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História da Arte
Arte Moderna no Brasil
Contexto Histórico 
Em 1922, quando a Independência do país completava cem anos, o Brasil passava por diversas modificações sociais, políticas e econômicas (advento da industrialização, fim da Primeira Guerra Mundial). Surge então a necessidade de recorrer a uma nova estética, e daí nasce a "Semana de Arte Moderna". Ela esteve composta por artistas, escritores, músicos e pintores que buscavam inovações. O intuito era criar uma maneira de romper com os parâmetros que vigoravam nas artes em geral. 
A maioria dos artistas era descendente das oligarquias cafeeiras de São Paulo, que junto aos fazendeiros de Minas, formavam uma política que ficou conhecida como “Café com Leite”. Esse fator foi determinante para a realização do evento, uma vez que foi respaldado pelo governo de Washington Luís, na época governador do Estado de São Paulo. Além disso, a maioria dos artistas - que tinha possibilidades financeiras para viajar e estudar na Europa - trouxe para o país diversas tendências artísticas. Assim foi se formando o movimento modernista no Brasil. Com isso, São Paulo demonstrava (em confronto com o Rio de Janeiro) novos horizontes e uma figura de protagonismo na cena cultural brasileira.
Uma vez que o intuito desses artistas era chocar o público e trazer à tona outras maneiras de sentir, ver e fruir a arte, as características desse momento foram:
Ausência de formalismo;
Ruptura com academicismo e tradicionalismo;
Crítica ao modelo parnasiano;
Influência das vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo);
Valorização da identidade e cultura brasileira;
Fusão de influências externas aos elementos brasileiros;
Experimentações estéticas;
Liberdade de expressão;
Aproximação da linguagem oral, com utilização da linguagem coloquial e vulgar;
Temáticas nacionalistas e cotidianas.
Semana de Arte Moderna de 1922 
A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. Juntos, eles buscavam uma renovação social e artística no país, evidenciada na "Semana de 22". 
O evento chocou parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”. Houve um rompimento com a arte acadêmica, contribuindo para uma mudança estética e para o Movimento Modernista no Brasil. Mário de Andrade foi uma das figuras centrais da Semana de Arte Moderna de 22. Ele esteve ao lado de outros organizadores: os escritores Mário e Oswald de Andrade, e os artistas Di Cavalcanti e Anita Malfati. 
O evento foi inaugurado pela palestra do escritor Graça Aranha: “A emoção estética da Arte Moderna”; seguido de apresentações musicais e exposições artísticas. O evento estava cheio e foi uma noite relativamente tranquila. No segundo dia, houve apresentação musical, palestra do escritor e artista plástico Menotti del Picchia, e a leitura do poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira. Ronald de Carvalho fez a leitura, pois Bandeira encontrava-se em uma crise de tuberculose. Nesse poema, a crítica à poesia parnasiana era severa, o que causou indignação do público, muitas vaias, sons de latidos e relinchos. Por fim, no terceiro dia, o teatro estava mais vazio. Houve uma apresentação musical com mistura de instrumentos, exibida pelo carioca Villa Lobos. Nesse dia, o músico subiu ao palco vestindo casaca e calçando em um pé sapato e no outro um chinelo. O público vaiou pensando que se tratasse de uma atitude afrontosa, mas depois foi explicado que o artista estava com um calo no pé.
A crítica ao movimento foi severa, as pessoas ficaram desconfortáveis com tais apresentações e não conseguiram compreender a nova proposta de arte. Os artistas envolvidos chegaram a ser comparados aos doentes mentais e loucos. Com isso, ficou claro que faltava uma preparação da população para a recepção de tais modelos artísticos. Monteiro Lobato foi um dos escritores que atacou com veemência as ações da Semana de 22. Anteriormente, ele já havia publicado um artigo criticando as obras de Anita Malfatti, em uma exposição da pintora realizada em 1917.
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas (..) A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se dêem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação(...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia.”
Grupos e manifestos 
Após a Semana de Arte Moderna, considerada um dos marcos mais importantes na história cultural do Brasil, foram criadas inúmeras revistas, movimentos e manifestos. A partir disso, diversos grupos de artistas se reuniam com o intuito de disseminar esse novo modelo. Destacam-se:
Revista Klaxon (1922)
Revista Estética (1924)
Movimento Pau-Brasil (1924)
Movimento Verde-Amarelo (1924)
A Revista (1925)
Manifesto Regionalista (1926)
Terra Roxa (1927)
Outras Terras (1927)
Revista de Antropofagia (1928)
Movimento Antropofágico (1928)
Primeira fase do Modernismo: 
Movimentos Pau-Brasil e Antropofágico e Movimento Verde-Amarelo ou Escola da Anta
O Movimento Pau-Brasil é um entre os movimentos modernistas - Verde-Amarelismo ou Escola da Anta e Movimento Antropofágico - que tomou lugar na Primeira Fase do Modernismo no Brasil, conhecida como a “Fase Heróica”, fase que apresentou diferentes formas de abordagem patriótica. Este movimento teve início em 1924 a partir da publicação do livro “Pau-Brasil”, da autoria de Oswald de Andrade (1890 -1954) e ilustração da sua esposa, a artista plástica Tarsila do Amaral (1886 -1973).
O Movimento do Pau-Brasil é um movimento nativista, que defendia a poesia brasileira de exportação. Tal como o pau-brasil foi o primeiro produto brasileiro a ser exportado, Oswald de Andrade desejava que a poesia brasileira se tornasse um produto cultural de exportação; daí a escolha do nome do movimento. Oswald de Andrade ficou conhecido pela figura de irreverência e de crítica ao academicismo e à burguesia. Assim, defendia, ao mesmo tempo que criticava, o nacionalismo a sua maneira, a qual veio a ser alvo de julgamento pelo Movimento Verde-Amarelo formado por Menotti del Picchia (1892-1988), Plínio Salgado (1895-1988), Guilherme de Almeida (1890-1969) e Cassiano Ricardo (1895-1974).
O patriotismo defendido pelo Verde-amarelismo contrapunha o do Pau-Brasil, dado que é especialmente ufanista, bem como racista. A seguir, Oswald de Andrade revida o movimento da Escola da Anta, dando origem a um novo movimento - o Movimento Antropofágico, em 1928, de modo que o primeiro movimento modernista pode ser considerado a raiz deste último, e um legado para a arte moderna.
O “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” é um dos textos mais importantes de Oswald de Andrade, escritor que, como temos visto, destacou-se na literatura modernista brasileira. O primitivismo é a principal característica desse movimento, em que o patriotismo enveredou por caminhos de valorização do passado histórico brasileiro desprovido dos apelos ufanistas do Movimento Verde-Amarelo. "A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.
