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Resistência dos Materiais Prof. Diogo Feliciano dos Santos APS – Atividade 2 Marcus Barbosa 21359960 Hugo Moreira Barroso 20724222 São Paulo 2020 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo correlacionar os resultados dos artigos “Determination of modulus of elasticity of concrete from the acoustic response” onde determinamos a elasticidade do concreto a partir da acustica, com o artigo disponivel em Ibracon Structures and Material Journal, onde analisa a metodologia descrita na Norma NBR 8522 (ABNT, 2008) para a determinação do diagrama tensão-deformação específica em corpos-de-prova cilíndricos de concreto apresentando considerações sobre possíveis adequações de seu uso para concretos com agregados reciclados e com equipamentos automatizados. 2 ENSAIOS 2.1 Ensaio 1: Determinação do módulo de elasticidade do concreto a partir da resposta acústica O artigo estudado realiza um ensaio não-destrutivo que pode ser muito útil no meio da engenharia civil fornecendo informações a respeito da rigidez e amortecimento do material, repetindo o ensaio que poderá ser comparado ao longo do tempo. O material testado é o concreto simples, armado e protendido. As técnicas experimentais foram classificadas em três categorias: • Excitação por impulso O corpo de prova é suportado por fios nos pontos nodais, no sentido de vibração de interesse e recebe uma leve pancada que induz uma resposta acústica. E essa resposta é composta por uma ou mais frequências naturais de vibração, a partir das quais o modulo de elasticidade é calculado. • Velocidade sônica E a técnica de velocidade sônica se baseia no tempo de propagação de um impulso sônico ou ultrassônico de curta duração ao longo do corpo de prova, sendo essa uma técnica regulamentada pela ASTM. E apesar de ser uma técnica bem utilizada é uma técnica que apresenta grande incerteza na medida do coeficiente de Poisson e a impossibilidade de poder calculá-lo, já que para calculá-lo é preciso saber a velocidade longitudinal e também a transversal. E assim ocorrem erros proporcionais à dispersão entre o valor real do coeficiente de Poisson e aquele estimado, e pode acarretar na redução no valor do modulo de elasticidade. • Frequência de ressonância. A técnica que acontece por meio de vibrações longitudinais, transversais ou torcionais se obtém a frequência fundamental de ressonância do elemento estrutural (se ele é prismático ou cilíndrico), essa técnica é utilizada para determinar o modulo de elasticidade dinâmico, a rigidez da ligação viga- pilar, o amortecimento do material e etc O programa experimental é composto por duas partes: A primeira parte é pela técnica de excitação por impulso, que utiliza o equipamento Sonelastic PC Based. A segunda parte os ensaios são realizados no Laboratório de Engenharia de Estruturas, onde é feito o uso do sistema ACE Data Physics, que é um equipamento empregado nos ensaios dinâmicos não-destrutivos. No ensaio foram utilizados cilindros e prismas de concreto, a fim de determinar o modulo de elasticidade dinâmico, onde os mesmos corpos de prova foram usados nas ambas partes. Conseguindo determinar o modulo de elasticidade dinâmico, ensaios de compressão axial e flexão em quatro pontos, obtivemos as resistências à compressão e a tração na flexão e o modulo de elasticidade estático. Modulo de elasticidade estático X dinâmico Aplicando o modulo de deformação elástico à parte reta da curva tensão x deformação, ou quando não houver parte reta, à tangente à curva na origem e então se denomina modulo de elasticidade tangente inicial. Como a curva do concreto é não-linear, a curva tensão x deformação do concreto apresenta certa dificuldade para determinar um único valor para o modulo de elasticidade estático, sendo assim a utilização de métodos dinâmicos não-destrutivos fornecem o valor do modulo de elasticidade de forma mais precisa. Os fatores idade, a resistência, temperatura de cura, proporções da mistura e propriedades dos agregados, tamanho do corpo de prova e condições de cura são elementos que podem influenciar o valor do modulo de elasticidade dinâmico. O modulo dinâmico aumento com o aumento da resistência e quanto maior o modulo de elasticidade dinâmico menor é a diferença entre o Ecd e Ec, já que o trecho elástico da curva tensão x deformação tende a ser mais retilíneo a medida que aumenta a fragilidade do material. Todos esses fatores foram analisados e de acordo com os resultados, foi possível concluir que o tipo de cimento não influencia na relação Ecd/Ec, assim como a idade, sendo que somente a temperatura é um fator relevante. Ensaios estáticos Afim de determinar o módulo de elasticidade estático do concreto foram feitos ensaios de compressão axial com controle de deslocamento em corpos de prova cilíndricos de 150mm de diâmetro e 300mm de altura. Os ensaios foram feitos na máquina de ensaios universal Instron, utilizando dos extensômetros removíveis com base de 200mm, fixados ao corpo de prova por meio de elásticos e o sistema de aquisição utilizado foi o System 5000. Assim então foi obtido o módulo de elasticidade