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FAECH- 2013-DIR. EMPRESAR e do CONSUMID.- conteúdo

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DIREITO EMPRESARIAL e do CONSUMIDOR
Dr. Julio Jose Campigli – professor da Faculdade Adventista de Hortolândia (FAH/UNASP) e advogado.
ORIGEM DO DIREITO BRASILEIRO
O Direito Brasileiro teve sua origem no direito Romano.
Há mais de dois mil anos atrás, Roma era uma cidade-estado, com grande desenvolvimento. Os romanos tornaram-se povos guerreiros, conquistadores e com suas famosas legiões romanas conquistaram por armas e dominaram as terras de grande parte da atual Europa, norte da África e parte da Ásia (atual Oriente Médio ), formando um grande Império Romano ao redor do Mar Mediterrâneo. 
Nessas suas conquistas impunham a sua língua ( latim ), seus costumes, suas normas jurídicas ( Direito )aos povos conquistados. Essa dominação durou vários séculos, até a queda do Império Romano, quando ,principalmente na Europa começaram a surgir novos países, tais como: Portugal, Espanha, França, Itália e outros., cujas línguas passaram a se chamar de línguas neo-latinas, mas com a longa dominação, estes países assimilaram as normas jurídicas deixadas pelos romanos.
Quando os portugueses iniciaram o período das grandes navegações ( fim dos anos 1400 em diante ) e descobriram o Brasil( 1500 ), iniciando a nossa colonização, eles trouxeram o embasamento do Direito Romano para nós, que era caracterizado por um Direito feito através de leis escritas e só tem valor o que está escrito na lei. Diferente da colonização de outros países, tal como os EUA, que foram colonizados pelos ingleses, que tinham seu Direito baseado nos costumes, criando assim o Direito Consuetudinário ( costumes ) para os EUA.
Um exemplo da herança romana tem como exemplo pela frase : ¨Dormientibus non socorrit jus ¨ ( O direito não socorre os que dormem ): significando que no Direito existem PRAZOS , e se as pessoas não cumprirem prazos ¨dormem ¨, isto é, não são amparados pelo Direito. Exemplos: pagamento de impostos, taxas, se a pessoa perder o prazo, perdeu o direito de pagar só aquela importância, sofrendo multa por isso.
Outro exemplo é : ‘ PACTA SUNT SERVANDA ‘ ( O Contrato deve ser cumprido ) : todo Contrato, uma vez assinado pelas partes deve ser cumprido, honrado, pois o contrato faz lei entre as partes, isto é, tudo que o contrato estabelecer é lei entre as partes. É a força obrigatória dos Contratos.
ETIMOLOGIA DO DIREITO
A palavra ¨direito ¨tem sua origem no Direito Romano, derivada de duas palavras de origem latina : JUS e DIRECTUM
JUS – os romanos usavam esta palavra para significar que uma coisa estava sob o domínio de um poder. Exemplo: ¨ Jus Publicum ¨= significava que uma coisa estava sob o domínio público, tal como uma pessoa ao fazer um loteamento, as terras que ele deixar para serem praças, ruas = passam para o domínio público.( até aos dias de hoje ).
 ¨Jus Privatum ¨= a pessoa tem o direito de possuir bens privados, particulares, tal como: casa. terreno, lote, chácara ....
¨Jus Gentile ¨= direito das pessoas. Cada pessoa tem direito a ter um nome, a ter direito à educação, saúde, moradia....
DIRECTUM = os romanos usavam esta palavra para designar norma de conduta da pessoa na sociedade. Os romanos diziam que a conduta de uma pessoa deveria seguir uma linha reta, como se fosse traçada por uma régua e isto tornou-se regra. Esta linha reta é a linha das coisas certas, lícitas, legais, corretas.
Deste modo, as pessoas na sociedade devem ter uma conduta sempre seguindo a linha reta , isto é, a linha das coisas certas, legais, lícitas e quando uma pessoa não tiver esta conduta seguindo as normas lícitas, certas, legais, ela pratica coisas erradas, ilícitas, ilegais e por isso, ela deverá sofrer penalidades.
O DIREITO E A SOCIEDADE
O filósofo grego Aristóteles que viveu cerca de 300 anos antes de Cristo já afirmava que ¨o homem é um ser eminentemente social ¨. Assim , Aristóteles já observou que a pessoa humana gosta de viver em sociedade.
Uma das características da pessoa humana é a sociabilidade, isto é, o gosto de viver em sociedade. Com exceção de alguns ermitões ( que gostam de viver isolado da sociedade, em mosteiros no alto de montanhas, ou isolados em florestas ) as pessoas em geral gostam de viver juntas, em sociedade.
Vivendo em sociedade, as pessoas precisam seguir normas de conduta, pois se essas normas não existissem a sociedade se transformaria em um caos ( desordem, anarquia ), predominando a lei do mais forte, pois cada pessoa tem sua vontade e ela imporia às outras suas vontades, gerando anarquia.
Para viver em sociedade há necessidade de estabelecer normas de conduta, e assim surge o Direito, que vai estabelecer as normas de conduta que cada pessoa deverá ter na sociedade.
Quando uma pessoa deixar de cumprir uma norma jurídica imposta para a sociedade, ela sofrerá SANÇÕES ( penalidades ), tais como: multa, pagamento de cestas básicas, prestação de serviços à comunidade, detenção, reclusão. Graduadas conforme a gravidade do ato praticado.
Os romanos usavam a frase : ¨UBI SOCIETAS, IBI JUS ¨ ( Onde houver sociedade, aí estará o direito ). Esta frase, ainda hoje reflete a realidade, pois o Direito somente irá surgir onde haverá a sociedade, estabelecendo regras de conduta para as pessoas, estabelecendo a paz social.
Os romanos também usavam a frase : ¨UBI JUS, IBI POENA ¨ ( Onde houver o direito , aí haverá a penalidade ). Significa que o Direito penaliza as pessoas que não cumprem as regras de conduta da sociedade.
CONCEITO DE DIREITO 
Para alguns juristas DIREITO é o conjunto das normas gerais e positivas que regulam a vida social humana.
Para outros, DIREITO é o conjunto de regras obrigatórias que disciplinam a convivência social humana.
Analisando estes conceitos, observamos que ambos conceito afirmam que o Direito é um conjunto de regras, normas = portanto, existem regras ou normas penais, civis, tributárias, trabalhistas, ambientais e outras, portanto, formam um conjunto de regras ou normas.
Para uns estas regras são gerais = servem para todas as pessoas na sociedade
Elas são positivas = são normas de conduta certa, legal, lícita.
Para outros essas regras são obrigatórias = todas as pessoas devem seguir estas regras na sociedade.
Portanto, as regras obrigatórias, regras gerais e positivas formam as NORMAS JURÍDICAS, que estabelecem as regras de conduta das pessoas na sociedade e o conjunto dessas regras formam o DIREITO.
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS
As NORMAS JURÍDICAS apresentam 03 características :
COERCIBILIDADE;
PODER IMPERATIVO E PODER ATRIBUTIVO;
PROMOÇÃO DA JUSTIÇA.
1 - COERCIBILIDADE : é o poder de coerção que o Estado usa para penalizar uma pessoa que não segue a norma jurídica. A pessoa que não segue a norma jurídica sofre as SANÇÕES ( penalidades ). Esta característica é muito importante para o Direito, pois representa a força punitiva para as pessoas que deixam de cumprir as Normas Jurídicas.
2 - PODER IMPERATIVO E PODER ATRIBUTIVO
PODER IMPERATIVO a norma tem o poder de imperar, isto é, as pessoas têm o DEVER de seguir as Normas Jurídicas, pois as normas imperam na sociedade.
PODER ATRIBUTIVO : a norma jurídica atribui a cada pessoa o DIREITO de exigir o cumprimento da Norma Jurídica.
Estes dois poderes atuam sempre juntos, fazendo com que cada pessoa na sociedade tenha DEVERES e DIREITOS, em qualquer tipo de sociedade.
3 - PROMOÇÃO DA JUSTIÇA E DA PAZ SOCIAL
A Norma Jurídica visa o estabelecimento da justiça e do bem-estar das pessoas na sociedade. 
Justiça para o Direito é: dar a cada um o que é seu . Se uma pessoa entra com uma ação, um processo na Justiça ela procura alcançar aquilo que é dela., estabelecendo a justiça entre as pessoas.
DIREITO NATURAL
- é o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e suprema.
