cumprido, (art 476 CC), 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Contrato bilateral , uma parte não pode exigir com a sua obrigação sem cumprir com a outra.
venire contra factum proprium nom potest
enunciado 362 CJF
È a vedação do comportamento contraditório, ir contra um fato próprio não é permitido pela boa fé, (teoria dos atos próprios) exemplo STJ RESP 95539\SP 1996, na vigência do CC 16 um marido celebrou venda de um imóvel, sem outorga da esposa, o que era motivo de nulidade cc 16, a esposa como testemunha em uma ação, disse que concordava tacitamente com a venda, porem tempos após, ingressou ela com ação de nulidade. e diante da contradição a ação foi julgada improcedente.
ver artigo a boa fé objetiva e os amendoins. 
OBSERVAÇÃO : duty to mitigate the loss, dever de mitigar o proprio prejuizo, que se impoe ao credor diante da boa fe objetiva.EN 69 CJF.
Um banco não ingressa imediatamente com ação de cobrança em caso de inadimplemento, para que a divida cresça como bola de neve diante dos juros contratuais. Aplicando-se o conceito a divida deve ser reduzida.
768 CC agravar intencionalmente o risco.
4.5 Principio da relatividade dos efeitos contratuais.
O contrato como típico instituto de direito pessoal gera efeitos interpartes, em regra, o que é consagração da máxima res inter alios , coisa intre as partes.
Porem esse principio comporta as seguintes Exceção eficácia externa da função social
a) estipulação em favor de terceiro, art 436 a 438 CC.
As partes contratantes resolvem beneficiar um terceiro que não é parte, mas que pode exigir o cumprimento do contrato. exemplo seguro de vida. efeitos exageros. 
promessa de fato de terceiro art 439 a 440
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
09.09.2009
Um contratante promete ao outro uma conduta alheia, que se não praticada gera os seu inadimplemento contratual. Exemplo: um promotor de eventos promete a um sindicato um show de um cantor famoso, que não comparece (efeito Tim Maia), os efeitos são de fora do contrato para dentro do contrato (efeitos endógenos).
De acordo com o artigo 440, se o próprio terceiro comprometer-se pessoalmente, aquele que fez a promessa estará exonerado de responsabilidade.
c) Tutela externa do credito ou eficácia externa da função social do contrato
Enuncinado 21,
exemplo art 608 CC.
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.
5) formação do contrato no CC 2002
A doutrina aponta 4 fases da formação do contrato, vejamos:
5.1) Fase de negociações preliminares, ou fase de puntuaçao.
Essa fase não tem tratamento especifico no CC 2002, não tendo eficácia vinculativa. Nessa fase ocorre os debates prévios, ou tratativas iniciais relativas ao contrato futuro. Dois exemplos: celebração de uma carta de intenções ou trota de missivas (ante contratos) contratuais entre as partes.
Não obstante a ausência de força vinculativa, pode surgir uma responsabilidade pré-contratual nessa fase, por quebra da boa fé objetiva.arts 187, 422 CC e enunciados 25 e170
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Enunciado nº 25: - o Art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação, pelo julgador, do princípio da boa-fé nas fases pré e pós-contratual.
Enunciado nº 170: - A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.
Essa responsabilidade é objetiva, pela quebra da boa fé. enunciados 37 24 
Enunciado nº 24: - em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.
Enunciado nº 37: - a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
Prevalece a tese de que a quebra das tratativas gera uma responsabilidade extracontratual, (MHD, Caio Mario, Antonio Junqueira de Azevedo e Cristiano Zanetti).
Exemplo: caso dos tomates. TJ\RS um gaúcho viu no jornal um carro semi novo, um carro anunciado no RJ como ‘uma jóia’ foi então convencido pelo vendedor da concessionária a se deslocar para o RJ para adquirir o veiculo com toda a sua família, chegando na concessionária constatou que o veiculo estava batido, e voltou para o Rs não adquirindo o veiculo, o gaúcho ingressou em juízo e foi indenizado pelas despesas de locomoção e estadia no RJ, e por danos morais pelo engano.
5.2) Fase de proposta ou policitação art 427 a 435 CC
Trata-se de proposta formalizada que em regra vincula pela obrigatoriedade aquele que a formulou. art 427 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
São partes da proposta: 
a) proponente solicitante ou policitante: è aquele que faz a proposta estando a ela vinculado.
b) oblato , solicitado ou policitado:é aquele que recebe a proposta e concordando com ela torna-se aceitante , formando-se o contrato pelo encontro da vontades
OBSERVAÇÃO pelo código de 2002, o oblato pode ser determinável, pq pois o art 429 do CC, admite a oferta ao publico, que equivale a proposta se tiver os requisitos essenciais ao contrato, se não tiver, não é fase de oferta, anuncio de jornal não é fase de oferta.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Exemplo oferta pela internet, condições gerais, tempo de uso etc.
