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Elementos de empresa

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Elementos de empresa
Prof° Arleide Meylan
Teoria de empresa
I- Introdução:
A importância do comércio na sociedade.
II- Breve histórico: teorias do direito comercial
Antiguidade: fenícios
Idade Média: 
	Surgiu a partir da positivação dos regulamentos das Corporações de Ofício (teoria subjetiva);
Finalidades do Direito Comercial nessa fase:
Assegurar o oligopóplio e o exercício da profissão;
Assegurar privilégios à classe burguesa;	
	
	
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Revolução Francesa, 1789;
Liberdade, igualdade e fraternidade
	Lei Le Chapelier, 1791 (extinção das corporações de ofício);
	Código Comercial Francês, 1807 (fase objetiva) – teoria dos atos de comércio;
	Código Comercial brasileiro, 1850;
Reforma do Código Italiano em 1919;
	Código Italiano, 1942 (fase subjetiva moderna) teoria da empresa – unificação do Direito Privado;
	Código Civil brasileiro, 2002.
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III- Características do Direito Comercial:
Cosmopolitismo;
Informalismo;
Fragmentarismo;
Onerosidade.
IV- Autonomia do Direito Empresarial e disciplina no Novo Código Civil:
	Livro II da Parte Especial, arts. 966 a 1195, Código Civil.
	Leis extravagantes (Lei 11.101/2005, Lei 6.404/1976, Dec. 2.044/1908, Dec. 57.663/1966, Lei 7.357/1985, Lei 9.276/1996.)
Teoria de empresa
V- Empresário: (art. 966, C.C.) conceito, características, requisitos e espécies.
«Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços».
Atividades econômicas civis:
Atividades intelectuais; empresário rural e cooperativas. (arts. 966, § único, 971, 1093 a 1096, C.C.)
Elemento de empresa= atividade suporte/meio
TEORIA DA UNICIDADE DO ATO
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Teoria de empresa
Empresário ou sociedade empresária – é quem exerce a atividade empresarial. 
 
O empresário individual é a pessoa física que exerce individualmente a atividade empresarial tanto irregular como regular. O empresário individual responde pelos patrimônios pessoais e da empresa. 
A sociedade empresária é a pessoa jurídica com 2 ou + sócios.
 O parágrafo único do art. 966 do CC e do art. 982 dizem o que não é ativ. empresarial. Por exemplo: o profissional liberal, as sociedades simples ( é aquela não empresarial, sociedade por ex. de médicos, arquitetos, advogados) também não é empresa as Cooperativas, porque a lei assim determina e dizer que é sociedade simples é o mesmo que dizer que não é empresarial. 
 
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5.1Características para ser empresário:
a) profissionalismo: exerce, portanto, sua atividade de forma habitual.
b)Exercício de atividade econômica: entenda-se como atividade econômica não somente aquela que produz ou faz circular bens ou serviços, mas também que visa o lucro.
c) Exercício de atividade de forma organizada;
d) atividade, além de se enquadrar nos itens anteriores, deve estar voltada para produção ou circulação de bens e serviços;
Espécies: Empresário individual e sociedade empresária; Empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI (Lei 12.441/2011);
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5.2 REQUISITOS:
a)Capacidade civil; (arts. 972, C.C.)
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Requisitos : o art. 972 do CC determina a necessidade de dois requisitos 
Capacidade
Livre de Impedimentos (proibição)
Art. 5º CC (acima de 18 anos)
Servidor público é impedido de serempresário individualeadministrador de sociedade.
Ele pode ser SÓCIO.
Caso ele realize o ato mesmo impedido responde pelas obrigações assumidas
16 a 18 anos (emancipação)
 
Incapaz (não pode começar, ele pode continuar uma atividade empresarial, quando herda (herança) ou então no caso de incapacidade superveniente (interdição), todavia tem que ter autorização judicial, o juiz decide se nomeia um representante ou assistente para ficar a frente do negócio ou se vende a empresa. O incapaz tem proteção patrimonial, uma parte dos bens do incapaz é protegido. A proteção patrimonial é dos bens que não fazem parte da atividade empresarial, estes não são atingidos pela dívida da empresa.
 ex. :Militares; Falidos não reabilitados; Deputados e Senadores (arts. 54, 55, CF); Estrangeiro com visto provisório; Leiloeiros; Despachantes aduaneiros; Corretores de seguros
 
