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05. Epitélios e Glândulas

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27 
 
EPITÉLIOS E GLÂNDULAS 
 
 O tecido epitelial ou epitélio consiste em células dispostas em lâminas contínuas, em camadas 
únicas ou múltiplas. As células são densamente agrupadas, mantidas fortemente unidas por numerosas 
junções celulares, existindo apenas pouquíssimo espaço extracelular entre as membranas plasmáticas 
adjacentes. A superfície apical das células epiteliais pode estar voltada a uma cavidade corporal ou ao 
exterior do corpo. A superfície basal destas células adere a um tecido conjuntivo subjacente. 
 A maioria das células epiteliais de apoia sobre uma camada extracelular denominada membrana 
basal localizada entre o epitélio e o tecido conjuntivo abaixo. Normalmente ela é mal visualizada com o 
corante HE. A membrana basal suporta os epitélios, funciona como uma peneira semipermeável ou barreira 
de filtração seletiva como acontece nos vasos sanguíneos e nos alvéolos pulmonares além de controlar a 
diferenciação das células epiteliais durante o crescimento e o reparo tecidual. A membrana basal é formada 
por proteínas e glicoproteínas filamentosas como as glicosaminoglicanas, proteoglicanas, fibronectina e 
colágenos. Com o advento da microscopia eletrônica, a membrana basal passou a ser chamada também de 
lâmina basal. Os dois termos são usados como sinônimos, e isso tem causado alguma confusão. Na 
microscopia eletrônica, a membrana basal é diferenciada em três camadas, a lâmina lúcida (ou rara), a 
lâmina densa e a lâmina reticular. A lâmina lúcida é uma lâmina clara localizada imediatamente abaixo das 
membranas plasmáticas das células epiteliais possuindo entre 10 a 50 nanômetros (nm) de espessura. A 
lâmina densa intermediária possui entre 20 e 300 nm de espessura. Colágeno tipo IV está presente nessas 
duas primeiras lâminas. A lâmina reticular em contato com o tecido conjuntivo e produzida por fibroblastos 
desse tecido é constituída principalmente por fibras reticulares (colágeno tipo III). Observe a figura abaixo 
que mostra um epitélio de revestimento, sua membrana basal e o tecido conjuntivo abaixo. Repare que os 
vasos sanguíneos não atravessam a membrana basal, porém os nervos atravessam e chegam nas células 
epiteliais. 
 
 
 
 O tecido epitelial é avascular, isto é, não tem seu próprio suprimento sanguíneo. Os vasos 
sanguíneos que levam os nutrientes e removem as escórias ficam situados no tecido conjuntivo abaixo. As 
trocas entre o tecido conjuntivo e o epitélio ocorrem por difusão. Embora seja avascular, o tecido epitelial 
tem suprimento nervoso. 
 28 
 O tecido epitelial está repetidamente sujeito a ruptura física e a lesões. Mas por ter grande 
velocidade de divisão celular ele se renova constantemente descamando as células mortas ou lesadas e 
substituindo-as por novas células. O intervalo de tempo para a renovação completa das células epiteliais é 
constante para cada epitélio particular. As células do tecido epitelial da pele (epiderme), por exemplo, estão 
sendo constantemente renovadas na camada próxima à membrana basal através de mitoses. A migração 
de células da camada basal até a superfície da pele, quando morrem e descamam dura cerca de 28 dias. 
Outras células epiteliais são renovadas num espaço mais curto de tempo. As células do intestino delgado, 
por exemplo, são renovadas completamente entre 4 e 6 dias. 
O tecido epitelial tem muitos papéis no corpo, os mais importantes incluem a proteção, a filtração, a 
secreção, a absorção e a excreção. Além disto, o tecido epitelial se combina com o tecido nervoso para 
formar órgãos especiais para o olfato, a visão, a audição e o tato. 
 O tecido epitelial pode ser dividido em dois tipos: epitélio de revestimento e epitélio glandular. O 
epitélio de revestimento forma a epiderme da pele e recobre alguns órgãos internos. Também forma o 
revestimento interno dos vasos sanguíneos, dos ductos e das cavidades corporais e do interior dos 
sistemas digestivo, respiratório, urinário e reprodutor. O epitélio glandular forma a parte secretória das 
glândulas como a tireoide, as glândulas adrenais (suprarrenais) e sudoríparas. 
 
EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
Os epitélios de revestimento são classificados de acordo com duas características: a disposição das 
células em camadas e a forma das células: 
1. Classificação em relação à disposição em camadas: 
a) O epitélio simples é formado por camada única de células que funciona na difusão, na osmose, na 
filtração, na secreção (produção e liberação de substâncias como o muco ou enzimas) e na absorção 
(captação de líquidos e de outras substâncias, pela célula). 
b) O epitélio estratificado consiste em duas ou mais camadas de células que protegem os tecidos 
subjacentes, em locais onde ocorra grau considerável de atrito. 
c) O epitélio pseudo-estratificado só contém camada única de células embora pareça ter múltiplas camadas, 
visto que seus núcleos ocorrem em diversos níveis e nem todas as células atingem a superfície apical (mas 
todas tocam a membrana basal). As células que se estendem até a superfície apical são ciliadas ou 
secretoras de muco. 
 
2. Classificação em relação às formas das células: 
a) As células pavimentosas (ou escamosas) são achatadas e dispostas como ladrilhos, o que permite o 
transporte rápido de substâncias através delas. 
b) As células cúbicas têm forma de cubos ou hexágonos e funcionam na absorção ou na secreção. 
c) As células cilíndricas (colunares ou prismáticas) são compridas e cilíndricas, protegendo os tecidos 
subjacentes. Podem ter cílios, podendo ser especializadas para a secreção ou a absorção. 
d) As células transicionais (ou de transição) mudam de forma, de colunar para pavimentosa conforme o 
órgão esteja relaxado ou distendido. 
 Combinando-se a disposição em camadas com as formas celulares, obtém-se o seguinte esquema 
classificatório para os epitélios de revestimento: 
I. Epitélio simples: epitélio pavimentoso simples, epitélio cúbico simples e epitélio cilíndrico simples. 
II Epitélio estratificado: epitélio pavimentoso estratificado, epitélio cúbico estratificado, epitélio cilíndrico 
estratificado e epitélio de transição. Os três primeiros possuem classificação baseada na forma das células 
da última camada. 
III. Epitélio cilíndrico pseudo-estratificado. 
 
Epitélios Simples 
Epitélio Pavimentoso Simples 
 Este epitélio consiste em uma única camada de células achatadas que se assemelha a um chão 
ladrilhado, quando visto de sua superfície apical. O núcleo de cada célula também se achata com 
localização central. O epitélio pavimentoso simples é encontrado nas partes do corpo onde filtração ou a 
difusão são processos prioritários como, por exemplo acontece, respectivamente, nos capilares sanguíneos 
e nos alvéolos pulmonares. Não é encontrado epitélio pavimentoso simples nas áreas do corpo que são 
sujeitas ao atrito. O epitélio pavimentoso simples que reveste o interior das câmaras cardíacas e dos vasos 
sanguíneos e linfáticos é conhecido como endotélio. O epitélio pavimentoso simples que reveste cavidades 
que não se comunicam com o meio externo como as cavidades torácica, pericárdia e abdominal é 
denominado mesotélio. A figura a seguir representa um epitélio simples pavimentoso que reveste 
internamente uma veia. As setas indicam o núcleo achatado nas células epiteliais. 
 
 29 
 
 
Epitélio Cúbico Simples 
 A forma cúbica das células neste tecido fica óbvia quando o tecido é seccionado e visto de lado. Os 
núcleos são, em geral, redondos com localização central. O epitélio cúbico simples reveste os túbulos renais 
e ductos de muitas glândulas e forma a porção secretora de algumas glândulas como, por exemplo, os 
folículos da glândula tireoide mostrados na figura abaixo. 
 
 
 
Epitélio Cilíndrico Simples 
 Quando visto de lado, suas células aparecem retangulares, com núcleos ovais, perto da base. O 
epitélio cilíndrico simples existe sob duas formas: ciliado e não-ciliado. O epitéliocilíndrico simples ciliado é 
encontrado na tuba uterina que ajuda a mover o óvulo até o útero. O epitélio cilíndrico simples não-ciliado é 
encontrado no intestino e contém microvilosidades. As microvilosidades são diminutas projeções 
digitiformes da membrana plasmática em contato com a luz encontradas em muitos epitélios, 
particularmente nos especializados na absorção, onde sua presença pode aumentar a área de superfície 
em até 30 vezes. Nos epitélios altamente absortivos, como o intestino delgado, mostrado abaixo possuem 
até 3.000 microvilosidades por célula. 
 
