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Direitor Penal II
Suspensão Condicional do Processo e Livramento Condicional
Prof. Alexandre Leopoldo.
Conceito e natureza jurídica
	A suspensão concidional da pena é a suspensão parcial da pena privativa de liberdade de curta duração por determinado prazo, desde que cumpridas certas condições e observados os requisitos previstos no artigo 77 do Código Penal.
	O magistrado poderá suspender a execução da pena privativa de liberdade- satisfeitos os pressupostos legais, devendo, necessariamente, quer conceda, quer denegue( Artigo 157 da LEP), manifestar-se a esse respeito na sentença condenatória.
Natureza Jurídica
	A natureza jurídica da suspensão condicional da pena é questão altamente controvertida( Meio repressivo e meio preventivo de novos delitos, substituição da pena privativa de liberdade de curta duração, causa sob condição de extinção da punibilidade).
Cabe não confundir o sursis da pena com a suspensão condicional do processo previsto na Lei 9.099/95.
REQUISITOS
	Subordina-se a suspensão condicional da pena a concorrência de certos requisitos- objetivos e subjetivos- previstos no artigo 70 do CP. Os requisitos objetivos são aqueles relativos a natureza e ao quantum da pena aplicada e ao exame da suficiência de sua substituição.
	Assim, somente é possível a concessão da suspensão condicional da pena em tela em se tratando de imposição de pena privativa de liberdade, não se estendendo as penas restritivas de direito e multa penal. Demais disso, faz-se necessário que a pena aplicada ao condenado não seja superior a 2 anos( 77 caput), salvo na hipótese insculpida no artigo 77§2º do CP. Havendo concurso de crimes, considera-se para esse fim, o quantum que resulta do cumulo das sanções impostas, desde que igual ou inferior ao limite legal. Por fim, exige-se que não seja indicada ou cabível a suspensão cabível no artigo 44 do CP por pena privativa de liberdade por restritivas de direitos sobre a suspensão( 77 III do CP).
De outro lado figuram como requisitos subjetivos, aqueles ancorados no artigo 77, incisos I e II do Código Penal. De primeiro é necessário para a concessão do benefício da suspensão que o condenado não seja reincidente em crime doloso. Logo não impede a obtenção do sursis pela pratica de crime culposo anterior a condenação pode delito doloso e vice versa. Admite-se, em tese, a ocorrência de dois sursis simultâneos, em caráter provisório, enquanto o acusado da pratica de novo crime, aguarda a decisão judicial, já que a soma das sanções aplicadas superior ao limite temporal previsto na lei dois anos) acarreta a revogação do beneficio. De semelhante, é passível de configuração o sursis sucessivo, nas seguintes hipóteses:
pratica dois os mais crimes culposos, de um delito culposo e outro doloso ou ainda de um crime doloso e outro culposo pelo condenado.
Pelo decurso do prazo de cinco anos estipulado pelo artigo 64 I do CP. Cabe salientar , por oportuno que a condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do beneficio.( 77§1º).
Por derradeiro, exige-se também, como requisito de natureza subjetiva, que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstancias autorizem a concessão do beneficio( 77 II). Cada um desses elementos deve ser cuidadosamente examinado e, quando globalmente desfavoráveis, vedada a outorga da suspensão da pena.
ESPECIES
 
	São 3 as modalidades de suspensão condicional da pena acolhida pela reforma de 1984:
 
Sursis simples
Sursis especial
Sursis etário
Sursis Simples: Sujeita o condenado, durante o período da suspensão a observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz, sendo que no primeiro ano do prazo, deverá prestar serviços a comunidade( 46 CP) ou submeter-se a limitação dos finais de semana(48) a teor do artigo 78§1º do CP. As condições especificadas pelo juiz ou tribunal ( 159 LEP) podendo ser modificada a qualquer tempo- de oficio, a requerimento do MP ou mediante proposta do Conselho Penitenciário- ouvido o condenado( 158 §2º da LEP). A fiscalização do cumprimento das condições impostas é atribuição do Serviço Social Penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instancia beneficiada pela prestação de serviço, inspecionado pelo Conselho Penitenciário, Pelo Ministério Publico ou pr ambos( 158 §3º LEP).
Sursis Especial: Disciplinado pelo artigo 78§2º do CP permite a substituição das condições previstas no §1º do citado dispositivo por outras, menos rigorosas, desde que o condenado preencha os pressupostos objetivos e subjetivos do artigo 77 e tenha reparado o dano- salvo impossibilidade de fazê-lo. Demais disso exige-se que lhe sejam inteiramente favoráveis as circunstâncias judiciais elencadas no artigo 59 do CP. Assim satisfeitas essas exigências, o condenado será beneficiado por sursis especial, sendo-lhes aplicadas cumulativamente, as seguintes condições: proibição de freqüentar determinados lugares; proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; e comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
 
Sursis Etário: Destina-se aos condenados com idade superior a setenta anos a época da condenação. Para sua concessão, é preciso ainda que a pena privativa de liberdade aplicada não exceda a 4 anos, devendo o condenado submeter-se a um período de prova que variará de 4 a 6 anos( 77 §2º do CP). A recente Lei 9714/98, conferindo redação ao artigo 77§2º do CP prevê também a suspensão da pena privativa de liberdade não superior a 4 anos, por quatro a seis anos, quando razoes de saúde a justificarem
 
CONDIÇOES
 
	As condições impostas ao condenado beneficiado pela suspensão condicional da pena podem ser legais(lei) ou judiciais( especificadas na sentença). Dessa forma, enquanto as condições legais tem sua natureza e conteúdo previamente estabelecidos pela lei, as condições judiciais são aquelas impostas pelo magistrado ao prolatar a sentença, adequadas ao fato e a situação pessoal do condenado.
 