- é o conjunto de princípios atribuídos a DEUS.
- simboliza a justiça perfeita.
- constitui o modelo que os legisladores devem seguir ao estabelecerem as leis.
- o Direito Natural tende a converter-seem Direito Positivo.
As pessoas que fazem as leis – os legisladores – devem se basear sempre nos ordenamentos criados por um ser superior e supremo, que é DEUS, fazendo assim Justiça chegar mais próximo possível da perfeição divina.
Para este Direito natural não existe convenção( acordos ).
Exemplos: A VIDA e a MORTE são dádivas divinas, criadas por DEUS e que os legisladores elaboram as leis para que a Justiça seja a mais próxima da justiça divina.
No tocante à VIDA , os legisladores criaram leis para proteger esta dádiva divina, que é a vida. O Direito estabelece que a lei põe a salvo a vida, desde a sua concepção. A vida deve ser protegida sempre pelo Direito, pelas leis. O aborto é a morte da vida que estava iniciando. O Direito pune as pessoas que praticam o aborto provocado, com sanções, penalidades.
A legislação permite dois tipos de abortos :
1 – aborto legal;
2 – aborto judicial
ABORTO LEGAL ( art. 128- CP ) : é o aborto permitido por lei, em dois casos:
quando a gravidez coloca em risco a vida da mãe.
quando a gravidez é resultante de um estupro.
ABORTO JUDICIAL é aquele que precisa ser autorizado por um Juiz de Direito.
Este tipo ocorre quando o nascituro ( bebê ) apresenta anencefalia ( ausência do cérebro ) A decisão é da mãe e para fazer o aborto, ela deve entrar na justiça solicitando o aborto, que será feita se um Juiz de Direito autorizar, comprovado com laudo médico.
A MORTE simboliza a justiça perfeita, pois, na morte, todos são iguais. Também foram criadas leis, tais como: atestado de óbito, inventário ( passagem dos bens do falecido para os herdeiros da família ).
O DIA e a NOITE também são Direitos Naturais criados por DEUS, que os legisladores fazem leis. Baseados na Bíblia, o DIA é próprio para o trabalho e a NOITE para o descanso. Assim, a jornada de trabalho é feita durante o dia e a noite, para o descanso. As pessoas que trabalham à noite recebem adicional noturno.
Os legisladores ao elaborarem o conjunto das leis formam o Direito Positivo
DIREITO POSITIVO
É o ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa determinada época, formando o conjunto de leis que vigoram num país num certo tempo.
No Brasil, este Direito Positivo é formado por leis escritas, embora em outros países seja não escrito, seguindo os costumes, formando o Direito Consuetudinário ( costumes ).
 No Brasil, a partir de 10 / 01/ 2003 entrou em vigor o Novo Código Civil brasileiro ( Lei nº 10.406 ), que revogou o antigo Código Civil brasileiro e trouxe várias alterações, sendo portanto a nova fonte do Direito Positivo.
DIREITO OBJETIVO
Direito Objetivo é uma norma jurídica ( uma lei ) que estabelece a norma de conduta da pessoa humana na sociedade.
É a norma de comportamento a que a pessoa deve se submeter.
Os romanos já estabeleciam que ¨Jus est norma agendi ¨. ( O direito é a norma de agir ).
Exemplos :
O artigo 1565 § 1º do novo Código Civil estabelece : ¨Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro ¨.
Neste exemplo, o Direito Objetivo é a norma , lei, que é o artigo 1565 § 1º do C.C. ( Código Civil ).
 b) alimentos : a Lei 5.478, estabelece os alimentos. Em Direito, alimentos envolvem 04 partes: alimentos propriamente dito, vestimenta, saúde, educação. Os alimentos podem ocorrer quando um casal se separa e o cônjuge que fica com a guarda do filho, pode pedir na Justiça que o outro cônjuge pague uma pensão alimentícia para o sustento da criança, nos 04 itens básicos dos alimentos ( alimentos, saúde, educação e vestimenta ).
Neste exemplo, o Direito Objetivo é a norma, a lei, que é a Lei 5.478.
Durante o Curso outros exemplos serão explicados.
DIREITO SUBJETIVO
Direito Subjetivo é a possibilidade da pessoa agir de acordo com a lei ( Direito Objetivo ) ou de exigir que outras pessoas ajam de acordo com a lei ( Direito Objetivo ).
É a faculdade de agir que uma pessoa humana tem , embasada na norma ( lei ).
Os romanos já estabeleciam : ¨Jus est facultas agendi ¨. ( O direito é a faculdade de agir ).
Exemplos: Utilizando o exemplo acima que diz : ¨ Qualquer dos nubentes, em querendo, poderá crescer ao seu, o sobrenome do outro. ¨ O Direito Subjetivo faculta a cada noivo ( nubente ), ao casar escolher como deverá ser o nome após o casamento. Assim, na vigência do antigo código Civil, apenas a mulher acrescentava ao seu, o sobrenome do marido. Porém, com o novo Código Civil, fica a critério dos nubentes escolherem o nome que passarão a usar depois de casados. A mulher pode continuar ( somente ela ) a acrescer ao seu o sobrenome do marido , ou o marido pode acrescer ao seu o sobrenome da esposa, ou cada um pode acrescer ao seu, o sobrenome do outro, ou não acrescerem nada e continuarem com os seus. Cada nubente fica com a faculdade de escolher. Este é o Direito Subjetivo deles.
2) No caso dos alimentos, a guarda quase sempre fica com a mulher, e fica na faculdade dela querer ou não entrar na justiça pedindo os alimentos ao ex-marido. Este é o seu Direito Subjetivo.
PESSOA
PESSOA : é o ser a que se atribuem direitos e obrigações. Equivale, assim, a sujeito de direitos . ( Clóvis Bevilaqua ).
As pessoas são seres capazes de direitos e obrigações.
Elas são divididas em duas espécies :
PESSOA FÍSICA ( ou Natural ): é o ser humano. ( considerado individualmente )..
PESSOA JURÍDICA : são agrupamentos humanos visando fins e interesses comuns. Formam as sociedades empresariais, sociedades de prestação de serviços, sociedades esportivas, sociedades religiosas, sociedades civis, culturais, as fundações, as associações, o próprio Estado ( federal, estadual e municipal ).
PESSOA FÍSICA ( ou Natural ).
O artigo 1º do atual Código Civil diz que : ¨Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil ¨.
Analisando este conceito vemos que:
¨na ordem civil ¨significa = na sociedade.
¨Toda pessoa ¨= compreende indistintamente a unanimidade dos seres componentes da espécie humana, sem distinção de sexo, idade, cor, nacionalidade.
O Direito só existe para as pessoas humanas enquanto estão vivas A pessoa morta não é mais pessoa, mas sim , um cadáver e portanto não está mais sujeito a direitos e deveres.
O Direito só ocorre em relação às pessoas, não ocorrendo entre coisas, almas ou santos ( exemplo: é nula a nomeação de alma ou santo para herança ).
Os animais estão excluídos do raio de ação do Direito, a não ser para colocá-los a salvo de atos de crueldade, perseguição, matança. Mas, um animal (ex: leão ) não pode ficar preso se ele matar a gazela . O direito não ocorre entre os animais ).
A expressão : ¨capaz de direitos e deveres ¨= surge a noção de capacidade e personalidade
Capacidade = é a aptidão para adquirir direitos e os exercer, por si ou por outrem, em atos da vida na sociedade. Capacidade é a aptidão da pessoa para adquirir direitos e deveres na sociedade. Exemplo: uma pessoa tem a capacidade para tirar a sua ¨Carta de Motorista ¨( CNH ) após completar 18 anos = deste modo após os 18 anos a pessoa está com capacidade para tirar a sua CNH ( Carteira Nacional de Habilitação )
Exemplo: A pessoa possui capacidade para votar a partir dos 16 anos de idade. A partir desta data ela passa a adquirir capacidade para exercer direitos e deveres na sociedade.
PERSONALIDADE é quando a pessoa adquiriu a capacidade e passa a exercê-la. Se a pessoa tiver 18 ou mais anos ele pode tirar a sua CNH, mas quando ele já obtiver a sua CNH ele terá personalidade do motorista, isto é, a pessoa tem direitos e deveres guiando os veículos.
Exemplo: a partir dos 16 anos, tanto o homem como a mulher podem casar. Enquanto a pessoa for solteiro, ele tem a personalidade do solteiro, mas quando se casar adquire a personalidade do homem ou da mulher casada, e passa a ter direitos e deveres de pessoa casada na sociedade.
