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AULA 4 - TGDC

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AULA 4 - Fim da Personalidade. 
- A Morte como Causa de Extinção da Personalidade. 
- Morte Civil. 
- Comoriência. 
- Registro Público. 
- Conceito. 
- Atos Registráveis. 
- Atos Sujeitos à Averbação. 
 
O Fim da Personalidade ou Extinção da Personalidade Natural se da somente 
com a morte real, pois apenas com ela termina a existência da pessoa natural. 
Morte Real, prevista no art. 6º do C.C., ocorre com o diagnostico de 
paralização da atividade encefálica, segundo o art. 3º da Lei n. 9.434/97 
(transplante de órgãos). 
Faz-se a prova através do atestado de óbito. 
Morte simultânea ou comoriência, prevista no art. 8º do C.C., acontece na 
hipótese de dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar qual deles morreu primeiro, presumindo-se 
simultaneamente mortos. 
Não ha transferência de bens entre comorientes. 
Morte Civil, existente no direito romano, especialmente para os que perdiam 
o seu status libertatis (escravos). Considera morto o individuo na seara 
jurídica, conquanto vivo. Ha um resquício da Morte Civil no art. 1.816 do C.C., 
que trata do herdeiro, afastado da herança por indignidade, como se ele 
“morto fosse antes da abertura da sucessão”. Mas somente para afasta-lo da 
herança. Conserva, porem, a personalidade, para os demais efeitos. (Também 
na legislação militar pode ocorrer a hipótese de a família do indigno oficialato, 
que perde o seu posto e respectiva patente, perceber pensões, como se ele 
houvesse falecido). 
Morte Presumida, com ou sem declaração de ausência. Presume-se a morte, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva (C.C., art. 6º, 2ª parte e 9º, IV). A declaração de ausência (nos casos 
dos arts. 22 a 39 do C.C. e dos arts. 1.161 a 1.168 do CPC) produz efeitos 
patrimoniais, permitindo a abertura da sucessão provisória e, depois, a 
definitiva. Na ultima hipótese, constitui causa de dissolução da sociedade 
conjugal, nos termos do art. 1.571, §1º, C.C.) 
O art. 7º do C.C. permite a declaração de morte presumida, para todos os 
efeitos, sem decretação de ausência: I – se for extremamente provável a 
morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em 
campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado ate dois anos apos o 
termino da guerra. Segundo o que dispõe o paragrafo único, a “declaração da 
morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de 
esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável 
do falecimento.” 
 
Registros Públicos 
Conceito: Registro é o conjunto de atos autênticos tendentes a ministrar 
prova segura e certa do estado das pessoas (físicas ou jurídicas), de títulos e 
documentos, da propriedade imobiliária e do inadimplemento do devedor. Ele 
fornece meios probatórios, cuja base primordial descansa na publicidade. 
 
Fins do registro público (“Princípios Gerais”) 
Publicidade: o registro, propiciando a publicidade em relação a todos os 
terceiros, no sentido mais amplo, produz o efeito de afirmar a boa-fé dos que 
praticam atos jurídicos baseados na presunção de certeza daqueles 
assentamentos. 
Autenticidade: é a qualidade do que é confirmado por ato de autoridade: de 
coisa, documento ou declaração verdadeiros. O registro cria presunção 
relativa de verdade. É retificável e modificável, uma vez que o Oficial de 
Registro é o receptor da declaração de terceiros, que examina segundo 
critérios predominantemente formais. Só o próprio registro tem 
autenticidade. 
Segurança: como libertação do risco, é, em parte, atingida pelos registros 
públicos. Aperfeiçoando-se seus sistemas de controle e sendo obrigatórias as 
remissões recíprocas, tendem a constituir malha firme e completa de 
informações. 
Eficácia: é a aptidão para produzir efeitos jurídicos, calcada na segurança dos 
assentos, na autenticidade dos negócios e declarações para ele transpostos. 
 
Efeitos 
a) Constitutivos: sem o registro o direito não nasce (ex.: emancipação e 
aquisição de propriedade imóvel por ato inter vivos); 
b) Comprobatórios: o registro prova e existência e a veracidade do ato ao 
qual se reporta (ex.: assento de óbito de pessoa presumidamente morta) 
c) Publicitários: o ato registrado, com raras exceções, é acessível ao 
conhecimento de todos, interessados e não interessados (ex.: interdição e 
declaração de ausência) 
 
Espécies 
a) Registro civil das pessoas naturais (art. 1o, §1o, I, da LRP) 
b) Registro civil das pessoas jurídicas (art. 1o, §1o, II, da LRP) 
c) Registro de títulos e documentos (art. 1o, §1o, III, da LRP) 
d) Registro de Imóveis (art. 1o, §1o, IV, da LRP) 
 
Registros não expressamente previstos na Lei 6.015/73 (Art. 1o, §2o, da LRP) 
a) Serviços de Protesto de Títulos (Lei 9.492/97) 
b) Registro de Empresas Mercantis (Lei 8.934/94) 
c) Registro de Contrato Marítimo (previsto na Lei 8.935/94) 
 
Atos Registráveis 
 
A) Código Civil – Art. 9º - Serão registrados em registro público: 
 I – os nascimentos, casamentos e óbitos; 
 II – a emancipação por outorga dos pais ou sentença do 
juiz; 
 III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
 IV – a sentença declaratória de ausência e de morte 
presumida. 
 
B) Lei de Registros Públicos Art. 29 – Serão registrados no Registro Civil de 
Pessoas Naturais: 
(Lei n. 6.015/73) I – os nascimentos; 
 II – os casamentos; 
 III – os óbitos; 
 IV – as emancipações; 
 V – as interdições; 
 VI – as sentenças declaratórias de ausência; 
 VII – as opções de nacionalidade; 
 VIII – as sentenças que definirem a legitimação 
adotiva. 
 
Atos Averbáveis 
 
A) Código Civil – Art. 10º - Far-se-á averbação em registro público: 
 I – das sentenças que decretam a nulidade ou anulação de 
casamento, o divórcio , a separação judicial e o restabelecimento 
da sociedade conjugal; 
 II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declarem ou 
reconhecem a filiação; 
 III – dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. (Revogado 
pela Lei n. 12.010/2009) 
 
B) Lei de Registros Públicos Art. 29, §1º e 97 e seguintes. 
Exemplos: 
1 - Far-se-á averbação pelo Oficial do Cartório de Registro: 
 a – a vista de carta de sentença ou mandado; 
 b – mediante petição acompanhada de certidão ou documento legal e 
autentico , apos audiência do MP. 
 
2 – No livro de casamento, averbar-se-á a sentença de nulidade ou anulação 
de casamento, as de separação ou divórcio, declarando-se a data da 
prolatação pelo Tribunal ou Juiz, os nomes das partes e o transito em julgado. 
Averbar-se-á, também, o ato de restabelecimento da sociedade conjugal. 
 
3 – No livro de nascimento, averbar-se-á a perda da nacionalidade brasileira, 
quando comunicada pelo Ministério da Justiça. 
 
4 – No livro de emancipações, interdições e ausências, averbar-se-ão: 
 a – as sentenças a anular, desconstituir ou a por termo a interdição; 
 b – as substituições dos curadores de interditos ou ausentes; 
 c – as alterações dos limites da curatela; 
 d – a cessação ou mudança de internação; 
 e – a cessação de ausência pelo aparecimento do ausente. 
 
Averbar-se-á, também, no assento de ausência, a sentença de abertura da 
sucessão provisória, após o trânsito em julgado.

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