	
As condições legais variam de acordo com a espécies de sursis. Em se tratando de simples, o condenado deverá, no primeiro ano do prazo, prestar serviços a comunidade ou submeter-se a limitação do fim de semana(48) Cabe ao magistrado designar de modo alternativo, qual a condição a ser aplicada ao condenado durante o primeiro ano do período.
Beneficiado pelo sursis especial, o condenado não se submetera as condições acima elencadas, mas sim aquelas previstas no §2º do artigo 78- cumulativamente impostas a saber: a) proibição de freqüentar determinados lugares, buscando evitar o contato do condenado com certos ambientes;
proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz: torna-se possível, dessa forma, efetivo controle do cumprimento das condições pelo condenado;
 comparecimento pessoal e obrigatório a juízo mensalmente, para informar e justificar suas atividades: exige-se a presença mensal do beneficiário em juízo a fim de lhe comunicar as atividades exercidas.
O Sursis Etário é o sursis concedido por razoes de saúde e as condições legais poderão ajustar-se, conforme o caso, aquelas previstas para o sursis simples ou sursis especial, desde que satisfeitos os requisitos indispensáveis indicados no artigo 78§2º
PERÍODO DE PROVA
	Consiste no lapso temporal durante o qual o condenado ficará obrigado ao cumprimento das condições impostas como garantia de sua liberdade. Nas hipóteses de sursis simples e especial a sanção penal não poderá ser suspensa por dois a 4 anos(77 caput). Cuidando-se de sursis etário ou por sursis concedido por razoes de saúde porem o prazo estipulado será de 4 a 6 anos., em razão da maior gravidade do delito praticado.
PRORROGACAO
	
Processado o beneficiário por outro crime ou contravenção , considera-se o prazo da suspensão ate o julgamento definitivo(81 §2º). Para que ocorra a prorrogação o período de prova é indispensável que haja a instauração de uma ação penal não sendo suficiente
a mera pratica de nova infração penal pelo condenado.
 
	A prorrogação da suspensão condicional da pena- automática e obrigatória –perdurará até o julgamento definitivo do processo judicial ou seja protrai- se no tempo por prazo ilimitado, podendo muitas vezes exceder o limite Maximo previsto de 4 anos (sursis simples ou especial) ou de 6 no sursis etário.
 
EXTINCAO
	Expirado o período de prova sem que tenha havido a revogação do sursis considera-se extinta a sanção privativa de liberdade aplicada(82 CP). A extinção da pena opera-se de pleno direito, independentemente de expressa declaração judicial.
 
REVOGACAO
 
	Concedida a suspensão condicional da pena, o condenado deverá cumprir as condições estabelecidas durante o período de prova determinado, sob pena de revogação do beneficio
 
	A revogação pode ser obrigatória(em qualquer das hipóteses expressamente designadas em lei) ou facultativas(quando a critério do juiz). A suspensão será obrigatoriamente revogada, se no decurso do prazo, o beneficiário incorrer nas hipóteses do artigo 81 incisos I, II e III.
 
	
Demais disso, fica sem efeito a suspensão concedida e executa-se imediatamente a pena aplicada se o réu, intimado ou por edital com prazo de 20 dias, não comparece a audiência admonitória, salvo prova de justo impedimento (161 LEP). De semelhante o sursis restará sem efeito se, em virtude de recurso, for aumentada a pena de modo a excluir a concessão do beneficio( 706 CPP).
	A suspensão poderá ser revogada( revogação facultativa) se o condenado descumprir qualquer outra condição imposta- judicial ou legal( 78§2º) ou for irrecorrivelmente condenado por crime culposo ou por contravenção a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Desse modo, cabe ao juiz optar pela revogação ou determinar a prorrogação do período de prova ate seu limite Maximo, se este não foi fixado(81 §3º CP).
	Revogado o sursis, a pena privativa de liberdade inicialmente suspensa será integralmente executada pelo condenado.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito e natureza jurídica
 
	O livramento condicional consiste na liberação do condenado após o cumprimento de parte da sanção penal aplicada em estabelecimento penal, desde que cumpridamente observadas os pressupostos que regem a sua concessão e sob certas condições previamente estipuladas. 
	Como bem se destaca, o livramento condicional- diversamente do propugnado por parte da doutrina “ não se trata de liberação antecipada, mas um estagio do sistema penitenciário que importa na progressiva adaptação do condenado a uma existência dentro do direito e termina por esse momento de passagem entre a prisão e a liberdade.
O Livramento Condicional configura-se derradeira etapa de cumprimento da sanção privativa de liberdade imposta. Preenchidos os pressupostos necessários para sua outorga e satisfeitas as condições impostas, a concessão do livramento condicional dentro da sistemática do código é um direito do condenado e não faculdade judicial.
 