 COMEÇO DA PERSONALIDADE CIVIL HUMANA
A personalidade civil da pessoa humana começa do nascimento com vida , mas a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro..O ponto de partida da personalidade é a separação da criança do ventre materno. Ainda, não terá nascido enquanto permanecer ligado ao corpo da mãe pelo cordão umbilical.
- Não importa que o parto tenha sido natural ou com intervenção cirúrgica.
Não importa que tenha sido no prazo certo ou fora de tempo.
 É necessário que a criança tenha dado sinais inequívocos de vida, como choro, movimentos próprios e deve ter respirado
Criança que nasce morta: não adquire personalidade e não adquire, nem transmite direitos.
Criança que nasce com vida, ainda que efêmera, recobre-se de personalidade, adquire e transmite direitos.
 FIM DA PERSONALIDADE CIVIL 
A existência da pessoa natural termina com a morte. Os mortos não são mais pessoas. Não são mais sujeitos de direitos e deveres. Não são mais ninguém.
CAPACIDADE DE DIREITO E DE FATO
São duas as espécies de capacidade:
.1. – Capacidade de direito ( ou de gozo);
.2. – Capacidade de fato ( ou de exercício).
.1. – Capacidade de Direito : é própria ao ser humano. Toda pessoa normalmente tem esta capacidade. Nenhum ser dela pode ser privado pelo ordenamento jurídico.
Código Civil – “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.” Ex: capacidade para venda de bens.
Deve-se observar a legitimação ( é a inibição para certos atos jurídicos em virtude de sua posição especial em relação a certos bens, certas pessoas ou certos interesses).
A legitimação consiste em saber se uma pessoa, em face de determinada relação, tem ou não capacidade para estabelecê-la.. 
.2. – CAPACIDADE DE FATO ( ou de Exercício )
É simples aptidão para exercitar direitos de que é titular. É a faculdade de os fazer valer.
A capacidade de fato, pode ser retirada da pessoa. Está vinculada a determinados fatores: idade e estado de saúde. Pressupõe: consciência e vontade. Pode ser suprida com representação. Ex: o incapaz exerce seus direitos através dos seus respectivos representantes legais. ( curador ) Ex: interdição de uma pessoa.
CAPACIDADE
( segundo a Lei nº 10.406, de 10/ 01/ 2002 )
( novo Código Civil Brasileiro )
Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. ( art. 1º - CC )
A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
MAIORIDADE PLENA : inicia aos 18 anos.
- Os menores de idade são divididos em: absolutamente e relativamente incapazes para os atos da vida civil.
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL ( art. 3º - CC )
São Absolutamente Incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de 16 anos;
II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o necessário discernimento para a prática desses atos;
III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
RELATIVAMENTE INCAPAZES PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL( art. 4º - CC )
São Relativamente Incapazes a certos atos ou à maneira de os exercer :
I – os maiores de 16 anos e menores de 18 anos;
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV – os pródigos;
EMANCIPAÇÃO ( art. 5º – CC )
Cessará a incapacidade para os menores .
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos;
é outorga;
deve ser registrado em Cartório;
é irreversível.
II – pelo casamento -. Mulher = 16 anos homem = 16 anos
a anulação do casamento ou a separação judicial do casal, não implica no retorno do emancipado à situação de incapaz.
III – pelo exercício de emprego público efetivo
( A Constituição brasileira d 1988 somente permite a prestação de concurso público ao brasileiro com idade mínima de 18 anos, assim sendo não há emancipação para este caso ).
função pública : pode ser federal, estadual e municipal.
Só os nomeados em caráter efetivo.
Não se beneficiam: interinos, contratados, diaristas, mensalistas, em comissão, extranumerários, função-atividade.
Só do emprego público ; não é válida para autarquias ou entidade paraestatal( é necessário lei especial ).
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
Absolutamente incapaz = é representado
Relativamente incapaz = é assistido.
DAS PESSOAS JURÍDICAS
	1 – CONCEITO : É a entidade a que a lei empresta personalidade, isto é, é o ser que atua na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que a compõem, capaz de ser sujeito de direitos na ordem civil.”( Silvio Rodrigues ).
		“É a união moral de pessoas reunidas com o objetivo de alcançar um fim comum e reconhecida pelo ordenamento como sujeito de direito. “( R. Limongi França).
		“São associações ou instituições formadas para a realização de um fim e reconhecidas pela ordem jurídica como sujeitos de direitos.”( Washington de Barros Monteiro).
2 – CARACTERES JURÍDICOS :
a) a pessoa jurídica tem personalidade jurídica distinta da de seus membros .
b )a pessoa jurídica tem patrimônio distinto.
c) a pessoa jurídica tem vida própria, distinta da de seus membros.
 Em regra: a pessoa jurídica tem os mesmos direitos que a pessoa natural: pode contratar, ter nome, nacionalidade, porém, não pode casar, adotar, testar, isto é, podem adquirir direitos e obrigações, porém, não aqueles privativos da pessoa humana.
A pessoa jurídica não pode cometer crimes, exceção feita aos crimes ambientais, onde neste caso, a pessoa jurídica pode ser punida, com multa.
3 – CLASSIFICAÇÀO DAS PESSOAS JURÍDICAS
Quanto às suas funções e capacidade.
Quanto à sua estrutura.
Quanto à sua nacionalidade.
Quanto às suas funções e capacidade : dividem-se em :
Pessoa jurídica de Direito Público :
 externo : - Estados estrangeiros;
 - organismos internacionais: ONU , UNESCO.
interno: - União, Estados federados, Distrito Federal e 		 municípios.
Pessoa jurídica de Direito Privado : templos religiosos, partidos políticos, 
sociedades comerciais, sociedades civis,
associações profissionais.
Quanto à sua estrutura: dividem-se em : associações, sociedade e fundações.
1 - Associação: são união de pessoas que se organizam para fins não econômicos ( art. 53 – CC 
grupo mais avantajado de pessoas- são os associados.
o ato constitutivo é o estatuto, acompanhado de ata da assembléia geral em que foi votado e aprovado e na qual se elegeu o primeiro órgão dirigente. A Assembléia Geral tem a competência de eleger ou destituir os administradores , aprovar as contas e aprovar o estatuto.
Não busca oferecer interesses econômicos aos associados
2 - Sociedade : ( artigo 981 – CC ) - pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividades econômicas e a partilha, entre si, dos resultados.
grupo reduzido de pessoas – são os sócios.
- o ato constitutivo é o contrato social, celebrado pelos interessados.
destina-se a oferecer vantagens pecuniárias aos componentes.
3 - Fundação: ( artigo 62 – CC ) 
- são constituídas pela destinação de um patrimônio a um determinado fim, que somente poderá ser para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência ( art. 62 § único ). Ex: Fundação Roberto Marinho.É feito através de um Estatuto e registrada em Cartório, depois de autorizada pelo Juiz.
-O Ministério Público é o órgão que velará pelas fundações.
Quanto à sua nacionalidade: dividem-se em : nacionais e estrangeiras.
SOCIEDADE NACIONAL e SOCIEDADE ESTRANGEIRA
SOCIEDADE NACIONAL ( artigo 1.126- CC ):
É aquela organizada em conformidadecom a lei brasileira e que tenha no País a sede e sua administração.
SOCIEDADE ESTRANGEIRA ( artigo 1.134 – CC ):
A Sociedade Estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista ou S/A brasileira.
A Sociedade Estrangeira autorizada a funcionar no Brasil não pode iniciar suas atividades antes de sua inscrição no respectivo registro do lugar em que se estabelecer, ficando sujeita às leis e tribunais brasileiros.
A Sociedade Estrangeira deverá adotar o nome que tiver em seu país de origem e acrescentar as expressões : “ do Brasil “ ou “ para o Brasil “.
4 – REPRESENTAÇÀO: 
		As pessoas jurídicas são representadas ativa e passivamente, nos atos judiciais e extrajudiciais, por quem os respectivos contratos designarem, ou, se omisso, por seus diretores.
		5 – PRINCÍPIO E FIM DAS PESSOAS JURÍDICAS
		Princípio: inicia a existência com o ato constitutivo e registro no órgão público competente. Sociedade Simples = no Cartório e Sociedade empresária = na Junta Comercial do Estado.
		Fim : 
pela dissolução deliberada entre os seus membros;
falência.