Oswald de Andrade (1890-1954) 
Oswald de Andrade foi escritor e dramaturgo brasileiro. Representa uma das principais lideranças no processo de implantaçãoe definição da literatura modernista no Brasil. Sua atuação ficou marcada pelo seu espírito irreverente, polêmico, irônico e combativo. Tornou-se figura fundamental dos principais acontecimentos da vida cultural brasileira na primeira metade do século XX. Sua obra apresenta de maneira geral, um nacionalismo que busca as origens, sem perder a visão crítica da realidade brasileira. Oswald defendia a valorização de nossas origens, de nosso passado histórico-cultural de forma crítica, parodiando, ironizando e atualizando nossa história de colonização.
Oswald de Andrade nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Formou-se em Direito e ingressou na carreira jornalística. Filho de família rica, em 1912, viaja para Europa. Em 1917 volta para São Paulo e nesse mesmo ano em sua coluna no Jornal do Comércio defende Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato.
Em 1926, casa-se com Tarsila do Amaral, que faz as ilustrações de seu primeiro livro de poemas, “Pau-Brasil”. Juntos, fundam o Movimento Antropófago, onde propõe, na literatura e na pintura, que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Em 1929, separa-se de Tarsila e rompe com seu amigo Mário de Andrade. Em 1930, casa-se com a escritora e militante comunista Patrícia Galvão (a Pagu). Milita nos meios operários e, em 1931 ingressa no Partido Comunista, no qual permanece até 1945. Desse período são as obras mais marcadas ideologicamente, como o "Manifesto Antropófago", o romance "Serafim Ponte Grande" e a peça teatral “O Rei da Vela”. A peça, publicada em 1937, só foi levada ao palco em 1967 e causou grande repercussão na época, contribuindo para o clima de efervescência cultural que caracterizou os anos 60.
Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, Livro Pau-Brasil, 1926. 
Mário de Andrade (1893-1945) 
Mário de Andrade foi um escritor modernista, crítico literário, musicólogo, folclorista e ativista cultural brasileiro. Seu estilo literário foi inovador e marcou a primeira fase modernista no Brasil, sobretudo, pela valorização da identidade e cultura brasileira. Ao lado de diversos artistas, ele teve um papel preponderante na organização da Semana de Arte Moderna. 
Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de São Paulo em 1893. De família humilde, Mário possuía dois irmãos e desde cedo mostrou grande inclinação às artes, notadamente a literatura. Em 1917, estudou piano no “Conservatório Dramático e Musical de São Paulo”, ano da morte de seu pai. No mesmo ano, com apenas 24 anos, publica seu primeiro livro intitulado “Há uma Gota de Sangue em cada Poema”. Mais tarde, em 1922, publica a obra de poesias “Paulicéia Desvairada” e torna-se Catedrático de História da Música, no “Conservatório Dramático e Musical de São Paulo”. Nesse mesmo ano, auxiliou na organização da Semana de Arte Moderna trabalhando ao lado de diversos artistas.
Dedicado à seu grande prazer, a literatura, em 1927, publica a obra “Clã do Jabuti”, pautada nas tradições populares. Nesse mesmo ano, publica o romance intitulado “Amar, Verbo Intransitivo”, onde critica a hipocrisia sexual da burguesia paulistana. Mário foi um estudioso do folclore, da etnografia e da cultura brasileira. Portanto, em 1928, publica o romance (rapsódia) “Macunaíma”, uma das grandes obras-primas da literatura brasileira. Essa obra foi desenvolvida através de seus anos de pesquisa a qual reúne inúmeras lendas e mitos indígenas da história do “herói sem nenhum caráter”. 
Entre 1934 e 1938 trabalhou na função de diretor do “Departamento de Cultura do Município de São Paulo”. Em 1938, muda-se para o Rio de Janeiro. Foi nomeado catedrático de Filosofia e História da Arte e ainda, Diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Retorna à sua cidade natal, em 1940, onde começa a trabalhar no Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).
Manuel Bandeira (1886-1968)
Manuel Bandeira foi um escritor brasileiro, além de professor, crítico de arte e historiador literário. Fez parte da primeira geração modernista no Brasil. Com uma obra recheada de lirismo poético, Bandeira foi adepto do verso livre, da língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora. Os principais temas explorados pelo escritor são o cotidiano e a melancolia.
Manuel Bandeira nasceu em 1886, no Recife, Pernambuco. Aos dez anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro onde estudou no Colégio Pedro II entre os anos de 1897 a 1902. Mais tarde, formou-se em Letras. Em 1903, começa a estudar Arquitetura na Faculdade Politécnica em São Paulo. No entanto, abandona o curso pois sua saúde fica frágil.
Diante disso, procura curar-se da tuberculose em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Suíça, onde permanece durante um ano. De volta ao Brasil, em 1914, dedica-se a sua verdadeira paixão: a literatura. Durante anos de trabalhos publicados em periódicos, publica seu primeiro livro de poesias intitulado “A Cinza das Horas” (1917). Manuel Bandeira publicou uma vasta obra até sua morte, desde contos, poesias, traduções e críticas literárias.
Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
Heitor Villa-Lobos foi o mais importante e reconhecido maestro brasileiro. Além de maestro, ele foi compositor e sua figura teve grande importância no período do modernismo no Brasil, com foco na cultura popular e regional. 
Villa-Lobos nasceu em 1887, no Rio de Janeiro. Sua influência musical foi direcionada pelo pai, que o ensinou a tocar clarinete e violoncelo. Em Minas Gerais começa a ouvir as composições de Bach por influência de uma tia. A obra do compositor alemão é importante inspiração para o seu trabalho. Característica que é verificada nas nove peças "Bachianas Brasileiras", uma de suas mais importantes composições. A segunda peça da obra é denominada "Trenzinho Caipira".
De volta ao Rio de Janeiro, Villa-Lobos é seduzido pelo "choro". O estilo de música popular não era aprovado pelos pais e o rapaz passa a estudar violão escondido. A transgressão resulta em uma série de 14 obras, "Choros". O amadurecimento musical do futuro maestro é iniciado por uma série de viagens ao interior do Brasil. O percurso inclui o Espírito Santo, Bahia e Pernambuco a partir de 1905. Quatro anos depois, ele chega ao interior paranaense, em Paranaguá. Cidades do interior nortista e nordestino estão no percurso realizado entre 1911 e 1912. O conhecimento das peculiaridades regionais influencia diretamente na obra do maestro, que retorna ao Rio de Janeiro em 1913.
Anita Malfatti (1889-1964) 
Anita Catarina Malfatti nasceu na cidade de São Paulo em 1899, ano da Proclamação da República. Seus pais, Samuel Malfatti engenheiro imigrante italiano e Eleonora Elisabeth Krug pintora norte americana de origem alemã, prezavam por uma educação tradicional e Anita teve uma governanta alemã que a ajudou no desenvolvimento da sua mão esquerda, visto que o braço direita tinha um defeito congênito. Quando seu pai faleceu, junto com a mãe e os irmãos foram morar com os avós maternos. Aos 17 anos, para ajudar nas despesas, Anita começa ensinar pintura para crianças.