estático tangente inicial (Ec), que equivale ao coeficiente angular da reta secante à curva tensão x deformação, e passa pelos pontos com tensões iguais a 0,5Mpa E 30% da tensão de ruptura. Ensaios dinâmicos Para determinar o módulo de elasticidade dinâmico (Ecd) que é obtido com a frequência ressonante longitudinal, seguiram-se as prescrições da ASTM C215: 2008 que diz respeito ao posicionamento do acelerômetro, ao ponto de aplicação da excitação e à maneira de simular a condição de contorno necessária à realização do ensaio. Análise dos resultados Nos ensaios dinâmicos foi obtido o módulo de elasticidade dinâmico longitudinal para os corpos de prova cilíndricos e prismáticos. Para se determinar as frequências naturais dos prismas, utilizou-se o valor médio entre os três ensaios. Ao comparar os resultados obtidos entre os corpos de prova cilíndricos e prismáticos é notável a influência que o formato do corpo de prova no valor do modulo de elasticidade dinâmico, onde os CP (corpos de prova) cilíndricos apresentam valores menores do que os CP (corpos de prova) prismáticos. 3.2 Ensaio 2: Diagrama tensão-deformação específica em concretos com agregados reciclados de concreto: análise da metodologia proposta pela NBR 8522 Este trabalho analisa a metodologia descrita na Norma NBR 8522 (ABNT, 2008) para a determinação do diagrama tensão-deformação específica em corpos-de-prova cilíndricos de concreto apresentando considerações sobre possíveis adequações de seu uso para concretos com agregados reciclados e com equipamentos automatizados. A metodologia especificada na norma apresenta restrições metodológicas que geram distorções na obtenção do diagrama tensão-deformação, tais como o uso de número muito limitado de pontos de leitura e a inclusão, no comportamento elástico do material, de fenômenos diferidos como micro fissuração e fluência ocorrida durante os patamares de estabilização de carga. A tensão básica de 0,5 MPa, especificada para garantir a estabilização da carga, é inadequada para grande parte das prensas automatizadas modernas, projetadas para o ensaio de concretos de alta resistência. São discutidos alguns aspectos da Norma e propostas alterações metodológicas. Procedimentos Recomendados pela Norma NBR 8522 (ABNT, 2008) Antes do ensaio propriamente dito, devem-se compatibilizar as bases de medida, através do seguintes procedimentos: ajustar o exemplar à prensa, ao qual deverão estar conectados medidores de deslocamento com leituras independentes na direção do eixo longitudinal, carregar o corpo de prova atéuma tensão de compressão de no máximo 20% da tensão prevista de ruptura, verificar as deformações registradas pelos medidores, se a diferença entre elas for superior que 20% da maior deformação lida, descarregar o exemplar e proceder ao ajuste mais correto de centragem do mesmo nos pratos da prensa, girando o exemplar , aplicar novamente a tensão e verificar as deformações e repetir esse procedimento até que a diferença entre as deformações lidas não seja superior do que 20% da m aior deformação, logo após a compatibilização, deve-se aplicar um carregamento crescente à velocidade de (0,45 ± 0,15) MPa,com pausas de 60s nas tensões indicadas. Determinação da curva tensão-deformação Ao se traçar um gráfico a partir dos dados de tensão aplicada com a correspondente deformação específica resultante, obtém-se curvas. Os patamares observados na curva são decorrentes do procedimento experimental determinado pela NBR 8522, que preconiza fazer as leituras de tensão e deformação em até 30s e somente após a tensão aplicada ter sido mantida constante por 60s. Os procedimentos de ensaio prescritos pela NBR 8522 permitem a determinação da curva tensão-deformação mesmo quando os equipamentos utilizados são de leitura analógica e manual, como é o caso de deslocamentos lidos a partir de um ou mais relógios comparadores (deflectores mecânicos). Tensão básica estabelecida para o ensaio A Norma estabelece uma tensão básica para o ensaio de 0,5 MPa. Este valor, em algumas situações, pode gerar erros na determinação do módulo de elasticidade. Em função da elevada resistência dos concretos atuais, as prensas modernas tendem a ter uma capacidade de carga elevada (na ordem de 200 tf o u m ais) e, como consequência, elevação no valor da carga mínima onde há precisão da leitura da força aplicada. Umidade dos corpos-de-prova É consensual na comunidade científica que a cura do concreto seja feita em um ambiente úmido para permitir a hidratação dos compostos do cimento e a redução da porosidade da pasta de cimento hidratada. Recomenda-se que uma umidade relativa de no mínimo 80% seja mantida para uma adequada hidratação do cimento. Se um concreto não é bem curado, especialmente em baixas idades, ele poderá sofrer perdas irreparáveis, a baixa umidade pode gerar microfissuras devido a retração por secagem do concreto, colocando em risco o desempenho do mesmo. Devido aos motivos expostos, a maioria das normas técnicas especifica que os corpos- de-prova de concreto sejam curados em ambiente saturado, e nesta mesma condição seja determinada a sua resistência a compressão. O