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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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PONTO 11
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
PONTO 11: 
- A interpretação do Direito. A superação dos métodos de interpretação mediante puro 
raciocínio lógico-dedutivo. O método de interpretação pela lógica do razoável. 
- Direitos e deveres funcionais da magistratura. 
hermenêutica jurídica, em sentido lado, significa o estudo da teoria geral do direito voltado à interpretação, integração e aplicação da norma jurídica, como também o estudo das fontes, lógica e técnica jurídica. Já em sentido estrito, a hermenêutica tem por objeto a interpretação, seus processos e sua técnica. Interpretação: o conjunto de operações lógicas que, seguindo os princípios gerais da hermenêutica e visando integrar o conteúdo orgânico do direito, apura o sentido da lei e os fins das normas jurídicas. 
Classificações: a) autêntica ou legislativa; b) judiciária; c) científica ou doutrinal; d) leiga. Processos hermenêuticos: a) gramatical ou filológico; b) teleológico; c) histórico; d) sistemático; e) lógico. Quanto à extensão, a interpretação será declarativa, extensiva (ou modificativa) e restritiva (ou ab-rogante).Classificações modernas: a) escola da interpretação histórica ou evolutiva; b) escola da Livre investigação (François Gény) – mens legislatoris; c) escola do direito livre (Von Kirchmann); d) normativa (Kelsen); 
O que é interpretar?: a) isomorfismo no uso na linguagem jurídica; b) do significante (os enunciados) aos significados; c) “produção” de normas jurídicas diferentes; d) o ”intérprete autêntico” ; e) a interpretação é ciência ou prudência? f) limites hermenêuticos. 
-Interpretar significa desentranhar o sentido e o alcance de determinado objeto cultural.
-Interpretação autêntica é a realizada por aquele que fez a norma, o qual estabelece sua interpretação por meio de outra norma jurídica, de onde surge seu caráter de obrigatoriedade.
-Interpretação judicial é a estabelecida pelos juízes e tribunais nos casos a eles submetidos.
-Interpretação doutrinária consiste nas opiniões científicas emanadas dos doutrinadores por meio de livros, pareceres e outros.
-Interpretação gramatical ou literal consiste em analisar a norma meramente sob o aspecto linguístico, gramatical, a colocação das palavras na frase, o significado de cada uma delas.
-Interpretação lógica utiliza-se da lógica do razoável para melhor adequar a norma ao caso concreto.
-Interpretação sistemática consiste em analisar a norma no sistema jurídico como um todo em que se insere e que lhe atribui um sentido diferente do que adquiriria se estivesse em outro processo.
-Interpretação histórico-evolutiva determina que se entenda a norma jurídica dentro do contexto social mutável já analisado anteriormente diante da evolução dos problemas oriundos da convivência em comunidade. A lei não é estática, mas deve ser quanto possível estável e seu sentido deve evoluir à medida que evoluem os fatos sociais a ela subjungidos.
-Interpretação teleológica – por meio desse processo, tenta-se encontrar o fim último da norma.
Escolas modernas de interpretação:
Escola da evolução história, de Raymond Saleilles – a interpretação deve ser evolutiva, variando no tempo e no espaço. A lei deve se adaptar ao momento histórico;
Escola da livre investigação, de François Gény – deve-se aplicar a lei no exato sentido que lhe deu o legislador. Busca-se a mens legislatoris.
Escola do direito livre, de Von Kirchmann e Kantorowicz – o juiz pode até julgar contra a lei, pois existe a liberdade para se julgar conforme suas próprias convicções de justiça;
Escola da teoria pura do direito, de Hans Kelsen;
Escola da teoria egológica do direito, de Carlos Cossio – segundo a qual não se interpretam as leis, mas os fatos por meio de conceitos, que são as normas.
5.3.2. O método de interpretação pela lógica do razoável
- Jereny Bentham, em sua doutrina utilitarista do direito, critica, implicitamente, o uso do método dedutivo na aplicação e interpretação jurídicas e, consequentemente, opõe-se à concepção mecânico-silogística. A ciência jurídica deve interpretar normas de acordo com os fins por ela visados.
- Para Ihering, deve-se interpretar a norma levando em conta seus fins, esclarecendo que a norma não é um fim em si mesma, mas um meio a serviço de uma finalidade, que é a existência da comunidade e a proteção dos seus interesses.
- Na obra do legislador e na do juiz, a lógica é a mesma, a do razoável, e a da interpretação do direito deve ser sempre feita em razão dos propósitos que inspiraram a criação das normas.
- A lógica do razoável destina-se a compreender, buscando a significação ou o sentido dos fatos ou objetos humanos, mediante operações estimativas. Logo, a interpretação jurídica deve levar em conta os fins para os quais as normas foram criadas.
- A equidade confere um poder discricionário ao magistrado, mas não uma arbitrariedade. É uma autorização de apreciar, segundo a lógica do razoável, interesses e fatos não determinados a priori pelo legislador, estabelecendo uma norma individual para o caso concreto ou singular, sempre considerando as pautas axiológicas contidas no sistema jurídico, ou seja, relacionando sempre os subsistemas normativos, valorativos e fáticos.
DIREITOS E DEVERES FUNCIONAIS DA MAGISTRATURA
	 A Magistratura tem predicamentos ou prerrogativas constitucionais. Aqui chamados de garantias: vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimento.
	O cidadão não poderia confiar em sua justiça, caso o magistrado estivesse à mercê de transferências e remoções que o afastassem de alguns julgamentos. Ou se pudesse perder o cargo caso viesse a desagradar poderosos ou grupos influentes.
	São vitalícios os juízes de carreira após o período de dois anos de exercício. Já os juízes nomeados e que não se submetem a concurso ganham a vitaliciedade a partir da posse. 
	Para os vitalícios, a perda do cargo só se dará em virtude de sentença judicial com trânsito em julgado.
	Inamovibilidade é a garantia de permanecer no posto que titulariza enquanto queira. A promoção, remoção ou permuta dependem sempre da vontade do interesse. A exceção é a remoção compulsória, pena prevista na Lei Orgânica da Magistratura Nacional para infrações graves, sempre observado o interesse público.
	Em recente decisão, o STF entendeu que a inamovibilidade também se aplica aos juízes substitutos (MS 27958)
 
	 O predicamento da irredutibilidade de vencimentos se propunha a garantir ao juiz a percepção integral de sua retribuição por serviço, vedada a sua diminuição a qualquer título.
	As prerrogativas do magistrado previstas pela lei orgânica da Magistratura são mais Abrantes do que os predicados ou predicamentos de sede constitucional. Dentre elas, o juiz será ouvido como testemunha em data, local e horário previamente ajustados coma autoridade ou juiz de mesma ou inferior instância. Também n ao será preso o juiz, senão por ordem escrita do tribunal ou órgão especial competente para julgar, ressalvado o flagrante em crime inafiançável. Se vier a ser preso, terá direito a prisão especial e a disposição de seu tribunal.
	Os deveres do juiz estão previstos no art. 35 da LOMAN e consistem numa evidente positivação de um preceito ético. O juiz deve se portar com independência, serenidade, exatidão, devendo justificar eventuais atrasos ou saídas antecipadas, urbanidade, diligência e pontualidade, devendo manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.
	Depois vêm as vedações. É vedado ao magistrado exercer comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista. Também não se lhe permite exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e sem remuneração.
	Na verdade as proibições visam liberar o juiz de qualquer outra preocupação que não seja solucionar problemassubmetidos à sua apreciação.
	A ultima vedação é bastante questionada. Proíbe a lei que o juiz se manifeste sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem. Impedir a exteriorização do espírito crítico do juiz parece não coincidir com o anseio democrático de uma judicatura cidadã.
LOMAN
Das Garantias da Magistratura
SEÇÃO I
Da Vitaliciedade
        Art. 25 - Salvo as restrições expressas na Constituição, os magistrados gozam das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.
        Art. 26 - O magistrado vitalício somente perderá o cargo (vetado):
        I - em ação penal por crime comum ou de responsabilidade;
        II - em procedimento administrativo para a perda do cargo nas hipóteses seguintes:
        a) exercício, ainda que em disponibilidade, de qualquer outra função, salvo um cargo de magistério superior, público ou particular;
        b) recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto, de percentagens ou custas nos processos sujeitos a seu despacho e julgamento;
        c) exercício de atividade politico-partidária.
