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RESUMO - TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL

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TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL I 
Por Fauez Shafir 
 
Empresa: É a atividade econômica, organizada, exercida de forma profissional, para a 
produção ou circulação de bens ou serviços. 
 
Elementos: 
 
a) Atividade – conjunto de atos destinado a uma finalidade comum, que organiza os fatores de 
produção para produzir ou fazer circular bens ou serviços. É sinônimo de empresa. Empresa é 
a atividade. 
 
b) Profissionalidade – exercer uma atividade de forma profissional tem relação com a 
habitualidade. Ex.: Uma pessoa que distribui doces de São Cosme e Damião não pode ser 
considerada profissional do ramo de doces, pois o faz esporadicamente, ao contrário de uma 
pessoa que faz bolos para festas e vive disso. 
c) Economicidade – o empresário visa o lucro, afastando-se assim das atividades de mero 
gozo. A atividade empresarial pode até não ser lucrativa em determinados momentos, mas o 
empresário tem que almejar o lucro. 
d) Organicidade – é a colocação dos meios necessários, coordenados entre si, para a 
realização de determinado fim, que conjuga os quatro fatores de produção capitalista: mão de 
obra, insumos, capital e tecnologia ou Know-how. 
e) Finalidade – a empresa deve abranger a produção ou circulação de bens ou serviços para o 
mercado. Na produção, temos a transformação da matéria-prima, na circulação temos a 
intermediação na negociação de bens. 
Empresário: é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou serviços. O empresário é o sujeito de direito, ele possui 
personalidade. Pode ele tantos ser uma pessoa física, na condição de empresário individual, 
quanto uma pessoa jurídica, na condição de sociedade empresária. 
Tipos de empresários: 
a) Empresário Individual – quando uma pessoa resolve exercer atividade empresária sozinha, 
denomina-se empresário individual. O empresário individual possui responsabilidade 
ILIMITADA pelas obrigações contraídas na sua atividade empresária, ou seja, os bens 
pessoais do empresário individual respondem pelas dívidas oriundas da atividade empresária. 
b) EIRELI – em suma, a EIRELI no Brasil é uma pessoa jurídica criada como centro autônomo 
de direitos e obrigações para o exercício individual da atividade empresarial. Terá um único 
titular que terá responsabilidade limitada ao capital integralizado. 
c) Sociedade Empresária – são as organizações econômicas dotadas de personalidade 
jurídica e patrimônio próprio, constituídas, ordinariamente, por duas ou mais pessoas, que tem 
como objetivo a produção ou a troca de bens ou serviços com fins lucrativos. 
d) Empresário Rural – as atividades rurais voltadas para ao mercado são dotadas de um 
mínimo de organização, podendo ser enquadradas como empresa. Logo, os exercentes de tais 
atividades podem ser denominados empresários rurais. Podem ser sujeitar ao regime 
empresarial ou não, dependendo de uma opção do próprio empresário. 
Quem pode ser empresário: O Código Civil impõe dois requisitos cumulativos: 1) Pleno gozo 
da capacidade civil e, 2) Ausência de impedimentos. 
Impedidos de serem empresários (ou sócio majoritário ou administrador): 
 Servidores Públicos; 
 Magistrados 
 Membros do Ministério Público; 
 Militares da ativa; 
 Deputados e senadores, bem como vereadores e prefeitos. 
 Falidos 
 Auxiliares do comércio (leiloeiros, corretores, aduaneiros, etc.). 
O Incapaz: o incapaz não pode jamais iniciar uma atividade empresarial, mas pode continuar 
uma atividade que já vinha sendo exercida (ao tempo da incapacidade superveniente ou 
sucessão), desde que autorizado pelo juiz. A autorização para continuidade poderá ser 
revogada a qualquer momento, se o juiz julgar necessário. Vale ressaltar que os bens ( 
estranhos à empresa) que o incapaz possuía (ao tempo da interdição ou sucessão) não 
responderão pelos resultados da empresa. Além do mais deverá estar devidamente 
representado ou assistido. 
Não será considerado empresário: Quem exerce profissão: 
 Intelectual; 
 De natureza científica; 
 Literária e; 
 Artística. 
Ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento da empresa. Ou seja, se os elementos de empresa superarem a 
pessoalidade. 
Nome empresarial: tem a função de identificar o empresário perante o mercado consumidor e 
diferenciá-lo de seus concorrentes. O nome empresarial é um dos estabelecimentos de 
empresa. 
Espécies de nome empresarial: são espécies a Firma e a Denominação, Na Firma o objeto 
(ramo de atividade) é facultativo. Na Denominação o objeto (ramo de atividade) é elemento 
obrigatório. 
 
