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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
1 
3 Direito administrativo: conceito, fontes e 
princípios 
 
Conceito de Direito Administrativo: é o 
conjunto harmônico de princípios jurídicos 
que regem os órgãos, os agentes, as 
atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo Estado. 
Sabendo que há de se levar em conta tanto 
as relações internas da administração 
pública, ou seja entre as pessoas 
governamentais, órgãos públicos e seus 
Agentes Públicos, assim como, também, a 
relação desses com os possíveis usuários 
os serviços públicos, a comunidade, o 
povo em geral, têm-se tratado o Direito 
Administrativo como o conjunto de 
normas e princípios que regem as relações 
entre as pessoas, órgãos e agente do 
estado, assim como, a relação desses com 
a comunidade que deve atender. 
 
Fontes do Direito Administrativo: O Direito 
Administrativo tem quatro fontes 
principais, a saber: 
 
- A Lei - Esta é a fonte primária do Direito 
Administrativo. Deve ser entendida a Lei 
em sua concepção ampla, lato senso, 
alcançando, assim, desde a Constituição 
até os regulamentos executivos. 
 
- A Doutrina – Quando se fala da doutrina, 
refere-se às ideias dos estudiosos do 
Direito neste campo específico, realizando 
a produção científica da matéria, expressa 
através de artigos, livros pareceres e 
demais estudos para influenciar a 
elaboração dos atos administrativos. 
- A Jurisprudência – Trata-se da repetição 
dos julgamentos num mesmo sentido. Tem 
muita influência no Direito Administrativo 
em decorrência da falta de uma maior 
sistematização doutrinária e de 
codificação legal. 
Como bem aponta Irene Patrícia Nohara 
em seu “DIREITO ADMINISTRATIVO”, 
editora Atlas. A jurisprudência era tida, 
essencialmente, como norma secundária 
do Direito Administrativo. Todavia, com o 
advento da Emenda Constitucional n° 
45/04, em decorrência da possibilidade de 
edição de Súmulas Vinculantes pelo STF, 
estas, as Súmulas Vinculantes, são tidas 
como fonte primária de produção jurídica. 
 
- O Costume – São ações reiteradas de 
comportamentos que passam a ser 
utilizados com práticas gerias dentro de 
determinado grupo. Ora utilizamos, de 
foma comum a expressão “ o costume 
aqui é este...”, a mania, a prática. Assim, 
esses comportamentos que geram a 
convicção geral de obrigatoriedade a ser 
seguida na Administração Pública, são os 
costumes que ora são tratados como fonte 
secundária do Direito Administrativo. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
Princípio é o fundamento de existência de 
algo, de algum sistema ou ciência; normas 
fundamentais. Tudo que é criado é 
baseado no principio. 
 
Quantas vezes, em nossas relações, já 
ouvimos, ou até mesmo falamos “a 
princípio....”, por exemplo, a princípio, 
para passar em um concurso público tem 
que estudar. Assim, poderíamos, então, 
elaborar o “princípio geral da aprovação”, 
entre outros. 
 
Vendo então, dessa forma simples, 
podemos concluir que princípio nada mais 
é que uma regra geral. 
 
O Direito Administrativo elaborou os seus 
PRINCÍPIOS. Alguns foram acolhidos pela 
CF/88, no entanto já haviam sido 
contemplados pela doutrina. 
 
Verifica-se, hoje, em nossa Constituição 
Federal, que há princípios expressos e 
implícitos em seu texto. Trata-se de uma 
questão bastante explorada pelas bancas 
de concursos, pois muitos visualizam 
apenas os princípios básico, gerais, da 
Administração Pública, que ora, são 
expressos no art. 37, caput da CF/88. 
Todavia, lembrem-se que há princípios 
tanto na Constituição Federal, quanto em 
outras normas, ora expressos, ora 
implícitos. 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
2 
Princípios da Administração Pública: 
 
Constitucionais: (Art. 37) 
 
LEGALIDADE 
IMPESSOALIDADE 
MORALIDADE 
PUBLICIDADE 
EFICIÊNCIA 
 
Outros Princípios: 
 
RAZOABILIDADE 
PROPORCIONALIDADE 
FINALIDADE 
HIERARQUIA 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
SOBRE O PRIVADO 
ESPECIALIDADE 
TUTELA 
AUTOTUTELA 
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU 
VERACIDADE 
SEGURANÇA JURÍDICA 
 
Princípios Constitucionais da 
Administração Pública: 
 
LEGALIDADE: 
 
É o princípio básico de todo o Direito 
Público. 
 
O princípio da legalidade é o que 
fundamenta o próprio Estado de Direito; 
marco de passagem do Estado arbitrário 
para o Estado de Direito, não cabe ao 
estado fazer o que quer e sim o que a lei 
determina – onde todos estão 
subordinados às suas próprias leis, 
inclusive os que a criam. “Administrar é 
aplicar a Lei de Ofício”. O administrador 
está rigidamente preso à lei, desse modo a 
atuação do administrador deve ser 
confrontada com a lei. 
 
