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Poderes Administrativos – Parte II Poder de Polícia Organizado por: Elaine Cristina Ferreira Gomes IUS RESUMOS DO PODER DE POLÍCIA [2] I DO PODER DE POLÍCIA........................................................................................................................ 3 1. Os atributos do Poder de Polícia - ................................................................................................ 3 1.1 Discricionariedade ........................................................................................................................ 4 1.2 Auto-executoriedade ................................................................................................................... 5 1.3 Coercibilidade ................................................................................................................................ 7 2. Limites ao Poder de Polícia .............................................................................................................. 8 3. Referências ............................................................................................................................................. 8 SUMÁRIO DO PODER DE POLÍCIA [3] Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2012, p. 1) esclarecem que o direito é subdividido em público e privado. Enquanto o direito público mantém o seu foco na regulação dos interesses da coletividade, disciplinando o relacionamento entre particular e o Estado e até mesmo as relações internas da Administração Pública; o direito privado se debruça sobre as relações entre os particulares, seus interesses e a busca em possibilitar que as relações privadas sejam harmônicas. Na elevada conceituação de Carvalho Filho (2013, p. 8) o Direito Administrativo é "o conjunto de normas e princípios que, visando sempre o interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir". Portanto, o Direito Administrativo, inserido no Direito Público, volta-se para o tratamento da Administração Pública e sua relação com a coletividade, a qual tem como supremo o seu interesse em detrimento dos interesses privados. A seguir, trataremos da segunda parte do tema Poderes Administrativos, frequente nos mais diversos exames, seja da OAB, seja de concursos públicos. Espero que sua leitura seja proveitosa. Elaine Cristina Ferreira Gomes Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I DO PODER DE POLÍCIA 1. Os atributos do Poder de Polícia Geralmente, os doutrinadores elencam como atributos ou características do poder de polícia1: DO PODER DE POLÍCIA DO PODER DE POLÍCIA [4] São atributos do poder de polícia Discricionariedade Auto-executoriedade Coercibilidade Trataremos, esquematicamente, de cada um deles a partir de agora. 1.1 Discricionariedade O que é discricionariedade no poder de polícia? A administração, de modo geral, possui uma certa liberdade de atuação e assim pode valorar a conveniência e a oportunidade na prática de seus atos. Estabelecer o motivo da sua prática Escolher o conteúdo dentro dos limites legais Dentro da atuação discricionária do poder de polícia, a Administração pode: A finalidade dos atos de polícia - assim como em todo ato administrativo - é um requisito SEMPRE VINCULADO em atenção ao interesse coletivo Atenção A discricionariedade é indicada pela maioria da doutrina como atributo do poder de polícia. Entretanto deve-se ter em mente que NEM TODO ATO PROVENIENTE DO PODER DE POLÍCIA É DISCRICIONÁRIO. DO PODER DE POLÍCIA [5] Porque há casos em que toda a conduta que a Administração deve seguir vem disciplinada na lei, não sobrando margem para o agente público imprimir a sua vontade POR QUÊ? Acompanhe os exemplos a seguir: Discricionário Autorização para portar arma de fogo Licença para dirigir veículos automotores Exemplos de poder de polícia Vinculado Importante a seguinte citação de Fernando Baltazar: "a atividade de polícia administrativa pode ser vinculada ou discricionária, mas sempre gozará de presunção de legitimidade e obrigará o seu destinatário, independentemente de sua aquiescência (imperatividade). 