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GABARITO DA AD1 DE BIOLOGIA CELULAR I – 19/4/2004 1 - O que é e do que depende o poder de resolução de um microscópio? Resposta: O poder de resolução consiste na menor distância entre dois pontos em que eles podem ser observados como objetos distintos. Para um microscópio nos interessa o quanto essa distância (também chamada de limite de resolução) pode ser diminuída. O poder de resolução pode ser estimado através da fórmula d = 0,61l/a., na qual d representa essa menor distância (ou limite). Por essa fórmula, o poder de resolução de um microscópio depende, entre outras coisas, do comprimento de onda da luz empregada (representado por l) para fazer a observação, sendo tanto maior quanto menor for o comprimento de onda da luz. Depende também da abertura da lente objetiva de forma que quanto maior sua abertura, maior o poder de resolução (representado por a). 2 - No esquema abaixo estão representados os tipos de interação possíveis entre o feixe de elétrons e a amostra. Pede-se identificar cada um deles e seu papel na formação de imagem no microscópio eletrônico de transmissão. Resposta: A imagem da esquerda mostra um elétron que passa entre os átomos da amostra sem interagir com eles. Esse elétron atravessará a amostra e colidirá com a placa fluorescente do microscópio eletrônico de transmissão, contribuindo para a formação das áreas claras da imagem final. A imagem central representa um elétron que interagiu com um átomo da amostra, sofrendo um grande desvio em sua trajetória (denominado também desvio elástico) sendo excluído da imagem final, pois não colidirá com a tela fluorescente, resultando num ponto escuro. Já a imagem da esquerda mostra um elétron que teve sua trajetória desviada em um pequeno ângulo ao interagir com um átomo da amostra (também chamado desvio inelástico). Elétrons que sofrem desvio inelástico podem ou não colidir com a tela fluorescente. Serão excluídos da imagem final se barrados pela abertura da objetiva, mas se o ângulo de desvio for pequeno a abertura da objetiva não os excluirá. 3 - Defina e diferencie uma linhagem de um clone celular. Resposta: Uma linhagem celular consiste em uma cultura de células obtida a partir de um grupo de células que sofreram um processo de transformação. As células de uma linhagem mantêm características biológicas das células que lhes deram origem, mas adquirem capacidade de proliferação ilimitada, sendo mantidas indefinidamente em laboratório. Um clone celular consiste em uma cultura de células que teve origem em uma única célula isolada. A grande diferença entre um clone e uma linhagem celular é que as células que o compõem têm o mesmo genoma, são idênticas portanto. 4 - Um pesquisador precisa purificar uma proteína que tem massa molecular de 80 kDa, carga total positiva e está misturada com todas as outras proteínas de uma célula. Além saber massa e carga da proteína, ele tem um anticorpo que a reconhece especificamente. Que etapas de purificação você recomendaria? Resposta: Para a purificação o pesquisador pode: a) submeter a sua amostra (ex. a fração solúvel de um lisado celular) a uma coluna de filtração em gel, utilizando para isso uma resina com poros menores que a proteína. Assim ela não ficará retida na resina. b) submeter o material eluído da primeira coluna a uma coluna de troca iônica carregada negativamente. A proteína de interesse, que tem carga total positiva, ficará retida na coluna e poderá depois ser eluída por alterações no pH ou na força iônica da coluna. Também pode ser usada uma resina carregada positivamente, que reterá proteínas de carga oposta à da proteína de interesse c) Após os dois primeiros passos de cromatografia, tendo uma amostra relativamente mais limpa, o pesquisador pode utilizar a cromatografia de afinidade, acoplando o seu anticorpo a uma resina e aplicando o material eluído da segunda coluna de cromatografia. A proteína de interesse ficará retida especificamente na resina por ligação ao anticorpo, e poderá ser eluída também por alterações no pH ou na força iônica da coluna. 5 - Como influenciam na fluidez da membrana o teor de colesterol, o comprimento e as duplas ligações das cadeias de ácidos graxos? Resposta: Em relação às cadeias de ácidos graxos, quanto maior o comprimento delas, menos fluida a membrana, pois um maior comprimento de cadeias arranjadas lado a lado acarreta uma maior área de interação entre elas, limitando a liberdade de movimento total. A presença de duplas ligações nas cadeias de ácidos graxos é um fator que contribui para aumentar a fluidez de membrana, pois cadeias insaturadas aumentam a distância entre os fosfolipídios que constituem uma membrana, limitando a interações entre as cadeias de ácidos graxos. Já a presença de colesterol age nos dois extremos. Por sua estrutura ser formada, em grande parte, por anéis rígidos, ele restringe o movimento das caudas de ácidos graxos dos fosfolipídios ao seu redor, reduzindo a fluidez da membrana. Por outro lado o colesterol, por ser pequeno, acaba intercalado entre as moléculas de fosfolipídios, impedindo que em baixas temperaturas as membranas se cristalizem. 6 - Conceitue domínio de membrana e dê um exemplo de sua ocorrência. Resposta: Domínios de membrana são regiões específicas da membrana plasmática onde o tráfego de proteínas no plano da membrana é limitado. As proteínas contidas em um domínio podem, em geral, se movimentar somente no plano restrito desse domínio. Esse limite pode ser exercido por barreiras protéicas formadas pela associação entre proteínas, por associação destas com o citoesqueleto ou com a matriz extracelular, ou ainda pela formação de complexos de interação com proteínas de células vizinhas. As membranas biológicas também apresentam domínios lipídicos (ou plataformas lipídicas, lipid rafts), que são regiões lipídicas de baixa fluidez, ricas em colesterol e esfingomielina. As plataformas lipídicas por sua vez também restringem a mobilidade de proteínas no plano da membrana. Um bom exemplo de domínio de membrana ocorre nas células epiteliais, onde barreiras protéicas separam as porções apicais das porções basolaterais.
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