 
 30 
 
Epitélios Estratificados 
Contrastando com os epitélios simples, os epitélios estratificados têm, pelo menos, duas camadas 
de células. Assim, são mais duráveis e podem proteger melhor os tecidos subjacentes. Algumas células dos 
epitélios estratificados também produzem secreção. Os nomes dos tipos específicos estratificados 
dependem da forma da célula em sua superfície apical. 
 
Epitélio Pavimentoso Estratificado 
 As células da camada superficial deste tipo de epitélio são achatadas, enquanto as das camadas 
mais profundas têm forma variável, de cúbica a colunar. As células basais (as mais profundas) passam 
continuamente por divisão celular. Á medida que as novas células crescem, as células das camadas basais 
são empurradas para cima, em direção à superfície apical. Conforme se afastam das camadas profundas e 
do seu suprimento sanguíneo no tecido conjuntivo subjacente, elas ficam desidratadas, murchas e mais 
duras. Na superfície, as células perdem suas junções celulares e são descamadas, mas são substituídas 
pelas novas células que continuamente emergem das células basais. 
 O epitélio pavimentoso estratificado existe na forma queratinizado e não-queratinizado. No epitélio 
pavimentoso estratificado queratinizado, uma camada resistente de queratina é depositada nas células da 
superfície como acontece na pele mostrada na figura abaixo à esquerda. A queratina é uma proteína 
resistente ao atrito que ajuda a repelir bactérias. O epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado não 
contém queratina e permanece úmido como acontece nas superfícies úmidas que revestem a boca, o 
esôfago e a superfície que recobre a língua como mostrado abaixo à direita. 
 
 
 
Epitélio Cúbico Estratificado 
 Este tipo relativamente raro de epitélio consiste, geralmente, em mais de duas camadas de células, 
com as células da camada apical em forma de cubo. Sua função é, principalmente, protetora, mas também 
atua na secreção e na absorção de forma limitada. Este tipo de epitélio é encontrado nos ductos de 
glândulas sudoríparas e em parte da uretra masculina. 
 
Epitélio Cilíndrico Estratificado 
 Igualmente ao epitélio cúbico estratificado, este tipo de epitélio é pouco comum. Geralmente, a 
camada ou camadas basais consistem em células poliédricas irregulares e curtas. Apenas as células 
apicais têm forma cilíndrica. O epitélio cilíndrico estratificado atua na proteção e na secreção e é encontrado 
revestindo parte da uretra, os grandes ductos de algumas glândulas, pequenas áreas da membrana mucosa 
do ânus e parte da conjuntiva do olho. 
 
Epitélio de Transição 
 Este tipo de epitélio tem aparência variável dependendo do órgão revestido por ele estar relaxado 
ou distendido. No seu estado relaxado, o epitélio de transição é semelhante ao epitélio cúbico estratificado. 
Conforme as células são distendidas, elas adquirem a forma escamosa criando a aparência de um epitélio 
pavimentoso estratificado. Devido a sua elasticidade, o epitélio de transição reveste internamente as 
estruturas ocas, sujeitas à expansão, de dentro para fora, como acontece com a bexiga urinária mostrada 
na figura abaixo, vazia à esquerda e cheia à direita. 
 
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Epitélio Cilíndrico Pseudo-Estratificado 
 Os núcleos das células deste tipo de epitélio situam-se em diferentes alturas. Muito embora todas 
as células estejam presas à membrana basal, algumas não atingem a superfície apical. Quando visto de 
lado, estas características dão a falsa impressão de um tecido com múltiplas camadas (daí o nome pseudo-
estratificado). No epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, as células que atingem a superfície apical 
secretam muco (células caliciformes) ou têm cílios que varrem o muco e as partículas estranhas retidas, 
para sua eventual eliminação do corpo. O muco, secretado pelas células caliciformes, forma uma película 
sobre a superfície respiratória, que retém partículas estranhas inaladas. Os cílios batem movendo o muco e 
quaisquer partículas estranhas em direção à garganta, onde pode ser eliminado por tosse ou engolido ou 
cuspido. Este epitélio reveste as vias aéreas da maior parte do trato respiratório superior. A figura abaixo 
mostra o epitélio pseudo-estratificado ciliado que reveste internamente a traqueia. Repare os cílios na 
superfície apontados pela seta e uma célula caliciforme secretora de muco mais clara na extrema direita da 
figura. 
 