O sonho de estudar em Paris parecia muito distante, porém seu tio Jorge Krug proporcionou meios para que acompanhassem duas amigas que foram estudar música na Alemanha. Em 1910 quando chega em Berlim o cenário artístico europeu fervilhava em movimentos vanguardistas muito diferente da São Paulo que ela havia deixado. Prestou exames para a ingressar na Academia Real de Belas Artes. Aprovada, matriculou-se nas disciplinas de História da Arte, Perspectiva e Pintura, porém a Arte Acadêmica não era seu desejo e deixou os estudos após o primeiro ano de curso. Interessada no movimento Expressionista foi com o professor Ernst Bischoff Kulm que aprendeu os segredos dessa arte. Retratava o que sentia, era o gesto e o gosto colorido compondo suas telas. Com a aproximação da 1ª Guerra Mundial voltou ao Brasil. 
Novamente patrocinada pelo tio Jorge Krug, foi dessa vez, estudar nos Estados Unidos. Seguindo as orientações da família em 1915 já em Nova York, Anitamatriculou-se na tradicional escola Art Students League. Estudava gravura e pintura, mas não estava satisfeita. Matriculou-se na Independent School of Art e conheceu o pintor e filósofo Homer Boss, que a orientou na definição do seu estilo: Expressionismo.
Em 1916, Anita volta ao Brasil e trazendo telas com distorções, de equilíbrio diferente, nada o que os brasileiros estavam acostumados. Chega, escandaliza e decepciona. Suas pinturas são chamadas de mau gosto ou como dizia seu tio Jorge “coisas dantescas”. Perdendo o apoio do seu tio, ela volta a lecionar e receber encomendas, distanciando-se do expressionismo. 
Valorizada por Oswald de Andrade e Mário de Andrade, que a incentivaram a pintar com a alma, adere ao grupo da Semana de Arte Moderna. Em 1923 ganha a esperada bolsa de estudos e embarca para a Europa. Como exigência da bolsa de estudos era dominar a arte acadêmica, Anita teve permissão para entrar no Museu do Louvre e em alguns museus de Florença para copiar obras famosas. Em 1928 volta ao Brasil e recebida como verdadeira artista, passou a expor e vender seus trabalhos, a ensinar desenho e ser convidada a participar de eventos ligados a arte, também elaborou um curso de História da Arte. Aos 62 anos, participou da I Bienal de Artes de São Paulo. 
Anita Malfatti, Nu cubista No 1, 1915. 
Anita Malfatti, A estudante russa, 1915. 
Anita Malfatti, O homem de sete cores, 1916. 
Anita Malfatti, A mulher de cabelos verdes, 1916. 
Anita Malfatti, A boba, 1916. 
Anita Malfatti, Uma estudante, 1916. 
Anita Malfatti, Tropical, 1916. 
Anita Malfatti, O homem amarelo, 1917. 
Anita Malfatti, Fernanda de Castro, 1922. 
Anita Malfatti, Retrato de Mário de Andrade, 1922. 
Lasar Segall (1891-1957)
Lasar Segall foi um pintor, escultor e gravurista judeu nascido no território da atual Lituânia. O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição. 
Segall iniciou seus estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilnius, sua cidade natal. Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, encontrando-se com seus irmãos, que moravam no país. Realizou suas primeiras exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913. Pela primeira vez o Brasil vinha a conhecer a arte expressionista europeia. Entretanto a repercussão junto ao público e à crítica foi mínima. Logo depois ele voltou para à Europa. Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden", em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa. Segall mudou-se para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado.
Casou-se em 1925 com Jenny Klabin e passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade. Suas cores fortes procuram expressar as paixões e sofrimentos dos seres humanos. Seus personagens são mulatas, prostitutas e marinheiros; suas paisagens, favelas e bananeiras. 
Em 1932, Segall retornou ao Brasil, vagou por todo tempo, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu concunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall. Nesse mesmo ano foi um dos criadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) na capital paulista.
Lasar Segall, Auto-retrato, 1919. 
Lasar Segall, Os eternos andarilhos, 1919. 
Lasar Segall, Paisagem brasileira, 1920. 
Lasar Segall, Família, 1922. 
Lasar Segall, Duas mulheres, 1922. 
Lasar Segall, O encontro, 1924. 
Lasar Segall, Menino com lagartixas, 1924. 
Lasar Segall, Morro vermelho, 1926. 
Lasar Segall, Bananal, 1927. 
Lasar Segall, Retrato de Mário de Andrade, 1927. 
Lasar Segall, Perfil de Zulmira, 1928. 
Lasar Segall, Natureza morta com três vasos de cactos, 1929. 
Lasar Segall, Casal deitado, 1934. 
Lasar Segall, Favela, 1954. 
Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976)
Emiliano Di Cavalcanti foi um pintor brasileiro. De família tradicional pernambucana, nasceu no Rio de Janeiro em 1897. Em 1919 Di Cavalcanti ilustrou o livro "Carnaval" de Manuel Bandeira. Em 1921 casou-se com sua prima Maria. Nesse mesmo ano mudou-se para São Paulo onde participou com destaque da Semana de Arte Moderna de 1922. Elaborou a capa do catálogo e expôs 11 telas no hall do Teatro Municipal de São Paulo. Di Cavalcanti mudou-se para Paris, em 1923, como correspondente do jornal Correio da Manhã. Voltou ao Brasil, em 1925, com visíveis influencias cubistas de Pablo Picasso e George Braque. Em 1926 ilustrou o livro Losango Cáqui, de Mário de Andrade. Nesse mesmo ano entrou para o Diário da Noite como ilustrador e jornalista. Em 1929 executou os primeiros painéis modernos do Brasil, para o Teatro João Caetano, no Rio, quando revelou as marcas do cubismo acentuado por curvas barrocas e motivos populares como o carnaval e o samba. 
Em 1932 Di Cavalcanti fundou o Clube dos Artistas Modernos, junto com Flávio de Carvalho, Antônio Gomide e Carlos Prado. Em 1934 filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Simpatizante das ideias comunistas foi perseguido pelo governo de Getúlio Vargas. Nesse mesmo ano mudou-se para a cidade do Recife. Di Cavalcanti voltou para a Europa, onde permaneceu entre 1935 e 1940. Expôs seus trabalhos em galerias de Bruxelas, Amsterdã, Paris, Londres, época em que conheceu artistas como Picasso, Satie, Fernand Léger e Henri Matisse.
Di Cavalcanti ilustrou livros de Vinícius de Moraes e Jorge Amado. Em 1951 participou da Bienal de São Paulo e doou seus desenhos ao MAM- Museu de Arte Moderna. Em 1953, juntamente com Alfredo Volpi, recebeu o prêmio de "Melhor Pintor Nacional", na II Bienal de São Paulo. Nos anos 60, Di Cavalcanti era saudado como "o mais brasileiro dos pintores modernistas". Suas notórias telas de mulatas eram muito apreciadas no mercado de arte.
Apesar da obra de Di Cavalcanti receber influência cubista e, às vezes, surrealista, o pintor é um dos mais típicos pintores brasileiros pela sua temática popular, que inclui o carnaval carioca, mulatas sensuais, naturezas mortas com frutas tropicais e paisagens de subúrbios cariocas.
Emiliano Di Cavalcanti, Cartaz da Semana de Arte Moderna, 1922. 
Emiliano Di Cavalcanti, Pierrete, 1922. 
Emiliano Di Cavalcanti, Samba, 1925. 
Emiliano Di Cavalcanti, Samba, 1925. 
Emiliano Di Cavalcanti, Carnaval, 1928. 
Emiliano Di Cavalcanti, Cinco moças de Guaratinguetá, 1930. 
Emiliano Di Cavalcanti, Moças com violões, 1937. 
Emiliano Di Cavalcanti, Três mulheres, 1938. 
Emiliano Di Cavalcanti, Festa no subúrbio, 1938. 
Emiliano Di Cavalcanti, Mulher na varanda, 1955. 
Emiliano Di Cavalcanti, Favela, 1958. 
Emiliano Di Cavalcanti, Mulata em rua vermelha, 1960. 
Emiliano Di Cavalcanti, Cena da Lapa, 1961. 
Emiliano Di Cavalcanti, Duas mulatas, 1961. 
Emiliano Di Cavalcanti, Mulheres, flores e araras, 1966. 
Emiliano Di Cavalcanti, Garota de Ipanema, 1970. 
Tarsila do Amaral (1886-1973)
Tarsila do Amaral nasceu na Fazenda São Bernardo, interior de São Paulo em 1886. Filha de família tradicional e rica estudou em São Paulo no Colégio Sion. Completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pintou seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Na sua volta ao Brasil casa-se com o noivo André Teixeira Pinto, com quem teve uma filha. Em 1916 começa a trabalhar no ateliê de William Zadig, escultor sueco radicado em São Paulo. Com ele aprende a fazer modelagem em barro. Separa-se de André Teixeira e em 1920 vai para Paris, onde estuda na Academia Julian, escola de pintura e escultura. Estuda também com Émile Renard. Tarsila tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Francesesem 1922. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do “Grupo dos Cinco”, juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época, já separada, começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo. Volta à Europa em 1923 e mantém contato com os modernistas que lá se encontravam, são intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas.
Em 1925 ilustra o livro “Pau-Brasil” de Oswald de Andrade. Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo ano com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o “Abaporu”, que significa antropófago (que come carne humana) em tupi, para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o “Movimento Antropofágico”. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil, no Palace Hotel em São Paulo. Separa-se de Oswald de Andrade em 1930.
Em 1931, já com um novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Lá, sensibilizou-se com a causa operária. Na volta ao Brasil participou de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com seu namorado e foi presa por um mês. Depois deste episódio, terminou o relacionamento com Osório e nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. Nos anos 50 volta ao tema “Pau Brasil”. Em 1951 participa da I Bienal de São Paulo.
Tarsila do Amaral, Retrato de Oswald de Andrade, 1922. 
Tarsila do Amaral, Retrato de Mário de Andrade, 1922. 
Tarsila do Amaral, Auto-retrato, 1923. 
Tarsila do Amaral, A negra, 1923. 
Tarsila do Amaral, A cuca, 1924. 
Tarsila do Amaral, São Paulo, 1924. 
Tarsila do Amaral, São Paulo (Gazo), 1924. 
Tarsila do Amaral, Morro da favela, 1924. 
Tarsila do Amaral, Carnaval em Madureira, 1924. 
Tarsila do Amaral, A Gare, 1925. 
Tarsila do Amaral, O mamoeiro, 1925. 
Tarsila do Amaral, O vendedor de frutas, 1925. 
Tarsila do Amaral, Abaporu, 1928. 
Tarsila do Amaral, A lua, 1928. 
Tarsila do Amaral, Urutu (O ovo), 1928. 
Tarsila do Amaral, Antropofagia, 1929. 
Tarsila do Amaral, Floresta, 1929. 
Tarsila do Amaral, Composição, 1930. 
Tarsila do Amaral, Operários, 1933. 
Tarsila do Amaral, Segunda classe, 1933. 
Victor Brecheret (1894-1955)
Victor Brecheret foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado o introdutor da arte moderna na escultura brasileira. É o autor da obra “Monumento às Bandeiras” localizado no Parque do Ibirapuera. Victor Brecheret nasceu em Farnese, Itália. Ficou órfão de mãe com dez anos de idade. Foi abrigado pelo tio materno Enrico Nanni e com sua família veio para o Brasil, instalando-se em São Paulo, quando tinha dez anos de idade. Em 1912, Victor Brecheret entrou para o Liceu de Artes e Ofício onde estudou desenho e modelagem. No ano seguinte viajou para Roma para aprender escultura. Permaneceu na Itália durante cinco anos, onde entrou em contato com os artistas de vanguarda. De volta ao Brasil, em 1919, montou seu ateliê no Palácio das Indústrias, num espaço cedido pelo arquiteto Ramos de Azevedo. No ano seguinte entrou em contato com Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, artistas do movimento modernista. Em 1921, Victor Brecheret recebeu a encomenda do governo de São Paulo para executar a escultura “Monumento às Bandeiras” para o Parque do Ibirapuera. É agraciado com uma bolsa e viajou para Paris, onde estudou com o escultor Brancusi. Mesmo ausente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922 com a exposição de vinte esculturas no saguão e corredores do Teatro Municipal de São Paulo.
Victor Brecheret, Eva, 1920. 
Victor Brecheret, Musa impassível, 1921. 
Victor Brecheret, Índio e a Suassuapara, 1951. 
Victor Brecheret, Monumento às Bandeiras, 1951. 
Cândido Portinari (1903-1962) 
Nascido em Brodósqui, interior do Estado de São Paulo, Cândido Portinari veio de origem humilde. Aos 15 anos se muda para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Premiado com uma viagem à Europa, em 1928, tem contato com os modernistas europeus, dos quais recebe profunda influência, como é o caso do espanhol Pablo Picasso. Ao retornar, com toda a bagagem adquirida, Portinari se volta para as cores e temas nacionais, deixando de lado também características formais como o volume e tridimensionalidade
Sua pintura, inicialmente tradicional, modifica-se, passando por diversas fases. Seu trabalho inicial foi perdendo o traço de fidelidade à realidade para adquirir, pela distorção do desenho, maior expressividade e comunicação imediata com a sensibilidade. O tema dos seus quadros propunha denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as consequências desse desequilíbrio. Ele também pintou ciclos econômicos brasileiros, tipos regionais, temas bíblicos, retirantes, imigrantes, assuntos históricos, cenas com crianças, dentre outros, realizados em quadros e em grandes murais, como o painel A Guerra e a Paz, pintado em 1957 para a sede da ONU. Alcançou prestígio como poucos artistas brasileiros, deixando um legado de mais de 5 mil obras. Os temas recorrentes eram as denúncias sociais e a infância. Faleceu em 1962, em decorrência da intoxicação por chumbo presente nas tintas que usava.