REQUISITOS
Que se trate de pena privativa de liberdade, não se estende as penas restritivas de direitos. Demais disso exige-se que a pena seja igual ou superior a 2 anos, admitindo a soma por infrações diversas
Que o condenado tenha cumprido parte da pena que foi condenado. A esse respeito cumpre distinguir em caso de réu não reincidente em crime doloso, com bons antecedentes, é possível a concessão do livramento condicional cumprido mais de 1/3 da pena. Todavia se o condenado for reincidente em crime doloso exige-se o cumprimento de mais da metade. A reincidência em crime culposo permite que o condenado seja beneficiado pelo livramento condicional ao integralizar o cumprimento
EM caso de crime hediondo cumpridos 2/3 e não for reincidente especifico em crimes dessa natureza ( 83 V)
Alem dos requisitos objetivos elencados , é indispensável, para a concessão do livramento condicional, que o condenado tenha reparado o dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade de faze-lo ( 83 IV). Admite-se livramento condicional desde que o condenado-solvente ou insolvente- demonstre de modo inequívoco, a manifesta impossibilidade de reparar o dano resultante da infração perpetrada.
 
Os requisitos subjetivos necessários para a concessão do livramento condicional são aqueles concernentes a pessoa do condenado. Exige-se que o condenado possua bons antecedentes. Essa expressão diz respeito aos fatos desenrolados antes do inicio do cumprimento da pena privativa de liberdade em questão, ou seja abrange a vida pretérita do condenado.
CONCESSAO
 
	Preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos bem como o requisito especifico mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou de seu parente em linha reta, ou por proposta do diretor do estabelecimento penal ou por iniciativa do Conselho Penitenciário.
 
	O livramento condicional será concedido pelo juiz da execução- desde que satisfeitos os requisitos já elencados e ouvido o MP. Ademais a sentença concessiva ou denegatória do beneficio pleiteado devera ser obrigatoriamente fundamentada, externando o magistrado as razoes que motivaram a decisão.
 
CONDIÇÕES
 
	A sentença concessiva do livramento condicional deverá especificar as condições – obrigatórias e facultativas – a que fica subordinada a outorga do beneficio(85). Tais condições e obrigações, aliadas a proteção e a observação cautelar, contribuem sobremaneira para que seja paulatinamente efetuada a reinserção social do condenado.
 
São condições obrigatórias, necessariamente impostas ao liberado condicional as seguintes( 132 §1º LEP)
 
 
obter ocupação licita dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho, não há a fixação expressa do lapso temporal do qual o liberado deverá obter a ocupação idônea, mas o cumprimento dessa condição não se protrai indefinidamente e, uma vez satisfeita, exige-se comunicação imediata aos órgãos da execução.
Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação
Não mudar do território da comarca do Juízo da execução sem previa autorização deste (133 LEP
São condições obrigatórias, necessariamente impostas ao liberado condicional as seguintes( 132 §1º LEP)
obter ocupação licita dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho, não há a fixação expressa do lapso temporal do qual o liberado deverá obter a ocupação idônea, mas o cumprimento dessa condição não se protrai indefinidamente e, uma vez satisfeita, exige-se comunicação imediata aos órgãos da execução.
Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação
Não mudar do território da comarca do Juízo da execução sem previa autorização deste (133 LEP
Condições facultativas ( 132 §2º LEP)
Não mudar de residência sem comunicação a VEP
Recolher-se a habitação em hora fixada
Não freqüentar determinados lugares em ambientes inadequados
 
As condições facultativas especificadas na sentença poderão ser modificadas pelo juiz, de oficio, a requerimento do MP ou mediante apresentação do Conselho Penitenciário, desde que o liberado, ciente do referido ato decisório, declare a aceitação das novas obrigações impostas.
REVOGAÇÃO 
Poderá ser obrigatória ou facultativa. São causas de revogação do beneficio. Artigo 86 CP.
a condenação do liberado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível por crime cometido durante a vigência do beneficio: o livramento será revogado com o transito em julgado da decisão que condena o liberado a pena de prisão – e não a pena restritiva de direitos ou de multa- pela prática de delito ( doloso ou culposo). Revogado o beneficio devera cumprir integralmente a pena não será computado o tempo que esteve solto. É vedado a concessão, em relação mesma pena, de novo livramento condicional, tampouco se admitindo a soma do tempo das duas penas impostas para a outorga de novo beneficio.
A condenação do liberado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível por crime anterior: o livramento condicional será igualmente revogado na hipótese de condenação, com transito em julgado, por delito
perpetrado anteriormente a sua concessão.

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