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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil e Transportes Materiais de Construção Civil I Aditivos: Plastificantes e Retardantes de pega. Prof.: Moacyr C. Filho. Março/2013. I – Introdução. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem – ABESC, o uso de aditivos no concreto é bem antigo, já sendo utilizado pelos romanos. Segundo foi constatado em algumas fontes pesquisadas, foi observado que consideram os aditivos o quarto elemento da família composta por cimento, água e agregados denotando sua grande importância nas obras. Em geral os aditivos são utilizados no concreto com as seguintes finalidades: melhora da trabalhabilidade, aceleração ou aumento do tempo de pega, controle do desenvolvimento de resistência, e melhora da resistência à ação do gelo, à fissuração térmica e etc. O presente trabalho estabelece um estudo inicial, de caráter informativo, de alguns dos aditivos para concreto de cimento Portland, a saber: do Tipo P - Plastificantes, Tipo R - Retardadntes e do Tipo PR – Plastificantes e Retardantes. II – Definição. A NBR 11768:1992 define que aditivos para concreto de cimento Portland, são “produtos que adicionados em pequena quantidade a concretos de cimento Portland que modificam algumas de suas propriedades, no sentido de melhor adequá-las a determinadas condições.” III – Classificação. De acordo com a NBR 11768:1992, os aditivos recebem a seguinte classificação: Tipo P – Plastificante (mínimo de 6% de redução); Tipo R – Retardador; Tipo A – Acelerador; Tipo PR – Plastificante Retardador; Tipo PA – Plastificante Acelerador; Tipo IAR – Incorporador de Ar; Tipo SP – Superplastificante (mínimo 12% de redução); Tipo SPR – Superplastificante Retardador; Tipo SPA – Superplastificante Acelerador; Como já foi mencionado na introdução deste trabalho, estudaremos o comportamento dos aditivos do Tipo P, Tipo R e do Tipo PR. IV – Aditivos: Tipo P – Plastificantes. Os aditivos plastificantes são também conhecidos com redutores de água. Desta forma é empregado para reduzir a quantidade de água de amassamento - em torno de 5 e 10%. A finalidade é reduzir o fator água/cimento, mantendo a trabalhabilidade desejada, ou até mesmo aumentar a trabalhabilidade com um mesmo fator água/cimento. O mecanismo de ação é explicado pela presença de moléculas com extremidades laterais com cargas negativas. Um dos lados adere aos grãos de cimento (superfície positiva), e outro lado com carga negativa fica exposto. A repulsão eletrostática entre as cargas negativas afasta os grãos de cimento coberto pelo aditivo facilitando a trabalhabilidade (fig. abaixo). Os tensoativos empregados como plastificantes são geralmente compostos de sais, derivados de ácidos lignossulfonicos, ácidos carboxílicos hidroxilados, compostos polihidroxilados, polissacarídeos e modificações destes compostos. Os principais efeitos colaterais dos lignosulfonatos, presentes nos aditivos é a diminuição da resistência e a incorporação de ar. É importante considerar que se houver uma dosagem elevada do aditivo há um retardo de pega na pasta.Assim podemos constatar que o período de eficiência dos aditivos plastificantes depende da: quantidade aplicada (0,2 a 0,6% do peso de cimento), temperatura ambiente (maior temperatura diminui o tempo), finura do cimento (mais fino, menor período) e a trabalhabilidade normalmente aditivos do tipo P estão em torno de 2 a 4 horas. A seguir propomos uma tabela para aplicação dos plastificantes: (fonte: Universidade Estadual de Maringá – Dpto. de Eng, Civil – Apostila Aditivos) Assim, de modo a resumir as principais funções do plastificante temos: • Aumento da fluidez para: a/c constante; Resistência constante; • Diminuir o consumo de cimento para: a/c constante; Resistência constante; Fluidez constante; • Aumentar a resistência ou diminuir a quantidade de água; V – Aditivos: Tipo R – Retardantes. Misturando-se certa quantidade de água ao cimento obtém-se a pasta, mistura que começa a