 Quem pode usar: Cada tipo de empresário deverá adotar uma espécie de nome empresarial, 
conforme disposição legal: 
a) Firma individual – Obrigatório ao empresário individual. 
b) Firma social – Obrigatório à Sociedade de Responsabilidade Ilimitada e a Sociedade de 
Responsabilidade Mista. E facultativo para a Sociedade de Responsabilidade Limitada, 
Comandita por ações e EIRELI. 
c) Denominação - Obrigatório para a Sociedade Anônima. E facultativo para a Sociedade de 
Responsabilidade Limitada, Comandita por ações e EIRELI. 
Para facilitar a absorção do tema, segue abaixo quadro esquemático: 
 
Elementos obrigatórios e/ou facultativo nos nomes: 
a) Firma individual: 
 Obrigatório: Nome Civil (completo ou abreviado); 
 Facultativo: O Objeto (ramo da atividade) e Títulos Pessoais (doutor, príncipe, etc.). 
b) Firma social: 
 Obrigatório: Nome Civil (completo ou abreviado); 
 Obrigatório: Elemento Pluralizador (Companhia ou Cia). Obs.: obrigatório se não forem 
utilizados o nome de todos os sócios componentes. 
 Obrigatório: Elemento Sacralizador (Ltda, Comandita por ações e EIRELI). Obs.: Usado 
para Soc. Limitadas, Com. por ações e EIRELI. Expressões que revelam que tipo de 
sociedade se trata. Obs.: Se não for colocado o elemento Sacralizador, aplicar-se-á o 
princípio da Sociedade Ilimitada para essas sociedades. 
 Facultativo: O Objeto (ramo da atividade). 
c) Denominação: 
 Obrigatório: O objeto (ramo de atividade); 
 Obrigatório: Elemento Sacralizador (S/A, Companhia ou Cia); 
 Facultativo: Elemento Ilustrativo (Ex.: modas, trenzinho da alegria). Obs.: Desde que não 
viole a lei e nem ao bom costume. 
Obs.: O Elemento Pluralizador na Firma Social, se torna em Elemento Sacralizador na 
Denominação. Não confundir. 
Obrigações do Empresário: 1) o Registro e a 2) Escrituração. 
Registro: dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das 
empresas. O registro, em regra, tem natureza declaratória, ou seja, ela só reconhece uma 
situação de fato. Ex.: Fulano é empresário. 
Local do registro: 
 Empresário Individual e Sociedade Empresária = RPEM – Registro Público de Empresas 
Mercantis (a cargo das Juntas Comerciais) 
 Sociedade Simples (não empresárias) = RCPJ – Registro Civil de Pessoas Jurídicas 
 EIRELI`s = no RPEM ou RCPJ 
Efeitos do Registro: Dependerá do momento em que foi feito: 
 Se os atos foram levados a registro dentro do prazo de 30 dias, o registro terá efeito “ex 
tunc”, ou seja, retroagirá à data da ocorrência dos atos. 
 Se os atos constituídos foram levados a registro após esse prazo de 30 dias, o efeito 
será “ex nunc”, ou seja, só produzirá efeitos “pro futuro”. 
Consequências do registro para as sociedades: Aquisição de personalidade jurídica, terá: 
 Nome próprio; 
 Sede e; 
 Autonomia patrimonial. 
Escrituração: busca-se a transparência doa detalhes da movimentação financeira do 
empresário, a solvência e insolvência da empresa, para dar segurança para aqueles as quais 
negociam. A leiimpõe como obrigação comum a todos os empresários, exceto: 
 Microempresários e 
 Empresários de pequeno porte. 
Espécies de livros: 
 
 Livros obrigatórios comuns: são aqueles comuns a todos os empresários, ele deve 
apresentar dia a dia as operações relativas ao exercício da empresa. O “Livro Diário” é o 
livro que retrata as atividades do empresário. 
 
 Livros obrigatórios especiais: são aqueles usados em virtude de alguma 
peculiaridade de sua atividade. Ex..: 
 
a) Livro de Registro de Duplicatas (usadas pelo empresário que emite esse título de 
crédito); 
b) Livro de Registro de ações (utilizados por sociedade por ações). 
 
 Livros Facultativos: são livros auxiliares, que servem de apoio à atividade empresarial. 
Como exemplos, podemos citar o “Livro Caixa” e o “Livro Conta Corrente”. 
Regularidade na escrituração: para que o livro apresente regularidade na sua escrituração é 
necessário que se observe alguns requisitos: 
a) Requisitos intrínsecos – Estudados pela Contabilidade. 
b) Requisitos extrínsecos – São requisitos relacionados com a segurança dos livros 
empresariais. Por exemplo, antes de serem usados, os livros devem ser levados ao Registro 
de Empresa par autenticação. 
Obs.: Os livros devem ser guardados até a prescrição das obrigações neles escriturados. 
Exibição dos livros: os livros empresariais são regidos pelo princípio do sigilo. Mas há duas 
formas de exibição: 
 Parcial – prestigia o princípio do sigilo e não prejudica a utilização do livro, já que a 
parte interessada a demanda judicial é extraída. 
 Total – acarreta retenção do livro em cartório durante o trâmite da ação. Não aplicação 
do principio do sigilo. São casos de exibição total: 
a) Sucessão; 
b) Administração ou gestão à conta de outrem; 
c) A comunhão (sociedades informais) ou sociedade e; 
d) Falência. 
Força probante dos livros: os livros comerciais tem eficácia probatória: 
 a favor do empresário – desde que os livros estejam regularmente escriturados, sem 
vícios intrínsecos e/ou extrínsecos, e sejam acompanhados de outros subsídios 
probantes, ex.: testemunha. 
 contra o empresário – os assentos constantes dos seus livros fazem prova plena, 
desde que atendido os requisitos legais, ainda que o lançamento advenha de seu 
preposto e mesmo que seja irregular a escrituração. 
Estabelecimento comercial: conjunto de bens que o empresário ou sociedade empresária 
organiza e direciona para o exercício da empresa. É objeto de direitos, e por isso mesmo 
pode ser negociado. 
Natureza jurídica do estabelecimento comercial: sabendo que ele é um conjunto de bens, 
podemos dizer que sua natureza jurídica é ser uma “Universalidade de fato” (por vontade 
individual). O empresário tem liberdade para reduzir, aumentar o estabelecimento ou alterar o 
seu destino, uma vez que a unidade não decorre da lei. Esses bens podem ser materiais ou 
imateriais, móveis ou imóveis. 
 Materiais – bens corpóreos (mobiliário, equipamentos, maquinarias, etc.); 
 Imateriais – bens incorpóreos (propriedade industrial, ponto empresarial, Dir. autorais, 
etc.). 
 Propriedade Industrial: * Patente 
* Marca (diferenciar os produtos) 
* Desenhos Industriais (Design). 
Obs¹: Os imóveis podem e, normalmente, são utilizados pelo empresário para o exercício da 
atividade econômica, desempenhando papel determinante em muitos casos. Desse modo, não 
há como negar a inclusão do imóvel como elemento do estabelecimento, desde que se trate de 
um bem de propriedade do empresário. Nos casos de locação ou outros usos do imóvel, este 
não integra o estabelecimento, mas apenas o direito de uso sobre aquele imóvel. 
Obs²: A venda do estabelecimento é denominada “Trespasse”. 
Neste momento é importante frisar a diferença conceitual entre empresário, empresa e 
estabelecimento: 
 
