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Capítulo 18 PROPRIEDADES ELASTO-PLÁSTICAS DO CONCRETO Lidia C. D. Shehata– UFF e COPPE-UFRJ •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia I t d ãIntrodução • As relações entre tensões uniaxiais e deformações específicas no concreto na direção de atuação das tensões e na direção perpendicular a ela, necessárias para a determinação de esforços solicitantes e a análise do comportamento das estruturas de concreto, são aquip q abordadas para o caso de cargas de curta duração. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia I t d ãIntrodução • O comportamento do concreto submetido a tensões normais de compressão e de tração só pode ser representado aproximadamente pela lei de Hooke quando a tensão fica abaixo de determinado nível. Nesse caso, as relações entre tensões normais e deformaçõesç ç específicas são definidas pelo módulo de elasticidade longitudinal e pelo coeficiente de Poisson do concreto. Abordam-se os parâmetros que afetam estas grandezas e os métodos de ensaio para determiná-que afetam estas grandezas e os métodos de ensaio para determiná las, bem como expressões para a avaliação aproximada do módulo de elasticidade longitudinal a partir da resistência à compressão do concretoconcreto. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagramas tensão normal-deformação ífiespecífica • Como outras propriedades do concreto, os diagramas t ã d f ã d t d t i d id dtensão-deformação do concreto numa determinada idade dependem dos seus materiais constituintes, da proporção e da interação dos mesmos bem como dos corpos-de-e da interação dos mesmos, bem como dos corpos-de- prova e do método de ensaio usados para a obtenção desses diagramas.g •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagrama tensão normal de compressão- d f ã ífideformação específica • A forma e a dimensão da seção transversal, a relação entre comprimento e essa dimensão, e a direção de t ã â t i fl i d l i dconcretagem são parâmetros influenciadores relacionados aos corpos-de-prova. O teor de umidade do corpo-de- prova a velocidade de aplicação de tensão ouprova, a velocidade de aplicação de tensão ou deformação, a restrição à deformação nas extremidades do corpo-de-prova causada pela placa de carregamento, op p p p g comprimento ao longo do qual se mede a deformação, o diâmetro do prato transmissor de carga e a rigidez da ã â t l ti di t dprensa são parâmetros relativos ao procedimento de ensaio. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagrama tensão normal de compressão- d f ã ífideformação específica • Adotando-se corpo-de-prova e método de ensaio padronizados, o diagrama obtido passa a depender d t í ti d t D dapenas das características do concreto. De um modo geral, os parâmetros que influenciam a resistência à compressão influenciam também o diagrama tensão-compressão influenciam também o diagrama tensão- deformação, embora em diferente grau, mas os agregados, principalmente os graúdos, têm particularg g p p g p influência no diagrama. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagrama tensão normal de compressão- d f ã ífideformação específica • 120 Tensão 120 • • • Tensão normal •(MPa) • 80 • 40 2 4 6 Deformação específica (10-3)Deformação específica (10 ) Figura 1 - Diagramas tensão-deformação experimentais de concretos de diferentes resistências à compressão (HELLAND et al 1983 apud FIP 1990 p 13) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia compressão (HELLAND et al., 1983, apud FIP, 1990, p.13). Diagrama tensão normal de compressão- d f ã ífideformação específica •Várias curvas tensão-deformação têm sido propostas para representar o comportamento do concreto submetido àrepresentar o comportamento do concreto submetido à compressão, que são empregadas na análise não linear de estruturas e servem de base para se chegar a curvas mais simples usadas no dimensionamento dos elementos estruturais. Elas podem diferir consideravelmente, em particular no ramo descendente já que foram obtidas aparticular no ramo descendente, já que foram obtidas a partir de ensaios, que nem sempre seguiram o mesmo procedimento, de concretos com diferentes composições ep oced e to, de co c etos co d e e tes co pos ções e materiais. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagrama tensão normal de compressão- d f ã ífideformação específica •basalto •diabásio •gabro •calcário •quartizito •Tensão •normal (MPa) quartizito •serpentina •esteatite •granulito •matriz cimento • Deformação específica (10-3) Figura 2 - Curvas tensão-deformação de matriz de cimento e de concretos de alta resistência com agregados graúdos de diferentes mineralogias (AULIA & DEUTSCHMANN, 1999, p.145). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia (AULIA & DEUTSCHMANN, 1999, p.145). Diagrama tensão normal de tração- d f ã ífideformação específica •Como no caso da de compressão, a curva tensão- deformação de tração depende de vários parâmetros, podendo se todavia para um determinado concreto obterpodendo-se, todavia, para um determinado concreto, obter um ramo ascendente único desde que as deformações não sejam medidas em trecho próximo às extremidades dosejam medidas em trecho próximo às extremidades do corpo-de-prova, onde é aplicada a carga. O mesmo não ocorre com o ramo descendente. No concreto simples tracionado, a ruptura se dá com a formação de apenas uma fissura e, depois do aparecimento da mesma, a região fora do local da fissura pouco se deforma sendo a variaçãofora do local da fissura pouco se deforma, sendo a variação de comprimento do corpo-de-prova praticamente igual à abertura da fissura. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagrama tensão normal de tração- d f ã ífideformação específica Tensão normal (MPa) • Variação de comprimento (mm) •Figura 3 - Diagramas tensão de tração-variação de comprimento na direção longitudinal •(em comprimento inicial de 120 mm) de concretos ensaiados por Li et al. (1998, p.572). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Diagrama tensão normal de tração- d f ã ífideformação específica a l a l n s ã o n o r m a n s ã o n o r m a Deformação específica T e n Abertura de fissura T e • Figura 4 Diagramas tensão deformação e tensão abertura de fissura do concretoFigura 4 - Diagramas tensão-deformação e tensão-abertura de fissura do concreto submetido à tração (CEB-FIP MODEL CODE 1990 - CEB, 1993). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático ã o n o r m a l T e n s ã Deformação específica Reta definidora de Eci Reta definidora de EcsReta definidora de Eci Reta definidora de Ecs •Figura 5 - Definição do módulo de elasticidade. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático Q d 1 D i ã d t i ã d ód l d l ti id d•Quadro 1 - Denominação e determinação do módulo de elasticidade segundo diferentes métodos padronizados Norma Denominação do E = ( )/( )Norma Denominação do módulo Ec = (c2 - c1)/(c2 - c1) RILEM CPC8:1975 Secante c1= 0,5 MPa c2= fc/3 ISO 1920-10:2010 Tangente c1= 0,5 MPa c2= fc/3 ASTM C 469 02 Cordal = tensão relativa a = 50 x 10-6ASTM C 469-02 Cordal c1= tensão relativa a 1= 50 x 10 6 c2= 0,4 fc NBR 8522:2008 Tangente inicial c1= 0,5 MPa (ou tensãocorrespondente à deformação de 50x10-6) 0 3 fc2= 0,3 fc c1= deformação relativa a c1 c2= deformação relativa a c2 •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático ••c •c2 Leitura de c2 • 60s • 60s a 90s• 60s• 60s •c1 •Leitura de c1 •Figura 6 - Ciclos de carregamento e descarregamento para determinação de Eci segundo a ABNT NBR 8522:2008. •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático •Quadro 2 – Expressões para avaliação do módulo de elasticidade (Ec em GPa e fc em MPa).Quadro 2 Expressões para avaliação do módulo de elasticidade (Ec em GPa e fc em MPa). Norma ou recomendação Expressão Observações CEB-FIP Model Code Eci= k (10,0 fcm1/3) Módulo tangente inicialCEB FIP Model Code 1990 Model Code 2010 (first complete draft) Eci k (10,0 fcm ) = k [10,0 (fck +8)1/3] 0,7 k 1,2 depende do agregado Módulo tangente inicial 12 MPa fck 80 MPa Idade 28 dias; para idade j : Ecij= Eci (fcmj/fcm)1/2 IBRACON (2003) Eci= a1a2 5,60 fck1/2 0,7 a1 1,2 depende do agregado 0,9 a2 1,1 depende da consistência Módulo tangente inicial p EN1992-1-1:2004 Ecs=k (11,0 fcm0,3) = k [11,0 (fck +8)0,3] 0,7 