NOME EMPRESARIAL ( artigos 1.155 a 1.168 – CC )
	Considera-se NOME EMPRESARIAL a firma ou a denominação adotada de conformidade com o Código Civil e para o exercício da empresa. ( art. 1.155 – CC).
FIRMA :
é constituída pelo nome do empresário, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de atividade
A Sociedade de responsabilidade Ilimitada operará sob FIRMA, na qual figurarão somente os nomes dos sócios, aditando ao nome de um deles a expressão “e companhia “ou sua abreviatura “& Cia “.
A Sociedade Limitada pode adotar FIRMA ou DENOMINAÇÀO , tendo ao seu final a palavra “Limitada “( por extenso ) ou sua abreviatura ( Ltda ).
FIRMA : ( na Sociedade Limitada ) : será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas ( art. 1.158 § 1º - CC ) O nome deve ser formado por uma combinação de nomes ou sobrenomes dos sócios.. Pode ser formada pelos nomes de todos os sócios, de vários deles ou de um somente. Mas, se for omitido o nome de um ou mais sócios, deve-se acrescentar : “& Cia “, por extenso ou abreviadamente. Ex: José Pereira, Manoel Gonçalves e Abílio Peixoto organizaram uma sociedade do tipo em que se deve empregar: firma individual ou razão social. O nome poderá ser:
Pereira, Gonçalves & Peixoto Ltda
José Pereira & Cia Ltda.
Gonçalves, Pereira & Cia Ltda
A. Peixoto & Cia. Ltda.
2 - DENOMINAÇÀO ( na Sociedade Limitada ) : deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido figurar o nome de um ou mais sócios. Ex: Tecelagem Moinho Velho Ltda. , Livraria Brasil Ltda, Tv Globo Ltda.
Omitida a palavra “limitada “a responsabilidade dos sócios para a ser ilimitada e solidária.
COOPERATIVA : A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo “Cooperativa “.Exemplo: Cooperativa de Laticínios Vale do Paraíba.
SOCIEDADE ANÔNIMA: opera sob a denominação designativa do objeto da sociedade, integrada pelas expressões “Sociedade Anônima “( por extenso ) ou S/A ( abreviada ) ou Companhia ou Cia ( no início ou no meio do Nome Empresarial ). Pode também integrar o Nome Empresarial da S/ A o nome do fundador, acionista ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.
O nome do empresário deve distinguir-se der qualquer outro já inscrito no mesmo Registro. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
O nome do sócio que vier a falecer, que foi excluído ou que se retirar, não pode ser conservado na firma social. O Brasil adota o sistema de VERACIDADE DE FIRMAS, pelo qual, quem não for sócio, não pode figurar, nem assinar.
O Nome Empresarial deve ser inscrito e averbado no órgão competente do Estado, permitindo uso exclusivo naquele Estado. Porém, se registrado na forma da lei especial, terá seu uso exclusivo em todo o território nacional. O Nome Empresarial , uma vez escolhido, deve ser registrado na Junta Comercial ( sociedade empresária) ou no Cartório ( sociedade simples ).
OBSERVAÇÒES:
No Nome Empresarial não poderá conter:
palavras ou expressões que sejam atentatórias à moral e aos bons costumes;
palavras ou expressões que denotem atividades não previstas no objeto social da empresa ( ramo de atividade );
denominações ou siglas de órgãos públicos da administração direta ou indireta, e de organismos internacionais;
não poderão coexistir na mesma Unidade Federativa dois nomes empresariais idênticos ou semelhantes.
EMPRESÁRIO
CONCEITO: é todo aquele que, em caráter profissional, habitual e com o intuito de lucro, exerce atividade econômica organizada ( empresa ) para a produção ou circulação de bens ou de serviços.
( Exemplos de serviços = sociedade prestadora de serviços, hospitais, sociedades imobiliárias, vigilância, limpeza... ).
Entende-se que o efetivo exercício de atividade econômica organizada ( empresa ) deve reunir : capital, trabalho, tecnologia e insumos ( matéria- prima) com fim lucrativo
O CC ( Código Civil ) atual destaca que não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores ( atividade-meio ) , salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa.
Na caracterização do empresário duas atividades são importantes: a atividade-fim e a atividade-meio.
A atividade-fim é aquela desenvolvida pelo empresário e que irão influir na produção ou circulação de bens ou serviços.
Já a atividade-meio é quando há a incorporação de pessoas que irão ajudar o empresário, mas sem influir na produção ou circulação de bens ou serviços. 
A inserção de colaboradores ou auxiliares ( secretária, auxiliar de serviços...) na atividade-meio não torna a atividade organizada ( empresa ). 
 A atividade- fim exercida com a colaboração de terceiros ( demais trabalhadores, empregados ... ) o elemento de empresa ( capital, trabalho, tecnologia e insumos ) estará presente e tanto basta para caracterizar o empresário, como individual e a sociedade, como empresária.
Segundo Rubens Requião: o empresário organiza a sua atividade coordenando os seus bens ( capital ) com o trabalho organizado de pessoas.( empregados ). Sobre esses elementos ( bens e pessoal organizados ) deve atuar o empresário, dinamizando a organização e imprimindo atividade ( tecnologias e insumos ) que leve à produção ou circulação de bens ou serviços.
A empresa somente nasce quando se inicia a ideia de que a empresa é essa organização dos fatores de produção ( capital, trabalho, tecnologia e insumos ), que é exercida e posta a funcionar pelo empresário.
EXEMPLOS:
1 – Um dentista será considerado um profissional liberal enquanto exercer individualmente sua atividade, mesmo com o concurso de auxiliares ou colaboradores, inseridos na atividade-meio. ( Ex: secretária ). Mas, se o dentista contratar um protético ou um técnico em RX, e coordenasse o capital, trabalho, tecnologia e insumos, envolvendo todos os trabalhadores envolvidos, aí surgiria a figura do empresário individual. ( sociedade simples )
2 – Um engenheiro será considerado empresário individual se exercer atividade econômica organizada, ou seja, se o auxílio ou a colaboração de terceiros integrarem sua atividade-fim, como por exemplo, a contratação de um topógrafo, de um técnico em cálculos estruturais, especialista em hidráulica..., etc. Porém, se ele contratasse apenas profissionais inseridos na atividade-meio ( ex: secretária ) ele seria apenas considerado um profissional liberal.( sociedade simples )
3 – Uma sociedade formada por dois médicos que se associam e contratam outros médicos para os auxiliar na circulação de serviços , constituiria uma sociedade empresária. Assim estápresente a organização da atividade econômica por eles exercida. A atividade-fim passou a depender dos profissionais contratados.
Fábio Ulhoa diz que “ não é empresário quem explora atividade de produção ou circulação de bens ou de serviços sem alguns dos fatores de produção”.( capital, trabalho, tecnologia e insumos ).
 Exemplo- 1 : o comerciante de perfumes que leva, ele mesmo à sacola, os produtos até os locais de trabalho ou residência dos consumidores, explora atividade de circulação de bens, fazendo com o intuito de lucro, habitualidade e em nome próprio = não é empresário, porque não organiza os elementos da empresa.( capital, trabalho, tecnologia e insumos )
Exemplo -2 –O feirante que desenvolve seu negócio valendo-se apenas das forças de seu trabalho e de familiares ( esposa, filhos, irmãos ) = não é empresário, porque não organiza uma unidade de desenvolvimento de atividade econômica. ( empresa ).
Exemplo – 3 – não é empresário o técnico em informática que instala programas e provê a manutenção de “ hardware “ atendendo aos clientes em seus próprios escritórios ou casa, pois embora desenvolva atividade econômica, não desenvolve sua atividade empresarialmente, não fazendo a organização dos fatores de produção.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
EMPRESÁRIO : pode ser pessoa física .
O Empresário pessoa física: equivale ao empresário individual, isto é, aquele que exerce pessoalmente atividade de empresário.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL : é a pessoa física que se obriga através de seu próprio nome e incide pessoalmente em falência.
A responsabilidade do empresário individual deve, inicialmente, ser ligada aos bens ligados à atividade do empresário individual, e se houver inexistência ou insuficiências dos bens, o patrimônio pessoal do empresário deve entrar para satisfação de seus credores.
O empresário individual possui, portanto, responsabilidade subsidiária e ilimitada.