 
EPITÉLIO GLANDULAR 
 Os epitélios glandulares são constituídos por células que apresentam como atividade característica 
a produção de secreções. Quase sempre os produtos elaborados pelas células glandulares são acumulados 
temporariamente no citoplasma, sob a forma de pequenas partículas envolvidas por membrana, as 
vesículas ou grânulos de secreção. O produto secretor pode ser um hormônio produzido, por exemplo, pela 
hipófise, uma cera produzida pelas glândulas ceruminosas do canal auditivo, um muco produzido pelas 
células caliciformes ou uma combinação de proteínas, lipídeos e carboidratos como produzida pelas 
glândulas mamárias. 
 As glândulas originam-se pela proliferação das células de epitélios de revestimento que invadem o 
tecido conjuntivo subjacente e se diferenciam. Nas glândulas exócrinas, a região do epitélio de revestimento 
que se aprofundou no tecido conjuntivo não perde contato com o epitélio que lhe deu origem. Já as 
glândulas endócrinas perdem o contato com o epitélio que lhe deu origem podendo se agrupar em cordões 
ou em folículos formando glândulas endócrinas do tipo cordonal e vesicular, respectivamente. Nas glândulas 
endócrinas tipo cordonal, o produto de secreção é acumulado em pequena quantidade no interior das 
células. Nas glândulas endócrinas tipo vesicular, o produto de secreção é acumulado no interior de 
vesículas formadas quando células se agrupam limitando um espaço interno onde o hormônio pode ser 
armazenado. Observe a figura a seguir. 
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Glândulas Exócrinas 
As glândulas exócrinas secretam seus produtos por ductos que se esvaziam na superfície dos 
epitélios de revestimento que pode ser na superfície da pele ou na luz (ou lúmen) de um órgão oco. As 
secreções das glândulas exócrinas incluem muco, suor, óleo, cera, saliva e as enzimas digestivas. 
Exemplos de glândulas exócrinas são as glândulas sudoríparas e as glândulas salivares. 
 
Classificação Estrutural das Glândulas Exócrinas 
 As glândulas exócrinas são classificadas como tipos unicelulares ou multicelulares. As glândulas 
unicelulares só têm uma célula. Tipo importante de glândula exócrina unicelular é a célula caliciforme 
secretora de muco do trato digestivo e respiratório. Embora as células caliciformes não contenham ductos, 
elas são classificadas como glândulas exócrinas, pois o muco é lançado para fora do epitélio e não na 
corrente sanguínea. As células caliciformes são células cilíndricas modificadas que secretam muco, um 
líquido ligeiramente viscoso. Antes de ser liberado, o muco se acumula na parte superior da célula, fazendo 
com que esta região se dilate. A célula então se assemelha a um cálice ou a uma taça de vinho. O muco 
secretado atua como lubrificante para o revestimento interno dos tratos digestório, respiratório, reprodutivo e 
urinário. O muco também ajuda a reter poeira que entra no trato respiratório e impede a destruiçãodo 
revestimento interno do estômago pelas enzimas digestivas. 
 As glândulas multicelulares são classificadas de acordo com dois critérios: se seus ductos são 
ramificados ou não-ramificados, e em relação à forma de suas porções secretoras. Se o ducto da glândula 
não se ramifica, então ela é uma glândula simples. Se seu ducto se ramifica, ela é uma glândula composta. 
As glândulas com porções secretoras em forma de tubo são glândulas tubulares, as com suas porções 
secretoras em forma de frasco são glândulas acinares. As glândulas túbulo-acinares têm partes secretoras 
tubulares e em forma de frasco. As combinações do grau de ramificação com a forma da parte secretora 
são os critérios para a seguinte classificação estrutural das glândulas exócrinas multicelulares (acompanhe 
a descrição observando a figura a seguir): 
- Tubular simples: a parte secretora é reta e tubular. Exemplo: as grandes glândulas intestinais. 
- Tubular ramificada simples: a parte secretora é ramificada e tubular. Exemplo: glândulas gástricas. 
- Tubular enrolada simples: a parte secretora é enrolada. Exemplo: glândulas sudoríparas. 
 33 
- Acinar simples: a parte secretora tem forma de frasco. Exemplo: glândulas da uretra peniana. 
- Acinar ramificada simples: a parte secretora é ramificada e em forma de frasco. Exemplo: glândulas 
sebáceas (oleosas). 
- Tubular composta: a parte secretora é tubular. Exemplo: glândulas bulbo-uretrais. 
- Acinar composta: a parte secretora tem forma de frasco. Exemplo: glândulas mamárias. 
- Túbulo-acinar composta: a parte secretora é tanto tubular como em forma de frasco. Exemplo: glândulas 
acinares do pâncreas e glândulas salivares. 
 