        § 1º - O exercício de cargo de magistério superior, público ou particular, somente será permitido se houver correlação de matérias e compatibilidade de horários, vedado, em qualquer hipótese, o desempenho de função de direção administrativa ou técnica de estabelecimento de ensino.
        § 2º - Não se considera exercício do cargo o desempenho de função docente em curso oficial de preparação para judicatura ou aperfeiçoamento de magistrados.
        Art. 27 - O procedimento para a decretação da perda do cargo terá início por determinação do Tribunal, ou do seu órgão especial, a que pertença ou esteja subordinado o magistrado, de ofício ou mediante representação fundamentada do Poder Executivo ou Legislativo, do Ministério Público ou do Conselho Federal ou Secional da Ordem dos Advogados do Brasil.
        § 1º - Em qualquer hipótese, a instauração do processo preceder-se-á da defesa prévia do magistrado, no prazo de quinze dias, contado da entrega da cópia do teor da acusação e das provas existentes, que lhe remeterá o Presidente do Tribunal, mediante ofício, nas quarenta e oito horas imediatamente seguintes à apresentação da acusação.
        § 2º - Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o Presidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal ou o seu órgão especial para que, em sessão secreta, decida sobre a instauração do processo, e, caso determinada esta, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao relator.
        § 3º - O Tribunal ou o seu órgão especial, na sessão em que ordenar a instauração do processo, como no curso dele, poderá afastar o magistrado do exercício das suas funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até a decisão final.
        § 4º - As provas requeridas e deferidos, bem como as que o relator determinar de ofício, serão produzidas no prazo de vinte dias, cientes o Ministério Público, o magistrado ou o procurador por ele constituído, a fim de que possam delas participar.
        § 5º - Finda a instrução, o Ministério Público e o magistrado ou seu procurador terão, sucessivamente, vista dos autos por dez dias, para razões.
        § 6º - O julgamento será realizado em sessão secreta do Tribunal ou de seu órgão especial, depois de relatório oral, e a decisão no sentido da penalização do magistrado só será tomada pelo voto de dois terços dos membros do colegiado, em escrutínio secreto.
        § 7º - Da decisão publicar-se-á somente a conclusão.
        § 8º - Se a decisão concluir pela perda do cargo, será comunicada, imediatamente, ao Poder Executivo, para a formalização do ato.
        Art. 28 - O magistrado vitalício poderá ser compulsoriamente aposentado ou posto em disponibilidade, nos termos da Constituição e da presente Lei.
        Art. 29 - Quando, pela natureza ou gravidade da infração penal, se torne aconselhável o recebimento de denúncia ou de queixa contra magistrado, o Tribunal, ou seu órgão especial, poderá, em decisão tomada pelo voto de dois terços de seus membros, determinar o afastamento do cargo do magistrado denunciado.
SEÇÃO II
Da Inamovibilidade
       Art. 30 - O Juiz não poderá ser removido ou promovido senão com seu assentimento, manifestado na forma da lei, ressalvado o disposto no art. 45, item I.
        Art. 31 - Em caso de mudança da sede do Juízo será facultado ao Juiz remover-se para ela ou para Comarca de igual entrância, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais.
SEÇÃO III
Da Irredutibilidade de Vencimentos
  
      Art. 32 - Os vencimentos dos magistrados são irredutíveis, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive o de renda, e aos impostos extraordinários.
        Parágrafo único - A irredutibilidade dos vencimentos dos magistrados não impede os descontos fixados em lei, em base igual à estabelecida para os servidores públicos, para fins previdenciários.
CAPÍTULO II
Das Prerrogativas do Magistrado
        Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:
        I - ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou Juiz de instância igual ou inferior;
        II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especal competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado (vetado);
        III - ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do Tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
        IV - não estar sujeito a notificação ou a intimação para comparecimento, salvo se expedida por autoridade judicial;
        V - portar arma de defesa pessoal.
        Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
        Art. 34 - Os membros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Federal de Recursos, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal Superior do Trabalho têm o título de Ministro; os dos Tribunais de Justiça, o de Desembargador; sendo o de Juiz privativo dos outros Tribunais e da Magistratura de primeira instância.
Dos Deveres do Magistrado
        Art. 35 - São deveres do magistrado:
        I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício;
        II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;
        III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;
        IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência.
        V - residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado;
        VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar injustificadamente antes de seu término;
        VIl - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;
        VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.
        Art. 36 - É vedado ao magistrado:
        I - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista;
        II -exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e sem remuneração;
        III - manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.
        Parágrafo único - (Vetado.)
        Art. 37 - Os Tribunais farão publicar, mensalmente, no órgão oficial, dados estatísticos sobre seus trabalhos no mês anterior, entre os quais: o número de votos que cada um de seus membros, nominalmente indicado, proferiu como relator e revisor; o número de feitos que Ihe foram distribuídos no mesmo período; o número de processos que recebeu em conseqüência de pedido de vista ou como revisor; a relação dos feitos que lhe foram conclusos para voto, despacho, lavratura de acórdão, ainda não devolvidos, embora decorridos os prazos legais, com as datas das respectivas conclusões.
        Parágrafo único - Compete ao Presidente do Tribunal velar pela regularidade e pela exatidão das publicações.
        Art. 38 - Sempre que, encerrada a sessão, restarem em pauta ou em mesa mais de vinte feitos sem julgamento, o Presidente fará realizar uma ou mais sessões extraordinárias, destinadas ao julgamento daqueles processos.
        Art. 39 - Os juízes remeterão, até o dia dez de cada mês, ao órgão corregedor competente de segunda instância, informação a respeito dos feitos em seu poder, cujos prazos para despacho ou decisão hajam sido excedidos, bem como indicação do número de sentenças proferidas no mês anterior.
 
	Outros deveres são extraíveis do CPC. Compete a ele assegurar ás partes igualdade de tratamento, velar pela rápida solução do litígio, prevenir ou premir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e tentar, a qualquer tempo conciliar as partes.
	Presume-se que o juiz tudo conheça (jura novit curia). Por isso é que ele não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. É aplicação concreta da presunção de que o Direito não tem lacunas. É um todo completo e harmônico. A lei, uma das faces do Direito, é que pode conter omissões, para isso, poderá se utilizar do emprego da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito.
	Por isso é que a formação do juiz brasileiro não pode se conformar com a memorização de preceitos legais ou jurisprudenciais. A cultura humanística é aquela mais apropriada a prover o julgador de condições de se servir adequadamente da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito. Pois estes temas não prescindem de desenvoltura ética, filosófica, antropológica, histórica, sociológica, econômica e de outras ordens.
	O juiz não deve se ater ao formalismo processual, ao procedimentalismo que robustece o rito em desfavor da realização do humanamente possível. 
ADMINISTRATIVO
PONTO 11. Condutas Anticoncorrenciais previstas na Lei 8.884/94. Atuação e Atribuições da Secretaria de Direito Econômico e Conselho Administrativo de Direito Econômico. Intervenção no Domínio Econômico: controle de abastecimento e tabelamento de preços. Lei Delegada nº 04/1962. Poder de polícia: atributos. Polícia Sanitária. Improbidade Administrativa. O Processo Administrativo Tributário.
Está em um arquivo enviado à parte, tendo em vista a edição da Lei 12.529/2011. 
______________________________
INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: CONTROLE DE ABASTECIMENTO E TABELAMENTO DE PREÇOS
INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
A opção do constituinte foi por um sistema econômico capitalista, a cargo da iniciativa privada e excepcionalmente com a participação do Estado.�
O Estado, em certas situações, poderá intervir diretamente ou indiretamente na ordem econômica.
I) Intervenção estatal direta (por absorção ou participação)
A intervenção direta dar-se-á sob o regime de monopólio ou concorrencial.
a) Regime de monopólio (intervenção por absorção): o regime de monopólio da União será exercido unicamente nos casos estritamente elencados pela Carta Federal (petróleo, gás natural e minerais nucleares). Fora das hipóteses previstas expressamente no art. 177, CF/88, resta vedado qualquer tipo de monopólio, face a vedação do art. 173, § 4º da CF. Diz-se por absorção pois assume integralmente o controle dos meios de produção ou troca de determinado setor da atividade econômica.
“Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos
anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados”.
Vale frisar que com o advento da Emenda Constitucional nº 9/95, houve uma flexibilização no monopólio estatal, podendo a União contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades retromencionadas, exceto quanto à pesquisa, à lavra, ao enriquecimento, ao reprocessamento, à industrialização e ao comércio de minérios e minerais nucleares, que por uma questão de segurança nacional continuam exclusivos daquele ente federativo.
b) Regime concorrencial (intervenção por participação): em tal regime o Estado atuará por meio de suas empresas públicas, sociedades de economia mistas e outras entidades, apenas nos casos necessários aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei (art. 173, CF/88). Atua em regime de competição Tal aspecto será melhor abordando em ponto específico abaixo, cabendo por ora fazer a presente distinção entre os regimes.
II) Intervenção estatal indireta (por direção ou indução – art. 174, CF)
Apesar da CF/88 ter consagrado uma economia descentralizada, de mercado, autorizou o Estado a intervir no domínio econômico como agente normativo e regulador, com a finalidade de exercer as funções de fiscalização, incentivo e planejamento indicativo ao setor privado, sempre com fiel observância aos princípios constitucionais da ordem econômica, pois a ordem econômica está sujeita a uma ação do Estado de caráter normativo e regulador.
Essa atuação do Estado como agente normativo ou regulador é de ser concretizada com respeito aos princípios constitucionais que regem a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, visando a assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
        
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. 
       
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. 
        
§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art.21, XXV, na forma da lei.
       
Logo, A intervenção indireta ocorre quando o Estado condiciona, motiva ou enquadra a atuação dos agentes econômicos, sem que ele, contudo, assuma qualquer papel como produtor ou distribuidor de bens e serviços.
Como agente regulador da economia, observando o princípio da subsidiariedade, o Estado exercerá a função fiscalizatória da atividade econômica. Como promotor, o Estado atuará como incentivador da atividade econômica. Como planejador, o planejamento da atividade econômica será exercido por meio da elaboração de planos por parte do Estado com o fito de organizar determinadas atividades econômicas com o escopo de obter resultados previamente estabelecidos, sendo que o planejamento será determinante para o setor público e indicativo para o setor privado
A EC 33/01 permitiu, especificamente, a incidência de contribuição de intervenção de domínio econômico sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (art. 149, §2º, II), prevendo que a lei que as instituí-las deverá atender a determinados requisitos (art. 177, §4º).
Assim, a alíquota da contribuição poderá ser diferenciada por produto ou uso ou reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, independentemente do princípio da anterioridade (art. 150, III, b).
Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (EC 9/95) (CIDE: essa é a CIDE do petróleo mas existem outras contribuições de intervenção no domínio econômico)
        
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
Controle de Abastecimento e Tabelamento de Preços.
De competência exclusiva da União, o controle de abastecimento, previsto na Lei Delegada nº 4/62, confere mecanismos para assegurar a livre distribuição de produtos essenciais ao consumo da população a preços compatíveis.
Nessas situações, é possível a contratação direta dos produtos necessários, pois constitui hipótese de dispensa de licitação quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento (art. 24, IV da Lei 8666/93).
Os preços correspondem aos valores pecuniários pagos pelos bens e serviços apresentados no mercado. Podem ser preços privados (estabelecidos pelas leis do mercado), preços semiprivados (estabelecido pelo Estado, mas influenciado pelas leis de concorrência) ou preços públicos (tarifas públicas estabelecidas pelo Estado). 
O tabelamento consiste na excepcional fixação e controle de preços privados pelo Poder Público, visando garantir a proteção dos consumidores na aquisição de bens e serviços por valores mais compatíveis com a realidade econômica.
A importância de compreender a ordem econômica reside nas várias atuações do Poder Público neste campo que afetam as Leis do mercado e os direitos individuais. Como sua atividade é excepcional, as normas devem ser interpretadas restritivamente, conforme determinam os preceitos de hermenêutica. O ordenamento jurídico, como visto, prevê uma atividade vinculada na aplicação de atos de intervenção pelo Estado e sempre condicionada pelo princípio da dignidade da pessoa humana.
A lei delegada nº 04/1962, nos seus artigos 2º, II e 6º, caput e alíneas, trata de modo específico do controle de abastecimento e do tabelamento de preços. Primeiro, anuncia-os como mecanismo de intervenção no domínio econômico. Depois, disciplina os meios para implementação do controle de abastecimento e tabelamento de preços. 
Em essência, quanto ao controle de abastecimento, determina a lei que poderá ser feita a regulação e disciplina da produção, circulação, distribuição e consumo de matérias-primas e bens regulados pela referida lei (essenciais). Permite-se também o racionamento em caso de guerra, calamidade ou necessidade pública, bem assim manutenção de estoques.
Quanto ao tabelamento de preços, permite-se tabelar preços máximos de bens e serviços essenciais em face dos revendedores, bem como tabelar preços máximo e determinar condições de venda, quando excessivo o lucro.
Eventuais medidas adotadas com fulcro nesta lei serão fiscalizadas por agentes federais em todo território nacional. Determina-se, ainda, com amparo no artigo 10, que os Estados deverão cumprir as diretrizes traçadas pela União e fiscalizar o cumprimento das medidas adotadas.
No Distrito Federal e nos Territórios a União exercerá todas as atribuições para a aplicação desta lei.
_______________________
LEI DELEGADA Nº 4 DE 1969
Objetivo: Confere competência à União para intervir no domínio econômico para assegurar a livre distribuição de mercadorias e serviços essenciais ao consumo e uso do povo.
Mecanismos de intervenção:
Compra, venda, armazenamento e distribuição: de diversos produtos desde produtos alimentícios e medicamentos até tecidos, cimento, artefatos de uso doméstico;
Fixação de Preços e Controle de Abastecimento;
Desapropriação e Bens e Requisição de Serviços;
Estímulo à Produção.
A entrega de produtos as consumidores far-se-á por meio de:
*	Empresas estatais específicas;
*	organismos públicos federais, estaduais ou municipais da Administraão direita e indireta;
*	entidades privadas de reconhecida idoneidade
Controle de Abastecimento e Tabelamento de Preços:
Autoriza-se a regulação de disciplina da:
Produção
Circulação
Distribuição
Consumo
De Matéria-Prima e Bens Essenciais 
Autoriza-se:
Racionamento de bens e serviços essenciais
Em caso de guerra, calamidade ou necessidade pública
Manutenção de Estoques de Mercadorias
Tabelamento de Preços
Fixando-se preço máximo de bens e serviços pra revendedores;
Fixando-se preço máximo de bens e serviços e condições de venda, quando excessivo o lucro;
 
Desapropriação de bens.
Os bens desapropriados serão indenizados tomando-se como referência o valor do tabelamento de preços, não podendo lhe ser superior. Caso não haja tabelamento, será arbitrado tomando-se como referência o valor do custo médio de produção. 
A imissão na posse dos bens desapropriados será feita liminarmente inaudita altera parte, desde que feito o depósito prévio da quantia devida. O levantamento não faz presumir concordância com o valor da avaliação.
Há dispositivo que autoriza o juiz, sempre que possível, reduzir os prazos processuais à metade.
Os produtos comprados ou desapropriados serão entregues ao consumidor pelo preço tabelado.
Fiscalização:
Caberá à União traçar normas sobre a amplitude do uso dos poderes conferidos por esta lei. Aos Estados cabe cumprir as diretrizes normativas definidas pela União e fiscalizar seu cumprimento de modo geral. Contudo, a União através de seus agentes, poderá fiscalizar o cumprimento das medidas determinadas em todo o território nacional.
Sanções.
Multa de 150 a 200.000 Unidades Fiscais de Referência - UFIR, vigente na data da infração.
Interdição doestabelecimento por um prazo 
de três a noventa dias nos casos previstos nas alíneas “a”, “b” e “c” do art. 11.
Procedimento.
Autuação. Lavratura do auto de infração (3 vias). Prazo para defesa: 10 (dez) dias. Após em 5 (cinco) dias arbitra-se a multa homologando-se o auto de infração. Notifica-se o autuado para pagar em 10 (dez) dias. Prazo para recurso 10 (dez) dias – a lei exige depósito de metade do valor da multa. Decisão final. 