SUBSIDIÁRIA : os bens da sociedade têm de ser executados antes de alcançar o patrimônio particular dos sócios. ( artigo 1.024 – CC )
ILIMITADA : o patrimônio pessoal dos sócios será atingido sempre que os bens sociais ( da sociedade ) não bastarem para a satisfação dos credores.(artigo 1.023 – CC )
RESPONSABILIDADE DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CASADO:
Somente a meação do empresário individual casado é que pode ser alcançada para satisfação de suas dívidas perante terceiros, preservando-se a meação do cônjuge do empresário, exceto se comprovados casos em que do ato ilícito se aproveitou o casal.
O empresário casado, independente do regime de bens, pode alienar ( vender ) ou gravar ( dar como garantia ) imóveis que integrem o patrimônio da empresa, sem necessidade de outorga conjugal, exceto os de hipoteca e penhor.
O empresário individual deve fazer a inscrição de sua firma individual no registro Público de Empresas Mercantis ( Junta Comercial ) antes do início de sua atividade.
OBSERVAÇÕES ao empresário individual:
1 – Ele deve indicar de forma clara e precisa as atividades que expressem o objeto social da empresa. ( ramo de atividade ).
2 – Expressões estrangeiras não podem ser inseridas na descrição de atividades, salvo se não houver termo correspondente em português.
3 – O objeto não poderá ser ilícito, contrário aos bons costumes, à moral e à ordem pública.
4 – Ele deve indicar a data prevista para o início das atividades, que não pode ser anterior à data da assinatura do requerimento do empresário.
O empresário individual poderá inscrever-se também como MICROEMPRESÁRIO ( ME ) ou EMPRESA DE PEQUENO PORTE ( EPP ).
A Lei nº 11.196, de 2005 estabeleceu que a receita bruta anual da MICROEMPRESA ( ME ) pelo sistema do SIMPLES passou a ser de até R$ 360.000,00 .( a partir de 01/01/2012)
Enquanto que a EMPRESA DE PEQUENO PORTE ( EPP ) : é a empresa que tiver renda bruta anual de R$ 360.000,00 até 3.600.000,00 ( três milhões e seiscentos mil reais ) também integrada ao Simples.( a partir de 01/01/2012)
Portanto, o empresário individual poderá inscrever-se como Microempresa ( ME ) ou Empresa de Pequeno Porte ( EPP) .
O NOME EMPRESARIAL do empresário individual deve ser através de FIRMA constituída por seu nome completo ou abreviado, aditando ( se quiser ) designação mais precisa de sua pessoa ( apelido ou o nome como é mais conhecido ) ou o gênero do negócio, que deve constar do objeto, não se admitindo abreviatura do último sobrenome. Exemplo: Antonio Carlos da Silva – Alfaiate ME
Não constituem sobrenome e não podem ser abreviadas expressões como “ FILHO” , “ JUNIOR ‘, “ NETO ‘ , ‘ SOBRINHO ‘.
Havendo homonímia ( nome igual registrado anteriormente ) : o empresário deverá aditar ao nome, escolhendo a designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de negócio, para diferenciá-lo do outro, e se for o caso, a adição da expressão ME ou EPP.
OS IMPEDIMENTOS
 	A legislação impede certas pessoas de exercerem atos de empresários ou de comércio:
	1 – chefes do Poder Executivo: federal, estadual, municipal ( durante o seu mandato); 
	2 – membros do Poder Legislativo, tais como: senadores, deputados federais, deputados estaduais, vereadores ( durante os seus mandatos );
	3 – os magistrados e membros do Ministério Público;
	4 – os empresários falidos ( enquanto não forem reabilitados;);
	5 – os leiloeiros, corretores e despachantes aduaneiros;
	6 – os cônsules e embaixadores;
	7 – os médicos: para o exercício simultâneo da medicina e farmácia;
	8 – os servidores públicos civis da ativa: federais, estaduais, municipais;
	9 – os militares da ativa das Forças Armadas e das Polícias Militares;
	10 – os estrangeiros ( não residentes no país ) ,exceção aos portugueses;
	11 – os devedores do INSS;
	12 – as pessoas condenadas a penas que vedem o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, prevaricações, suborno, concussão, peculato...
	13 – os cônjuges casados em regime de comunhão universal de bens ou de separação obrigatória, que não podem ser sócios entre si ou com terceiros.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
Pelo atual Código Civil são:
1 – Sociedade Empresária;
2 – Sociedade Simples.
1 - SOCIEDADE EMPRESÁRIA
Conceito ( artigo 982 – CC ): é a que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro.
É uma sociedade que equivale a uma pessoa jurídica e assim sendo, é sujeito de direitos e deveres.
Sua personalidade jurídica é dada com o arquivamento de seu Contrato no órgão competente 
A responsabilidade dos sócios: depende do tipo societário adotado.
Distinção entre Sociedade Empresária e Sociedade Simples:
As sociedades podem ser empresárias e simples dependendo de seu objeto ou forma, embora ambas visem o lucro.
Segundo o jurista Jorge Lobo : a distinção entre sociedade empresária e sociedade simples fundamenta-se no modo pelo qual a atividade econômica é exercida:
- Se a sociedade se organiza profissionalmente como uma unidade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços é uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
- Se isto não ocorrer = é SOCIEDADE SIMPLES.
EXEMPLOS
1 – Um restaurante operado pelos seus próprios sócios, que atuariam, de forma prevalente, no atendimento dos clientes, seria uma sociedade simples.
Mas, se os sócios coordenariam o trabalho dos profissionais encarregados de exercer o objeto social( atividade – fim com organização ), bem como o capital, tecnologia e insumos, teríamos uma sociedade empresária.
2 – Uma mercearia, operada pelos sócios, de forma direta resultaria em uma sociedade simples. Porém, um supermercado, pela dimensão de sua atividade, teria de ser operado por uma organização na atividade – fim , e assim, por sua condição empresarial seria uma sociedade empresária.
3 – Uma padaria, que não deixa de ser uma indústria, quando restrita em sua atividade-fim e operada pelo trabalho dos próprios sócios = seria uma sociedade simples.
Mas, se os sócios coordenariam o trabalho de outros profissionais encarregados de exercer o objeto social ( atividade- fim ) com organização ( capital, trabalho,tecnologia e insumos ), seria uma sociedade empresária.
4 – No setor de prestação de serviços, se como quotistas de sociedades: cabeleireiros, costureiras, bombeiros hidráulicos, técnicos em geral, eles e seus auxiliares, mas principalmente eles próprios cortam os cabelos da clientela, costuram as roupas encomendadas, consertam os canos danificados e executam a assistência técnica solicitada, as correspondentes sociedades de que participam esses profissionais, seriam sociedades simples. Porém, se estruturada, organizadas para efeito de prestar o serviço a que elas se propõem, os sócios refluiriam para uma posição de coordenação, deixando a operação para os empregados e, assim criaria uma sociedade empresária.
5 – As transportadoras, tanto poderão desenvolver a sua atividade de forma pessoal como através de uma organização. Daí decorre a sua classificação em sociedades simples ou sociedades empresárias.
2 - SOCIEDADE SIMPLES
Conceito ( artigo 983 – CC ):
SOCIEDADE SIMPLES : pode ser entendida de duas formas:
a) pelo entendimento: quando a sociedade se caracteriza por atividade-meio
b) pelo direito estabelecido no novo Código Civil: é considerada aquela que terá por objeto o exercício de atividade rural ou intelectual,de natureza científica, literária ou artística.
Pelo novo Código Civil, as sociedades podem ser :
Simples= se não exercerem atividades empresariais, e
Empresárias = se exercerem atividades empresárias
São Sociedades Simples = as Cooperativas e as Sociedades formadas por quem exerce a profissão de natureza intelectual, artística, literária ou científica, ou aquelas que existe o concurso de auxiliares ou colaboradores.
 Mas, se o exercício da profissão constituir uma empresa, passará a ser uma sociedade empresária.
Se a empresa não existe, a sociedade empresária não existirá; mas se existir apenas o profissional liberal, existirá a sociedade simples.
 EMPRESA é uma atividade economicamente organizada que reúne capital , trabalho , tecnologia e insumos para a produção ou circulação de bens , produtos ou serviços, com o intuito de lucro.
A Sociedade Simples se presta, por sua simplicidade e agilidade, a atividades tais como: pequenos negócios, comércio, prestadores de serviços não empresários, aos profissionais liberais ( exceto os advogados ), aos artesãos, artistas.....
A Sociedade Simples serve de base para os demais tipos societários.
A Sociedade Empresária pode constituir-se em tipos societários como:
- Sociedade em Nome Coletivo.