 
 
 
 
 
 Nas duas figuras seguintes acompanhe primeiro o desenvolvimento embrionário de uma glândula 
salivar (glândula simples) e depois o desenvolvimento embrionário da glândula mamária (glândula 
composta). 
 
 
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Classificação das glândulas exócrinas baseada no modo de secreção 
A classificação funcional das glândulas exócrinas depende de como a secreção é liberada. 
As glândulas merócrinas ou écrinas formam o produto secretório e o liberam da célula. O produto 
secretório é formado nos ribossomas, presos ao RE rugoso, processado, selecionado e empacotado pelo 
complexo de Golgi e liberado, pela célula, em vesículas secretoras, por meio de exocitose. A maioria das 
glândulas exócrinas do corpo produz secreções merócrinas. Exemplo de glândulas merócrinas são as 
glândulas salivares, pâncreas e as glândulas sudoríparas 
 As glândulas apócrinas acumulam seu produto secretório na superfície apical da célula secretora. 
Essa parte da célula se destaca do resto da célula para formar a secreção. A parte restante da célula se 
repara por si mesma e repete o processo. Um possível exemplo de glândula apócrina são as glândulas 
mamárias. 
 As células das glândulas holócrinas acumulam seu produto secretório em seu citosol. Conforme a 
célula secretora amadurece, ela morre e se torna o produto secretório. A célula descamada é substituída 
por nova célula. Exemplo de glândula holócrina é a glândula sebácea (oleosa) da pele. A figura a seguir 
esquematiza os tipos de glândulas exócrinas merócrina, apócrina e holócrina. 
 
 
 
 
 
Classificação das glândulas exócrinas baseada na natureza de sua secreção 
 Muitas glândulas exócrinas, nos sistemas digestivos, respiratório e urogenital, secretam substâncias 
que são descritas como tipos mucosa, serosa ou mista. As glândulas mucosas secretam mucinogênios, 
glicoproteínas grandes que, quando hidratadas, crescem e se tornam um lubrificante protetor, espesso e 
viscoso, semelhante a um gel, conhecido como mucina, o principal componente do muco. Os exemplos de 
glândulas mucosas incluem as células caliciformes e as glândulas salivares pequenas da língua e do palato. 
As glândulas serosas, tal como o pâncreas, secretam um líquido aquoso, rico em enzimas como, por 
exemplo, o suco pancreático. As glândulas mistas contêm tanto ácinos (unidades secretoras) que produzem 
secreção mucosa quanto ácinos que produzem secreção serosa. Além disto, alguns dos ácinos mucosos 
podem possuir uma semi-lua serosa, sendo denominados ácinos mistos. As glândulas salivares sublingual e 
submandibular são exemplos de glândulas mistas. A figura abaixo mostra ácinos serosos à esquerda, 
ácinos mucosos ao centro e ácinos mistos à direita. 
 
 35 
 
 
 
As Células Mioepiteliais das Glândulas Exócrinas 
 Os ácinos de muitas glândulas exócrinas como as glândulas sudoríparas e as glândulas salivares 
maiores, possuem células mioepiteliais. Embora as células mioepiteliais sejam de origem epitelial, elas 
possuem algumas características de células musculares lisas, especialmente em relação à capacidade de 
realizar contração. Estas células rodeiam os ácinos e alguns de seus ductos pequenos e suas contrações 
contribuem para a expulsão das secreções. A figura a seguir mostra os ácinos de uma glândula salivar. 
 