O valor não pago será inscrito em dívida ativa e cobrado mediante execução fiscal. 
É competente para o processo e aplicação da multa a entidade federal o estadual responsável pela execução da medida.
Aplicadas pelos Estados, converte-se em receita desde ente da Federação. 
Sobre a recepção da LD 04/1962 pela Constituição Federal de 1988.
A dita Lei Delegada é recepcionada pelo art. 174, "Caput" da CF que admite a ação estatal no domínio econômico como agente normativo e regulador. Outrossim, a Lei Delegada é, também, recepcionada pelo art. 170, III e V da CF, visto que o aumento arbitrário dos lucros, através da elevação excessiva dos preços acima da inflação, geraria uma ação estatal na vida econômica, baseada em norma infra-constitucional, fixando tarifas, para impor a função social da propriedade, nesse caso, das empresas, em suas atuações no mercado de consumo e, para realizar a defesa do consumidor. Por outro lado, a nossa Constituição, também, determina a repressão do abuso do poder econômico por parte do Estado, em seu art. 173, parágrafo 4º, pelo motivo em tela, que transversalmente pode ser reprimido através da Lei Delegada.
O Supremo Tribunal Federal já emitiu uma decisão unanime em 2001( Agravo de Instrumento n.º 268.857-0/ Rio de Janeiro), relatada pelo Ministro Marco Aurélio Mello, admitindo a recepção da Lei Delegada n.º 04/62 pela Constituição Federal 1988, afastando a sua inconstitucionalidade, possibilitando assim a aplicação da norma jurídica citada para fixar preços( tabelar e congelar).
FISCALIZAÇÃO – LEI DELEGADA N.º 4/62 – RECEPÇÃO PELA CF/88. A Lei Delegada n.º 4/62 foi recepcionada pela CF/88, no que revela o instrumento normativo como meio para reprimir o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros – parágrafo 4º do art. 173 -, bem com quanto à atuação fiscalizadora do Estado – 174, ambos da Carta Política em vigor. Provimento ao agravo regimental negado por unanimidade"
Ainda mais recente:
AI 603879 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO 
AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a):  Min. EROS GRAU
Julgamento:  08/08/2006           Órgão Julgador:  Segunda Turma
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS NS. 282 E 356 DO STF. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEI DELEGADA N. 4/62. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988. 1. O Tribunal a quo não se manifestou explicitamente sobre os temas constitucionais tidos por violados. Incidência das Súmulas ns. 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. 2. Controvérsia decidida à luz de norma infraconstitucional. Ofensa indireta à Constituição do Brasil. 3. Este Tribunal possui orientação no sentido de que a Lei Delegada n. 04/62, que trata do poder de intervenção da União no domínio econômico, garantindo os serviços essenciais e a livre distribuição de mercadorias para consumo e uso, foi recepcionada pela Constituição de 1988. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. 
Ademais, dentro de uma da interpretação histórica da Carta Magna de 1988, não existia qualquer distinção doutrinária ou política entre Regulação e Regulamentação, seja durante a Constituinte ou logo após a confecção da Lei Máxima, não cabendo ao intérprete fazer qualquer distinção. Aliás, a diferenciação teórica doutrinária das referidas técnicas de intervenção estatal na vida econômica é dos anos 90. No Brasil, somente depois da queda do Muro de Berlim em 1989, do "Consenso de Washington" em 1990 e, do fim do socialismo real na União Soviética em 1991 passamos a tratar da pseudo saída do Estado do domínio econômico( regulação).
O atual Texto Constitucional em seu art. 174, "caput" possui uma redação genérica, uma das características possíveis nas normas de Direito Econômico, admitindo ambas as técnicas de intervenção do Estado, desde que atenda aos mandamentos da Constituição Econômica. Portanto, a regulação é uma técnica estatal de agir na vida econômica que não exclui a outra, a regulamentação, com sua fixação de preços, de acordo com a nossa Carta Magna.
Os comandos da Constituição Econômica de 1988 impõem o poder/dever do Estado de agir no domínio econômico dentro de uma economia de mercado, observando suas bases, seus princípios e na busca de seus fins de Justiça social. Aliás, a tentativa de restringir a ação direita do Estado no processo econômico no Brasil , nos colocando nas trilhas do perverso Estado mínimo e da retomada do pacto colonial em bases pós-modernas, chamada de globalização, só foi possível por intermédio de Emendas Constitucionais( n.º 06/1995, n.º 07/1995, 09/1995). Contudo, a concepção originária do Texto Constitucional persistiu intacto em seus princípios gerais para a atividade econômica.
Existe ainda a argumentação de que a Lei Delegada n.º 04/62 não poderia ser utilizada, no intuito de fixar tarifas, porque as concessionárias dos serviços públicos são regidas por leis especiais, incluindo a Lei de Concessões( Lei n.º 8.987/95). Todavia, as ditas leis especiais não excluem o poder/dever do Estado agir no domínio econômico em momentos turbulentos, ditando tarifas, para viabilizar o consumo e uso de serviços necessários a sociedade, em virtude de ações ilegais das concessionárias, com a possível conivência das agências. Aquelas normas especiais são aplicáveis em momentos normais da economia de mercado, mas quando instala-se a anormalidade naquela, via atos e omissões dos agentes econômicos, gera a necessidade de aplicar a norma cabível para o instante, a Lei Delegada, a fim de que, através de comandos jurídicos, restabeleça a normalidade.
“LEI DELEGADA Nº 4 DE 26 DE SETEMBRO DE 1962 
___________________________________
PODER DE POLÍCIA: ATRIBUTOS
1. PODER DE POLÍCIA (MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo) 
Os poderes da Administração não são faculdades, mas deveres (poder-dever), portanto, irrenunciáveis. Discricionariedade e vinculatividade não são poderes, mas atributos do ato administrativo. 
717. A doutrina critica a nomenclatura. Em alguns países o tema é tratado como limitação administrativa à liberdade e à propriedade. 
CONCEITO
718. Poder de Polícia é atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as aos interesses sociais. 
Em sentido amplo são as medidas tomadas pelos Poderes Executivo e Legislativo que limitam a esfera de liberdade e a propriedade dos cidadãos.
Em sentido restrito identifica-se com a “Polícia Administrativa”. Intervenção do Poder Executivo gerais e abstratas (regulamentos) ou individuais e concretas (licenças, autorizações) limitativas de atividade exercida pelo particular que destoe do interesse público. 
1.2 FUNDAMENTO
O fundamento do poder de polícia é a “supremacia geral” (aquela que se dirige indistintamente a todos os cidadãos). Diferentemente da “supremacia especial” que existe quando há um vínculo específico entre a Administração e determinados sujeitos (ex. concessionários, permissionários, servidores públicos). A supremacia especial fundamenta o poder disciplinar e tiram aqueles que estão sob especial estado de sujeição da órbita da polícia administrativa. 
Costuma-se caracterizar o poder de polícia como um poder negativo dirigido a evitar um dano, ao contrário do serviço público que seria uma ação positiva. Afirmativa simplista.
É na grande maioria das vezes um ato negativo, pois exige do particular uma abstenção, um non facere (SANTIROMANO). Isto seria a essência do poder de polícia.
Mas o poder de polícia pode exigir prestações positivas. Ex. O cumprimento da função social da propriedade imobiliária urbana.a disciplina do art. 182, § 4º, I e II, da CF são tipicamente de polícia administrativa. Celso Antônio Bandeira de Mello traz o exemploda determinação de exibir planta para licenciamento de construção, fazer exame de habilitação para motorista, colocar equimamento de incêndio nos prédios. Contudo, adverte, é mera aparência de obrigação de fazer, pois o Poder Público não quer esses atos. Quer, sim, evitar que as atividades ou situações pretendidas pelos particulares sejam efetuadas de maneira menos perigosa ou nociva, o que ocorreria se realizadas fora desta condições. 
Traços característicos do poder de polícia: (a) devem emanar de autoridade administrativa; (b) ser imposta coercitivamente pela Adm; (c) abranger genericamente propriedades e atividades.
OBS: “Pati”: dever de suportar. Ex. Servidões administrativas (Celso Antônio Bandeira de Mello). Nas servidões administrativa, o bem particular é colocado em uma especial sujeição ao interesse público, em proveito da coletividade. Na limitação pelo poder de polícia, há uma vedação sobre o bem, evitando-se atuar de maneira contrária ou interesse público.
 
1.3 POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA
A polícia administrativa atua em larga medida de forma preventiva, mas também atua de forma repressiva. Ex. Passeata que cause perturbação da ordem pública, apreensão de medicamentos vencidos ou de alimentos deteriorados expostos à venda (polícia administrativa sanitária), fechamento de espetáculo ofensivo à moral (polícia administrativa de costumes). O fim da polícia administrativa é evitar ou paralisar atividades anti-sociais (contrárias ao interesse público).
A polícia judiciária tem como meta investigar ilícitos penais. Rege-se pelo Código de Processo Penal. 
A polícia administrativa manifesta-se através de atos gerais e abstratos (regulamentos) e individuais e concretos (portarias). Ex. que regulam o uso e venda de fogos de artifício, que definem horário de venda de bebidas alcoólicas em certos estabelecimentos.
Podem ser fiscalizadores: vistoria de carros / verificação de pesos e medidas.
Podem ser específicos: guinchar veículo estacionado em lugar proibido, dissolução de reunião subversiva.
O poder de polícia se manifesta através da competência discricionária e da competência vinculada.
A AUTORIZAÇÃO é ato de competência DISCRICIONÁRIA. Pode ser concedido ou não. Mesmo concedido poderá ser anulado (ilegalidade), revogado (conveniência e oportunidade) ou cassado (ilegalidade na execução).
A LICENÇA é ato de competência VINCULADA. Preenchido os requisitos a licença não pode ser negada. O particular pode valer-se do mandado de segurança para ver realizado seu direito.
737. Delegação de atos de polícia administrativa. Os atos de polícia administrativa não podem ser delegados a particulares, mesmo através de contratos. A hipótese excepcional é a do comandante do navio. O que pode existir é a delegação a particular de ato material preparatório (colocação de sensores de excesso de velocidade, invasão de sinal) ou sucessivo (demolição de um prédio, guinchamento). Devem ser preservadas critérios de igualdade e impessoalidade e a tarefa deve ser objetiva.
737. Executoriedade das medidas administrativas. As medidas de poder de polícia são frequentemente AUTO-EXECUTÓRIAS, ou seja, não precisa a Administração recorrer ao Judiciário para efetivar a medida. Nem sempre, pois algumas medidas precisam do Judiciário para efetivar-se a exemplo da Multa, cuja execução judicial é necessária. Mas por exemplo não precisa a Administração de mandado judicial para dissolver uma passeata violenta ou para recolher medicamentos ou alimentos deteriorados. A auto-executoriedade se faz presente se a lei expressamente a autorizar, se a adoção da medida for urgente, se inexiste outra via que assegure a satisfação do interesse público.
As medidas decorrentes do poder de polícia são também coercitivas (ao particular a decisão administrativa é obrigatória e pode lançar mão do emprego de força).
739. Ao atuar interferindo na esfera privada do cidadão a Administração deve agir com cautela utilizando-se de meios adequados e suficientes à defesa do interesse público. Deve haver proporcionalidade entre a medida adotada e a finalidade legal perseguida. Os excessos e abusos sujeitam-se às sanções pertinentes. O excesso se manifesta pelo intensidade ou extensão da medida. O particular pode valer-se do habeas corpus e do mandado de segurança para resguardar seu direito. 
São limites ao poder de polícia: a proporcionalidade e adequação entre a medida adotada e a finalidade legal a ser atingida, bem assim a sua necessidade.
Setores da Polícia Administrativa: atuam na manutenção e proteção: (a) segurança e ordem públicas; (b) higiene e saúde públicas; (c) valores estéticos e paisagísticos; (d) valores históricos e artísticos; (e) riquezas naturais; (f) moralidade pública; (g) economia popular.
741. A regra para a competência do exercício do poder de polícia, segundo Hely Lopes, consiste em verificar a competência legislativa correspondente à qual se atrele a polícia administrativa. Se a competência, contudo, for de um e o ato a ser coibido atingir outro ente federativo, este poderá exercer seu poder de polícia.
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA (José dos Santos Carvalho Filho chama de CARACTERÍSTICAS)
São atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
Discricionariedade: conforme ensina Di Pietro, “(...)em grande parte dos casos concretos, a Administração terá que decidir qual o melhor momento de agir, qual o meio de ação mais adequado, qual a sanção cabível diante das previstas na norma legal. Em tais circunstâncias, o poder de polícia será discricionário”. Por outro lado, “em certas hipóteses, a lei já estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração terá que adotar solução previamente estabelecida, sem qualquer possibilidade de opção. Nesse caso, o poder será vinculado. O exemplo mais comum do poder vinculado é a licença”.
Autoexecutoriedade: chamada apenas de executoriedade pelos franceses, é a possibilidade que tem a Administração de, com os próprios meios, pôr em execução as suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário (Di Pietro). Alguns autores desdobram o princípio em dois: exigibilidade (privilège du préalable) e a executoriedade (privilège d’action d’office). O primeiro trata da possibilidade de a Administração tomar decisões executórias, ou seja decisões que dispensam dirigir-se primeiramente ao Judiciário para impor a obrigação ao administrado. Nesse caso, a Administração vale-se de meio indiretos de coação, como exemplo, a multa ou a impossibilidade de licenciamento de veículo enquanto não pagas as multas de trânsito. O segundo consiste na faculdade que tem a Administração, quando já tomou a decisão executória, de realizar diretamente a execução forçada, usando, se for o caso, da força pública para obrigar o administrado a cumprir a decisão. Nessa hipótese, a Administração compele materialmente o administrado, usando meios diretos de coação. Por exemplo, dissolve uma reunião, apreende mercadorias, interdita uma fábrica.
A autoexecutoriedade não existe em todas as medidas de polícia, sendo necessário que a lei autorize expressamente, ou, em caso de medida urgente, sem a qual poderá ser ocaisonado prejuízo maior para o interesse público. Pode-se afirmar, contudo, que a exigibilidade está presente em todas as medidas de polícia, mas não a executoriedade.
Coercibilidade: Para Maria Sylvia, é indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia só é autoexecutório porque dotado de força coercitiva. Segundo Carvalho Filho, “estampa o grau de imperatividade de que se revestem os atos de polícia”.______________________________
POLÍCIA SANITÁRIA
A Lei 8.080/90 que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes traz dispositivos sobre conceito e competência administrativa em matéria de polícia sanitária que devemos estar atentos. Seguem abaixo.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde - SUS: 
I - a execução de ações: 
a) de vigilância sanitária; 
b) de vigilância epidemiológica; 
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: 
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e 
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde - SUS compete: 
I – 
II - 
III - definir e coordenar os sistemas: 
d) vigilância sanitária; 
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde - SUS compete: 
I - 
II – 
III – 
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: 
a) 	
b) de vigilância sanitária; 
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; 
	
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde - SUS compete: 
I – 
II – 
III – 
IV - executar serviços: 
a) 
b) vigilância sanitária; 
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios. 
Confira-se o disposto na Lei orgânica do DF, art. 207, XIX, in verbis:
Art. 207. Compete ao Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, além de outras atribuições estabelecidas em lei:
(...)
XIX – executar a vigilância sanitária mediante ações que eliminem, diminuam ou previnam riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes da degradação do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde
Poder de Polícia e Saúde Pública
Verifica-se que o poder de polícia é exercido em várias áreas da saúde pública e é na execução de parte de suas funções na vigilância sanitária que se revela mais evidente. Vários são os níveis que afetam a vigilância sanitária, ou que lhe dão características próprias, como a dimensão política, ideológica, técnica e jurídica e o seu poder normativo educador e de polícia.
A vigilância sanitária origina-se na Europa, sendo vista no Brasil a partir do sec. XVIII. Inicialmente tida por polícia sanitária, tinha por função regulamentar profissões ligadas à área da saúde, fiscalizar portos, embarcações, cemitérios, comércio de alimentos e o saneamento das cidades, funções que visavam a não propagação de doenças.
Com os avanços tecnológicos, desenvolvimento das ciências biológicas e aumento da complexidade das relações sociais refletindo na produção e prestação de serviços, o conceito de vigilância sanitária muda e torna-se mais amplo conforme definido na lei supra referida, in verbis:
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: 
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e 
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. 
A ampliação conceitual faz incidir a atuação da vigilância sanitária também em toda cadeia de produção de bens e serviços direta ou indiretamente relacionados com a saúde. Ressalte-se que as vigilâncias sanitária e epidemiológica atuam, inclusive, como órgãos fiscalizadores do ambiente de trabalho.
Assim, a vigilância sanitária está inserida num contexto mais amplo de ações de saúde pública, buscando a prevenção, recuperação e promoção da saúde dos indivíduos, saúde que é um de seus direitos fundamentais.
Importante salientar que as ações de vigilância sanitária são estudadas pelo direito sanitário, sub-ramo do direito administrativo. Como também desenvolve ação em portos, aeroportos e fronteiras, fala-se em direito sanitário internacional como sub-ramo do direito internacional público. Sem contar a interface que tem com o direito penal e o direito das relações de consumo e o próprio direito civil.
Poder de Polícia e Ações de Vigilância Sanitária.
Conceito. Podemos definir vigilância sanitária como um conjunto de ações no âmbito da prática de saúde coletiva assentada em várias áreas do conhecimento técnico científico e em bases jurídicas que lhe conferem o poder de normatização, educação, avaliação e intervençãoe que tem por objetivo controlar e garantir a qualidade dos processos tecnológicos usados na produção e reprodução das condições de vida, trabalho e saúde dos cidadãos.
Destaca-se que as ações de vigilância sanitária são prioritariamente educativa e normativa (poder regulamentar), porém é o poder de polícia que sobressai. Sempre que existir uma regra, técnica ou critério em matéria de saúde definida por autoridade competente violada, caberá a atuação do fiscal sanitário.
A vigilância sanitária exerce tanto atos relacionados à competência vinculada (licenças) como discricionária (autorizações), todos atos administrativos praticados nos limites e formas legais, obedecendo-se à competência, fins motivo, objeto, sempre buscando a satisfação do interesse público, compatibilizando o exercício dos direitos individuais com o bem estar social.
Os atos praticados no exercício do poder de polícia sanitária, como todos os atos administrativos, são passíveis de controle jurisdicional. Havendo excesso na aplicação de certas medidas (ex. interdição de estabelecimento, apreensão de produtos etc), o Judiciário pode ser chamado a corrigi-lo. 
______________
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Análise Legislativa
Lei nº 8429/1992
1. Âmbito de incidência.
 Agente público, servidor ou não; não agente que induza, concorra ou beneficie-se do ato. Ato contra a Administração Direta e Indireta ou entidade que receba benefícios fiscais ou creditícios.
2. Regra Geral
Ressarcimento integral em caso de lesão ao patrimônio público, independentemente de a ação ser dolosa ou culposa. 
O ato de improbidade que acarretar enriquecimento ilícito implicará a perda dos bens acrescidos ao patrimônio do agente ou do beneficiário.
O ato de improbidade que importe lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito deverá ser alvo de representação ao Ministério Público para que se decrete a indisponibilidade dos bens, no limite do dano ou do enriquecimento obtido.
 
 São 3 as espécies de atos de improbidade administrativa.
Que importem enriquecimento ilícito;
Que causem prejuízo ao erário;
Que atentem contra os princípios da administração pública
Enriquecimento ilícito é auferir vantagem econômica indevida em razão do cargo (emprego, mandato, função).
Causar prejuízo ao erário é por meio de ação ou omissão, culposa ou dolosa, ensejar perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de bens públicos. Ex: frustrar licitação ou dispensá-la indevidamente; agir negligentemente na arrecadaçãode tributos; ordenar despesas não autorizadas.
Atentar contra os princípios da administração pública é: praticar ação ou omissão dirigida a violar os deveres de lealdade, legalidade, imparcialidade e honestidade às instituições. Ex. retardar ou deixar de praticar atos de ofício; frustrar a licitude de concurso público; deixar de prestar contas
3. Penas
Enriquecimento ilícito.
Perda dos bens acrescidos ao patrimônio;
Ressarcimento integral do dano;
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;
Multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial;
Proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios por 10 anos, ainda que indiretamente (sócio majoritário de pessoa jurídica).
Prejuízo ao Erário
Perda dos bens acrescidos ao patrimônio + perda da função tendo como pressuposto acréscimo ilícito de bens ao patrimônio;
Ressarcimento integral do dano;
Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; 
Multa civil de até 2 vezes o valor do dano;
Proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios por 5 anos, ainda que indiretamente (sócio majoritário de pessoa jurídica).
Violação aos Princípios da Administração
Ressarcimento integral do dano, se houver;
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;
Multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração do agente;
Proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios por 3 anos, ainda que indiretamente (sócio majoritário de pessoa jurídica)
Importantíssimo: A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
A aplicação das penas independe:
	* De efetiva ocorrência de dano;
Pela aprovação ou rejeição de contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas.
4. Declaração de Bens
A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à declaração de bens e valores que compõem seu patrimônio. Será ela atualizada anualmente e prestada, bem assim quando cessar o exercício do cargo. Recusar-se a prestar declaração de bens no prazo determinado ou prestá-las falsamente importará pena de demissão a bem do serviço público além de outras sanções cabíveis.
5. Procedimento Administrativo
Qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa para que se apure ato de improbidade. Deverá indicar fato, autoria, indicar provas e assinar a representação. Sem estes requisitos poderá ser indeferida a apuração.
Mas, ainda assim, poderá qualquer pessoa, autoridade administrativa, representar ao Ministério Público, ou este mesmo de ofício, requisitar a abertura de inquérito policial ou procedimento administrativo.
Preenchidos os requisitos a autoridade determinará a apuração.
A comissão processante dará ciência da investigação ao Tribunal de Contas e ao MP que poderão designar representantes para acompanhar o procedimento.
Importantíssimo. Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou a Procuradoria do órgão para que requeira o seqüestro dos bens do agente ou terceiros que tenham enriquecido ilicitamente ou causado dano ao erário.
O pedido poderá incluir o bloqueio de bens, contas bancárias, aplicações financeiras no exterior.
A autoridade administrativa ou judicial poderá determinar o afastamento do agente, sem prejuízo da remuneração, se necessário à regular instrução.
6. Processo Judicial
30 dias após a efetivação da medida cautelar de seqüestro, deverá ser intentada pelo MP ou Pessoa jurídica interessada a ação principal. Seu rito é ordinário.
Não haverá acordo, transação, conciliação.
Se o MP não for parte, atuará como fiscal da lei obrigatoriamente, sob pena de nulidade do processo.
A inicial será instruída com documentos que denotem indício da existência do ato ou com as razões da impossibilidade de sua apresentação. Ok a inicial, determina-se a autuação e a notificação do requerido para apresentar manifestação por escrito em 15 dias.
Em 30 dias, em decisão fundamentada, o juiz “rejeitará a ação se convencido da inexistência do ato, da improcedência da ação, da inadequação da via eleita.” Em qualquer fase, reconhecida a inadequação da via eleita será extinto o feito sem exame de mérito.
Recebida a inicial, será citado o réu para apresentar contestação. Da decisão que recebe a inicial caberá agravo de instrumento. Aplica-se aos depoimentos e inquirições as normas de processo penal.
A sentença que julgar procedente a reparação de danos ou determinar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento do valor devido ou a reversão dos bens a pessoa jurídica prejudicada, conforme o caso.
7. Prescrição 
* 5 anos do término do mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;
* Mesmo prazo para as penas de demissão a bem do serviço público, para exercício dos cargos efetivos ou empregos.
As ações referentes ao ressarcimento de dano ao erário são imprescritíveis.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE O TEMA:
Ressaltou o Min. Relator que, embora o STJ já tivesse entendido, em outras oportunidades, que não mais prevaleceria a prerrogativa de foro para as ações de improbidade administrativa, o STF considerou que, em se tratando de magistrados, notadamente das cortes superiores do País, aquela sistemática deveria imperar, sob pena de permitir a desestruturação do regime escalonado da jurisdição brasileira. Assim, consignou que, pelo princípio da simetria, deverão competir exclusivamente ao STJ o processo e o julgamento de supostos atos de improbidade quando imputados a membros de TRT, desde que possam importar a perda do cargo público. Quanto à ação anulatória que também tramitava no mesmo juízo reclamado, entendeu que a competência do STJ não se estende, visto que, naqueles autos, são demandantes os próprios integrantes do TRT a questionar decisão do TCU, de modo que lá não há risco de perda do cargo público. Esse entendimento foi acompanhado pelos demais Ministros da Corte Especial, que, ao final, julgou parcialmente procedente a reclamação. Precedentes citados do STF: QO na Pet 3.211-DF, DJe 26/6/2008; do STJ: AgRg na Rcl 2.115-AM, DJe 16/12/2009. Rcl 4.927-DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgada em 15/6/2011.
Excerto do voto: “No julgamento da Questão de Ordem na Petição n.º 3.211/DF, a Corte Suprema concluiu pela existência de competências implícitas, complementares na Constituição Federal, aptas a atribuir ao e. STF dita competência para processar e julgar seus próprios membros por eventuais atos de improbidade”.
A não observância da notificação prévia, em cumprimento ao artigo 17, parágrafo 7º, da Lei de Improbidade Administrativa, não gera nulidade dos atos processuais seguintes quando não demonstrado o efetivo prejuízo 
(AgRg no REsp 1127400/MG, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/02/2011, DJe 18/02/2011)
O que distingue o ato de improbidade administrativa da infração disciplinar por improbidade, e assim a necessidade ou não de prévia ação judicial, é a natureza da infração, pois a lei funcional tutela a conduta do servidor estabelecendo regime jurídico próprio enquanto a lei de improbidade dispõe sobre sanções aplicáveis a todos os agentes públicos, servidores ou não, no interesse da preservação e integridade do patrimônio público. Quando o ato do servidor é ato típico de improbidade em sentido estrito tipificado nos arts. 9º, 10 ou 11 da Lei nº 8.492/1992 e se pretende a aplicação das penalidades ali previstas, além da demissão, a investigação prévia deve ser judicial. As improbidades não previstas ou fora dos limites da lei de improbidade ainda quando se recomende a demissão, sujeitam-se à lei estatutária, prevalecendo portanto o art. 132, IV da Lei nº 8.112/90.
(MS 15054/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro GILSON DIPP, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 25/05/2011, DJe 19/12/2011)A improbidade é ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta do agente. Por isso mesmo, a jurisprudência do STJ considera indispensável, para a caracterização de improbidade, que a conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das condutas descritas nos artigos 9º e 11 da Lei 8.429/92, ou pelo menos eivada de culpa grave, nas do artigo 10. (AIA 30/AM, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/09/2011, DJe 28/09/2011)
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA GOVERNADOR DE ESTADO. DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO DOS AGENTES POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: RECONHECIMENTO.
USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STJ. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA RECLAMAÇÃO.
1. Excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza.
2. Por decisão de 13 de março de 2008, a Suprema Corte, com apenas um voto contrário, declarou que “compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros” (QO na Pet. 3.211-0, Min. Menezes Direito, DJ 27.06.2008). Considerou, para tanto, que a prerrogativa de foro, em casos tais, decorre diretamente do sistema de competências estabelecido na Constituição, que assegura a seus Ministros foro por prerrogativa de função, tanto em crimes comuns, na própria Corte, quanto em crimes de responsabilidade, no Senado Federal. Por isso, "seria absurdo ou o máximo do contra-senso conceber que ordem jurídica permita que Ministro possa ser julgado por outro órgão em ação diversa, mas entre cujas sanções está também a perda do cargo. Isto seria a desestruturação de todo o sistema que fundamenta a distribuição da competência" (voto do Min.Cezar Peluso).
3. Esses mesmos fundamentos de natureza sistemática autorizam a concluir, por imposição lógica de coerência interpretativa, que norma infraconstitucional não pode atribuir a juiz de primeiro grau o julgamento de ação de improbidade administrativa, com possível aplicação da pena de perda do cargo, contra Governador do Estado, que, a exemplo dos Ministros do STF, também tem assegurado foro por prerrogativa de função, tanto em crimes comuns (perante o STJ), quanto em crimes de responsabilidade (perante a respectiva Assembléia Legislativa). É de se reconhecer que, por inafastável simetria com o que ocorre em relação aos crimes comuns (CF, art.105, I, a), há, em casos tais, competência implícita complementar do Superior Tribunal de Justiça.
4. Reclamação procedente, em parte.
(Rcl 2790/SC, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2009, DJe 04/03/2010)
Agentes Políticos: segundo o STF, o sistema constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade de agentes políticos dos demais agentes públicos, de forma que aqueles, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade (CF, art. 102, I, “c”; Lei 1.079/50), não se submetem ao modelo de competência previsto no regime da Lei de Improbidade Administrativa (RCL 2138/DF, julg. 13/06/2007). José dos Santos Carvalho Filho adverte que o citado precedente exclui da incidência da Lei de Improbidade Administrativa apenas os agentes políticos para os quais a CF/88 atribuiu expressamente a prática de crimes de responsabilidade, sendo-lhes aplicável a lei 1.079/50 (exemplo: art. 52, I e II, e art. 102, I, ambos da CF).
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Conceito: é um direito subjetivo do contribuinte, assegurado pela Constituição como “acertamento da dívida tributária”. É através dele que se procede à determinação e à exigência do crédito tributário. É o processo de lançamento do tributo.
Regência: O processo administrativo é regido pelo Decreto 70.235 de 1972, observadas todas as alterações sofridas ao longo to tempo, disciplina toda a estrutura básica do procedimento, desde os atos processuais, os prazos, o procedimento de julgamento e de consulta fiscal, a competência entre outras.
Divisão: O processo é divido em duas partes: uma procedimental que fica a cargo da fiscalização, onde se processam todos os exames e investigações fáticas, das quais pode resultar o lançamento tributário; e a outra fase é aquela que se refere ao contraditório, expresso pela manifestação do administrado que inconformado busca uma manifestação da Administração. [Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento]
Contagem de prazos: como no processo civil (exclui o dia do início e inclui o dia do fim).
ETAPAS DO PROCESSO DE DEFESA ADMINISTRATIVA� 
Ação fiscal:
Início da ação fiscal: por meio do MPF – Mandado de Procedimento Fiscal. Este Mandado de Procedimento Fiscal poderá destinar-se à:
a) Abertura de procedimento de fiscalização;
b) Efetivação de diligências, 
c) Destinar-se a pratica de medidas de urgência, sem os quais os interesses da Fazenda Nacional estariam comprometidos (Mandado especial), 
d) Para realização de diligências visando subsidiar o procedimento fiscal de outro sujeito passivo ou ainda para (Mandado extensivo), 
e) Ou ainda destinar-se à substituição dos Auditores fiscais responsáveis pelo ato ou para inclusão de nova matéria na fiscalização em curso (Mandado complementar).
Prazo e conseqüências do MPF: O prazo do MPF será de 120 dias nos casos dos itens “a” e “c”. Para os demais casos, o prazo é de 60 dias; esgotado este prazo o mandado torna-se nulo, sem, no entanto, anular os atos já praticados. Caso seja necessário pode-se emitir novo mandado para que outro ente administrativo proceda à diligência necessária. Após a ciência ao contribuinte do MPF, não se fala mais em denúncia espontânea. [Art. 7º, § 1º - O início do procedimento exclui a expontaneidade do sujeito passivo...]
Detalhes da fiscalização:
Para cada imposto, contribuição, penalidade deve ser lavrada notificação própria, devendo juntamente estar anexados os documentos que instruem o procedimento e que são indispensáveis à comprovação do ilícito (artigo 9º).
Motivação: a notificação de lançamento ou auto de infração deverá ser motivada, permitindo assim que o administrado conheça as razões de tais atos e possa conseqüentemente impugná-los, posto que para defender-se é preciso que se saiba o que lhe é imputado.