- Sociedade em Comandita Simples;
- Sociedade Limitada;
- Sociedade Anônima;
- Sociedade em Comandita por Ações.
CONTRATO SOCIAL
– ELEMENTOS DO CONTRATO
COMUNS: são aqueles comuns a todos os contratos;
ESPECÍFICOS: são aqueles específicos a um tipo de contrato.
COMUNS : 
agente capaz;
objeto lícito;
forma prescrita ou não defesa em lei
AGENTE CAPAZ: é o agente que manifesta livremente sua vontade. Deve ter capacidade plena ( 18 anos ou mais) ou deve ser representado ( absolutamente incapaz) ou assistido ( relativamente incapaz) ou pode ser emancipado .
O elemento representado ( absolutamente incapaz ) ou o assistido ( relativamente incapaz ) deverá ter autorização judicial para a continuação de uma empresa.
OBJETO LÍCITO: são as atividades que a sociedade irá exercer. Estas não devem violar a lei e aos bons costumes. Sociedades com objeto ilícito não são registradas ( no Cartório ou na Junta Comercial)
FORMA PRESCRITA OU NÀO DEFESA EM LEI: a constituição de uma sociedade deve obedecer as formas estabelecidas pela lei. Ex: contrato de uma sociedade deve ser feito por escrito e registrado no órgão competente.
 
 B ) ESPECÍFICOS: são vários :
PLURALIDADE DE SÓCIOS : a sociedade deve ter dois ou mais sócios., excetuando o empresário individual e por um período de 180 dias na Sociedade Limitada, ocorrida pela sucessão, quando a Sociedade poderá ficar com apenas 01 sócio.
Cada sócio deve ter sua qualificação completa ( nome, nacionalidade, estado civil, maioridade, profissão, cédula de identidade, cédula de CPF, residência e domicílio)
- CAPITAL SOCIAL : é formado pela contribuição dos sócios em moeda corrente ou em bens ( imóveis, móveis corpóreos, móveis incorpóreos e semoventes ), ou serviços. ( serviços = apenas nas Sociedades Simples ).
 - Algumas sociedades vedam a participação de sócio que entra na sociedade apenas com o serviço, tais como a sociedade limitada e a sociedade anônima.
- o bens devem ser suscetíveis de avaliação em dinheiro através de 03 peritos.
- ‘AFFECTIO SOCIETATIS’: é a vontade determinada de todos os sócios na construção da sociedade. É a intenção de se manter associado e de prosperar a sociedade. É o afeto, dedicação, garra, vontade que os sócios devem ter para que a sociedade prospere.
PARTICIPAÇÀO NOS LUCROS E NAS PERDAS: os sócios devem estabelecer no Contrato Social, expressamente, a forma de distribuição dos lucros e das perdas, que devem ser proporcional às suas quotas.
A lei veda a cláusula leonina, isto é, distribuição dos lucros ou das perdas apenas para um sócio.
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO SOCIAL
O Contrato Social segue alguns princípios:
– Autonomia da Vontade : os sócios têm o direito de manifestar sua vontade, eles têm a liberdade de estabelecer cláusulas no Contrato, desde acordadas entre eles.
“ PACTA SUNT SERVANDA ‘- os Contratos devem ser cumpridos. É a força obrigatória dos contratos.O contrato faz lei entre as partes.
ETICIDADE:a ética impõe a boa-fé aos contratantes.
SOCIALIDADE: o Contrato passa a ser um negócio jurídico que, além dos interessados diretos, também interessa à sociedade e a todos que possam ser alcançados por ele.
OPERACIONALIDADE: o Contrato deve ter o caráter do justo e do efetivo, isto é, ele passa a ser um instrumento de realização de uma justiça efetiva e justa.
DIREITO DO CONSUMIDOR
( extraído do Guia do Consumidor Brasileiro)
( www.guiasfacil.com.br/cartilha)
INTRODUÇÃO
Antigamente não existia uma lei que protegesse as pessoas que comprassem um produto ou contratassem qualquer serviço.
Se você comprasse um produto estragado, ficava por isso mesmo.
Se o vendedor quisesse trocar, trocava, mas se não quisesse trocar, você ficava no prejuízo e não tinha a quem recorrer.
Em março de 1991 entrou em vigor a Lei nº 8.078/90, que é mais conhecida como Código de Defesa do Consumidor.
Esta lei veio com toda a força para proteger as pessoas que fazem compras ou contratam algum serviço.
O QUE É
Para entender é preciso saber primeiro o significado de algumas palavras.
PRODUTO
É toda mercadoria colocada à venda no comércio: automóvel, roupa, casa, alimentos....
Os produtos podem ser de dois tipos:
PRODUTO DURÁVEL é aquele que não desaparece com o seu uso, por exemplo: um carro, uma geladeira, uma casa....
PRODUTO NÃO DURÁVEL é aquele que acaba logo após o uso: os alimentos, um sabonete, uma pasta de dentes.
SERVIÇO
É tudo o que você paga para ser feito: corte de cabelo, conserto de carro, de eletrodoméstico, serviço bancário, serviço de seguros, serviços públicos....
Assim como os produtos, os serviços podem ser duráveis e não duráveis.
SERVIÇO DURÁVEL é aquele que custa a desaparecer com o uso. A pintura ou construção de uma casa, ou prótese dentária, são produtos duráveis.( prazo para reclamar = 90 dias).
SERVIÇO NÃO DURÁVEL
 é aquele que acaba depressa.( prazo para reclamar = 30 dias ).
A lavagem de uma roupa na lavanderia é um serviço não durável pois a roupa suja logo após o uso. Outros exemplos são os serviços de jardinagem e faxina, que precisam ser feitos constantemente.
CONSUMIDOR
É qualquer pessoa que compra um produto ou que contrata um serviço, para satisfazer suas necessidades pessoais ou familiares.
Também é considerado consumidor as vítimas de acidentes causados por produtos defeituosos, mesmo que não os tenha adquirido ( art. 17-CDC), bem ainda as pessoas expostas às práticas abusivas previstas no Código de Defesado Consumidor (CDC ), como, por exemplo, publicidade enganosa ou abusiva ( art. 29-CDC ).
Qualquer produto que você consuma ou serviço que você contrate, desde a compra de uma balinha até o serviço de um amolador de tesouras, torna você um consumidor.
FORNECEDOR
São pessoas, empresas públicas ou particulares, nacionais ou estrangeiras que oferecem produtos ou serviços para os consumidores.
Estas pessoas ou empresas produzem, montam, criam, transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços pra os consumidores.
SERVIÇO PÚBLICO
É todo aquele prestado pela administração pública. São os serviços de saúde, educação, transporte coletivo, água, limpeza pública, asfalto.....
O Governo estabelece as regras e controla esses serviços que são prestados para satisfazer as necessidades das pessoas.
 Os serviços públicos são prestados pelo próprio governo ou o governo contrata empresas particulares que prestam serviços. São obrigados a prestar serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos e assim o cidadão tem o direito de exigir qualidade destes serviços.
RELAÇÃO DE CONSUMO
Para alguém vender, é preciso ter pessoas interessadas em comprar. Ou o contrário: para alguém comprar um produto é preciso ter alguém para vender.
Essa troca de dinheiro por produto ou serviço, entre o fornecedor e o consumidor, é uma relação de consumo.
Agora que você já sabe o que é consumidor, fornecedor, produto, serviço e relação de consumo, fica mais fácil compreender o Código de Defesa do Consumidor (CDC ).
O Código de Defesa do Consumidor é um conjunto de normas que regulam as relações de consumo, protegendo o consumidor e colocando os órgãos e entidades de defesa do consumidor a seu serviço.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
Artigo 6º do CDC:
1 – Proteção da vida e da saúde.
Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo fornecedor, dos possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança.
2 – Educação para o consumo
Você tem o direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e serviços.
3 – Liberdade de escolha de produtos e serviços.
Você tem todo o direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor.
4 – Informação
Todo produto deve trazer informações claras sobre sua 	quantidade, composição, preço, peso, riscos que apresenta e sobre o modo de utilizá-lo.
Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as informações de que necessitar.
5– Proteção contra publicidade enganosa e abusiva
O consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido.
Se o que foi prometido no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o contrato e receber a devolução da quantia que havia pago.
A publicidade enganosa e a abusiva são proibidas pelo CDC. São consideradas crime ( art. 67-CDC).