Essa oferta ao publico pode ser revogada pela mesma publicidade anterior, no mínimo, p.u art 429. Se o oblato altera substancialmente a proposta haverá nova proposta, ou contra proposta e os papeis se invertem. art 431 CC.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,importará nova proposta.
O artigo 428 do CC prevê as hipóteses em que deixa de ser obrigatória a proposta;
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
(Quem cala não consente). 1ª parte O nome dessa figura é contrato com declaração consecutiva. 
2ª parte: o contrato eletrônico pode ser entre presentes, qdo por exemplo: se contrata por telefonia digital (skype).
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
Essa figura é chamada de contrato com declarações intervaladas. Esse tempo suficiente é denominado prazo moral, devendo ser analisado caso a caso.
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
Se não der a resposta dentro do prazo, a proposta deixa de ser obrigatória.
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Portanto qto a formação do contrato, são possíveis duas modalidades, levando-se em conta a proposta 
a) contrato entre presentes interpraesentes, qdo um há um curto espaço de tempo no jogo (pergunta\resposta, geralemente pq as partes estão no mesmo lugar, e ou no mesmo ambiente, quer contratar comigo--
b) contrato entre ausente ou inter absents não há o curto espaço de tempo no jogo, pergunta \ resposta , exemplo; contrato epistolar (carta). A respeito desse contrato o CC 2002, adota duas teorias , a 1ª a regra e a 2ª a excessao: 
1) teoria da agnição na subteoria da expedição art 434 caput , o contrato entre ausentes esta formado qdo a aceitação é expedida pelo oblato 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Exceção teoria da agnição na sub teoria da expedição Incisos I II III CC, o contrato entre ausentes esta formado qdo o proponente recebe a resposta. Exemplo as partes convencionaram essa teoria, há um prazo para a recepção ou havendo retratação do aceitante.
Conforme enunciado 173 , essa é a conclusão de toda a doutrina. Contrato por email, 
Enunciado nº 173: - A formação dos contratos realizados entre pessoas ausentes, por meio eletrônico, completa-se com a recepção da aceitação pelo proponente. 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. 
Por fim prevê o art 435 do Cc que o local do contrato é o local da proposta, contratos nacionais.
Exceção; para os contratos internacionais, o local do contrato, é o lugar em que residir o proponente (que não necessariamente é o lugar da proposta art 9 paragrafo 2 da LICC.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto
5.3) Fase de contrato preliminar arts 462 a 466 CC
Também denominada fase de pré-contrato, não sendo obrigatória e tendo também força vinculativa. Os efeitos jurídicos são ampliados podendo gerar perdas e danos, e outras conseqüências, caso daquelas relacionadas com as arras ou sinal. 417 a 420
Prevê o art 462 CC que:
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Segundo MHD, duas são as modalidades básicas de contrato preliminar ou de compromisso de contrato:
a) compromisso unilateral de contrato ou contrato de opção, 
As duas partes participam do compromisso, mas apenas uma delas assume o dever de celebrar o contrato definitivo, tendo a outra uma opção de celebração. 
Essa figura estava presente no passado no Leasing ou arrendamento mercantil, em que havia uma locação com opção de compra ao final do contrato, mediante o pagamento do VRG. Para o STJ esse valor deveria ser pago ao final da locação, não podendo ser diluído nas parcelas da locação, o que desfiguraria o contrato de leasing Sumula 263 STJ. Porem o STJ não so cancelou a sumula 263, como editou a sumula 293, prevendo o oposto, ou seja, que a antecipação do VRG, não desfigura o contrato de leasing, não havendo mais contrato de opção 
SÚMULA STJ Nº 293 - A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. (DJ 13.05.2004)
O compromisso unilateral de contrato esta tratado no art 466 do CC, sendo exemplo típico a promessa de doação.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
b)compromisso bi lateral de contrato 
As duas partes participam do compromisso assumindo o dever de celebrar o contrato definitivo. Exemplo: compromisso de compra e venda, que pode ser de bem móvel ou imóvel.
Nos casos de imóveis surgem duas figuras distintas, pois o contrato preliminar ou compromisso pode ou não ser registrado na matricula do imóvel (Cartório de Registro Imobiliário ), 
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
Quanto ao parágrafo único onde está escrito deverá ser levado ao registro, deve ser lido, poderá ser levado ao registro, pois o registro imobiliário é apenas um fator de eficácia perante terceiros.