1.2 Auto-executoriedade Acerca deste atributo, trazemos dois conceitos a seguir2: Conceito Hely Lopes Meirelles Fernando Baltazar Percebe-se a presença reiterada da ideia de que na auto-executoriedade é dispensada a ordem judicial Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial Consiste na faculdade da Administração de decidir e de executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Poder Judiciário DO PODER DE POLÍCIA [6] É correto afirmar que este é um atributo TÍPICO do poder de polícia, contudo NÃO É INERENTE A TODAS AS MEDIDAS DE POLÍCIA. Isso quer dizer que, para a Administração exercer, de forma auto executória o seu poder de polícia, a lei deve prever a sua execução ou deve se justificar pela urgência imposta no caso. Assim sendo, é importante fixar: Requisitos exigidos para a auto-executoriedade do poder de polícia Previsão legal expressa Urgência presente no caso Deve-se ter em mente que mesmo no exercício auto-executório do poder de polícia a Administração deve dar oportunidade ao particular para exercer ampla defesa e contraditório previamente, salvo nos casos em que o interesse coletivo pode ser prejudicado. Caso o particular sinta que tenha o seu direito afetado poderá acionar o judiciário a fim de que este analise se o ato que lhe atingiu é legal ou não. Ressalte-se que Maria Sylvia Di Pietro, analisando alguns autores, afirma que ocorre um desmembramento no conceito de auto-executoriedade em dois, como indicado a seguir: Auto-executoriedade desmembra-se em Exigibilidade Executoriedade a Administração Pública se utiliza de meios indiretos de coerção. Ex: multa e outras sanções administrativas a Administração utiliza meios diretos de coerção, o que é chamado de jus imperie, pois impõe, obriga o administrado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa DO PODER DE POLÍCIA [7] IUS RESUMINDO: Para Di Pietro, a exigibilidade está presente em todas as medidas de polícia, mas não a executoriedade. 1.3 Coercibilidade O último dos atributos do poder de polícia, a coercibilidade, consiste, segundo Alexandrino e Paulo, na possibilidade de as medidas adotadas pela administração pública serem impostas coativamente ao administrado, inclusive mediante o emprego da força. Caso o particular resista ao ato de polícia, a administração poderá valer-se da força pública para garantir o seu cumprimento. A sua imposição independe de autorização judicial prévia mas sujeita-se a verificação posterior quanto à legalidade Se o ato for considerado ilegal (comprovado excesso ou desvio de poder) ensejará anulação, reparação ou indenização do particular pelos danos suportados Além disso, atente-se para: Auto-executoriedade e Coercibilidade São sinônimos Atenção É importante destacar que a auto-executoriedade e a coercibilidade não estão no bojo de todos os atos de polícia, o que podemos perceber nos exemplos apresentados abaixo: DO PODER DE POLÍCIA [8] Exemplos de: Sem a presença de auto-executoriedade e de coercibilidade Licença para exercício dedeterminadas atividade particulares Cobrança de multa que o particular não pagou espontaneamente Atos repressivos Atos preventivos de polícia 2. Limites ao Poder de Polícia Por questões didáticas, vamos dividir os limites ao poder de polícia em três blocos. Aspectos vinculados ao seu exercício Respeito aos princípios Prescrição Competência, finalidade e forma, pois tais elementos já vêm definidos em lei Razoabilidade e proporcionalidade – o Estado só deve restringir o exercício dos direitos individuais apenas no que for necessário para proporcionar benefícios à coletividade É um limitador, pois a ação punitiva da Administração Pública direta e indireta não pode mais ser exercida após cinco anos da prática do ato que se quer punir Até o próximo IUS RESUMO! 3. Referências ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 20. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012. DO PODER DE POLÍCIA [9] BALTAZAR NETO, Leonardo de. LOPES DE TORRES, Ronny Charles. Org.: Leonardo Medeiros de Garcia. Coleção sinopses para concursos - direito administrativo. 4. ed. rev. e atual. Salvador: Jus Podivm, 2014. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 26. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2013. CARVALHO, Matheus. Direito administrativo - teoria e prática. 3. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Jus Podivm, 2014. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014. MEIRELES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. NOTAS: 1 Fernando Baltazar (2014), Di Pietro (2014), Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2012). 2 Hely Lopes Meirelles (2003), Fernando Baltazar (2014).
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