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Como a taxa de cambio influencia na Crise Econômica Brasileira

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Universidade Federal do Mato Grosso
Luana de Oliveira Cechinel
Como a taxa de câmbio influencia na crise econômica brasileira de 2015
Cuiabá
2015
Como a taxa de câmbio influencia na Crise Econômica Brasileira
 Estamos vivenciando um momento único na história da economia mundial. Estamos vivendo uma crise causada por outras crises. Economistas e governantes vem trabalhando em uma maneira de evitar que crises em lugares isolados no mundo acabem atingindo outros países. Mas como isso ainda não aconteceu, nosso país vem passando por uma série de adversidades. A começar pela situação fiscal, que tem piorado ao longo dos últimos meses, devido a um desequilíbrio nas contas públicas, já que o governo está gastando mais do que arrecadando em impostos, principalmente no ano passado. Segundo o BACEN e o IBGE, o crescimento do PIB em 2014 foi de 0%. A dívida que o governo continha, que estava caindo desde o ano de 2002, manteve se no mesmo nível em 2013 e cresceu quase 8% em 2014 quando relacionado ao ano anterior. Sem contar que 2014 foi ano de eleições presidenciais, e muitos relatórios, preços, resultados foram “segurados” até o fim desse período. Sem contar o preço da gasolina e da eletricidade, que não passaram pelos ajustes necessários e vieram super inflacionados em 2015. Juntando esse intervencionalismo econômico com a fragilidade fiscal, e a recuperação da economia dos Estados Unidos, tendo em vista que o Brasil depende muito do investimento estrangeiro, os investidores passaram a retirar o investimento do nosso país e direcioná-lo para outros lugares, causando uma expressiva desvalorização do real, sendo que esse chegou a custar R$ 4,16 em setembro desse ano, contra R$ 2,32 na mesma época no ano anterior, valor jamais visto antes. Devido a todos esses fatores, muitos brasileiros ficaram preocupados com os gastos que teriam e decidiram cortar muitos gastos, causando um desaceleramento na economia. É graças a esses fatores que o crescimento no país foi praticamente nulo no ano passado, fazendo nos passar por esse período de recessão que estamos enfrentando agora. 
Não se pode esquecer que essa crise também é de cunho político, muitos investidores perderam a confiança na economia brasileira devido a escândalos envolvendo grandes empresas brasileiras, como a Investigação Lava Jato, essa mesma que envolve a maior estatal brasileira de petróleo, a Petrobras. 
E quem mais sofre com esses fatores é a população brasileira, o IPCA – Indice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação no país, ultrapassou o teto de 6,5% e chegou a 7,64% em setembro, podendo alcançar a marca de 9,75% até o final do ano, o dobro do que a meta estipulada para esse ano, de 4,5%. A alta na inflação serviria para suavizar o valor da taxa Selic, o que não serviu para nada, já que tal taxa alcançou no mês de setembro desse ano o valor de 14,15%, contra 10,90% no mesmo período no ano anterior. Isso resultou em um aumento nos juros do cartão credito, chegando a 400%/ano no bolso do consumidor. Segundo alguns economistas do próprio Banco Central, a economia esse ano deve cair 3%, e 1,22% em 2016. O salário real não aumenta, o preço dos alimentos dispara, empresas fechando ou demitindo cada vez mais, oferta de emprego diminui, deixando o brasileiro cada vez mais preocupado com o dia de amanha. 
Quem se beneficia e quem se prejudica com a alta do dólar
Uma das mais beneficiadas é a própria indústria nacional, especialmente aquelas que não dependem de matéria prima importada. Seus produtos acabam se tornando mais competitivos quando comparados com os produtos estrangeiros, pois esses mesmos estão com valores muito altos. Como o preço do produto importado sobe muito, a empresa brasileira aproveita para aumentar o preço da sua mercadoria no mercado interno. As empresas exportadoras também lucram muito no período de alta do dólar, já que sua mercadoria é vendida em dólar e boa parte de suas despesas são contabilizadas em reais. Ela se torna mais competitiva e sua margem de lucro aumenta mais ainda. O turismo nacional ganha forças e passa a ser o escolhido pelos viajantes brasileiros, já que as viagens para o exterior se tornam fora de questão, tendo em vista que o salário do brasileiro é pago em reais, os destinos nacionais se tornam muito mais atraentes. A economia nesses lugares se mantém aquecida graças aos gastos com hotéis, restaurantes, agencias de turismo, entre outros. Sem contar a vinda de turistas estrangeiros, que são atraídos pelo baixo valor do real, e seu consumo contribui muito com o mercado interno local. 
Por outro lado, muitos brasileiros e empresas acabam sendo prejudicadas com o alto valor da taxa de cambio. As indústrias que dependem da matéria prima estrangeira, mesma que produza o produto final aqui, saem prejudicadas e tem que aumentar os seus valores, tornando sua mercadoria menos competitiva. O poder de compra do brasileiro também diminui, já que a moeda norte-americana é um dos fatores que causam um aumento na inflação, o que leva a uma alta no preço dos produtos. Até as empresas que são favorecidas com a alta do dólar podem sair prejudicadas, já que as variações no dólar causam um impacto patrimonial no balanço das empresas endividadas nessa moeda. Quanto maior o endividamento em moeda estrangeira, mais complicado se torna de quitar essas dividas. Os brasileiros que tanto gostam de viajar para o exterior acabam tendo que mudar seus destinos devido a esse fator. Uma alta no dólar implica diretamente em um aumento em todas as despesas de uma viagem, desde a compra das passagens até refeições diárias. A fatura do cartão de crédito também aumenta, sem contar a taxa de IOF – Imposto sobre operações financeiras – de 6,38% e a dubiedade da cotação a ser paga. Os gastos dos brasileiros no exterior diminuíram 20% no primeiro semestre, frente ao mesmo intervalo presenciado em 2014.
A taxa de cambio e seus valores
Acredito que a crise econômica que estamos vivenciando agora pode ser observada desde o período das eleições no ano passado. O gráfico acima mostra a variação da taxa de cambio, no valor de venda, desde agosto, período pré eleição, de 2014 até agosto de 2015, segundo dados obtidos pelo IPEA. É comum em nosso país, que a taxa sofra algumas oscilações durante o período de eleições, mas as altas taxas que estamos vivenciando agora, nem as projeções mais audaciosas conseguiram prever o quanto o dólar iria subir nesse ano. 
No inicio de agosto do ano passado, o dólar estava sendo cotado a R$ 2,27. No dia das votações para o primeiro turno, dia 5 de outubro de 2014, ele era cotado a R$ 2,42 e no segundo turno, 21 dias depois, havia sido fechado a R$2,52. Após a reeleição da Presidenta Dilma Roussef, o dólar disparou, já que a presidenta estava sendo muito criticada pelo mercado financeiro pela condução da política econômica do país, principalmente pela falta de transparência na administração das contas publicas e intervenção nas empresas estatais. Ao final de dezembro, o valor do dólar foi fechado a R$ 2,65, indicando que a tendência para o ano de 2015 seria de um dólar cada vez alto. No primeiro trimestre desse ano, a moeda norte-americana cresceu 20,6% e atingiu o valor de R$ 3,20. Um dos motivos que levou a esse valor foi o fato do Banco Central ter anunciado que não iria renovar seu programa de intervenções no mercado de cambio e que seria encerrado no final do mês de março. O segundo trimestre foi marcado por uma queda frente ao real e foi fechado a R$ 3,10. No mês de junho, o dólar acumulou uma queda de 2,46% e 2,57% nesse trimestre, sendo a primeira queda dentro de um ano. Mas mesmo assim a moeda ainda continuou valorizada, crescendo 16,93% sobre o real. Como o esperado, o dólar voltou a subir nos meses seguintes, sendo esse fechado a R$ 3,68 no final do mês de agosto de 2015. Somente nesse mês, o dólar teve uma valorização de 5,91%.
 