Enunciado nº 30: a disposição do parágrafo único do art. 463 do novo Código Civil deve ser interpretada como fator de eficácia perante terceiros.
17.09.2009
Portanto, surge as seguintes figuras nos casos de compromisso de compra e venda de imóvel:
b1) compromisso de compra e venda de imóvel não registrado na matricula, 
Nesse caso, haverá um contrato preliminar com efeitos pessoais inter partes, e que geram a obrigação de fazer o contrato definitivo.
Não constando do contrato preliminar clausula de arrependimento, se o promitente vendedor não celebrar o contrato definitivo, o compromissário comprador terá as seguintes opções:
art 463 ingressar com ação de obrigação de fazer contra a outra parte, para a celebração do contrato definitivo, fixando o juiz um prazo para tanto.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
2) Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
Aqui o efeito é similar a adjudicação compulsória, mas entre as partes. Por isso continua tendo aplicação a sumula 239 STJ
SÚMULA STJ Nº 239 - O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. 
Enunciado 95 CJF., so para dizer que a sumula tem aplicação.
3) Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
B2) compromissode compra e venda de imóvel, registrado na matricula 
Nesse caso haverá um direito real de aquisição, a favor do compromissário comprador, (art 1225 inc VII), com efeitos reais erga omens, e que gera uma obrigação de dar a coisa.
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
Se o promitente vendedor não celebrar o contrato definitivo, o compromissário comprador terá como opção a ação de adjudicação compulsória que tem eficácia real. art 1417 e 1418.
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.
5.4) Fase de contrato definitivo 
Aperfeiçoado o contrato pelo encontro das vontades, surgirá sua eficácia plena, e nos casos de descumprimento, surgirá a responsabilidade civil contratual, (art 389 390e 391)
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
6) Revisão judicial dos contratos
Qto a revisão contratual por fato superveniente (fato novo), é preciso diferenciar a revisão constante do CC 2002, daquela prevista no CDC, pois as duas leis adotam teorias e fundamentos distintos.
6.1 Revisão contratual por fato superveniente no CC 2002
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Qto a teoria adotada no CC 2002, surgem duas correntes:
1) Afirma a corrente majoritária adotou a teoria da imprevisão de origem francesa, e que remonta a clausula rebus sic stantibus, nesse sentido MHD, Villaça e Paulo Lobo.
2) O CC de 2002, adotou a onerosidade excessiva pois o nosso art 478, é reprodução do art 1467 do CC Italiano. nesse sentido Prof Junqueira e Judite Martins Costa.
Para não adentrar nesse debate doutrinário pode se afirmar que o CC 2002, consagra a revisão contratual por fato superveniente diante de uma imprevisibilidade somada a uma onerosidade excessiva. 
São requisitos clássico para a revisão dos contratos civis:
a) o contrato de vê ser bilateral ou sinalagmático(direitos e deveres proporcionais) em regra. Exceção : o art 480 do CC possibilita a revisão dos contratos unilaterais 
b) o contrato deve ser oneroso: (prestação mais contra prestação)
c) o contrato deve ser comutativo: aas partes já sabem quais são as prestações. 
Em regra não é possível rever contrato aleatório, qto ao fator risco. 
Como exceção a jurisprudência tem entendido que é possível rever a parte comutativa de um contrato aleatório, Exemplo Premio do seguro saúde.
d) o contrato deve ser de execução diferida ou execução continuada( 478), cumprimento periódico no tempo, trato sucessivo, 
e) a lei exige um motivo imprevisível art 317 ou um acontecimento imprevisível e extraordinário 478 CC.
Neste ponto esta o grande problema da teoria adotada pelo CC, pq pois o fatos imprevisibilidade sempre foi analisado de forma global, o que torna praticamente impossível a revisão, pois nesse aspecto, atualmente td é previsível. 
Flexibilizando essa analise , parte da doutrina recomenda que o fator imprevisibilidade seja analisado pessoal ou subjetivamente, o que torna possível a revisão do contrato.
Enunciado 17 e 175
Assim fatores como desemprego, inflação e crises ate podem ser previsíveis para o mercado, mas são imprevisíveis para quem contrata.
f) Onerosidade excessiva
Desequilíbrio contratual, ou efeito gangorra. 
OBSERVAÇÃO : a jurisprudência inclusive do STJ, continua discutindo a ausência de mora como requisito para revisão contratual. Existem julgados do STJ que afirmam que a cobrança de encargos abusivos impede a caracterizar da mora do devedor. enunciado 354 
Porem o STJ editou a sumula 380 prevendo que a simples propositura de ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor. Isso pq o autor precisa demonstrar verossimilhança das ações e depositar em juízo a parte controversa da obrigação, inclusive para retirada do seu nome do cadastro de inadimplentes.
