Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Twitter: @profrpadilha Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES. Como é uma questão muito exigida em provas objetivas, resolvi resumir diversos livros sobre o tema e postar no site para vocês. Aí vai: 1. Quanto ao conteúdo: Constituição material, real, substancial ou de conteúdo – é aquela que trata especificamente sobre divisão do poder político, distribuição de competência e direitos fundamentais1 Constituição formal - abrange todas as normas jurídicas que tem como fonte o poder constituinte, gozando da prerrogativa de supremacia perante as outras normas jurídicas . 2 . 2. Quanto à forma: Constituição escrita – É aquela que está reunida em um único texto, como todas as Constituições brasileiras desde 1824. Constituição não escrita, consuetudinária ou costumeira – Nesta hipótese as normas não são reunidas em um documentos, não são codificadas em um texto solene. Estão previstas em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções. O Exemplo mais famoso é a Constituição inglesa que, além dos costumes, possui diversos atos normativos de essência constitucional (Habeas corpus act/1679, Bill of Rights/1689, Act of Settlement/1701, dentre outros). Entretanto, exemplos nem tão comuns são o Estado de Israel e a Nova Zelândia que, assim como a Inglaterra, são constitucionalmente regidos por um conjunto de estatutos . 3.Quanto ao modo de elaboração: 1 AGRA, Walber de Moura. Curso....cit.p.40. 2 SLAIBI FILHO, Nagib. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2004 p. 9. Twitter: @profrpadilha Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br Constituição dogmática - Se materializam em um único momento, agregando ao texto constitucional os valores políticos e ideológicos predominantes de dado momento histórico. Constituição histórica – São fruto de lenta evolução histórica, representa a síntese da evolução da sociedade, engloba costumes, precedentes, convenções, jurisprudências e textos esparsos, como na Constituição inglesa. 4.Quanto ao objeto ou ideologia3 Constituição liberal ou negativa – É exteriorização do triunfo da ideologia burguesa do século XVIII, onde tinha por objetivo a não intervenção do Estado v.g. não há previsão sobre ordem econômica. : Constituição social ou positiva – Correspondem a momento posterior da evolução do constitucionalismo, em que passou a se exigir a intervenção do Estado atuando de forma positiva, como implementação dos direitos sociais e da ordem econômica. 5.Quanto a estabilidade: Constituição rígida – Só poderão ser alteradas atendendo a um processo mais rigoroso que as normas infraconstitucionais. Ex: art.60, §2 CRFB/88, Suíça, Dinamarca, Austrália, E.U.A.. Constituição flexível ou plástica – Não exigem nenhum procedimento especial para sua alteração, podendo ser alterada pelo processo legislativo ordinário, eventuais colisões entre normas constitucionais e normas legais são solucionadas pelo critério cronológico, v.g. Constituição da França, Noruega e da Itália de 1848. Constituição semi-rígida ou semi-flexíveis – Contém uma parte flexível e outra rígida, assim, alguns dispositivos exigem procedimento especial para alteração, outros não v.g. Constituição brasileira de 18244 3 TAVARES, André Ramos. Curso…p.67/8. Twitter: @profrpadilha Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br Constituição relativamente pétrea ou super-rígida – Estas, além de exigir quorum diferenciado para sua modificação, é, em alguns pontos, imutável. Para os que seguem esta posição seria o caso da Constituição brasileira de 1988 em razão do art.60, §4. Constituição imutável ou pétrea – essa denominação criada por Hans Kelsen, significa afirmar que estas seriam Constituições que não admitem alteração alguma, nem mesmo por processo solene. 6. Quanto a origem: Constituição promulgada, democrática, popular ou votada – elaboradas pela Assembléia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo povo, com a finalidade de sua elaboração. P.ex. Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946,1988. Constituição outorgada – Elaboradas sem a participação popular, estas são impostas pelo poder da época. v.g. Constituição de 1824, (outorgada pelo Imperador Dom Pedro I), a Constituição de 1937 (imposta por Getúlio Vargas), A Carta Política de 1967 (instituída pelo regime militar) e Emenda Constitucional nº 1/69 que alterou substancialmente a Constituição de 1967 (outorgada por uma junta militar). Constituição cesarista5 Constituição pactuada – formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um imperador (plebiscito napoleônico) ou por um ditador (plebiscito de Pinochet, no Chile). A participação popular, neste caso, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder. 6 – formada por um compromisso instável de duas forças políticas rivais. Ex. as Constituições francesa de 1791, da Espanha de 1845 e 1876, Constituição da Grécia de 1844. 7. Quanto ao sistema7 4 “Art. 178. É só constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos poderes políticos, e aos Direitos Políticos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pela legislaturas ordinárias”. .: 5 SILVA, José Afonso da, Direito Constitucional positivo, 22ª ed. Ed. Malheiros, p.42. 