Impugnação administrativa:
Impugnação: O contribuinte no prazo de 30 dias, do recebimento do Auto de Infração, faz a impugnação (defesa) do auto de infração e encaminha ao DELEGADO julgador DA RECEITA FEDERAL no Domicílio de sua empresa, o qual, por sua fez, faz o julgamento e profere a chamada DECISÃO DE 1º INSTÂNCIA. Essa decisão pode extinguir totalmente, manter parte ou a totalidade dos tributos reclamados no auto de infração. Sendo a decisão desfavorável ao contribuinte, este tem 30 dias da ciência da decisão para recorrer à 2ª INSTÂNCIA, no entanto caso a decisão seja desfavorável ao fisco, e se tratando de valores relevantes, a própria autoridade julgadora recorre à 2º INSTÂNCIA. Observações:
A matéria que não for expressamente contestada é considerada não impugnada. (art. 17)
Provas: as provas documentais devem ser acostadas juntamente com a impugnação, sob pena de preclusão; o que não ocorrerá somente se provado a impossibilidade de apresentação oportuna por motivo de força maior ou quando a prova refira-se à fato ou direito superveniente, e ainda quando o objetivo seja demonstrar fatos trazidos as autos posteriormente. Apesar desta regulamentação, tendo em vista a preocupação do julgador de possibilitar a obtenção da verdade material, têm-se entendido que é possível a apresentação de provas até mesmo em grau de recurso.
O processo administrativo fiscalnão exige advogado, podendo ser feito e assinado pelo próprio contribuinte ou qualquer procurador seu.
Não sendo cumprida nem impugnada a exigência é declarada a revelia do contribuinte, permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo de 30 dias, para a cobrança amigável. (art. 21)
No caso em que a decisão do Delegado (1ª Instância) for desfavorável ao contribuinte, este tem 30 dias da data de ciência da decisão, para recorrer com petição a ser encaminhada ao Conselho de Contribuintes (1º, 2º e 3º Conselhos, conforme competência da matéria), mediante arrolamento de bens (conferir abaixo decisão recente do STF declarando a inconstitucionalidade do arrolamento de bens). 
O Conselho de Contribuintes profere a chamada DECISÃO DE 2ª INSTÂNCIA. Se a decisão for contrária ao Contribuinte, poderá recorrer à 3ª INSTÂNCIA, desde que tenha decisões contrárias sobre o mesmo assunto no próprio Conselho de Contribuintes e na 3º Instância ou que o Contribuinte teve êxito na 1ª INSTÂNCIA e perdeu no Conselho de Contribuintes. No caso de decisão unânime (todos os votos dos julgadores) do Conselho de Contribuintes contra o fisco (a favor da empresa) não poderá o fisco recorrer a 3ª Instância (sendo extinto de vez o auto de infração). Observação: A petição encaminhada ao Conselho de Contribuintes poderá ser entregue na Receita Federal de domicílio da empresa, no entanto o julgamento é realizado em Brasília-DF e as decisões devem ser acompanhadas pelo Diário Oficial da União ou via internet, pois nesta fase o Contribuinte não recebe o comunicado da decisão em seu endereço. 
Sendo a decisão no Conselho de Contribuintes desfavorável ao contribuinte e cumprido e provados certos quesitos (desde que tenha decisões contrárias sobre o mesmo assunto no próprio Conselho de Contribuintes e na 3º Instância ou que o Contribuinte teve êxito na 1ª INSTÂNCIA e perdeu no Conselho de Contribuintes), o contribuinte terá 30 dias, contados da ciência do acórdão, para recorrer à Câmara Superior de Recursos Fiscais e esta profere a chamada DECISÃO DE 3º INSTÂNCIA . Esta é a instância final do Processo Administrativo Fiscal, sendo a decisão definitiva, não cabendo mais recurso das partes. 
Como observamos se a decisão for desfavorável ao Fisco na 3ª Instância (Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF) ou por votação unânime dos julgadores contra o fisco no Conselho de Contribuintes (2ª Instância), o auto de infração deverá ser extinto, inexistindo qualquer exigência fiscal, nem mesmo judicialmente o fisco poderá recorrer e exigir os tributos constantes no auto de infração.
Já o CONTRIBUINTE, se perder o processo na esfera administrativa, poderá recorrer ao Poder Judiciário na tentativa de anular a exigência fiscal.
Obs.: se o contribuinte apresentar ação judicial contra o débito já discutido em sede administrativa, não é possível a concomitância e o processo administrativo é extinto, conforme Lei 6.830/80, declarada nesse ponto constitucional pelo STF. [Art. 62. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, importa renúncia às instâncias administrativas]
** RESUMO DA ORGANIZAÇÃO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
1ª INSTÂNCIA  DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO
2ª INSTÂNCIA  CONSELHOS DE CONTRIBUINTES (1º, 2º, 3º e 4º)
3º INSTÂNCIA  CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS
10.3 Processo Administrativo Tributário de Consulta�
A consulta, formulada por escrito é o instrumento que o contribuinte possui para dirimir dúvidas quanto a determinado dispositivo da legislação tributária relacionado com sua atividade. A consulta deve circunscrever-se a fato determinado, descrevendo suficientemente o seu objeto e indicando as informações necessárias à elucidação da matéria. Na petição devem ser indicados os dispositivos da legislação que ensejaram a apresentação da consulta e cuja interpretação se requer, bem como, a descrição minuciosa e precisa dos fatos.
Para efetivar consulta sobre situação determinada ainda não ocorrida, o consulente deverá demonstrar vinculação com o fato, bem como a efetiva possibilidade de ocorrência do fato gerador relativo à tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. A consulta deverá versar sobre apenas um tributo ou contribuição, exceto nos casos de matérias conexas. 
Quem pode formular  
O sujeito passivo de obrigação tributária principal ou acessória;
O órgão da administração pública;
A entidade representativa de categoria econômica ou profissional.
A solução da consulta ( eficaz ou ineficaz ) 
A solução da Consulta eficaz ou ineficaz  será efetuada em instância única, não cabendo recurso nem pedido de reconsideração da Solução de Consulta ou do Despacho Decisório que declarar sua ineficácia.
	EFEITOS DA CONSULTA
	a) Consulta formulada por matriz – estende-se aos demais estabelecimentos.
	b) Consulta formulada por entidade representativa de categoria econômica ou profissional – alcança seus associados ou filiados depois de cientificado o consulente da decisão.
	c) A consulta não suspende o prazo: de recolhimento de tributo, retido na fonte ou autolançado antes ou depois de sua apresentação; de entrega da declaração de rendimentos; de cumprimento de outras obrigações acessórias.
	 A consulta eficaz
	Impede a aplicação de penalidade relativamente à matéria consultada, a partir da data de sua protocolização até o 30º dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, da decisão que a soluciona, desde que o pagamento ocorra neste prazo, quando for o caso. Impede a instauração de procedimento fiscal contra o sujeito passivo, relativamente à matéria consultada, a partir da apresentação da consulta até o trigésimo dia subseqüente à data de ciência.
	Situação não ocorrida
	produz efeito somente se o fato concretizado for aquele sobre o qual versou a consulta previamente formulada.
	Alteração de entendimento expresso
	a nova orientação atingirá apenas os fatos geradores que ocorrerem após a sua publicação na impressa oficial ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada.
	Alteração ou reforma, de ofício, de decisão proferida em processo de consulta sobre classificação de mercadorias
	aplicam-se as conclusões da decisão alterada ou reformada em relação aos atos praticados até a data em que for dada ciência ao consulente da nova orientação.
  
INEFICÁCIA
Não produz efeitos a consulta formulada: 
I – pessoa não competente para formular consulta, bem como, sobre tributos não administrados pela Secretaria da Receita Federal ( por ex.: ISS ); por estabelecimento filial;
II - em tese, com referência a fato genérico, ou, ainda, que não identifique o dispositivo da legislação tributária sobre cuja aplicação haja dúvida;
III - por quem estiver intimado a cumprir obrigação relativa ao fato objeto da consulta;
IV - sobre fato objeto de litígio, de que o consulente faça parte, pendente de decisão definitiva nas esferas administrativa ou judicial;
V - por quem estiver sob procedimento fiscal, iniciado antes de sua apresentação, para apurar os fatos que se relacionem com a matéria consultada;
VI - quando o fato houver sido objeto de solução anterior proferida em consulta ou litígio em que tenha sido parte o consulente, e cujo entendimento por parte da administração não tenha sido alterado por ato superveniente;
VII - quando o fato estiver disciplinado em ato normativo, publicado na imprensa oficial antes de sua apresentação;
VIII - quando versar sobre constitucionalidade ou legalidade da legislação tributária;
IX - quando o fato estiver definido ou declarado em disposição literal de lei;
X - quando o fato estiver definido como crime ou contravenção penal;
XI - quando não descrever, completa e exatamente,

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