k 1,2 Módulo secante c=0,40 fcm 12 MPa fck 90 MPa depende do agregado NBR 6118:2007 Eci= 5,60 fck1/2 Módulo tangente inicial 15 MPa fck 50 MPa Idade j 7 dias, fck pode ser substituído por fckj para obter Ecij •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Idade j 7 dias, fck pode ser substituído por fckj para obter Ecij ACI 318:2008 Ecs= 4,70 fck1/2 Módulo secante c=0,45 fck Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático Ecij (GPa) fckj (MPa) Figura 7 - Módulo de elasticidade tangente inicial de concretos com diferentes tipos de •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 7 - Módulo de elasticidade tangente inicial de concretos com diferentes tipos de agregados graúdos e resistências (KLISZEWICZ & AJDUKIEWICZ, 2002, p.6). Módulo de elasticidade longitudinal táti 2 1 cm cmj ci cij f f E E 2 1 cm cmj ci cij f f E E estático 1,60 1 00 1,20 1,40 , 0,60 0,80 1,00 E c i j / E c i 0,00 0,20 0,40 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 fcmj/fcm Traquito Gnaisse Gomes et al, 1996 Pereira Neto e Djanikian, 1996 Rel EPUSP, 1998 Castro et al, 1999 Ferrari et al, 1999 Silveira et al, 1999 Barbosa e Salvador Filho, 2000 CEB 1995 •Figura 8 - Comparação da relação experimental entre fcmj/fcm e Ecij/Eci com a dada pela ã E /E (f /f )1/2 li d F it t l (2001 13) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia expressão Ecij/Eci = (fcmj/fcm)1/2 realizada por Freitas et al. (2001, p.13). Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático 50,0 30 0 35,0 40,0 45,0 ) 1 2 3 15,0 20,0 25,0 30,0 E c i j ( G P a ) 4 0,0 5,0 10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 fcmj (MPa) consistência seca, brita de granito consistência fluida, brita de granito consistência plástica, brita de granito consistência plástica, brita de gnaisse •Figura 9 - Relação entre f j e E ij de concretos com diferentes composições, tipos de 1 5,12 fcm1/2 (NBR 6118:2007) 2 10,0 fcm1/3 (CEB-FIP MC 90) 3 4,25fcm1/2 (TIZATO & SHEHATA) 4 7,35fcm1/3 (TIZATO & SHEHATA) •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Figura 9 Relação entre fcmj e Ecij de concretos com diferentes composições, tipos de agregados graúdos e idades (GASPARELO, 1999). Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático 30 35 40 45 P a ) 10 15 20 25 30 E c i j ( G P 10 10 20 30 40 50 60 fcmj (MPa) gnaisse Ecij=4 55fcmj 0^ 5gnaisse Ecij=4,55fcmj 0^,5 sienito Ecij=5,12*fcmj 0^,5 Ecij=8,22*fcmj 1^/3 •Figura 10 - Relação entre fcmj e Ecij de concretos com diferentes composições, tipos de agregados graúdos e idades, produzidos por concreteiras do Rio de Janeiro •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Módulo de elasticidade longitudinal tátiestático 1 1,1 1,2 0 7 0,8 0,9 Ecij/Eci fcmj/fcm (fcmj/fcm)^0,5 0,5 0,6 0,7 0 20 40 60 80 1000 20 40 60 80 100 j (dias) •Figura 11 - Relações experimentais Ecij/Eci e fcmj/fcm, junto com (fcmj/fcm)1/2, dos concretos ensaiados por NUNES (2005). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia Módulo de elasticidade longitudinal di â idinâmico •A/C=0,30 •A/C=0,35 •A/C=0,45 •Ecdj/Ecij j (dias) •Figura 12 - Relação entre módulos de elasticidade longitudinais dinâmico e estático de concretos de alta resistência, para idades j iguais a ou menores que 28 dias •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia •(MESBAH et al., 2002, p.40). Coeficiente de PoissonCoeficiente de Poisson •fcmj (MPa) •O B basalto •● G granito •▲O seixo▲O seixo • c Figura 13 - Coeficiente de Poisson, correspondente à tensão igual a fcmj/3, de concretos com diferentes tipos de agregados graúdos e resistências c •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia com diferentes tipos de agregados graúdos e resistências (KLISZEWICZ & AJDUKIEWICZ, 2002, p.6). Coeficiente de Poisson 40 30 35 40 M P a ) l v 15 20 25 ã o n o r m a l ( t 0 5 10 T e n s ã -3 -2 -1 0 1 2 3 Deformação específica (10-3) •Figura 14 - Deformações nas direções longitudinal e transversal e deformação volumétrica medidas em ensaio de corpo-de-prova cilíndrico (dados de CARNEIRO, 2004). •Livro Concreto: Ciência e Tecnologia •Editor: Geraldo C. Isaia
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