Previsões para o dólar 
As previsões para o dólar em 2016 são de continuar em alta. Essa alta desperta o interessede muitos investidores e sobre onde investir, como em aplicações financeiras ou até mesmo em vender a moeda e lucrar com ela. Pedro Paulo Silveira, economista chefe da TVO corretora acredita que o dólar pode chegar a R$ 4,50 até o final do ano. Já Mauro Calil, do Banco Ourivest, tem previsões menos audaciosas, e acredita que pode chegar a R$ 4,20. Como a crise política e econômica que o país está passando não tem previsão de acabar em curto prazo, é impossível não acreditar que a tendência da moeda norte americana seja subir. 
Para os empreendedores a dica é não se desesperar. A melhor coisa a se fazer é estar ciente da crise e se preparar, como prorrogar alguns investimentos, adiar decisões estratégicas de grande custo e esperar para que se possa ter uma visão melhor dos acontecimentos. A redução do nível da atividade econômica é inevitável, mas o Brasil não irá parar. A atual situação econômica do Brasil pode ser revertida, mas se depender apenas dos empreendedores, sem a colaboração do governo, fica impossível.
Referencias Bibliográficas
Taxa de câmbio comercial para venda: real (R$) / dólar americano (US$) – média. Disponível em: < http://www.ipeadata.gov.br/>. Acesso em 16 de novembro de 2015.
SICSU, João. Flutuação cambial e taxa de juros no Brasil. Disponível em: < http://www.ie.ufrj.br/moeda/pdfs/flutuacao_cambial_e_taxa_de_juros.pdf >. Acesso em 23 de novembro de 2015.

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