Do Brasil Colonial até o Modernismo

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No Brasil Colonial, as residências se caracterizaram por apresentar empena lateral, vãos com arcos abatidos ou retos, plantas geminadas (ausência de recuos frontal e lateral), onde geralmente a sala da frente é a de visita (parte social da casa) e a sala de trás, de jantar, tem um caráter serviçal, no meio da casa ficavam os quartos, onde ocorriam as relações familiares.
Já no Ecletismo, a edificação é solta no lote com empena frontal ou quatro águas e apresenta com elementos decorativos que fazem alusão a estilos anteriores (frontões, cornijas, volutas, etc..). Nas plantas ecléticas é comum encontrar-se uma disposição lateral, de um lado uma sucessão de salas, do outro de quartos, ainda guardando a disposição colonial de na frente da casa ocorrer às relações sociais, no meio familiar e nos fundos serviçal e familiar¹.
	Na arquitetura colonial a rua (espaço externo) era perigosa, mal vista, destinadas a moleques, escravos e prostitutas. Entretanto, na arquitetura eclética havia muitos espaços externos, ficando difícil controlar quem sai e quem entra, a rua passa a ser bem vinda, pois era tempo da iluminação elétrica, do calçamento de ruas, da arborização.
A parte da frente era aberta para a rua e reservada para a sala de visitas, demonstrando que este aspecto colonial permanece muito marcante como decorrer do tempo, a constatação de que se tenha que adentrar a casa passando-se obrigatoriamente pela sala de visita, só aumenta o poder de controle desta sala, controle este que permanece bastante inalterado².
Fazendo ligações do colonial até o modernismo, é fácil se observar que os quartos estão mais segregados. A sala de visita fica, no ecletismo, mais segregada que a de jantar e permanece assim até o modernismo. A sala de visitas, com o tempo, também vai se tornando segregada, pode-se supor que isso seja devido ao desuso, ou seja, salas artisticamente dispostas num cenário, na eterna espera por uma visita. Surge no ecletismo a sala de copa, já como o cômodo mais integrado, permanecendo assim até o modernismo. A cozinha mostra-se menos integrada que a sala de visita, mas isso se modifica, provavelmente esta inversão seja fruto da maior utilização desde cômodo pela dona de casa. O espaço esterno alcança seu ponto máximo de integração no ecletismo e o mínimo no modernismo.
Outros aspectos permanecem como a segregação dos quartos, principalmente dos empregados e a integração da cozinha para perto da família para facilitar a vida da dona de casa. Embora haja uma modificação do quarto de casal para longe da sala de visita, preferindo o descanso que o controle sobre as pessoas da casa e os estranhos³.
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 ¹ http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme
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 ³ http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme