Aula_10

Prévia do material em texto

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Profª. Joselia de Castro Silva
Aula 10: Terrorismo e política externa estadunidense
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Nesta aula, discutiremos o terrorismo e a política externa estadunidense. A Nova Ordem Mundial trouxe um novo medo ao mundo contemporâneo, o terrorismo, que se materializou, sobretudo, no ataque de 11 de setembro de 2001, o atentado que mudou o mundo e deflagrou novos conflitos, fortalecendo o intervencionismo estadunidense e colocando em xeque instituições como a ONU.
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Após o fim do governo Ronald Reagan, assumiu a presidência dos Estados Unidos George Herbert Walker Bush, cujo mandato se estendeu de 1989 a 1993. Esta foi a ultima gestão antes do fim da URSS e foi marcada por um grande conflito internacional, a Guerra Do Golfo.
Esta guerra, que eclode em 1990, já não possui uma interferência direta da Guerra Fria – embora ainda existisse URSS – o que demonstra o progressivo enfraquecimento deste cenário. Em 1990, Saddam Hussein, líder do Iraque, invade o Kuwait, rico em petróleo. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Rapidamente, os EUA reagem, apoiados pelas Nações Unidas e por outros países do Ocidente, como Reino Unido e França. A Guerra do Golfo evidenciou a preocupação do Ocidente com os países do Oriente Médio, devido ao fato destes concentrarem as maiores reservas de petróleo do planeta. A derrota do Iraque foi uma demonstração do poderio bélico estadunidense. Os meios de comunicação do mundo inteiro transmitiram o conflito em tempo real, praticamente. As imagens dos ataques aéreos ficaram famosas e inauguraram um novo período nos conflitos modernos. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Apesar do aparente sucesso, a guerra do Golfo provocou um enorme gasto financeiro. Estes gastos militares desagradaram a população estadunidense, que defendia, em sua maioria, que a presidência se preocupasse mais com as questões internas – com a questão da saúde, por exemplo – do que com a politica externa. Dessa forma, o republicano George H. W. Bush foi um dos poucos presidentes que não conseguiu ser reeleito, perdendo as eleições para o democrata Bill Clinton.
	
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Vários conflitos ocorreram nesse período e como exemplo podemos citar o caso do Afeganistão. O país havia sido ocupado pela União Soviética que apoiou a posse de Barbrak Kamal, em 1980. Visto como um governo que cedia aos interesses estrangeiros, cresce a resistência local, formada, sobretudo, pelos mujahedins – guerrilheiros – que buscam expulsar o invasor. Diversos países contribuíram para armar e financiar estes guerrilheiros, como os Estados Unidos, o Paquistão e a Arábia Saudita. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
A partir de meados dos anos 1980, é formada uma aliança entre este grupo e o Paquistão, o que levou o líder soviético Mikhail Gorbatchev a iniciar o movimento de desocupação das tropas soviéticas, concluído em 1988.
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
A ocupação soviética havia levado o Afeganistão a uma guerra civil que opunha os nacionalistas e os defensores do governo. Mesmo após a desocupação estrangeira, o conflito interno continuou, levando a ascensão ao poder do grupo Talibã. Os talibãs, fundamentalistas islâmicos, defendiam o estabelecimento deum estado que seguisse rigidamente os princípios do islamismo. 
Em 1996, a milícia Talibã assumiu o poder na capital, Cabul, e adotou medidas radicais de controle. As mulheres foram proibidas de trabalhar fora de casa e foi restaurada a punição de apedrejamento até a morte, Neste caso, crimes passíveis desta pena iam de adultério ao homossexualismo. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Paquistão e Arábia saudita reconheceram o talibã como o legítimo governo afegão. Esta legitimidade abriu caminho para medidas ainda mais radicais como a destruição das estátuas históricas de Buda, em 2001, uma perda inestimável para o patrimônio internacional. A justificativa era o preceito islâmico que proíbe a adoração a ídolos. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
11 DE SETEMBRO DE 2001
ATENTADO AO WORLD TRADE CENTER
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
No mesmo ano da destruição das estátuas, ocorreu um atentado no dia 11 de setembro. Dois aviões de passageiros foram lançados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque. Naquele mesmo dia outro avião foi lançado contra o Pentágono, órgão de defesa estadunidense e uma quarta aeronave caíra em Pittsburg, na Pensilvânia. Estima-se que tinha como destino a Casa Branca, em Washington, mas os sequestradores foram impedidos pelos passageiros de alcançar seu alvo. Não houve sobreviventes da queda. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Os atentados, reivindicados pelo grupo terrorista Al Qaeda, liderado por Osama Bin Laden, deixaram milhares de mortos, quase todos civis – com exceção dos militares mortos no ataque ao Pentágono. Dezenove terroristas suicidas haviam sequestrado quatro aviões e em algumas horas, mudaram os rumos não só do país, mas de toda a política internacional. 
O presidente estadunidense no poder era George W. Bush, cujo governo foi instado a tomar medidas imediatas de retaliação. O alvo era o Afeganistão, sede do grupo terrorista Al Qaeda. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Foi formada uma coalização anti terrorismo, liderada pelos EUA e a poiada pelo Reino Unido. Para evitar um ataque maciço ao país, o talibã deveria entregar Osama Bin Laden para que fosse julgado. O líder Talibã, mulá Omar se recusou a cumprir a exigência. Esta atitude fez com que os países que antes eram aliados do Afeganistão, como Arábia Saudita e Paquistão rapidamente retiraram seu apoio e o país ficou sozinho para lutar contra a ameaça estadunidense. 
Em outubro de 2001 começou a ofensiva. Cabul foi bombardeada e o governo talibã deposto pelas forças de coalização. Um novo governo foi instituído, mas a guerra continuou por mais de uma década, corroendo recursos humanos e materiais mesmo após o fim do governo Bush.
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
George W. Bush, um republicano, ficou conhecido pelo conjunto de medidas que sucederam ao 11 de setembro. O presidente estipulou o que ficou conhecido como Doutrina Bush, uma série de princípios que justifica o combate ao terrorismo em qualquer parte do mundo. Segundo estadoutrina, os EUA podem interferir militarmente em qualquer país que considere uma ameaça terrorista ou que abrigue terroristas – como é o caso do Afeganistão. Além disso, podem depor regimes que considerem uma ameaça à segurança nacional – como no Iraque. Esta doutrina deu origem a chamada guerra preventiva, que busca impedir que novos atentados ocorram em solo americano ou aliado.
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
O combate ao terrorismo passou a ter proporções internacionais e justificar a intervenção estadunidense onde fosse necessária, o que ampliou ainda mais o potencial de atuação dos Estados Unidos. 
No plano interno, foi assinado o Ato Patriótico, que permitia ao governo investigar qualquer cidadão, monitorando tanto civis quanto estrangeiros. 
A base de Guantánamo passou a ser utilizada para interrogar suspeitos de terrorismo, com largo uso da tortura. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Em 2003, ocorreu a Guerra do Iraque, que caracterizou sua segunda administração e levou o país à uma enorme crise financeira. Sob a justificativa de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, o país foi invadido em 2003. Bush e o primeiro ministro britânico, Tony Blair, temiam que o líder iraquiano, Saddam Hussein – a quem os Estados Unidos apoiaram anteriormente – pudesse se constituir em uma ameaça imediata de terrorismo. Hussein foi deposto em 2003 e em 2006 foi condenado a morte na forca por um tribunal iraquiano. Mesmo após sua morte, a guerra continuou.
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Esta política teve o efeito oposto ao que se pretendia. Em 2005, Londres sofreu um dos maiores ataques terroristas de sua história, também empreendido por fundamentalistas islâmicos. Quatro bombas foram detonadas, sendo três no metrô e uma em um ônibus, deixando dezenas de mortos e feridos. A Guerra no Iraque prosseguia, a despeito das recomendações da ONU de que o conflito fosse terminado. Em Bagdá, foi criada a Zona Verde, uma área de não agressão, e mesmo com a cidade destruída e a ameaça terrorista aparentemente controlada, somente em 2011 o conflito teve fim.
A Era Bush é um exemplo do mundo pós guerra fria, onde não há mais um equilíbrio de poder. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
O legado da Era Bush, além da manutenção de sua doutrina, foi uma intensa crise financeira. O investimento na indústria bélica deixou de lado questões internas fundamentais, como a caótica situação da saúde. Neste contexto, seu governo se encerra, em 2008, em meio a uma das maiores crises financeiras da historia dos Estados Unidos, comparável àquela que havia ocorrido em 1929. As eleições seguintes deram a vitória a um democrata, Barack Obama, que assumiu com o compromisso de sanear as finanças, desocupar o Afeganistão acabar progressivamente com o ato patriótico, revitalizar o sistema de saúde
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
De forma simples, durante a gestão Bush, houve um forte investimento privado na construção de imóveis. Logo, havia mais residências que compradores e os bancos passaram a estender seus financiamentos mesmo sem garantias de pagamento de empréstimos e o próprio imóvel serviria como garantia. Quando as pessoas passaram a não conseguir quitar seus empréstimos - as hipotecas – os bancos retomavam estas casas e as colocavam no mercado novamente só que agora, sem a facilidade de crédito anterior. Assim, não havia como comprar os imóveis e os bancos se viram donos de diversas propriedades, mas sem compradores. Quando o Lehman Brothers, o 4º maior banco de investimentos do país decretou falência, a situação já era irreversível, gerando o que ficou conhecida como a crise de 2008. 
AULA 10: TERRORISMO E POLÍTICA EXTERNA ESTADUNIDENSE
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
NESSA AULA VOCÊ:
 Nesta aula, caracterizamos definimos os rumos da política externa estadunidense após o fim da Guerra Fria, analisamos a Doutrina Bush e estabelecemos as implicações do Ato Patriótico e o sentido da Guerra Preventiva. Analisamos ainda os conflitos do Afeganistão e do Iraque. 
*