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6– Proteção contratual
Quando duas ou mais pessoas assinam um acordo ou um formulário com cláusulas pré-redigidas por uma delas, concluem um contrato assumindo obrigações.
O CDC protege o consumidor quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas ou quando forem prejudiciais ao consumidor. Neste caso, as cláusulas podem ser anuladas ou modificadas por um juiz de direito
7– Indenização
Quando for prejudicado, o consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe vendeu o produto ou lhe prestou o serviço, inclusive por danos morais.
8 – Acesso à justiça
O consumidor que tiver os seus direitos violados pode recorrer à Justiça e pedir ao Juiz que determine ao fornecedor que eles sejam respeitados.
9 – Facilitação da defesa dos seus direitos
O CDC facilitou a defesa dos direitos do consumidor, permitindo até mesmo que, em certos casos, seja invertido o ônus de provar os fatos.
10 – Qualidade dos serviços públicos
Existem normas no CDC que asseguram a prestação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom atendimento do consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias desses serviços.
PROTEÇÃO Á SAÚDE e SEGURANÇA
Artigo 6º, I, CDC
Alguns produtos podem oferecer riscos ao consumidor. É direito seu ser protegido contra produtos que possam ser perigosos. Assim, um alimento não pode conter uma substância que pode fazer mal à saúde; um açougue não pode vender carnes embrulhadas em sacos de lixo ou papel de jornal; um remédio que causa dependência não pode ser vendido livremente, sem receita médica.
Arts. 8º, 9º e 10.
O fornecedor deve informar, nas embalagens, rótulos ou publicidade, sobre os riscos do produto à saúde do consumidor.
Se o fornecedor, depois que colocou o produto no mercado, descobrir que ele faz mal à saúde, precisa anunciar aos consumidores, alertando-os sobre o perigo.
Esse anúncio deve ser feito peos jornais, rádio e televisão. Além disso, o fornecedor tem a obrigação de retirar do comércio, trocar os que já foram vendidos ou devolver o valor pago pelo consumidor.
PUBLICIDADE
Arts. 30, 35, 36, 37, 38,- CDC
Publicidade é a propaganda de um produto ou serviço. Toda publicidade deve ser fácil de se entender.
O CDC proíbe publicidade enganosa ou abusiva.
PUBLICIDADE ENGANOSA é a que contém informações falsas e também a que esconde ou deixa faltar informação importante sobre um produto ou serviço.
Estas informações podem ser sobre:
- características;
- quantidade;
- origem;
- preço;
- propriedades.
PUBLICIDADE ABUSIVA: uma publicidade é abusiva quando:
- gerar discriminação;
- provocar violência;
- explorar medo ou superstição;
- aproveitar-se da falta de experiência da criança;
- desrespeitar valores ambientais;
- induzir a um comportamento prejudicial à saúde, e à segurança;
Tudo o que for anunciado deve ser cumprido, exatamente como foi anunciado.
As informações da propaganda fazem parte do contrato.
PROTEÇÃO CONTRATUAL
Capítulo VI – CDC.
CONTRATO é um acordo por escrito que duas ou mais pessoas fazem. Quando se faz um contrato, são relacionados os direitos e os deveres do fornecedor e do consumidor.
As regras estabelecidas nos contratos são chamadas cláusulas.
Todo contrato deve ter:
- letras em tamanho de fácil leitura;
- linguagem simples;
- as cláusulas que limitem os direitos do consumidor bem destacadas.
CONTRATO DE ADESÃO ( art. 54-CDC ) é aquele que o fornecedor entrega já pronto ao consumidor. O consumidor não tem possibilidade de discutir as cláusulas ou regras do contrato, que foram redigidas pelo fornecedor. Tal contrato passa a existir a partir do momento em que o consumidor assina o formulário padronizado que lhe é apresentado pelo fornecedor.
CLÁUSULAS ABUSIVAS E PROIBIDAS
As cláusulas são aquelas que geram desvantagem ou prejuízo para o consumidor, em benefício do fornecedor. Essas cláusulas são nulas. O consumidor pode requerer ao juiz que cancele essas cláusulas do contrato.
ORIENTAÇÕES
Não assine um contrato que tiver cláusulas abusivas, como por exemplo, as que existem no art. 51- CDC , tais como as que :
- diminuam a responsabilidade do fornecedor, no caso de dano ao consumidor;
- proíbam o consumidor de devolver o produto ou receber o dinheiro de volta quando o produto ou o serviço não forem de boa qualidade;
- estabeleçam obrigações para outras pessoas, além do fornecedor ou consumidor. O contrato é só entre o fornecedor e o consumidor;
- coloquem o consumidor em desvantagem exagerada;
- obriguem somente o consumidor a apresentar prova, no caso de um processo judicial;
- proíbam o consumidor de recorrer diretamente à Justiça sem antes recorrer ao fornecedor;
- autorizem o fornecedor a alterar o preço;
- permitam ao fornecedor modificar o contrato sem a autorização do consumidor;
- façam o consumidor perder as prestações já pagas, no caso de não obedecer ao contrato e quando já estiver prevista a retomada do produto.
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO OU SERVIÇO
Artigo: 6º , III, artigos 31 e 33 –CDC.
Os produtos ou serviços devem trazer informações claras e completas em Língua Portuguesa.
As informações são sobre:
- suas características;
- qualidade;
- quantidade;
- composição;
- preço;
- garantia;
- prazo de validade;
- nome do fabricante e endereço;
- riscos que possam ser apresentados à saúde e à segurança do consumidor.
Os produtos importados devem trazer, em sua embalagem, uma etiqueta com as explicações escritas em português e o consumidor poderá exigir manuais de instrução também em português.
Quando você compra um produto nacional ou importado, o fabricante ou o importador deve garantir a troca de peças enquanto o produto estiver sendo fabricado ou importado.
A oferta de peças deve continuar por certo tempo, mesmo depois de o produto deixar de ser fabricado ou importado ( art. 32- CDC ).
Na oferta ou venda por telefone e reembolso postal é preciso ter o nome do fabricante e endereço ( art. 33- CDC ):
- na embalagem;
- na publicidade;
- em todos os impressos usados na compra.
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Quando o fornecedor não cumprir o que prometeu ou anunciou, o consumidor poderá ( art. 35-CDC):
- exigir o cumprimento do que foi anunciado;
- aceitar outro produto ou prestação de serviço de valor igual, ou
- desfazer o contrato, com direito a receber o valor pago com correção, e ser indenizado pelas perdas e danos.
GARANTIA
No CDC existem dois tipos de garantia: a legal e a contratual.
A GARANTIA LEGAL não depende do contrato que foi feito, pois já está prevista na lei. ( art. 26 e 27- CDC ).
A GARANTIA CONTRATUAL completa a legal e é dada pelo próprio fornecedor.
Chama-se termo de garantia ( art. 50- CDC ).
O termo de garantia deve explicar:
- o que está garantido;
- qual é o seu prazo;
- qual o lugar em que ele deve ser exigido.
O termo de garantia deve ser acompanhado de um manual de instrução ilustrado, em português, e fácil de entender.
Não entregar o termo de garantia, devidamente preenchido é crime. ( art. 74-CDC ).
CONCESSÃO DE CRÉDITO AO CONSUMIDOR
Artigo 52- CDC.
Quando você for comprar à prestação, utilizando ou não os serviços de uma financeira, o fornecedor tem a obrigação de informar:
- o preço do produto ou serviço em moeda nacional, os valores dos juros de mora e a taxa de juros do financiamento;
- os acréscimos previstos por lei;
= a quantidade e a data de vencimento das prestações;
- o total a ser pago à vista ou financiado.
A multa por falta de pagamento não pode ser maior do que 2% do valor da prestação;
- Você pode adiantar o pagamento da dívida toda ou de parte dela, com direito a redução proporcional dos juros e outros acréscimos.
COBRANÇA DE DÍVIDAS
Artigo 42- CDC
O CDC não permite que o fornecedor, na cobrança de dívida, ameace ou faça o consumidor passar vergonha em público. Não permite também, que o fornecedor, sem motivo justo, cobre o consumidor no seu local de trabalho.
É crime ameaçar, expor ao ridículo ou, injustificadamente, interferir no trabalho ou lazer do consumidor para cobrar uma dívida. ( artigo 71-CDC ).
 Se o fornecedor cobrar quantia indevida ( o que já foi pago, mais do que o devido, etc.), o consumidor terá direito de receber o que pagou, em dobro, com juros e correção monetária.
PRÁTICAS ABUSIVAS
Artigo 39-CDC.