Cândido Portinari, O mestiço, 1934. 
Cândido Portinari, Índia e mulata, 1934. 
Cândido Portinari, Colhedores de café, 1935. 
Cândido Portinari, Retrato de Mário de Andrade, 1935. 
Cândido Portinari, Retirantes, 1936. 
Cândido Portinari, Café, 1938. 
Cândido Portinari, Cana, 1938. 
Cândido Portinari, O lavrador de café, 1939. 
Cândido Portinari, Desbravamento da mata, 1941. 
Cândido Portinari, Chorinho, 1942. 
Cândido Portinari, Criança morta, 1944. 
Cândido Portinari, Retirantes, 1944. 
Cândido Portinari, Menino do tabuleiro, 1947. 
Cândido Portinari, A primeira missa no Brasil, 1948. 
Cândido Portinari, A primeira missa no Brasil, 1951. 
Cândido Portinari, A primeira missa no Brasil, 1956. 
Cândido Portinari, Retirantes, 1958. 
 Alberto da Veiga Guignard (1896-1962)
Descendente de portugueses e franceses, Guignard nasceu em Nova Friburgo com lábio leporino, causando horror e compaixão aos seus pais. Ficou órfão de pai ainda menino e a mãe se casou em seguida com um barão alemão arruinado, bem mais jovem que ela, com quem se mudou para a Alemanha. A formação de Guignard foi alicerçada em bases européias, onde viveu dos 11 aos 33 anos. Frequentou as academias de Belas Artes de Munique e a de Florença.
De volta ao Brasil, nos anos 1920, tornou-se um nome representativo dessa década e da seguinte. De 1931 a 1943, dedica-se ao ensino de desenho e gravura na Fundação Osório, no Rio de Janeiro. Entre os anos de 1940 e 1942 viveu em um hotel em Itatiaia. Em 1941, integrou a Comissão Organizadora da Divisão de Arte Moderna do Salão Nacional de Belas Artes, junto com o arquiteto Oscar Niemeyer e Aníbal Machado.
Em 1944, a convite de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, instalou um curso de desenho e pintura no recém-criado Instituto de Belas Artes. A partir daí, apaixonou-se pela cidade e mudou-se para lá. Guignard amava, mesmo, as montanhas de Minas Gerais, seu céu e suas cores, as manchas nos muros e o seu povo. Colaborou para a formação de artistas que romperam com a linguagem acadêmica e ajudou a consolidar o modernismo nas artes plásticas em Minas.
Alberto da Veiga Guignard, Auto-retrato, 1930. 
Alberto da Veiga Guignard, Família do fuzileiro naval, 1935. 
Alberto da Veiga Guignard, Os noivos, 1937. 
Alberto da Veiga Guignard, As gêmeas, 1940. 
Alberto da Veiga Guignard, O domador, 1945. 
Alberto da Veiga Guignard, Parque Municipal,1947. 
Alberto da Veiga Guignard, Fantasia de Minas, 1955. 
Alberto da Veiga Guignard, Retrato de família, 1955. 
Alberto da Veiga Guignard, Noite de São João, 1961. 
Alberto da Veiga Guignard, Execução de Tiradentes, 1961. 
Alberto da Veiga Guignard, Sem título, 19??. 
Segunda fase do Modernismo: 
Artistas e movimentos dos anos 1930
A segunda geração modernista ou segunda fase do modernismo representa o segundo momento do movimento modernista no Brasil que se estende de 1930 a 1945. Chamada de “Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais modernistas, apresentados na Semana de 1922.
A segunda fase do modernismo no Brasil surgiu num contexto conturbado. Após a crise de 1929 em Nova York, (depressão econômica) muitos países estavam mergulhados numa crise econômica, social e política. Isso fez surgir diversos governos totalitários e ditatoriais na Europa, os quais levariam ao início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além do aumento do desemprego, a falência de fábricas, a fome e miséria, no Brasil a Revolução de 30 representou um golpe de estado. O presidente da República Washington Luís foi deposto, impedindo assim, a posse do presidente eleito Júlio Prestes.
Oswaldo Goeldi (1895-1961) 
Oswaldo nasceu no Rio de Janeiro e a cidade foi sempre sua referência ética. Até os seis anos de idade, viveu em Belém do Pará, onde seu pai dirigia o Museu Paraense Emílio Goeldi. Dos seis aos 24 anos viveu na Suíça. Filho do cientista suíço Emilio Augusto Goeldi. Em 1917, matricula-se na Escola de Artes e Ofícios, em Genebra, porém abandonou o curso. Em 1919, fixa-se no Rio de Janeiro, sua cidade natal, e passa a trabalhar como ilustrador nas revistas Para Todos e Ilustração Brasileira. Dois anos depois, realiza sua primeira individual no Brasil, no Liceu de Artes e Ofícios carioca. 
Do seu trabalho destacam-se a xilogravura, a litografia, o desenho e a aquarela. Sua obra retrata de forma crítica os aspectos da injustiça social do Brasil, como a morte, a pobreza, os subúrbios e a solidão. Consolidado como ilustrador, expôs na 25ª Bienal de Veneza, em 1950, e ganhou o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Sua carreira como professor começou em 1952 e, após três anos passou a ensinar xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes.
Oswaldo Goeldi, Pesadelo, 1935. 
Oswaldo Goeldi, Favela, 19??. 
Oswaldo Goeldi, Céu vermelho, 1950. 
Oswaldo Goeldi, Chuva, 1957. 
Oswaldo Goeldi, O ladrão, 1955. 
Oswaldo Goeldi, Pescadores, 1955. 
Oswaldo Goeldi, Chegada do barco, 19??. 
Oswaldo Goeldi, Lugar do crime, 19??. 
Oswaldo Goeldi, Rua molhada, 19??. 
Ismael Nery (1900-1934)
Ismael Nery (1900-1934) foi um pintor brasileiro, considerado um dos precursores do surrealismo no Brasil. Sua obra só foi apreciada após a sua morte. Ismael Nery nasceu em Belém, no dia 9 de outubro de 1900. Ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1917, Ismael Nery ingressou na Escola Nacional de Belas-Artes, porém não se adaptou ao caráter acadêmico do curso. Em 1920 viajou para Europa, e durante três meses frequentou a Académie Julian, em Paris, escola de pintura e escultura, a mesma frequentada por Tarsila do Amaral. De volta ao Brasil ,em 1921, foi nomeado desenhista da seção de Arquitetura e Topografia da Diretoria do Patrimônio Nacional. Diferente de outros artistas da Primeira Geração Modernista, Ismael Nery não buscava uma identidade nacional, nesse período, sintoniza-se com o Cubismo. Em 1927, Ismael Nery viaja para a Europa em companhia de sua esposa e entra em contato com as obras dos surrealistas. Ismael Nery teve uma pequena produção de aquarelas, óleos e desenhos. As muitas mulheres representadas por Ismael apresentavam um aspecto andrógino. Sua produção só foi reconhecida após as exposições de suas obras nas bienais de 1965 e 1969. Hoje, Ismael Nery é reconhecido como um dos maiores artistas de sua geração, junto com Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. Ismael Nery faleceu no Rio de Janeiro, ainda jovem, vitimado pela tuberculose.