 
 
 36 
Glândulas Endócrinas 
 As glândulas endócrinas liberam suas secreções, denominadas hormônios, no interior de vasos 
sanguíneos para serem distribuídos aos órgãos-alvo. As maiores glândulas endócrinas do corpo incluem as 
glândulas suprarrenais (adrenal), hipófise, tireoide, paratireoide, pineal, pâncreas, testículos e ovários. Os 
hormônios secretados pelas glândulas endócrinas incluem peptídeos, proteínas, aminoácidos modificados, 
esteroides e glicoproteínas. Por causa de sua complexidade e de seu importante papel na regulação de 
processos do organismo, as glândulas endócrinas são estudas como parte de um sistema, o sistema 
endócrino. As secreções das glândulas endócrinas entram no líquido extracelular e, em seguida, se 
difundem diretamente para a corrente sanguínea, sem fluir por um ducto, para regular muitas atividades 
metabólicas e fisiológicas. 
 Como já explicado anteriormente, as glândulas endócrinas estão organizadas em cordões (tipo 
cordonal) ou estão arranjadas em vesículas (tipo vesicular ou folicular). No tipo cordonal, o tipo mais 
comum, as células da glândula formam cordões que se enrolam ao redor dos capilares sanguíneos. O 
hormônio a ser liberado é armazenado dentro da célula e liberado diretamente no interior dos capilares. 
Exemplos de glândulas endócrinas tipo cordonal incluem a glândula suprarrenal, hipófise e a paratireoide. 
 No tipo folicular de glândula endócrina, as células secretoras formam vesículas ou folículos que 
rodeiam a cavidade que recebe e armazena o hormônio secretado. Quando um sinal de liberação é 
recebido, o hormônio armazenado é reabsorvido pelas células do folículo e liberado no tecido conjuntivo 
para entrar nos capilares sanguíneos. Um exemplo do tipo folicular de glândula endócrina é a tireoide. 
 Deve-se lembrar que algumas glândulas endócrinas do corpo são mistas, isto é, a glândula contém 
tanto unidades secretoras exócrinas quanto endócrinas. Nestas glândulas mistas, a porção exócrina secreta 
o seu produto num ducto, enquanto a porção endócrina da glândula secreta seu produto na corrente 
sanguínea. Um exemplo de glândula mista é o pâncreas que secreta o suco pancreático no interior de 
ductos que desembocam no intestino delgado e hormônios, como a insulina e o glucagon, no interior de 
vasos sanguíneos. 
 
MEMBRANAS EPITELIAIS 
 Membranas epiteliais são membranas formadas por epitélio de revestimento mais o tecido 
conjuntivo abaixo que revestem o nosso corpo externamente e as nossas cavidades internas. As principais 
membranas epiteliais do corpo são as membranas mucosas, as membranas serosas e a membrana cutânea 
ou pele. Outro tipo de membrana é a membrana sinovial que reveste internamente as cavidades articulares. 
No entanto, a membrana sinovial não é considerada membrana epitelial, pois é formada apenas por tecido 
conjuntivo. 
 
Membranas Mucosas 
 Uma membrana mucosa é uma membrana úmida que revesteuma superfície que está diretamente 
ou indiretamente em contato com o exterior. Membranas mucosas revestem os sistemas digestório, 
respiratório e urinário e reprodutivo. 
 A camada epitelial de uma membrana mucosa é característica importante dos mecanismos de 
defesa do corpo, porque é uma barreira contra a penetração de micróbios e outros patógenos. As células 
caliciformes e outras células da camada epitelial da membrana mucosa secretam muco que impede que as 
cavidades se ressequem. Também capta partículas nas vias respiratórias e lubrifica o alimento conforme ele 
se desloca pelo trato gastrintestinal. Além disso, a camada epitelial secreta parte das enzimas necessárias à 
digestão e é o local de absorção dos nutrientes no trato gastrintestinal. 
 