6 BONAVIDES, Paulo, Curso de Direito Constitucional, 13 ed. Ed. Malheiros, p. 90. Twitter: @profrpadilha Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br Constituição principiológica - Nela há predominância de princípios, sendo, assim, necessária a ação concretizadora do legislador ordinário. Ex: CRFB/88. Constituição preceitual – Nesta prevalecem as regras v.g. Constituição mexicana 8. Quanto ao modelo ou finalidade: Constituição-garantia – É a Constituição que tem por fim a limitação do poder estatal. É a chamada Constituição negativa, porque estabelece limites sobre a atuação do Estado na vida do cidadão, um non facere. Ex: Constituição dos E.U.A. Constituição dirigente, plano, diretiva, programática, ideológico- programática, positiva, doutrinal ou prospectiva8 Constituição-balanço – Registra o estágio onde se encontra as relações de poder no Estado. A constituição registra a ordem política econômica e social existente, refletindo a luta de classes no Estado. A Constituição soviética adotava este modelo, a cada novo estágio rumo a construção do comunismo, uma nova Constituição era promulgada, por isso a URSS possuiu Constituições em 1924, 1936, 1977. – Além de estruturar e delimitar o poder do Estado, prevê um plano de metas e programas a serem atingidos pelo Estado. Este tipo de Constituição é recheada de normas programáticas, carecendo da atuação do legislador para torná-la efetiva, o que, para muitos, é temeroso. A título de exemplo, a Constituição de 1988, que é dirigente, possui diversos dispositivos programáticos, sendo o mais emblemático o art. 3 onde prevê desenvolvimento nacional, diminuição das desigualdades sociais, dentre outras previsões. 9. Quanto ao tamanho ou extensão.7 MORAES, Guilherme Peña, Direito Constitucional Teoria da constituição, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004, P. 74. 8 OLIVEIRA. Fábio Corrêa Souza de. Morte e Vida da Constituição Dirigente. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 13. Twitter: @profrpadilha Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br Constituição sintética, breve, sumária, básica ou concisa – Dispõe sobre aspectos fundamentais de organização do Estado em poucos artigos. Ex: Constituição norte-americana. Constituição analítica, inchada, ampla, minuciosa, detalhista, desenvolvida ou prolixa – Não se atém aos aspectos fundamentais, dispõe sobre diversos outros assuntos ou até mesmo dispondo demasiadamente sobre aspectos políticos, devido sua extensão, contém normas que não são materialmente constitucionais. Ex. Constituição do Brasil de 1988 e a Constituição da indiana de 1950. 10. Quanto à dogmática: Constituição ortodoxa ou ideológica – Quando formada por uma única ideologia, v.g. Constituição soviética de 1936 e Constituição brasileira de 1937. Constituição eclética, pragmática, utilitária ou compromissória – Formada por diferentes ideologias conciliatórias. Dentre as quais podemos citar a Constituição brasileira de 1988, que p.ex. teve a aprovação do sistema de governo (presidencialismo) com 344 votos a favor e 212 contra. 11. Quanto à correspondência com a realidade política: Constituições nominativas ou nominal – Embora tenham sido criadas com o intuito de regulamentar a vida política do Estado, não conseguem implementar este papel, pois estão em descompasso com a realidade política, tal qual aconteceu com as Cartas Políticas brasileiras de 1824 e 1934. Constituição normativa – são as Cartas políticas que conseguem estar alinhadas com a realidade política, como a Constituição de 1988. Constituição semântica – Não tem por fim regular a vida política do Estado, buscam somente formalizar e manter o poder político vigente, como as Constituições de 1937, 1967/69. 12.Outras Classificações de Constituição: Twitter: @profrpadilha Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br Constituição originária9 Constituição derivada – são as que apresentam um princípio político novo. e.g. Constituição americana ao instituir o federalismo. 10 Constituição Plástica – tem quem utilize essa denominação como sinônimo de Constituição flexível – são as que não apresentam princípio político novo e sim reproduções das Constituições anteriores. 11 Constituição Expansiva – São as que, além de manter temas já consolidados socialmente, os expende e ainda abordam novos temas, não previstos nas Constituições anteriores. , porém, melhor entendermos Constituição plástica na qual há grande quantidade de normas abertas, ficando com o legislador ordinário a função de mediar a melhor forma de materialização das normas constitucionais, possibilitando, assim, uma maior “elasticidade” ao texto constitucional, permitindo que siga as oscilações populares, atendendo aos anseios de Ferdinad Lassale. 13. Classificação da Constituição brasileira. A Carta Magna de 1988 é formal, escrita, dogmática, social, rígida (ou super rígida), democrática, dirigente, principiológica, analítica, eclética, normativa, originária, plástica e expansiva. 9 SLAIBI FILHO, Nagib. Direito Constitucional. op. cit. p. 21. 10 Ibidem, p. 21 11 FERREIRA, Luiz Pinto. Curso... op. cit. p. 14.
Compartilhar