A doutrina costuma usar a seguinte 
expressão: enquanto na atividade 
particular tudo o que não está proibido é 
permitido, na Administração Pública é o 
inverso, ela só pode fazer o que a lei 
permite, deste modo, tudo o que não está 
permitido é proibido. Qualquer ato 
administrativo está subordinado à lei. 
 
2. IMPESSOALIDADE: 
 
Possui duas vertentes: 
 
Destinatário do Ato 
 
Remetente do Ato 
 
Na primeira, qualquer ato da 
Administração Pública deve zelar pelo 
interesse público, não pessoal. Na outra, 
os atos são imputados à entidade a que se 
vincula o agente público, não a ele próprio. 
 
O ato não é do administrador e sim da 
Administração. 
 
3. MORALIDADE: a moralidade foi 
transformada em princípio jurídico. 
 
Moralidade administrativa não é pura e 
simplesmente a regra moral, os valores de 
cada um e sim a preservação do interesse 
público. Não é suficiente a administração 
cumprir a lei. Há condutas que 
objetivamente podem ser lícitas, legais, no 
entanto, contrariam valores inerentes ao 
interesse público. 
 
O Direito Administrativo elaborou um 
conceito próprio de moral, diferente da 
moral comum. A moral administrativa 
significa o dever de o administrador não 
apenas cumprir a lei formalmente, mas 
cumprir substancialmente, procurando 
sempre o melhor resultado para a 
administração. Toda atuação do 
administrador é inspirada no interesse 
público. 
 
JUSTO – HONESTO - LEGAL 
 
A exploração deste princípio está 
relacionada à improbidade administrativa - 
imoralidade qualificada. (Lei 8429/92) 
 
4. PUBLICIDADE: 
 
Todo Ato administrativo deve ser público, 
exceto quando a lei estipular que se deve 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
3 
guardar sigilo. A natureza do Ato pode 
requerer este sigilo como nos casos de 
segurança nacional ou de interesse 
público. 
 
Destina-se, de um lado, à produção dos 
efeitos externos dos atos administrativos. 
 
5. EFICIÊNCIA: 
 
Introduzido pela emenda constitucional 
19/88, que tratou da Reforma 
administrativa, esse princípio veio 
explicitar a regra que já estava ínsita 
tacitamente na Administração Pública. 
A administração pública deve buscar na 
sua prestação de serviço público a melhor 
qualidade, maior especificidade possível. 
Obedecer ainda à relação qualidade x 
tempo. Onde se presta o serviço com a 
melhor qualidade e menor tempo. 
 
Outros princípios da Administração 
Pública: 
 
6. RAZOABILIDADE: 
 
Os poderes concedidos à Administração 
devem ser exercidos na medida necessária 
ao atendimento do interesse coletivo, sem 
exacerbações. 
 
A Administração Pública deve atuar de 
conduta comum, normal e razoável em 
conformidade com o previsto. 
 
7. PROPORCIONALIDADE: 
 
É um desdobramento da razoabilidade. 
Adotando a medida necessária para atingir 
o interesse público almejado, o 
Administrador age com proporcionalidade.Os meios equivalem aos fins. 
 
8. FINALIDADE: 
 
Toda atuação do administrador se destina 
a atender o interesse público. 
 
O interesse público pode ser: 
 
Primário – identifica-se com o de toda a 
coletividade. É o interesse coletivo. 
Secundário – é o pertinente à Pessoa 
Jurídica de Direito Público. Ex.: a União 
tem interesse secundário em pagar menos 
aos seus servidores. 
 
9. HIERARQUIA 
 
A Administração Pública é instituída de 
forma organizacional. Composta por 
órgãos, autoridades superiores e 
autoridades inferiores. 
 
Atuação do poder hierárquico: 
DELEGAÇÃO - AVOCAÇÃO - REVISÃO, 
do ato administrativo pelos superiores. 
 
Delegação: delega as funções e 
atribuições aos subordinados. 
 
Avocação: vai chamar para si a função que 
de início seria do subordinado. 
 
Revisão: vai revisar os atos praticados 
pelos subordinados. Deferimento ou 
indeferimento. 
 
PODER DISCIPLINAR X PODER 
HIERÁRQUICO 
 
Poder Disciplinar – capacidade que tem a 
administração de verificar os ilícitos 
administrativos. Mais amplo. 
 
Poder Hierárquico _ específico para 
punição de irregularidades administrativa, 
pelo superior ao subordinado. Está 
contido no poder disciplinar. 
 
 
10. SUPREMACIA DO INTERESSE 
PÚBLICO SOBRE O PRIVADO: 
 
É a essência do regime jurídico 
administrativo. Toda ação do agente 
público há de se voltar para assegurar a 
ordem pública. 
 