 
Ponto empresarial: é o local qualificado, onde a empresa é exercida pela reputação negocial 
construída ao longo do tempo. O ‘Ponto Empresarial’ não se confunde com ‘Estabelecimento 
Empresarial’. O Ponto Empresarial faz parte do estabelecimento empresarial, porém o Ponto 
Comercial só se caracteriza pelo tempo, quando se constitui e firma sua reputação e forma seu 
sobrevalor. 
Obs.: O Ponto Empresarial está diretamente relacionado ao imóvel, mas não se confunde com 
ele, o Ponto Empresarial é um elemento incorpóreo do estabelecimento que pertence ao 
empresário. 
Instrumento de defesa do Ponto Comercial: 
 Imóvel do empresário – a proteção do ponto decorre da própria proteção da 
propriedade do imóvel. (Direitos Reais). 
 
 Imóvel alugado – nos casos de locação do imóvel, o ponto empresarial é protegido 
como um elemento integrante do estabelecimento, assegurando-se ao empresário o 
direito de renovação da locação, atendidas determinadas hipóteses legais, e a 
indenização no caso de não renovação. 
 Ação renovatória = Move-se uma ‘Ação renovatória’ quando o locador não quer renovar 
o aluguel, assim se obtém a ‘Renovação Compulsória’. Baseia-se também na “Função 
social da empresa”. Quando o locador não quer renovar sem justo motivo. 
Requisitos para haver a renovação: Garante-se ao empresário o direito de renovação desde 
que: 
a) o contrato de locação tenha sido celebrado por escrito e tenha prazo determinado; 
b) o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos 
seja de 5 (cinco) anos. 
c) o locatário esteja explorando a mesma atividade nos últimos 3 (três) anos 
ininterruptamente. 
Exceção de retomada para evitar a renovação compulsória: Todavia, essa proteção acima 
descrita não pode representar uma violação ao direito constitucional de propriedade do locador, 
que poderá opor a chama ‘exceção de retomada’, desde que devidamente justificável, quais 
sejam: 
a) quando o locador resolver retomar o imóvel para uso próprio. Obs.: Nesse caso, o 
imóvel não poderá ser usado para o mesmo ramo do locatário, sob pena de ter de 
indenizar pela usurpação do ponto. 
b) se pode evitar a renovação se houver proposta de terceiro para locações em condições 
melhores (melhor proposta de terceiro). Neste caso, a proposta não pode ser para 
atuação no mesmo ramo do locatário, e este tem o direito de igualar a proposta para 
obter a renovação. Obs.: Indenização pela perda do ponto, sempre devida. 
Obs.: Protege-se o ponto empresarial, assegurando ao locatário uma indenização pelos 
prejuízos decorrentes da mudança de lugar, se for negada a renovação em função da proposta 
de terceiros e, se no prazo de três meses, o locador não iniciar as obrar, ou não der o destino 
prometido ao imóvel. Essa indenização deve abranger o ‘dano emergente’ e os ‘lucros 
cessantes’ decorrentes da mudança, da perda do local e da desvalorização do 
estabelecimento. 
 