Membranas Serosas 
 Uma membrana serosa reveste uma cavidade corporal que não se comunica com o exterior, 
recobrindo os órgãos situados nessa cavidade. As membranas serosas consistem em tecido conjuntivo 
recoberto por epitélio pavimentoso simples denominado mesotélio. A parte da membrana serosa fixada na 
parede da cavidade é chamada camada parietal. A parte que recobre e se fixa aos órgãos, no interior da 
cavidade, é a camada visceral. O mesotélio da membrana serosa secreta líquido seroso, fluido, aquoso e 
lubrificante permitindo o fácil deslizamento dos órgãos. A membrana serosa que reveste a cavidade torácica 
e os pulmões é a pleura. A membrana serosa que reveste a cavidade cardíaca e o próprio coração é o 
pericárdio. A membrana serosa que reveste a cavidade abdominal e os órgãos abdominais é o peritônio. 
 
ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA NOS EPITÉLIOS 
 As superfícies laterais das células epiteliais estão ligadas por junções celulares, de maneira que o 
epitélio possa formar uma camada coesa e contínua. As junções celulares também operam como canais de 
comunicação entre as células epiteliais. Os vários tipos de junções celulares são formados por proteínas 
transmembranas que interagem com proteínas similares de células adjacentes ligadas a estruturas 
intracelulares no lado citoplasmático. Existem quatro tipos básicos de junções localizadas na membrana 
lateral das células epiteliais (observe as figuras a seguir): junções fechadas (junções de oclusão, junções 
 37 
íntimas ou tight junctions), junções aderentes (junções de adesão), desmossomas (máculas de adesão) e 
junções abertas (junções comunicantes ou gap junctions). 
 As junções fechadas (também conhecida como zonula de oclusiva bloqueiam a passagem de 
moléculas entre as células adjacentes selando os espaços intercelulares de maneira que o conteúdo luminal 
não possa penetrar por entre as células epiteliais. Na junção fechada, proteínas transmembranas de uma 
célula se ligam a proteínas transmembranas da célula adjacente no espaço intercelular. As junções 
fechadas são comuns entre as células dos tecidos epiteliais que revestem o estômago, os intestinos e a 
bexiga, impedindo que o conteúdo destes órgãos atravesse o epitélio e vaze para o tecido conjuntivo e 
consequentemente ao sangue, o que poria em risco a vida, caso isto acontecesse. 
 As junções aderentes: glicoproteínas transmembranas de uma célula ancoradas por placa de 
microfilamentos, cruzam o espaço entre as membranas, conectando-se com as proteínas transmembranas 
da célula adjacente também ancoradas por placas de microfilamentos. As junções aderentes funcionam 
como cintos de aderência evitando que as células de um epitélio de revestimento se separem. 
 Os desmossomos: também são formados por placas ligadas por glicoproteínas transmembranas 
como acontece nas junções aderentes. Desta forma também ajudam a fixar as células entre si. No entanto, 
diferentemente das junções aderentes, filamentos intermediários se estendem da placa do desmossomo em 
um lado da célula até o desmossomo do lado oposto da célula, passando por todo o citoplasma, reforçando 
ainda mais a função de adesão. Os desmossomos são bastante numerosos entre as células que formam a 
epiderme e entre as células do músculo cardíaco. 
 As junções abertas são formadas por proteínas transmembranas na forma de canais que 
atravessam as membranas de duas células adjacentes colocando os citoplasmas destas duas células em 
comunicação. Os íons e as moléculas pequenas podem difundir-se por estes túneis, do citosol de uma 
célula para o citosol da célula adjacente. As junções abertas permitem que as células de um tecido se 
comuniquem. Por exemplo, as junções abertas permitem que os impulsos nervosos e musculares passem 
rapidamente de célula a célula, processo que é crucial para a operação normal de algumas partes do 
sistema nervoso e para a contração do músculo cardíaco. 
 As superfícies apicais das células epiteliais podem conter três tipos de especialização, os cílios, 
microvilosidades e os estereocílios. Os cílios são estruturas ativamente móveis, fáceis de identificar à 
microscopia óptica. Em contraste, as microvilosidades são projeções mais curtas da membrana plasmática 
que não podem ser individualmente identificadas à microscopia óptica. Os estereocílios são 
microvilosidades extremamente longas e, em geral, encontrados de forma isolada ou em pequeno número. 
Diferentemente dos cílios, os esterocílios não são móveis. 
 Na superfície basal das células epiteliais estão presentes os hemidesmossomos, uma 
especialização semelhante ao desmossomo que liga a célula epitelial na membrana basal. 
 
 
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