Ismael Nery, Figuras em azul, 1924. 
Ismael Nery, Namorados, 1927. 
Ismael Nery, Auto-retrato, 1927. 
Ismael Nery, Auto-retrato, 1930. 
Ismael Nery, Visão interna, Agonia, 1931. 
Ismael Nery, Eternidade, 1931. 
Ismael Nery, Namorados, 19??. 
Ismael Nery, Duas figuras, 1927. 
Ismael Nery, O encontro, 1928. 
Ismael Nery, Figura, 1928. 
Ismael Nery, Desejo de amor, 1932. 
Cícero Dias (1907-2003)
Cícero Dias nasceu no interior de Pernambuco, com treze anos foi levado para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressou nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não os concluiu alegando que a escola o impedia de experimentar novos caminhos que não os da arte tradicional. Entre 1925 e 1928, Cícero Dias teve contato com os grupos modernistas. Em 1928 realizou sua primeira exposição individual. Em 1929 colaborou com a revista Antropofagia.
Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15 metros de largura “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”.
Simpatizante do Partido Comunista, o artista foi perseguido pela ditadura do Estado Novo. Nesse mesmo ano, resolveu se mudar para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornou amigo. Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazistas, Cícero Dias foi preso e enviado para a Alemanha. Assim que conseguiu sua libertação, viajou para Portugal, onde viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Nessa época, sua obra passou por uma fase de transição, conhecida como “fase vegetal”, na qual ele sai da figuração e começa a entrar na abstração, para na fase seguinte chegar a uma abstração plena.
Cícero Dias, A difícil partida, 1920. 
Cícero Dias, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, 1926. 
Cícero Dias, Gamboa do Carmo no Recife, 1929. 
Cícero Dias, Visão romântica do porto de Recife, 1930. 
Cícero Dias, Sonoridade da Gamboa do Carmo, 1930. 
Cícero Dias, Retrato de Manuel Bandeira, 1930. 
Cícero Dias, Porto do Recife, 1930. 
Cícero Dias, Cortejo, 1930. 
Cícero Dias, Figura, 1930. 
Cícero Dias, A espera, 1932. 
Cícero Dias, Mamoeiro ou dançarino, 1940. 
Cícero Dias, Mormaço, 1941. 
Cícero Dias, Composição floral, 1948. 
Cícero Dias, Cena de Olinda, 1950. 
Cícero Dias, Abstração, 1951. 
Cícero Dias, Meridianos, 1953. 
Núcleo Bernardelli
Em 1931, foi formado no Rio de Janeiro um grupo de jovens artistas que não aceitavam mais os princípios tradicionalistas que predominavam no ensino da arte. Os dois objetivos básico do Núcleo foram a democratização do ensino de arte na Escola Nacional de Belas-Artes e a participação dos novos artistas no Salão Nacional de Belas Artes.
Oriundos, quase todos, da classe média baixa os artistas trabalhavam todos os dias e o dia todo para poder, à noite, exercitar o desenho com modelo vivo e, nos fins de semana, percorrer os subúrbios do Rio de Janeiro tematizado em seus quadros. Se os modernitsas de 22 escolheram o Teatro Municipal para manifestar sua insatisfação cultural, os “artistas de 30” reuniam-se no porão da Escola Nacional e, depois, em sobrados de velhos prédios. Enquanto os primeiros buscavam ocupar um espaço nacional, o Núcleo Bernardelli queriam conquistar um espaço profissional. Os primeiros discutiam, os segundos aprendiam. Os primeiros debatiam publicavam manifestos, os segundos expunham e lutavam em duas frentes, tentando minar o edifício acadêmico. 
José Pancetti (1904-1958) 
José Pacetti foi um pintor modernista paulista. Nascido numa família humilde de imigrantes da Toscana, ele viveu durante sua infância em Campinas. Aos onze anos, ele e uma de suas irmãs, são levados para a Itália para viver sob os cuidados de um tio e dos avós. Lá, teve diversas profissões, vive no campo,na marinha mercante, mas não se adapta a nenhuma delas. Vive pelas ruas de Gênova, até que o consulado brasileiro o repatria ao Brasil. Alista-se na Marinha de Guerra do Brasil, onde permaneceria até 1946, onde descobre seu talento artístico. Considerado um dos grandes paisagistas da pintura nacional. Destaca-se por suas numerosas e belas marinhas.
José Pancetti, A pintura do navio, 1937. 
José Pancetti, Auto-retrato como marinheiro, 1944. 
José Pancetti, Mangaratiba, 1946. 
José Pancetti, Paisagem com dunas, 1947. 
José Pancetti, Natureza-morta com mangas, 1950. 
José Pancetti, Itapõa, 1957. 
José Pancetti, Lagoa de Abaeté, 1957. 
Milton Dacosta (1915-1988) 
Milton Dacosta foi pintor, desenhista, gravador e ilustrador carioca. Inicialmente, pintou composições figurativas e paisagens. Em 1941, começou a fazer figuras humanas geometrizadas, tendo como referência o Cubismo. Em 1946, vai para Europa e após visitar vários países, fixa-se em Paris, onde estuda na Académie de La Grande Chaumière. Conhece Pablo Picasso, por intermédio de Cicero Dias, e frequenta os ateliês de Georges Braque e Georges Rouault. Expõe no Salon d’Automne e regressa ao Brasil em 1947. Em 1949, casa-se com a pintora Maria Leontina. Na década de 1950 aderiu ao Abstracionismo Geométrico, e sua pintura é marcada por influências concretas e neoconcretas.
Milton Dacosta, A piscina, 1942. 
Milton Dacosta, Ciranda, 1942. 
Milton Dacosta, Composição, 1942. 
Milton Dacosta, Duas mulheres, 1949. 
Milton Dacosta, Figura com chapéu, 1957. 
Milton Dacosta, Em azul, 1957. 
Milton Dacosta, Figura em pé, 1964. 
Grupo Santa Helena
Começou a se formar por volta de 1935, em torno do ateliê de Francisco Rebolo, na sala 231 do Palacete Santa Helena, na Praça da Sé, em São Paulo. Pouco a pouco outros artistas se juntaram a esse grupo. Imigrantes ou filhos de imigrantes, quase todos oriundos de uma classe média pobre, exercendo atividades humildes e artesanais, geralmente ligadas ao uso de tintas e de desenho. Seus integrantes se colocaram ao mesmo tempo contra o intelectualismo e a aristocracia de espírito dos modernistas e a pintura acadêmica tal como era ensinada nas escolas de belas-artes. No Palacete Santa Helena praticavam desenho com modelo vivo e nos fins de semana saiam em grupo pelos arredores da capital paulista, pintando a paisagem simples, com seu casario proletário, festas, etc. A cor, o desenho, o realismo pós-impressionista ou à moda de Cézanne, os temas e o próprio despojamento de sua pintura, traíam esta origem operária do grupo, a economia expressiva como metáfora de uma situação de classe. 
Alfredo Volpi (1896-1988) 
Alfredo Volpi nascido em Lucca, Itália, chega com sua família no Brasil quando tinha 1 ano de idade. No cenário suburbano do Cambuci, estuda na Escola Profissional Masculina do Brás e trabalha como pintor de paredes, marceneiro, entalhador e encadernador. Aos 19 anos, começa a trabalhar com decoração de interiores e a retratar paisagens dos arredores de São Paulo. Na década de 1930 passa a fazer parte do Grupo Santa Helena. Em 1936, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra, em 1937, a Família Artística Paulista - FAP. Sua produção inicial é figurativa, destacando-se marinhas executadas em Itanhaém, São Paulo. Na década de 40, as paisagens começam a abrir espaço para composições com temas como janelas, fachadas e bandeirolas. Ganha o concurso promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, com trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu e encanta-se com a arte colonial, voltando-se para temas populares e religiosos.
Sua primeira exposição individual ocorre em São Paulo, na Galeria Itá, em 1944. Em 1950, viaja para a Europa acompanhado de Rossi Osir e Mario Zanini, quando impressiona-se com obras pré-renascentistas. Passa a executar, a partir da década de 1950, composições que gradativamente caminham para a abstração. É convidado a participar, em 1956 e 1957, das Exposições Nacionais de Arte Concreta e mantém contato com artistas e poetas do grupo concreto. Recebe, em 1953, o prêmio de Melhor Pintor Nacional da Bienal Internacional de São Paulo, dividido com Di Cavalcanti; em 1958, o Prêmio Guggenheim; em 1962 e 1966, o de melhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro, entre outros.
Alfredo Volpi, Madona e menino, 1940. 
Alfredo Volpi, Sem título, 1950. 
Alfredo Volpi, Casario de Santos, 1950. 
Alfredo Volpi, Casas, 1950. 
Alfredo Volpi, Cidade de criança, 1950. 
Alfredo Volpi, Fachada com bandeirinhas, 1950. 
Alfredo Volpi, Fachada das bandeiras brancas, 1950. 
Alfredo Volpi, Sem título, 1950. 
Alfredo Volpi, Bandeirinhas com mastro, 1960. 
Alfredo Volpi, Bandeirinhas, 1960. 
Alfredo Volpi, Mastros e bandeirinhas, 1960. 
Francisco Rebolo (1902-1980) 
Francisco Rebolo nasceu em São Paulo, começa sua formação como aprendiz de decorador na Igreja de Santa Ifigênia. Com suas paisagens, retratos dos subúrbios paulistanos, Rebolo expõe no Salão Paulista de Belas Artes, em 1936. No ano seguinte, os Santelenistas, marginalizados por praticar uma arte que foge aos padrões convencionais sem, no entanto, filiar-se ao cosmopolita núcleo do modernismo, criam o Salão da Família Artística Paulista. Nas décadas de 40 e 50, Rebolo permanece fiel ao figurativismo, ainda que incorporando elementos geométricos. Convidado, no início dos anos 50, para as duas primeiras edições da Bienal de São Paulo, recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1954. Em 1968, é destaque da mostra “A Família Artística Paulista – 30 Anos Depois”.
Francisco Rebolo, Lavadeiras, 1937. 
Francisco Rebolo, Mulheres no terraço, 1943. 
Francisco Rebolo, Casario, 1954. 
Francisco Rebolo, Bambus, 1959. 
Francisco Rebolo, Barra Funda, 1968. 
Francisco Rebolo, Sem título, 1970. 
Aldo Bonadei (1906-1974) 
Aldo Bonadei nasceu em São Paulo, mostra-se um talento precoce. Conclui seu primeiro trabalho a óleo com 9 anos de idade. Autodidata, inicia, em 1923, um período de cinco anos de estudos com o pintor Pedro Alexandrino. Outra influência marcante é a do professor de arte Amadeo Scavone, com quem trava contato em 1929. Viaja em 1928 para a Itália, onde frequenta a Academia de Belas Artes de Florença. Volta a São Paulo em 1931. Três anos depois, recebe o Prêmio Prefeitura de São Paulo, no Salão Paulista de Belas Artes. Em 1951, participa da 1ª. Bienal de São Paulo, à qual estará presente em cinco das seis primeiras edições. Em 1952, figura em diversos eventos no exterior: Bienais de Veneza e Cuba, Salão de Maio, em Paris, Mostra de Artistas Brasileiros no Chile, e uma exposição no Japão. Em 1962, vence o Prêmio de Viagem ao Exterior do 11º. Salão de Arte Moderna de São Paulo. Passa três meses em Portugal, retomando interesse pelas paisagens. A fase final de sua produção marca a volta do figurativo.
Aldo Bonadei, Natureza-morta, 1946. 
Aldo Bonadei, Natureza-morta, 1951. 
Aldo Bonadei, Composição, 1958. 
Aldo Bonadei, Maranduba, 1971. 
Aldo Bonadei, Casario, 1972. 
Aldo Bonadei, Natureza-morta, 1973. 
Aldo Bonadei, Vaso com flores, 1973. 
Terceira fase do Modernismo: 
Artistas e movimentos dos anos 1940
A terceira geração modernista, ou fase pós-modernista, representa o último momento do movimento modernista no Brasil. Também chamada de “Geração de 45”, a última fase do modernismo começa em 1945 e se estende até 1980. Alguns estudiosos preferem apontar o fim do modernismo na década de 1960. 
O momento em que surge a terceira geração modernista no Brasil, é o período menos conturbado em relação às outras duas gerações. Ou seja, é a fase de redemocratização do país, visto que em 1945 termina o Estado Novo (1937-1945) que fora implementado pela ditadura de Getúlio Vargas. Em nível mundial, o ano de 1945é também o fim da segunda guerra mundial e do sistema totalitário do Nazismo. Entretanto, tem início a Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética) e a Corrida Armamentista.
Os artistas plásticos que fizeram parte do cenário artístico dos anos 40 no Brasil tinham estado anos antes na Europa, principalmente na França, absorvendo conhecimento junto a movimentos emergentes, como o expressionismo, o surrealismo, o abstracionismo, o cubismo. Através deste mergulho, estes artistas foram amadurecendo o já movimento modernista que havia iniciado na Semana de 22, transformando de uma forma sólida e consistente o cenário artístico brasileiro.