Clientela: conjunto de pessoas que, de fato, mantêm com a casa de comércio relações 
contínua para aquisição de bens ou serviços. A clientela é uma situação de fato, fruto da 
melhor organização do estabelecimento, à qual se atribui um valor econômico, muitas vezes 
relevante, que é protegido indiretamente pela lei. 
Obs: Não há que se falar em ‘cessão de clientela’, o que ocorre na verdade são ‘créditos 
contratuais’. Esse contrato se operacionaliza pela ‘cessão de contratos’, pela ‘cessão do 
estabelecimento’, ou ao menos a transferência do fator preponderante ao qual se liga a 
freguesia, e pela assunção de obrigação de fazer e não fazer pelo cedente da clientela. O que 
há é uma série de atos combinados, cujo objetivo é possibilitar que os clientes do cedente 
passem a negociar com o cessionário. 
Aviamento: o estabelecimento, enquanto direcionado para o exercício da atividade 
empresarial, possui um sobrevalor emrelação à soma dos valores individuais dos bens que o 
compõem (bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos), relacionando a uma expectativa 
de lucros futuros, a sua capacidade de trazer proveitos. Vários fatores podem ser levados em 
conta para definir o aviamento de determinado fundo de comércio: localização da sede do 
estabelecimento, clientela, tempo de mercado, produtos e serviços comercializados, marcas, 
nome empresarial etc. Todos esses fatores conjugados têm uma capacidade de gerar lucros, e 
esta aptidão deve ser levada em consideração no momento de fixar o valor do 
estabelecimento. Essa mais-valia do conjunto é que se denomina Aviamento. 
Obs¹: O aviamento é o sobrevalor que resulta da soma do valor organizacional acrescido aos 
bens que compõem o estabelecimento. 
Obs²: Obviamente não há como alienar o sobrevalor, que está atrelado ao ponto. O aviamento 
não faz parte do estabelecimento, é apenas um atributo. 
 
Contrato de alienação do estabelecimento: Tratando-se de uma universalidade de fato, é 
certo que o estabelecimento pode ser alienado como um todo, como uma coisa coletiva – é o 
que recebe na doutrina a denominação de Trespasse. Nessa negociação, transfere-se o 
conjunto de bens e seus nexos organizativos e, por conseguinte, o aviamento. No trespasse há 
uma alteração do titular do estabelecimento. 
Forma: A princípio, a eficácia desse negócio jurídico independe da anuência dos credores do 
alienante. Porém, se não lhe restarem bens suficientes para solver seu passivo, a eficácia da 
alienação do estabelecimento dependerá do pagamento de todos os credores ou do 
consentimento destes, de modo expresso ou tácito. O credor que não consente com o 
Trespasse, este (o trespasse) não produz efeitos perante aquele credor que não autorizou. 
 
Responsabilidade pelos débitos: No contrato de trespasse os débitos são transferidos ao 
empresário adquirente. Sendo os débitos (que não é somente financeiro) ligados ao patrimônio 
transferido. Em relação ao adquirente, este responderá pelas dívidas anteriores à 
transferência, desde que regularmente contabilizadas. 
Exceções: * Débitos trabalhistas e * Débitos tributários. Obs: São exceções que primam que a 
transferência do débito ocorra mesmo não estando contabilizados. 
Já o alienante, responderá solidariamente com o adquirente pelo prazo de um ano, pelas 
dívidas vencidas e vincendas, variando o termo inicial de contagem do prazo em virtude da 
data de vencimento. 
 
Os Contratos: Se os créditos e os débitos são transferidos para o empresário adquirente, o 
contrato, obviamente, também é transferido. Sub-rogação do empresário adquirente nos 
contratos do empresário alienante. Quando o empresário adquirente se sub-roga no lugar do 
empresário alienante, ele assume o contrato como ele está, sem alteração, com seus vícios ou 
não, garantias ou não e com seus prazos. 
 
Ressalvas: 
 Conforme o art. 1.148 do CC, “salvo estipulação em contrário, a transferência (do 
estabelecimento) importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para 
exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal (contratos 
personalíssimos) [...]”. Da leitura desse dispositivo depreende-se que os contratos de 
natureza pessoal, como o contrato de locação, por exemplo, não são automaticamente 
transferidos para o adquirente do estabelecimento, dependendo da anuência da parte 
interessada, como do locador do imóvel, por exemplo. 
 
 O terceiro contratante possui “justa causa” para não se obrigar com o empresário 
adquirente. Os terceiros poderão rescindir o contrato nos 90 dias seguintes à publicação 
do trespasse, desde que haja justa causa para tal rescisão. Obs: Em tais casos, há um 
inadimplemento por parte do alienante do estabelecimento, que consequentemente deve 
ser responsabilizado pelos danos decorrentes. Se ao transferir o contrato o alienante 
acabou dando causa à rescisão do mesmo, ele deve responder pelos prejuízos 
causados ao empresário adquirente. 
 
Eficácia perante terceiros: para ter eficácia perante terceiros = forma escrita + averbação na 
Junta comercial + publicação na imprensa oficial. Tudo isso para ter publicidade ao trespasse. 
Se o devedor continuar pagando ao empresário alienante? Neste caso o devedor deverá 
pagar de novo, agora pagará ao empresário adquirente. Obs: Se o devedor provar que errou 
“de boa-fé”, estará exonerado de pagar novamente. 
Cláusula de não restabelecimento: Cláusula que impede (proíbe) o empresário alienante de 
voltar a atuar no mesmo ramo de atividade. Por isso, o caput do art. 1.147 do CC veda que o 
alienante faça concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos, caso o contrato seja omisso 
em relação a este ponto. Porém, é lícito às partes pactuar de forma diversa, desde que de 
forma expressa (previsto no contrato), inclusive renunciando ou reduzindo o prazo protetivo. 
Caso haja violação do dever de não restabelecimento por parte do alienante, estaremos diante 
da prática de concorrência desleal, que impõe o dever de reparar os danos causados ao 
adquirente do fundo empresarial. 
 