efeito da umidade no módulo de elasticidade, entretanto, é controverso. Autores afirmam que concretos saturados apresentam um módulo de elasticidade estático maior que concretos secos, para um mesmo traço e processo de cura. Programa experimental adotando-se as alterações metodológicas propostas No programa experimental foi utilizado cimento CPV-ARI RS; agregado graúdo natural (AGN). Obtenção do Módulo de Elasticidade Tangente Inicial A norma estabelece uma tensão básica de 0,5 MPa, a partir da qual os corpos -de-prova são submetidos a tensões crescentes até 0,3 ƒc, permitindo o cálculo do Módulo de Elasticidade. Apresentação e Análises de Resultados Comportamento Elástico e Obtenção do Módulo por Regressão Com o intuito de verificar a influência dos patamares de carga, foi realizada uma simulação de valores tensão-deformação, caso o ensaio fosse realizado de maneira direta (sem patamares e/ ou paradas para leitura de deformações). Neste caso, o valor de módulo de elasticidade foi obtido através da inclinação de reta pela regressão por mínimos quadrados. Os resultados obtidos por regressão indicam que a execução do ensaio sem patamares e com controle da velocidade de aplicação da carga resulta em menor dispersão dos resultados. Conceitualmente, o módulo deixa de ser definido por apenas dois pares tensão-deformação e passa a ser definido pela totalidade de pares obtidos na faixa de tensões do ensaio, minimizando o efeito de variabilidade de medida em relação aos pares escolhidos e dando mais confiabilidade ao resultado. Curvas Tensão-Deformação Conclui-se que havendo disponibilidade de equipamentos de ensaio que permitam a aplicação de cargas a uma velocidade constante e a aquisição das cargas e das respectivas deformações de forma automatizada e com um grande número de leituras, o procedimento de ensaio indicado pela NBR 8522 resulta em deformações maiores do que as reais, e que esta diferença se acentua em maiores níveis de carregamento e em concretos com agregados reciclados. Ao se analisar o procedimento de ensaio para determinação do Módulo de Elasticidade Estático preconizado pela norma NBR 8522, pode-se intuir claramente que a metodologia prevista pela norma foi desenvolvida para uso em equipamentos de ensaio não instrumentados, com leitura manual de valores de carga e deslocamento. Nos ensaios realizados, observa-se que o procedimento de aquisição de dados através de sistema automatizado resulta em curvas mais rígidas em relação ao procedimento da norma, em prensas com elevada capacidade de carga verifica-se que a estabilização da tensão aplicada pela prensa a níveis tão baixos como 0,5 MPa pode gerariam precisão na medição, portanto propõe-se que um novo patamar de estabilização (em um valor superior a este) seja adotado. Considerando-se que neste trecho a curva apresenta comportamento linear, não há impedimentos para tal prática 4. CONCLUSÃO Com base em todas as informações estudas e os métodos utilizados, conseguimos encontrar novas maneiras de empregas as tecnologias para se obter o módulo de elasticidade de concretos. Quando análisamos o primeiro artigo, percebemos que quando utilizamos o método por acústica temos uma vantagem por ser um método que não tem a necessidade de destruir o concreto, podendo utilizar o mesmo corpo de prova várias vezes afim de determinar a durabilidade do concreto. Quando vemos os numeros e resultados que o ensaio por acústica no mostram, conseguimos perceber que os valores por elasticidade são bem próximos com o que a norma ABNT NBR 6118 recomenda para serem utilizados durante a fase de projeto. Sendo em média cerca de 20% superiores ao módulos elásticos iniciais descrito na ABNT. Em outro caso, quando realizamos o método por carga aplicada diratemente no corpo de prova, conseguimos perceber que o resultado é mais linear, ou seja, conseguimos um número maior de pontos que são obtidos através do método da norma da ABNT, pois é a pela norma que as medições são feitas em aplicação de cargas constantes, distorcendo as medidas a maior, tendo menos dados para serem analisados. Quando temos estabilização em patamares baixos como 0,5 Mpa, elevando a capacidade da prensa, acabando gerando imprecisão nas medidas. Conseguimos concluir então que em relação as praticas de obtenção da curva de tensão deformação seguindo as normas ABNT para obtenção do módulo de elasticidade, percebe-se vantagens em relações às novas metodologias propostas nos artigos, tanto em praticidade de obtenção das informações, como em refinamento dos resultados obtidos. REFERÊNCIAS DIÓGENES, H. J. F.; COSSOLINO L. C.; PEREIRA A. H. A.; EL DEBS, M. K.; EL DEBS, A. L. H. C. Determination of modulus of elasticity of concrete from the acoustic response. Ibracon Structures and Material Journal, São Paulo, v. 4, n. 5, p. 792-813, dec. 2011. GUJEL, D. A.; KAZMIERCZAK, C. S.; MASUERO, J. R. Stress-strain curve of concretes with recycled concreteaggregates: analysis of the NBR 8522 methodology. Ibracon Structures and Material Journal, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 547-567, june. 2017
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