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Art. 4° São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
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Emancipação
Art. 5° A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. (independe de autorização)
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O incapaz art. 974, CC
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía (esses bens são protegidos), ao tempo da sucessão (herança) ou da interdição (incapacidade superveniente), desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará(com a relação dos bens protegidos) que conceder a autorização.
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§ 3° O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
I - o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
II - o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
III - o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
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Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§ 1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente.
§ 2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
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b) Impedimentos legais; (973, C.C.)
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Hipóteses: Magistrados e membros do Ministério Público;
Agentes públicos - podem ser cotistas, acionistas ou comanditários, mas não empresários nem administradores ou gerentes de empresa privada; Militares; Falidos não reabilitados; Deputados e Senadores (arts. 54, 55, CF); Estrangeiro com visto provisório; Leiloeiros; Despachantes aduaneiros; Corretores de seguros...
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6. Art. 977.Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Aqui se refere ao empresário «pessoa natural», ou seja, individual;
A corte gaúcha reconheceu a inconstitucionalidade desse dispositivo, por violar o art 5°, inc. XVII, CF, que prescreve a liberdade de associação, exceto para fins paramilitares, mas ainda não houve exame pelo Supremo;
Constitui uma exceção o dispositivo em tela, portanto se analisa através de interpretação gramatical;
Sendo assim, não se aplica às sociedades capitárias/estatutárias, porque o dispositivo fala em «contratar»; as sociedades anônima e em comandita por ações são formadas através de estatuto social; 
A vedação se dá exclusivamente à comunhão universal total, e tem como finalidade a proteção aos credores; e no caso da separação absoluta de bens, por força da lei, nesse caso, a intenção do legislador foi proteger o patrimônio dos herdeiros.
E se o casamento for superveniente ao contrato social, o DNRC e as Juntas comerciais entendem que há nesse caso ato jurídico perfeito.
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O empresário casado em regime de comunhão de bens precisa de outorga conjugal para alienar os imóveis que integrem o patrimônio de sua empresa?
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Empresário casado –pode alienar ou onerar bens imóveis (que fazem parte da ativ. empresarial) e não precisa da vênia (autorização) conjugal ( não importa o regime de bens em que ele é casado) 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
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Art. 980: A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Portanto, se não forem devidamente arquivados, não terão nenhuma validade;
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Afrânio, empresário individual, foi submetido a exame por junta médica que atestou ser ele portador de grave esquizofrenia, qualificando-o como permanentemente incapaz de gerir os próprios negócios. Por essa razão, o pai do empresário ajuizou pedido de interdição, com o pleito de ser nomeado seu curador e gerir seus negócios da vida civil. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.
(A) Caso o pai de Afrânio, já como seu curador, esteja impedido, por lei, de exercer atividade empresarial, também não poderá proceder com a indicação de gerentes ao juízo para o exercício desse mister, com o que extinguirá a empresa.
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b) A interdição de empresário individual determina necessariamente a extinção da empresa, sendo inviável a sua continuidade por qualquer meio, portanto o pai de Afrânio não poderá substituí-lo nos negócios.
c)O pai de Afrânio se nomeado curador judicialmente poderá exercer atividade empresarial em nome do filho interditado.
d)Eventuais clientes que tenham comprado de Afrânio produtos mediante pagamento à vista, mas que ainda não tenham recebido as mercadorias, na hipótese de continuidade da atividade empresária, estarão impedidos de reclamar o prejuízo em razão da patologia do empresário individual.
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7. Registro (empresário individual e sociedade) arts. 967 a 969, CC.
Órgãos que fazem parte do registro:
DNRC – Departamento Nacional de Registro Comercial – é uma autarquia federal – ele normatiza e fiscaliza as atividades da Junta Comercial – é o órgão máximo do sistema 
Juntas Comerciais - no CC são chamadas de registro público de empresas mercantis. Existe 1 Junta Comercial em cada Estado, a atribuição produz efeito apenas no território do Estado, .
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Ex. Sede em Dourados/MS, registra na junta comercial de MS, filial em Campo Grande/MS, no mesmo Estado basta fazer uma averbação na junta comercial do Mato Grosso do Sul;
Ex. Se constituir uma filial em outro Estado diferente da sede tem que realizar dois atos : 1) registrar na Junta comercial do Estado onde está a filial; e 2) Averbar onde está a sede.
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.
 