Propriedade Industrial: Propriedade intelectual é gênero, que tem como espécies a 
propriedade industrial (do direito empresarial, a qual protege a técnica e cujo registro é 
constitutivo da proteção) e os direitos autorais (do direito civil, os quais protegem a obra em si e 
cujo registro é declaratório). Haverá Propriedade Industrial toda vez que um bem econômico 
imaterial for objeto potencial de propriedade e passível de apropriação por terceiros, tão logo 
seja colocado no mercado. 
Proteção: Propriedade industrial é assunto atinente ao direito empresarial, regulamentado 
pela Lei nº 9.279/1996 (LPI – Lei de propriedade Industrial). A finalidade da lei, portanto, é a 
de garantir a exclusividade da exploração da propriedade industrial, possibilitando ao 
inventor produzir a invenção sozinho, garantindo alta produtividade, ou licenciar o uso, 
permitindo que outras empresas o produzam. Através da licença de uso o inventor garante o 
recebimento de uma remuneração, chamada de royalties. 
Os bens protegidos pela Lei de Propriedade Industrial são os seguintes: invenção, modelo de 
utilidade, desenho industrial e marca. 
 Invenção: criações intelectuais que antes era desconhecido pelos experts da área, com 
aplicação industrial, voltadas a resolver problemas práticos da sociedade. 
 
 Modelo de utilidade: tem o mesmo conceito de invenção, a diferença está no grau de 
originalidade. Faz a mesma coisa que a invenção anterior, porém de uma forma original 
e inovadora para melhorá-la. 
 
 Desenho Industrial: conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a 
um produto, gerando um resultado visual novo e original na sua configuração externa e 
que possa ser fabricado industrialmente. 
 
 Marca: Definição legal: Sinais visualmente perceptíveis, não compreendidos nas 
proibições legais (art. 122 – Lei 9.279/96). Definição doutrinária: São sinais cuja 
função é identificar e distinguir produtos e serviços de outros do mesmo gênero. Existem 
três espécies de marcas: 
 
a) Marca de produto ou serviço: usada para distinguir diretamente produto ou 
serviço de outro idêntico, semelhante ou afim. (Exemplos: Coca-Cola, Suzuki, 
Skol, CCAA, Mc donald´s). 
 
 
 
b) Marca de certificação: usada para atestar (certificar) a conformidade de um 
produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, 
notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia 
empregada. (Exemplos: Pró-espuma, ABIC, INMETRO). 
c) Marca coletiva: usada para identificar produtos ou serviços fornecidos por 
membros de uma determinada entidade.(Exemplos: Associação dos 
Cafeicultores da Região de Ribeirão Preto, Associação de vinicultores de São 
Bento do Sul). 
Obs.: Pelas definições de desenho industrial e marca, nota-se que ambos precisam ser 
visualmente perceptíveis. Ou seja, só sinais perceptíveis pela visão humana. Exemplos: 
Figura, Palavra, Letra, etc. 
 
 
Formas de proteção: 
 Patente: * Invenções e * Modelos de utilidade 
 Registro: * Desenhos Industriais e * Marcas 
A proteção por patente está sujeita a um exame prévio muito rigoroso, com observância 
de requisitos determinados na própria lei. Os direitos garantidos por esta modalidade tem alto 
grau técnico empregado em sua criação, o que justifica maior atenção do órgão responsável 
pela concessão do direito de uso exclusivo. Já a proteção por registro apesar de também 
estar sujeita a um exame prévio, este tem cunho superficial (meramente visual) sendo a 
proteção garantida logo após o pedido, com a publicação pelo INPI (Instituto Nacional de 
Propriedade Industrial). 
 
Quem concede o direito de exploração exclusiva é o Estado, através de uma de suas 
autarquias, o INPI. Esse direito à exploração só surge a partir do momento da concessão, e 
não do depósito (pedido). 
Patente: É o reconhecimento de um direito de propriedade a uma pessoa que confere 
exclusividade de exploração do seu objeto, durante um determinado período, em todo o 
território nacional. 
Para patentear um objeto é necessário atender a três requisitos: 
 Novidade: A lei diz que “a invenção e o modelo de utilidade serão considerados novos 
quando não compreendidos no estado da técnica”. Mas o que isso quer dizer? Significa 
que tem que ser uma criação nova naquele campo de atuação, que o método de criação 
não pode ser conhecido, ordinário, já utilizado. Observa-se que não está atrelado ao 
resultado, para que aquilo faz, mas sim como aquilo faz. 
 
 Atividade Inventiva: A criação deve decorrer de uma efetiva prática inventiva humana. 
Meras descobertas (≠ invenção) não são patenteáveis. Não se confunde com algo que 
já está na natureza, por exemplo, se você encontra um ‘princípio ativo’ de uma planta na 
floresta, diferente de qualquer outra já vista, isso constitui uma invenção? Não, é uma 
mera descoberta. Obs: Não confundir com o desenvolvimento químico, através de 
elementos da natureza. Exemplo, princípio ativo de uma planta com propriedades 
analgésicas que associada a outros elementos químicos para criar um remédio 
(desenvolvimento químico). 
 
