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Disciplinas Educação Inclusiva: Princípios e Práticas Docentes Prof. Gabriela Maffei Curso PEDAGOGIA Módulo 5.1 Síntese da Unidade I: ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Segundo Mazzotta (1996), até o século XVIII, as concepções de deficiência estavam voltadas para o misticismo e o ocultismo, ou seja, eram fundamentadas com base no cunho religioso ou em poderes sobrenaturais. A mesma sociedade que excluiu as pessoas portadoras de deficiência também se omitiu, pois não ofereceu serviços para atender as suas necessidades. Os primeiros movimentos pelo atendimento dos deficientes começaram na Europa e depois se estenderam para os Estados Unidos, Canadá e Brasil. De acordo com Mazzotta (1996), várias foram as expressões para se referir ao atendimento educacional aos portadores de deficiência, como Pedagogia dos Anormais, Pedagogia Curativa, Pedagogia da Assistência Social dentre outros. Nota-se que o atendimento aos deficientes estava vinculado ao abrigo, assistência ou terapia. Em estudo levantado pelo autor, encontrou-se a primeira obra impressa a falar sobre a educação das pessoas deficientes, que foi de Jean – Paul Bonet, na frança em 1620. Charles M. Eppée criou a instituição, em Paris, no ano de 1770; inventou o método dos sinais, que era usado para completar o alfabeto manual e para caracterizar objetos que passavam despercebidos pelos sentidos. Estes fundaram institutos educacionais para surdos-mudos, onde a leitura labial ou leitura orofacial; se contrapunha ao método dos sinais e ainda hoje se discute a validade dos dois métodos. Um jovem cego francês, Louis Braille; criou o método Braile. Conforme Mazzotta (1996), ainda hoje, esse é o meio mais eficiente e útil para as necessidades das pessoas cegas. Ele baseia-se em seis pontos salientes na célula braile, possibilitando sessenta e três combinações. Edward Seguin fundou um Instituto para crianças deficientes mentais na França, também pensou em currículo de atividades, contemplando treinamento motor e sensorial, além de cores e músicas. Maria Montessori, médica italiana, aprimorou os programas de Itard e Seguin, ao enfatizar a auto-educação com materiais didáticos que incluíam blocos, encaixes, recortes, peças coloridas e letras em relevo. As técnicas de ensino de Montessori ficaram conhecidas em diversos países da Europa e Ásia. Ressalta-se ainda o trabalho da médica belga Alice Descoeudres (1928), cuja proposta curricular para deficientes mentais leves considerava a prática de atividades educativas em ambiente natural. A médica defendia o uso de instruções individual e grupal, com ênfase para deficiências sensoriais e cognitivas. Foi por influência do NARC que surgiu no Brasil a APAE, No começo do século XX, conforme Jannuzzi (2006) começam a surgir alguns indicadores do interesse da sociedade pela educação dos deficientes. Na década de 1940, a Constituição Brasileira de 1946 divulga a concepção de educação como direito de todos, devendo ser inspirada nas idéias da solidariedade humana. Foi nesse contexto que foi fundada a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, no Rio de Janeiro. Em 1961, com a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB se afirmou legalmente essa modalidade de ensino. Nessa época, já existia no Brasil uma organização de atendimentos que contemplava instituições particulares de caráter assistencial e algumas classes especiais públicas. Com as políticas governamentais que se sucederam nesse período, as instituições assistenciais passam a ter que assumir a responsabilidade dos serviços sociais. O Estado, conforme já discutido aqui, foi minimizando a sua atuação junto aos setores educacionais. O histórico da educação especial aqui traçado nos remete a algumas análises. Conforme Kassar (2004), atualmente é muito comum encontrar discursos que exaltam as associações privadas para o cumprimento de funções sociais. Assim, elas são fortalecidas ao serem concebidas como “parcerias” entre os setores públicos e privados. Mazzotta (1996) também destaca que a participação dos deficientes no planejamento e execução de serviços destinados a eles é um desafio que se coloca para uma sociedade que objetiva ser democrática. Percebe-se, porém alguns indicativos dos movimentos organizados por grupos de pessoas deficientes, refletidas nas conquistas que estão elencadas na Constituição Federal de 1988 e nas Constituições Estaduais a partir delas. Mazzotta (1996) também destaca que a participação dos deficientes no planejamento e execução de serviços destinados a eles é um desafio que se coloca para uma sociedade que objetiva ser democrática. Percebe-se, porém alguns indicativos dos movimentos organizados por grupos de pessoas deficientes, refletidas nas conquistas que estão elencadas na Constituição Federal de 1988 e nas Constituições Estaduais a partir delas. Bom estudo! Equipe de Dependência Pedagogia.
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