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7.1Atos de registro de Empresa da Junta Comercial:
 
a) Arquivamento – termo técnico para quando precisa registrar ou averbar, é o ato pertinente à inscrição do empresário individual, bem como da constituição, dissolução ou alteração das sociedades empresárias.
	As cooperativas se registram nas Juntas Comerciais, embora sejam sociedades simples, assim como os consórcios de empresas, as declarações de microempresas e empresas de pequeno porte, além de quaisquer outros atos de interesse de empresários.
A averbação é uma espécie de arquivamento. (Art 968, §2°)
Art. 968,§ 2°- À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
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b) Autenticação – tem haver com os livros (dar abertura ou encerramento), tem haver também com as certidões, ou seja, com os instrumentos de escrituração, sendo condição de regularidade do documento 
c) Matrícula – alguns profissionais precisam ser matriculados. Ex. Intérprete, leiloeiro, trapicheiros e administradores de armazéns- gerais, são profissionais que desenvolvem atividades paracomerciais.
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7.2 Inatividade da empresa:
O empresário que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos deve comunicar à Junta que ainda se encontra em atividade, nos termos do art. 60 da LRE, sob pena de serem considerados inativos e e terem o cancelamento de registro e consequente perda da proteção do nome empresarial.
Do cancelamento decorre a irregularidade do exercício da atividade econômica.
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7.3 Obrigações comuns a todo empresário:
a) registrar-se no Registro de empresas antes de iniciar suas atividades (art. 967, CC);
A falta de registro tem por consequência a irregularidade do exercício.
Junta comercial – registra a sociedade empresária;
OAB –a sociedade de advogados no exercício da Advocacia.
Cartório de Registro Civil de Pessoa Jurídica – sociedade simples (Ex.: médicos, natureza científica, literária, artística)
b) escriturar regularmente os livros obrigatórios.
	Há uma categoria de empresários que está dispensada de escriturar os livros obrigatórios, é a dos microempresários e empresários de pequeno porte optantes pelo Simples e desde que mantenham arquivados documentos referentes ao seu giro empresarial, que permitam a identificação da movimentação financeira, inclusive bancária. (art. 970 e 1179, §2°, CC).
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Espécies de livros empresariais: são aqueles cuja escrituração é obrigatória ou facultativa ao empresário, em virtude de lei, e podem ainda ser comuns ou especiais.
	No Brasil, há um livro obrigatório comum exigido por lei, que é o «Diário» (art. 1180, CC).
	Mas, existem também livros obrigatórios especiais, por exemplo: Livro de Duplicatas, Livro de Entrada e Saída de mercadorias dos armazéns-gerais. Para as S/As livros de Ações Nominativas, as Atas de Assembléias Gerais, dentre outros.
	Entre os livros facultativos podem ser citados os de Caixa e Conta-corrente.
c) levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano (art. 1179, CC)
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Consequências/ empresário irregular:
O empresário irregular não deixa de ser empresário estando inscrito ou não, mas deixam de usufruir dos benefícios que a lei lhes confere, de forma que a estes se aplicam certas restrições.
Em se tratando de empresário individual:
Não tem legitimidade ativa para o pedido de falência de seu devedor (art. 97, §1°, LF), pode entretanto pedir a própria falência(autofalência);
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b) não tem legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial, posto ser condição para obter tal favor legal (art. 51, V);
c) não pode ter seus livros autenticados por falta de inscrição (art. 1181, CC), não podendo se valer da eficácia probatória que estes instrumentos possuem (art. 379, CPC), e sendo decretada sua falência, esta será sempre considerada fraudulenta, incorrendo o empresário em crime falimentar (art. 178, LF).
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Em se tratando de sociedade empresária (sociedade em comum):
Além das consequências já elencadas, também:
Responsabilidade solidária e ilimitada dos sócios e direta daquele que administrou a sociedade;
Outras consequências secundárias para todo empresário:
Impossibilidade: de participar de licitações, nas modalidades de concorrência pública e tomada de preços; de inscrição nos cadastros fiscais (CNPJ, CCM), de matrícula no INSS, e respectivas sanções (multa), e a proibição de contratar com o Poder Público (sociedades empresárias)

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