perder a plasticidade com o tempo, até endurecer completamente. O tempo que decorre entre a adição de água até o início das reações com os componentes do cimento é chamado tempo de início de pega. O início dessas reações é caracterizado pelo aumento brusco da viscosidade e pela elevação da temperatura. Quando a pasta passa a ser indeformável para pequenas cargas e se torna um bloco monolítico (rígido), atinge-se o fim da pega (SEGRE, 1999). Pega é o fenômeno que compreende a evolução das propriedades mecânicas da pasta no início do processo de endurecimento, propriedades estas essencialmente físicas, decorrentes, entretanto, de um processo químico de hidratação. É o momento em que a pasta adquire certa consistência que a torna imprópria para o trabalho (VEDACIT, 2002). É importante salientar ainda, que o interesse prático em se determinar o tempo de pega consiste em se avaliar a necessidade de se regular o tempo máximo da betonada e/ ou transporte, do uso de aditivos reguladores de pega, e de se prevenir contra condições meteorológicas adversas. Influência da temperatura sobre o início de pega de concretos com vários teores de retardador (NEVILLE, 1997). Os aditivos retardadores são empregados quando se deseja trazer flexibilidade no tempo de pega do concreto, aumentando o tempo de trabalhabilidade e acabamento do concreto, sendo adequados para aplicações mais complexas em condições de climas quentes, quando a pega normal se reduz em função das temperaturas elevadas, mas é importante salientar que os aditivos retardantes não interferem no ganho final de resistência do cimento. Os retardantes também são utilizados em concretagens longas, pois de um modo geral, aumentam o tempo durante o qual o concreto pode ser transportado lançado e adensado. O tempo de pega pode ser retardado também para que sejam evitadas as juntas frias de concretagem. Além destes exemplos de utilização do aditivo, podemos utilizar também os aditivos retardantes na aplicação em: calda de cimento para injeção de bainhas de cabos de protensão e concretagem de grandes peças (manutenção da trabalhabilidade); A ação retardante é explicada devida a presença de algumas substâncias, podemos destacar os elementos mais comuns presentes nos aditivos do Tipo R: • Carboidratos (açúcares); • Ácidos hidroxi-carboxílicos e dicarboxílicos; • Fosfatos; • Sais de chumbo e de zinco. O mecanismo de ação dos retardantes é explicado devido ao retardo da dissolução dos cátios e ânions do cimento, especialmente aqueles com alta velocidade de dissolução inicial, retardam a osmose da água nos grãos de cimento, agindo por defloculação e a adsorção dos compostos orgânicos sobre os grãos de cimento, formação de precipitatos salinos insolúveis sobre os grãos de cimento, melhor distribuição do calor de hidratação e menos retração do concreto. Considerações sobre a aplicação do aditivo: • Dosagem máxima (± 0,5% do peso do cimento): acima do limite o comportamento fica instável no início de pega; • Pode promover exsudação; • Pode aumentar a retração plástica do concreto; • Afetam as resistências iniciais (primeiras horas e dias); • Não prejudicam a resistência final; VI – Aditivos: Tipo PR – Plastificantes e retardantes. Este grupo de aditivos possui o efeito combinado dos aditivos pastificantes (P) e dos aditivos retardantes (R).Podemos destacar as seguintes propriedades: • Os retardadores têm a função de retardar a hidratação inicial dos grãos de cimento; • Também plastificam a mistura; • Permitem maior tempo de manuseio do concreto; • Inibem o surgimento de juntas frias; • Permitem a concretagem das peças de difícil acesso e vibração; • Em climas quentes diminui a perda de consistência; Entretanto devemos considerar que entre as desvantagens em se utilizar este aditivo é de segregação do concreto e o aumento da exsudação e retração plástica. Podemos esquematizar o mecanismo de ação como: VII – Alguns aditivos utilizados no mercado. VIII – Bibliografia.
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