 Aplicação Industrial: É preciso que a criação seja reproduzível em escala industrial. 
Vigência: Os direitos de uso exclusivo têm cunho patrimonial e não vigoram eternamente. A 
patente tem prazo de duração determinado, sendo de 20 anos para a invenção e 15 para o 
modelo de utilidade, contados do depósito (pedido) de patente (data em que o pedido foi 
protocolado no INPI). Contudo, o prazo de duração do direito industrial não poderá ser inferior 
a 10 anos, para as invenções, ou 7 anos, para os modelos de utilidade, contados da 
concessão da patente. 
 
Obs.: Atendidas estas regras, não haverá prorrogação, em nenhuma hipótese, do prazo de 
duração da patente. 
Titularidade: Presume-se titular aquele que efetuou o depósito da patente no INPI, não 
cabendo ao INPI questionar a autoria da criação. O primeiro a depositar é que terá os direitos 
sobre a patente. 
Obs.: Não é uma presunção absoluta, mas sim, relativa. Caso quem primeiro apresentou a 
criação não for o verdadeiro dono, aquele que verdadeiramente a criou pode exigir a autoria 
provando que o depositante usurpou a ideia no INPI, sendo o judiciário um caminho alternativo. 
Ocorre que dificilmente o inventor trabalha sozinho, sendo extremamente frequente o concurso 
de colaboradores, sejam eles empregados ou prestadores de serviços autônomos, que serão 
tratados em conjunto. Nesses casos, pode ocorrer que a invenção seja desenvolvida 
primordialmente pelo colaborador, empregado ou prestador de serviços. Diante dessa situação, 
surge a indagação: quem é o titular da patente? 
 Criações feitas por encomenda remunerada, a patente será do contratante 
(empregador). Neste caso a patente não recai sobre quem criou, mas sim sobre aquele 
que financiou o projeto. Obs.: Incide essa regra se não houver algum acordo prévio 
estipulando em contrário. 
 Criações feitas por empregado fora do horário e estrutura do trabalho, a patente 
será dele, o empregado. 
 Criações feitas por empregado sem relação com o contrato de trabalho, mas no 
horário do trabalho ou com a estrutura, materiais do empregador, a patente será 
divida (1/2 empregado e ½ empregador). 
Obs.: Se o empregado se demite e espera alguns meses para registrar sua patente, 
mesmo assim presume-se feitas na vigência do contrato de trabalho. Criações levadas ao 
INPI em até 1 ano do fim do contrato de trabalho. 
Licença compulsória: Em princípio, cabe ao titular da patente aferir a conveniência e 
oportunidade de conceder uma autorização ou licença para que terceiro use sua patente. 
Contudo, pode haver situações em que o titular será obrigado a licenciar terceiros na 
exploração da invenção ou do modelo de utilidade correspondente. São os casos de 
concessão de licença compulsória por abuso de direito, nos termos do art. 68, ou pelo 
interesse público e emergencial nacional, nos termos dos art. 71, ou ainda nas demais 
hipóteses expressas no art. 70, todos da Lei nº. 9.279/96. Evidentemente, os licenciados 
deverão remunerar o titular da patente, uma vez que esta não possui propósito punitivo, mas 
apenas de correção de eventuais disfunções geradas pela exclusividade. 
a) abuso de direito: Se passados 3 anos da concessão da patente, o seu titular não a explorar 
de modo satisfatório, subutilizá-la (utilizar abaixo de sua capacidade) ou cometer abuso do 
poder econômico, o Estado poderá determinar licença compulsória. 
b) Interesse público ou emergência nacional: Obs.: Tem caráter temporário. E o governo 
não pode escolher quem será o licenciado, nunca é restrita. É permitido licenciar todos os 
produtores aptos e devidamente credenciados. 
Obs.: A licença compulsória só será feita se não houver uma justa justificativa. 
Registro: Os desenhos industriais e marcas são protegidos através do Registro no INPI, 
para fins de concessão do direito de exploração exclusiva. O registro industrial é ato 
administrativo de natureza constitutiva, assim, o direito de utilização exclusiva não nasce da 
anterioridade em sua utilização, mas da anterioridade do registro. 
Vigência: O registro também tem prazo estabelecido na LPI que estabeleceu 10 (dez) anos 
para o desenho Industrial e para a marca, sendo que o marco inicial é a concessão pelo 
INPI. 
Obs.: Diferentemente da patente, o registro é passível de prorrogação. 
A lei permite a prorrogação do desenho industrial por até 03 (três) vezes, garantidos 05 
(cinco) anos de prorrogação a cada vez. Acabada a terceira prorrogação, o bem cai em 
domínio público. Já o pedido de prorrogação de uso da marca é ilimitado, sendo concedida 
sempre por igual período. Ou seja, a cada 10 (dez) anos. 
 
Marca: Além de ter que respeitar a veracidade, pois a marca não pode induzir o consumidor 
a erro quanto à sua origem, qualidade, deve-se observar as proibições legais do art. 124 da 
LPI (sinais não registráveis como marca). Sendo assim, podemos dizer que a marca lícita é 
aquela que não incidiu nos impedimentos deste artigo e que não viola a ordem pública, bons 
costumes e a moral. 
 Princípio da especialidade: As mesmas marcas ou parecidas podem ser usadas 
concomitantemente em outros ramos de atuação. Porém há exceção: 
 Marcas de alto renome: uma vez registrada noBrasil são protegidas em todos 
os ramos. Duração: 5 anos. 
 Marcas notórias (ou notoriamente conhecidas): marcas que, mesmo não 
registradas no Brasil, por serem muito famosas no seu ramo são protegidas 
juridicamente. Serve para marcas parecidas na pronuncia. 
Obs.: Só se pode registrar uma marca se se atua no ramo, tem que exercer a empresa, 
lembrando que a marca tem que estar disponível e não pode ser marcas notórias. 
 