A Administração Pública nas suas 
relações sempre se posiciona de forma 
privilegiada, voltada justamente para o 
interesse público. O Sistema Jurídico 
concede prerrogativas ao estado para 
defender o interesse público. Nas suas 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - 2015 
Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
4 
relações de Direito Administrativo há uma 
superioridade do poder público e não uma 
relação de igualdade. 
 
11. ESPECIALIDADE 
 
Pelo Princípio da especialidade, a 
entidade ou o órgão quando criado tem 
que cumprir o fim para qual foi criado. 
Assim, quando o Governo cria um novo 
Ministério, por exemplo, ele tem que 
cumprir a missão para a qual foi instituído. 
Um vez criado o Ministério da Saúde, este 
terá que tratar sobre saúde, não sobre 
educação, pois para isso, temos o 
Ministério da Educação, o do Transporte 
para o transporte e assim por diante. 
 
Cabe a entidade instituidora fiscalizar, 
verificando se o órgão ou Entidade 
instituída está cumprindo a sua missão. 
 
12. TUTELA 
 
Refere-se a controle, fiscalização. A 
possibilidade que tem uma pessoa jurídica 
governamental de controlar outra pessoa 
jurídica ou, ainda, um poder controlando 
um outro poder. 
O art. 2°, da CF/88, dita que os Poderes 
são autônomos, porém, harmônicos entre 
si, esta “harmonia”, revela a possibilidade 
de um Poder controlar o outro, desde que 
expressamente previsto na Constituição. 
Muito utilizado, também, este princípio, 
quando da atuação da Administração 
Direta controlando a Administração 
Indireta, o Ministério (Adm. Direta) 
controlando, fiscalizando uma de suas 
entidades vinculadas (Adm. Indireta). 
 
13. AUTOTUTELA: 
 
Um poder controlando a si próprio – 
Autocontrole. 
 
A Administração tem o dever de zelar pela 
legalidade e eficiência dos seus próprios 
atos. É por isso que se reconhece à 
Administração o poder-dever de declarar a 
nulidade dos seus próprios atos 
praticados com infração à Lei. 
 
Em conseqüência desse Princípio da 
Autotutela, a Administração: 
 
Não precisa ser provocada para 
reconhecer a nulidade dos seus próprios 
atos; 
 
Não precisa recorrer ao Judiciário para 
reconhecer a nulidade dos seus próprios 
atos. 
 
SUM.STF – 473 : “A Administração tem o 
poder de reconhecer a nulidade dos seus 
próprios atos”. 
 
É a Administração zelando pelos seus 
próprios atos. 
 
 
É, ainda, em conseqüência da Autotutela, 
que existe a possibilidade de a 
Administração revogar os atos 
administrativos que não mais atendam às 
finalidades públicas – sejam inoportunos, 
sejam inconvenientes – embora sejam 
legais. 
 
Em suma, a autotutela se justifica para 
garantir à Administração: 
 
A defesa da legalidade dos seus atos; 
 
a defesa da eficiência dos seus atos. 
 
14. CONTINUIDADE DO SERVIÇO 
PÚBLICO: 
 
Exercita a necessidade coletiva, exige a 
continuidade do serviço público, que não 
pode parar. 
 
Efeitos principais: 
 
Impenhorabilidade, não se encontra 
sujeito à penhora. 
 
Imprescritibilidade, não se encontra 
sujeito ao usucapião. 
O serviço público destina-se a atender 
necessidades sociais. É com fundamento 
nesse princípio que nos contratos 
administrativos não se permite seja 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
 
5 
invocada pelo particular a exceção do 
contrato não cumprido. 
 
 
15. PRESUNÇÂO DE LEGITIMIDADE OU 
VERACIDADE 
 
Presume-se que o ato administrativo foi 
criado em obediência a todos os requisitos 
legais; criado de acordo com a lei. 
 
Presunção: 
 
Relativa: admite-se que prove o contrário. 
É verdadeiro até que se prove o contrário. 
“ Juris tantum “ 
 
Absoluta: não se admite que prove o 
contrário. “ juris et de júris” 
 
Todo ato administrativo é de presunção 
relativa. 
 
 
16. SEGURANÇA JURÍDICA 
 
A administração Pública deve-se portar em 
suas relações de forma a preservar a 
intenção inicial do ato. 
 
Exemplo de institutos que proporcionam 
Segurança Jurídica: 
 
Ato Jurídico perfeito 
Coisa Julgada 
Direito Adquirido 
 
Ato Jurídico perfeito: Constituído em 
conformidade com a lei anterior ( na época 
da realização do ato). A nova lei não pode 
modificar. 
 
Coisa Julgada: O que é dito em definitivo. 
Não cabe mais recurso. 
 
Direito Adquirido: Está incorporado ao 
patrimônio do cidadão. Quando se 
cumprem todos os requisitos exigidos 
pela lei. Usa quando quiser.

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