Flávio de Carvalho (1899-1973) 
Flávio de Carvalho foi um pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo e engenheiro. Muda-se com a família para São Paulo em 1900. Em 1911, passa a estudar em Paris e, três anos depois, na Inglaterra, onde, em Newcastle, em 1918, inicia o curso de engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham e ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Conclui o curso de engenharia em 1922 e nesse ano volta a residir em São Paulo, onde chega logo após a realização da Semana de Arte Moderna. Desenvolve atividades em várias áreas artísticas e intelectuais, frequentemente de forma inovadora e provocativa. ele desenvolvia em seus projetos um casamento perfeito entre sensibilidade e racionalidade, arte e ciência, imaginação e realidade. Em 1932, lutou a favor da Constituição na Revolução Paulista. Ainda neste ano, ao lado de Antônio Gomide, Di Cavalcanti e Carlos Prado fundou o Clube dos Artistas Modernos. Após o fechamento do CAM em 1934, expôs individualmente pela primeira vez.
Flávio de Carvalho, Conjunto de casas da Alameda Lorena, 1936. 
Flávio de Carvalho, Cinco sentidos do homem, ladrilhos, 1936. 
Flávio de Carvalho, Retrato de Mário de Andrade, 1939. 
Flávio de Carvalho, Série trágica, 1947. 
Flávio de Carvalho, Série trágica, 1947. 
Flávio de Carvalho, Retrato de José Lins do Rego, 1948. 
Flávio de Carvalho, Nuvens de Desejo, 1949. 
Flávio de Carvalho, Velame do destino, 1954. 
Flávio de Carvalho, Mulher criatura pensativa, 1955. 
Flávio de Carvalho, New Look, 1956. 
Flávio de Carvalho, New Look, 1956. 
Flávio de Carvalho, Auto-retrato, 1965. 
Flávio de Carvalho, Mulheres, 1968. 
Flávio de Carvalho, Mulatas, 1972. 
Djanira da Motta (1914-1979)
Djanira da Motta e Silva foi uma artista plástica da segunda fase do modernismo no Brasil. A artista nasceu em Avaré, interior de São Paulo, em 1914. Produziu pinturas, desenhos, cartazes e gravuras.
É interessante destacar que seu processo criativo começou quando ela foi internada com tuberculose, aos 23 anos, em um sanatório. Foi lá que se aprofundou no desenho.
Nos anos 40 conhece um grupo de artistas do modernismo e frequenta aulas de pintura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Assim, seu trabalho se desenvolve destacando o regionalismo, religiosidade e festas populares.
Djanira, O circo, 1944. 
Djanira, Candomblé, 1957. 
Djanira, Mercado de peixe, 1957. 
Djanira, Empinando pipa, 1950. 
Djanira, Três Orixás, 1966. 
Djanira, São José de Botas, 1973. 
Djanira, Futebol fla-flu, 1975. 
Djanira, Mina de Ferro, 1976. 
Djanira, Mina de Ferro, 1976. 
Djanira, Figuras com galo, 19??. 
Abraham Palatnik (1928-2020)
Artista cinético, pintor, desenhista. Considerado um dos pioneiros da chamada arte cinética no Brasil, expande os caminhos das artes visuais ao relacionar arte, ciência e tecnologia. De modo criativo, e ao longo de seus mais de 60 anos de carreira, desenvolve maquinários com experimentações artísticas e estéticas diversas.
Abraham Palatnik nasceu em Natal em 1928 e, em 1932, muda-se com a família para a região onde atualmente se localiza o estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori, em Tel Aviv, e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Frequenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947, onde tem aulas de desenho, pintura e estética. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas.
Palatnik Retorna ao Brasil em 1948 e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa, Renina Katz e Almir Mavignier. Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.
Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento. Após pintar algumas telas construtivas, começa a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos, mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. 
O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionados por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder (1898), mas se diferenciam deles por se moverem com regularidade mecânica segundo a dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra dá projeção internacional ao artista, que passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética.
Abraham Palatnik, Aparelho Cinecromático, 1955. 
Abraham Palatnik, Aparelho Cinecromático, 1966. 
Abraham Palatnik, Aparelho Cinecromático, 1969. 
Abraham Palatnik, Aparelho Cinecromático em construção, 1969. 
Abraham Palatnik, Progressão 79-A, 1965. 
Abraham Palatnik, Relevo progressivo, 1977. 
Abraham Palatnik, Objeto cinético, 1964. 
Abraham Palatnik, Objeto cinético, 1974. 
Abraham Palatnik, Objeto cinético, 2002. 
Abraham Palatnik, Comunicação cinética, 19??. 
Ivan Serpa (1923-1973)
Pintor, gravador, desenhista, professor. Atuando de forma intensa no meio artístico, formando inclusive outros artistas, Ivan Serpa transita, desde o início de sua carreira, entre o figurativismo e a arte concreta. Começa a pintar no início dos anos 1940. Entre 1946 e 1948, estuda pintura, gravura e desenho com Axl Leskoschek (1889-1975), no Rio de Janeiro. Em 1947, realiza sua primeira pintura abstrata: um pequeno guache gestual, ordenado geometricamente. Nos primeiros anos da década de 1950, o interesse pela abstração se torna sistemático. Recompõe os temas tradicionais da pintura, como a natureza-morta, utilizando cores puras e formas orgânicas. Em outros trabalhos, decompõe referências figurativas em padrões geométricos. Em 1951, faz a pintura construtiva Formas, onde demonstra seu interesse crescente pela abstração geométrica. 
Reúne alguns de seus alunos e outros artistas do Rio de Janeiro, como Abraham Palatnik e Franz Weissmann, e funda, ao lado de Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, o Grupo Frente, integrado por Hélio Oiticica e artistas como Lygia Clark e Lygia Pape. Serpa lidera o grupo até a sua dissolução, em 1956.
Entre o fim dos anos 1950 e o começo dos 1960, seu trabalho ganha novos contornos. Revê sua posição concreta e passa a incorporar elementos menos determinados, como gestos, manchas e respingos de tinta. A partir de 1963,seu interesse pela figuração se intensifica. Serpa se identifica com o expressionismo e desenvolve uma figuração gestual, nos moldes do Grupo CoBrA. Essa produção o aproxima dos artistas agrupados sob o rótulo de Nova Objetividade Brasileira. Partindo do interesse pela abstração e, em seguida, alternando trabalhos entre a figuração e o concretismo, a trajetória de Ivan Serpa conjuga a busca por ambientes artísticos coletivos, a inclinação pela pesquisa estética e o respeito pela liberdade na criação.
Ivan Serpa, Construção No 75, 1955. 
Ivan Serpa, Construção No 87, 1955. 
Ivan Serpa, Pintura No 178, 1957. 
Ivan Serpa, Pintura No 206, 1957. 
Ivan Serpa, Abstração, 1961. 
Ivan Serpa, Sem título, 1963. 
Ivan Serpa, Sem título, 1963. 
Ivan Serpa, Eles e Elas, 1965. 
Ivan Serpa, O beijo, 1966. 
Ivan Serpa, Série Amazônica No 7, 1968. 
Ivan Serpa, Série Mangueira No 4, 1970. 
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