6.2 Revisão contratual por fato superveniente no CDC 
art 6 inciso 5 lei 8078\90
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
O CDc não adotou a teoria da imprevisão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 
Isso pq não exige o fator imprevisibilidade ,bastando um motivo superveniente, fato novo, que gera a onerosidade excessiva. O CDC adotou teoria da base objetiva do negocio jurídico, de origem alemã Karl Larenz. Também não há rigidez qto aos requisitos tradicionais de revisão dos contratos civis.
Exemplo STJ revisão de contratos de leasing cuja as parcelas do financiamento estavam atreladas a variação cambial. Com a alta do dólar em janeiro de 99, esses contratos ficaram ‘ pesados demais’ para os consumidores, o que por si só motivou a revisão. Agravo regimental no RESP 374351\RS 2002.
O STJ tem divido essa onerosidade excessiva de forma proporcional entre empresas de leasing e consumidores, decisão RESP 437.660\SP.
Observação clausulas abusivas e revisão dos contratos de consumo.
23.09.2009
Também é possível rever o contrato de consumo, pela presença de clausulas abusivas aplicando-se o art 51 parágrafo 2 do CDC. (principio da conservação contratual), Recentemente o STJ editou a criticada sumula 381, que prevê: nos contratos bancários é vedado ao julgador conhecer de oficio da abusividade das clausulas. A sumula é amplamente criticada por violar o art 1 do CDC, que prevê que a lei 8078\90 é norma de ordem publica e interesse social. 
Ademias segundo o próprio STJ, os contratos bancários são contratos de consumo sumula 297.
7) Vícios Redibitórios no CC 2002.
Art 441 a 446
Conceito
São os vícios ocultos que atingem a coisa objeto do contrato, desvalorizando-a ou tornando-a imprópria para o uso. (vicio objetivo).
Os vícios redibitórios não se confundem com os vícios do consentimento, (erro e dolo), pois enquanto os primeiros atingem a coisa, os últimos atingem a vontade. 
Escada Ponteana
									vícios redibitórios
							abatimento do preço ou resolução
								PLANO DA EFICACIA
					erro e dolo (negocio anulável)
				PLANO DA VALIDADE
Plano da existência 
Portanto os vícios mencionados estão em postos distintos, da escada ponteana. 
Os vícios redibitórios estão presentes nos contratos civis, pois havendo contratos deconsumo os vícios são do produto (art 18 , 19, 20, 26 CDC). 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
        § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.
        § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
        § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
        § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
        § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
        § 6° São impróprios ao uso e consumo:
        I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
        II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
        III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
        Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - o abatimento proporcional do preço;
        II - complementação do peso ou medida;
        III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
        IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
        § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
        § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
        Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.
        § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
        § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
        I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
        II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
        § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução      dos serviços.
        § 2° Obstam a decadência:
        I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
        II - (Vetado).
        III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
        § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Há uma garantia legal contra os vícios redibitórios nos contratos bilaterais, onerosos e comutativos., cujo o exemplo típico é a compra e venda.
Essa garantia também atinge as doações onerosas, dois casos:
Doação modal ou com encargo: ônus mais liberalidade. (terreno doado com problemas de estrutura, se houver problemas, há vícios redibitórios) 
Doação remuneratória : prestação de serviços, art 540
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Exemplo de vicio red alguém compra uma casa cujo o valor é de 500.000,00 de um particular, e essa apresenta um problema de encanamento, cuja a despesa é de 50.000,00. 
Presente o vicio redibitório o adquirente prejudicado, poderá fazer uso das ações edilícias, (direito romano), pleiteando:
1) abatimento proporcional no preço. (Ação quanti minoris, ou intimatória)
2) resolução do contrato, com devolução das quantias pagas e havendo má fé do alienante que sabia do vicio, perdas e danos. (ação redibitória). Cuidado, se o alienante não sabia do vicio, mesmo assim caberá resolução, com a devolução das quantias pagas e indenização pelas despesas do contrato. Art 443 CC final, (escritura e registro)
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
OBSERVAÇÂO: diante do principio da conservação dos contratos, e de sua função social, a resolução do contrato deve ser a ultima medida (ultima ratio). Não cabe a resolução do contrato se o vicio for ínfimo, de pequena expressão, cabendo apenas abatimento no preço e não resolução.
Prazos decadências para reclamação dos vícios redibitorios
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Os prazos são decadenciais pois as ações edilícias, são constitutivas negativas. anunciado 28. 
I) nos casos de vícios que podem ser percebidos imediatamente. Art

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