Direito societário 
Sociedade: De acordo com o Código Civil, in verbis, “celebram contrato de sociedade as 
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício 
de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados” (art. 981). 
Elementos: Pode-se destacar na formulação de qualquer conceito de sociedade alguns 
elementos, quais sejam: 
 A existência de duas ou mais pessoas; 
 Reunião de capital e trabalho (fatores de produção); 
 Atividade econômica (≠ atividades de mero gozo); 
 Fins comuns e; 
 Partilha de resultados. 
Requisitos gerais de validade: devem estar presentes necessariamente, 
 Consenso; 
 Objeto lícito e; 
 Forma prescrita ou não defesa em lei. 
 Consenso: Seja um contrato ou não, é certo que a constituição da sociedade pressupõe 
um ato de vontade que deve ser livremente manifestada por quem seja capaz para tanto 
diretamente, ou por meio dos representantes dos incapazes, quando permitida a 
participação deles. Todos os sócios devem manifestar a vontade de ingressar na 
sociedade e essa vontade deve ser isenta de vícios. Esse consentimento pode ser 
expresso ou implícito, mas deve ser exteriorizado de alguma forma. 
 Objeto lícito: É o conjunto de atos que a sociedade se propõe a praticar. Tal objeto 
deve ser explicitado no ato constitutivo da sociedade de forma clara e determinado, 
devendo tratar-se de uma atividade econômica idônea, vale dizer, objeto possível, lícito 
e determinado, sob a pena de ser obstado o arquivamento do ato constitutivo. 
 Forma: Podemos afirmar que a forma das sociedades comerciais é livre, sendo imposta 
a forma escrita tão somente para o gozo de certas vantagens. Portanto, a constituição 
de uma sociedade pode decorrer de um acordo expresso ou tácito, verbal ou escrito, 
desde que presentes os elementos específicos da configuração de uma sociedade. 
 
Requisitos específicos: nas sociedades devem estar presentes elementos específicos, que 
darão o tom societário ao ato jurídico. 
 Pluralidade de sócios; 
 Contribuição para o capital social; 
 Participação nos lucros e nas perdas e; 
 Affectio societatis. 
 Pluralidade de sócios: Do próprio conceito de sociedade pode-se extrair a necessidade 
de pelo menos duas partes, uma vez que é contraditório ser sócio de si mesmo. Assim, 
prevalece como regra geral a obrigatoriedade da existência de pelo menos dois sócios 
para a configuração de uma sociedade, em oposição ao empresário individual que 
exerce a atividade sozinha. Há, porém, algumas exceções, senão vejamos: 
a) Sociedade subsidiária integral (art. 251, LSA) — É uma espécie de sociedade 
anônima que só tem um acionista, que tem que ser pessoa jurídica e nacional. A 
unipessoalidade é originária e permanente. 
b) Empresa pública (art. 37, XIX, CFRB) — É uma espécie de sociedade que só 
conta com um único sócio, qual seja, o ente federativo que o criou por lei (União, 
Estado ou Município). Sua unipessoalidade é originária e permanente. 
c) Art. 1.033, IV, CC — Quando faltar pluralidade de sócios, a sociedade poderá 
subsistir por até 180 dias. Nesse caso a falta de pluralidade é superveniente e, 
portanto transitória. 
 Contribuição para o capital social: As sociedades existem para o exercício de uma 
atividade econômica e, por isso, necessitam de um patrimônio inicial, que será composto 
pelas contribuições dos sócios. Tal fundo inicial é o chamado capital social, para o qual 
todos os sócios devem contribuir. A existência de tal fundo é pressuposto necessário de 
qualquer tipo de sociedade, na medida em que representa o patrimônio inicial da 
sociedade, indispensável para o exercício da atividade comum e para dar aos terceiros, 
potenciais contratantes ou credores da sociedade, a necessária confiança. 
 Participação nos lucros e nas perdas: Destinando-se à produção do lucro, nada mais 
lógico que a divisão desse lucro entre todos os membros. Tal divisão não precisa ser 
igualitária, pode e normalmente é feita de forma desigual, (competindo ao ato 
constitutivo determinar a forma de tal divisão, e, em caso de silêncio, tal distribuição será 
feita de forma proporcional à participação no capital social), mas deve abranger todos os 
sócios, vale dizer, não pode ser feita apenas em benefício de alguns. 
Em contrapartida à participação nos lucros, todos os sócios devem participar também 
nas perdas, expressão essa a ser entendida com atenção. A participação nas perdas 
não significa que o sócio seja obrigado diante de um prejuízo a desembolsar novas 
quantias, mas significa tão somente que pelo menos a sua contribuição para o fundo 
social deve entrar para cobrir as perdas, vale dizer, todos os sócios devem assumir os 
riscos inerentes à atividade comercial, podendo perder ao menos sua contribuição. A 
participação nas perdas pode ser limitada. 
Obs.: A responsabilização deles (sócios) ocorre de forma subsidiária, ou seja, os 
credores precisam executar os bens da sociedade antes de perseguir os bens dos 
sócios. 
 Affectio societatis: a vontade de cooperação ativa dos sócios, a vontade de atingir um 
fim comum. Não se trata do simples consenso comum aos contratos em geral, mas de 
uma manifestação expressa de vontade no sentido do ingresso na sociedade e na 
consecução de um fim comum, é necessário que o resultado seja perseguido 
conjuntamente. 
 
