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FICHAMENTO - MODERNIDADE E AMBIVALENCIA 2

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Título: Modernidade e Ambivalência
Capitulo: 02 - A construção social da ambivalência
	Referência bibliográfica:
BAUMAN, Zygmunt.Modernidade e ambivalência. Trad. de Marcus Penchel. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1999
	Resumo:
Segundo Bauman a amizade se cria pela lógica da cooperação de acordo com a responsabilidade e dever moral, bem como a inimizade se cria pela lógica da luta e pela recusa à responsabilidade e ao dever moral entre as partes, expressa numa ação hostil recíproca. No entanto, a amizade e a inimizade diferem com relação às expectativas, pois segundo Bauman, para construir uma amizade é necessário uma expectativa de amizade, enquanto que para que se constitua uma inimizade uma expectativa não é necessária.
Bauman explicita que a oposição e em decorrência dela, tanto a amizade quanto a inimizade representam relacionamentos e que elas são as formas básicas de sociação (segundo Simmel). Mas que em oposição a essa dualidade surge o “estranho”, aquele que não tem compromisso nem com a “amizade’ e nem com a “inimizade” e que se constitui como uma ameaça pior do que a que é oferecida pela “inimizade” reconhecida. Ele explicita que uma das razões para que isto aconteça se deve ao fato de que a presença do “estranho” permite a contestação da “sociação” e a própria possibilidade de “sociação”.
Bauman explicita o conceito de “estranho” através de vários outros termos polissêmicos como “pharmakon”, o “hímem”, o “suplemento”, “os indefiníveis” que teria traduziria uma idéia de neutralidade carregada de um forte potencial de efeito de acordo com um dado uso. Desse modo, a neutralidade das palavras que se traduz em ambivalência caracterizam com perfeição a situação do “estranho” pelo horror que a sua posição indeterminada causa naqueles que sendo membros nativos de um campo já nascem conformados aos pólos desse campo.
Desse modo, Bauman explicita que a clareza cognitiva é um equivalente intelectual da certeza comportamental e que a necessidade que as pessoas tem de viver em situação e contexto de clareza leva-as à “sociação” e sobre esta se assenta a organização político administrativa das nações.
Bastante elucidadora também a sua explicação sobre os métodos da separação territorial e funcional e dos recursos de intercâmbio entre os territórios (guias, diplomatas, vendedores, viajantes, a televisão e os shoppings temáticos).
Bauman explicita que o “estranho” é considerado como perigoso principalmente pelos seguintes motivos:
• Porque ele perturba a ressonância entre distância física e psíquica, ou seja, ele está fisicamente próximo, mas permanece espiritualmente distante, trazendo para o círculo íntimo da proximidade um tipo de diferença e alteridade que são previstas e toleradas apenas a distância.
• Porque ele preserva algumas regalias que os não-estranhos não usufruem, como por exemplo, o livre trânsito entre um pólo e outro, entre o envolvimento e a indiferença, entre o compromisso e o distanciamento e até uma visão mais estratégica da situação.
Com estes argumentos, ele explicita que o estranho é considerado a anomalia mais anômala e representa a deslealdade dos amigos, o disfarce gracioso dos inimigos, a falibilidade da ordem e a vulnerabilidade interna.
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