Existem muitas coisas que o fornecedor não pode fazer, porque são proibidas por lei.
Aqui estão algumas delas:
1 – O fornecedor não pode condicionar a venda de um produto à compra de outro produto, ou seja, para levar um produto, você não pode ser obrigado a comprar outro, por exemplo, para levar pão, você tem de comprar um litro de leite. Isto se chama de VENDA CASADA e é proibido por lei. É crime: Lei nº 8.137/90, art. 5º,II.
2 - É proibido ao fornecedor esconder um produto e dizer que o produto está em falta.
3 – Se algum fornecedor enviar-lhe um produto que você não pediu, não se preocupe. Receba como se fosse uma amostra grátis.
E se alguém prestar a você um serviço que não foi contratado, não pague. A lei garante que você não é obrigado a pagar ( art. 39, parágrafo único – CDC ).
4 – O fornecedor não pode prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou posição social para impingir-lhe seus produtos ou serviços.
5– O fornecedor não pode exigir do consumidor vantagens exageradas ou desproporcionais em relação ao compromisso que ele esteja assumindo na compra de um produto ou na contratação de um serviço. Antes de comprar, pesquise o preço em outras lojas.
6– Quem vai prestar-lhe um serviço é obrigado a apresentar, antes da realização do trabalho, um orçamento. ( art. 40-CDC ).
Neste orçamento tem de estar escrito o preço da mão-de-obra, o material a ser usado, a forma de pagamento, a data da entrega e qualquer outro custo.
7– O fornecedor não pode difamar o consumidor só porque ele praticou um ato no exercício de um direito seu.
8 – Existem leis que explicam como um produto ou um serviço devem ser feitos. O fornecedor não pode vender produtos ou realizar serviços que não obedeçam a essas leis.
9 – O fornecedor é obrigado a marcar um prazo para entregar um produto ou terminar um serviço.
10- Elevar, sem justa causa, os preços de produtos e serviços.
11 – O fornecedor poderá aumentar o preço de um produto ou serviço apenas se houver uma razão justificada para o aumento.
12 – O fornecedor é obrigado a obedecer ao valor do contrato que foi feito. Não pode aumentar o valor do produto ou serviço se o aumento não estiver previsto no contrato.
RESPONSABILIDADES DO FORNECEDOR
Artigos 12 a 25- CDC 
Um produto ou um serviço é defeituoso quando não oferece a segurança que dele se espera ( artigo 12,§ 1º- CDC ).
Existem vícios de qualidade e quantidade do produto. Os vícios de qualidade dividem-se em vícios por inadequação ( o produto é inadequado ao fim que se destina ) e por insegurança ( de defeito ).
Os fornecedores são responsáveis pelos vícios de qualidade ou quantidade do produto ( art. 18-CDC ).
Os vícios nos produtos e nos serviços podem causar danos físicos aos consumidores, colocando em risco sua segurança. Esses danos decorrem dos chamados acidentes de consumo, ou seja, acidentes causados pelo produto defeituoso. ( art. 12-CDC ).
O fornecedor, independentemente da existência de culpa, é responsável pelos danos causados pelo produto defeituoso ou por não ter dado informações suficientes e adequadas sobre a utilização do produto e riscos que ele oferece.
Todas as vezes que um produto ou serviço causar um acidente os responsáveis são ( art.12-CDC ):
- o fabricante ou o produtor;
- o construtor;
- o importador;
- o prestador de serviços;
O Comerciante é também responsável pelos danos quando ( art. 13-CDC):
- o fabricante, construtor, produtor ou importador não forem encontrados;
- o produto não tiver a identificação clara do fabricante, produtor, construtor ou importador;
- não conservar os produtos perecíveis como se deve.
VOCÊ PODE EXIGIR 
( art. 20-CDC )
Quando existe vício na prestação do serviço, você pode exigir:
- que o serviço seja feito novamente sem pagar nada, ou
- abatimento no preço, ou
- devolução do que você pagou, em dinheiro, com correção.
Se o defeito for de fabricação do produto, o fornecedor tem 30 dias para corrigi-lo ou saná-lo.
Depois deste prazo, se o produto ficar com problemas ou aparecer novamente o mesmo vício após o conserto, você pode exigir ( art. 18-CDC ):
- a troca do produto, ou
- o abatimento no preço, ou
- o dinheiro de volta, com correção.
Se o problema é a quantidade do produto, você tem o direito de exigir ( art. 19-CDC ):
- a troca do produto, ou
- o abatimento no preço, ou
- que a quantidade seja completada de acordo com que está escrito na embalagem ou com o que você pediu, ou
- o dinheiro de volta, com correção.
OS PRAZOS PARA RECLAMAR ( art. 26-CDC ):
O prazo para você reclamar de vícios fáceis de se notar em produtos ou serviçosé de:
- 30 dias para produtos ou serviços não duráveis. Por exemplo: alimentos, serviço de lavagem de roupa numa lavanderia..
- 90 dias para produtos ou serviços duráveis, por exemplo; eletrodomésticos, reforma de uma casa, pintura de carro...
Estes prazos são contados a partir da data que você recebeu o produto ou que o serviço terminou.
 Se o defeito for de difícil de se notar ( vício oculto ), os prazos começam a ser contados da data em que o vício apareceu .
DIREITO DE ARREPENDIMENTO
Art. 49-CDC
O arrependimento acontece quando você compra um produto ou contrata um serviço e depois resolve não ficar com o produto ou não deseja mais fazer o serviço. Você tem direito de se arrepender e desistir do contrato se o negócio foi feito fora do estabelecimento comercial ( vendas por telefone, telemarketing, internet....).
Você tem o prazo de 07 dias para se arrepender de compras feitas por reembolso postal, por telefone ou à domicílio.
 Preste atenção, pois este prazo é contado a partir da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço.
No caso de arrependimento, você deverá devolver o produto ou mandar parar o serviço.
Assim terá direito a receber o que você já pagou com juros e correção monetária, inclusive o reembolso das despesas pagas pelo envio do produto à sua residência.
CHEQUE
CHEQUE ROUBADO
Evite sair de casa levando cheques assinados.
Se for necessário, tenha o cuidado de cruzar seus cheques.
Isto faz com que o cheque seja pago apenas pelo depósito e compensação bancária.
Se você for vítima de furto ou roubo, vá até a delegacia de polícia mais próxima e faça um Boletim de Ocorrência.
Leve o BO ao banco que você tem conta e peça para suspender o cheque informando seu número e valor.
Se o roubo acontecer fora do expediente bancário, em finais de semana ou feriados, comunique o Serasa-Centralização de Serviços Bancários por telefone ( do Serasa ).
Tome as providências no primeiro dia útil.
Se estiver em outra cidade, vá a agência do seu banco mais próxima para registrar a ocorrência.
CHEQUE PRÉ DATADO
O cheque pré-datado não é legal. É apenas um acordo entre o fornecedor e o consumidor.
Só faça cheque pré-datado se o estabelecimento for de sua confiança e peça para constar da nota a data da entrada de cada cheque.
CHEQUE SUSTADO
Só peça para sustar um cheque se houver um motivo muito forte para isso, como perda ou roubo do cheque ou do talonário.
Se você emitir um cheque para pagar a compra de um produto ou contratar um serviço 
E o produto não for entregue ou nem o serviço prestado, faça o seguinte:
- envie uma reclamação por escrito, por meio de AR ou de um Cartório de Registro de Documentos, pedindo ao fornecedor para solucionar o problema;
- se o fornecedor não solucionar o problema, denuncie o fato a um órgão de defesa do consumidor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - GUSMÃO, Mônica – Direito Empresarial – 3ª edição, Rio de Janeiro: Editora Impetus, 2004.
2 – LEME, Maria Augusta dos Santos – Guia do Direito Empresarial no novo Código Civil – São Paulo: Saraiva- 2004.
3 –BRASIL – Código Civil e legislação civil em vigor- Theotonio Negrão e José Roberto Ferreira Gouvêa- 23ª edição - São Paulo: Saraiva, 2004
4 – GIANULLO, Wilson – Vademecum de Códigos e Estatutos – São Paulo : Editora Jurídica Brasileira, 2011.
5 – BULGARELLI, Waldirio – O Novo Direito Empresarial, São Paulo- Editora Renovar- 1999
6 – FINKELSTEIN, Maria Eugenia. Direito Empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.
7 – COELHO,Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 21ª edição, 2009.

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