Das sociedades: O código Civil de 2002 regula sete tipos societários, são eles: 
1) Sociedade simples; 
2) Sociedade em conta de participação; 
3) Sociedade em nome coletivo; 
4) Sociedade em comandita simples; 
5) Sociedade anônima, 
6) Sociedade limitada e; 
7) Sociedade cooperativa. 
Obs.: Embora o CC/02 mencione a sociedade anônima e a sociedade em comandita por 
ações, estes tipos societários são regidos pela lei 6.404/76, aplicando-se o Código Civil 
somente quando a lei especial for omissa. A mesma ideia se aplica às sociedades 
cooperativas, que também contam com legislação especial, a saber, a lei 5.764/71. 
 
Classificação das sociedades: 
Critérios: 
1) Personalidade Jurídica: 
 Sociedades personificadas: Possui personalidade jurídica. 
 Sociedades despersonificadas: Não possui personalidade jurídica. 
 
2) Objeto: 
 Sociedades empresárias 
 Sociedades simples (Objeto não empresarial, regido pelo Código Civil). 
 
3) Responsabilidade dos sócios: 
 Sociedade de responsabilidade ilimitada 
 Sociedade de responsabilidade limitada: Ltda e S/A. 
 
Sociedades não personificadas: 
 
 Não são registradas 
 Não há separação patrimonial 
 Eficácia entre sócios (natureza contratual) 
 
 Sociedade em comum: são aquelas que não tiveram seus atos constitutivos levados ao 
registro, conforme preceitua o art. 986, CC. 
Se não tiveram os atos constitutivos registrados não adquiriram personalidade jurídica; se 
não tem personalidade jurídica, esta sociedade não tem autonomia patrimonial, ou seja, 
não tem patrimônio próprio. Daí dizer-se que os bens e dívidas sociais constituem um 
patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. É como se tudo fosse de 
todos. Todos os bens são de todos os sócios. Todas as dívidas também, pois na 
sociedade em comum os sócios terão responsabilidade ilimitada. E somenteos sócios 
podem administrar. 
Essa responsabilidade ilimitada é subsidiária, cabendo aplicação do benefício de ordem. 
Primeiro serão executados os bens afetados à atividade empresarial; se não forem 
suficientes, serão executados os bens particulares dos sócios. Apenas o sócio que 
contratou em nome da sociedade em comum não fará jus ao benefício de ordem, ou 
seja, não pode exigir que primeiro sejam executados os bens relacionados com a empresa. 
 
 Sociedade em conta de participação: Nesta modalidade social temos dois tipos de 
sócios: 
a) Sócio ostensivo e; 
b) Sócio participante ou oculto. 
1) O sócio ostensivo é aquele que desempenha toda a atividade empresarial, pois 
conhece a expertise do ramo. É ele quem contrata com fornecedores, empregados, 
quem fiscaliza a execução da empresa etc. 
2) Já o sócio participante, é também chamado de sócio oculto porque não aparece. É 
um mero investidor, entra na sociedade com o capital. Não se obriga perante 
terceiros. Se intervier nessas relações passará a ter responsabilidade solidária com o 
sócio ostensivo (somente nas relações nas quais intervier). 
 
 
 
 
 
 
Sociedades personificadas 
 
 A pessoa jurídica começa com o registro: 
a) Junta Comercial 
b) Cartório (Sociedade simples). 
 Há a separação patrimonial 
 
 Há dois modelos: 
1) Primeiro: 
 Não limitam a responsabilidade dos sócios 
 Responsabilidade subsidiária (primeiro eu esgoto a possibilidade da 
Pessoa Jurídica e só após, se o patrimônio desta não for suficiente, volta-
se contra o patrimônio dos sócios). A este fenômeno dá-se o nome de 
benefício da ordem. 
 São as Sociedades em nome coletivo, Sociedade simples e Sociedade 
em comandita. 
2) Segundo: 
 Limitam a responsabilidade dos sócios 
Obs.: A limitação dos sócios, quando aplicada, é até o valor do capital não 
integralizado. (Integralizado = valor da quota devidamente pago à 
sociedade) 
 Exceção à limitação quando é mal usado, ou seja, fere os princípios da 
Boa-fé e o da Função social. 
 São as Sociedades limitadas, sociedades anônimas. 
 
Obs.: Algumas sociedades podem ter responsabilidade limitada e ilimitada, em sua 
característica e função específica, quais sejam: 
a) Sociedade em comandita 
b) Sociedade cooperativa 
O caso da Comandita: 
 Comandita por ações: não há limite para a alienação das ações, é livre. 
 Comandita simples (quota): pode haver regras para a alienação de quotas, prevista no 
contrato. 
a) Comanditado: é aquele que administra, só pode ser pessoa física e tem 
responsabilidade ilimitada. 
b) Comanditário: é aquele que não pode administrar, podem ser pessoas 
físicas ou jurídicas, com responsabilidade limitada.

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