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df IUS RESUMOS Lei de introdução às normas do direito brasileiro- parte 1 Organizado por: Samille Lima Alves IUS RESUMOS I. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO .............................................. 3 1. Aspectos Gerais da LINDB ................................................................................................................ 3 1.1 Conceito ........................................................................................................................................... 4 1.2 Funções da LINDB......................................................................................................................... 4 2. Fontes do Direito ................................................................................................................................. 4 3. Lei .............................................................................................................................................................. 6 3.1 Conceito e características .......................................................................................................... 6 3.2 Classificação das leis .................................................................................................................... 7 4. Vigência das normas ....................................................................................................................... 11 5. Revogação das normas .................................................................................................................. 13 6. Obrigatoriedade das normas ....................................................................................................... 15 7. Referências .......................................................................................................................................... 16 SUMÁRIO LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [3] Estudaremos adiante a primeira parte da Lei de introdução às normas do direito brasileiro (LINDB), tratada no Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Até 2010 era chamada de Lei de Introdução ao Código Civil, porém, nunca esteve intrinsecamente ligada ao direito civil, mas tratava (e ainda trata) de matéria aplicada a todos os ramos jurídicos. Nessa primeira parte falaremos dos aspectos gerais da LINDB, conceito, características, sobre as fontes do direito, caracterizaremos a lei, sobre vigência, revogação e obrigatoriedade da lei. Bons estudos! Samille Lima Alves Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 1. Aspectos Gerais da LINDB São características da LINDB1: Promulgada juntamente com o Código Civil pelo Decreto-Lei n. 4.657 de 4-9-1942 Tem status de lei ordinária Até a publicação da Lei nº 12.376/2010, era denominada de Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Aspectos gerais da LINDB Criada sob Influência do direito francês Estabelecer parâmetros gerais para a elaboração, a vigência e a eficácia das leis, além da interpretação, integração e aplicação das próprias normas legais, genericamente compreendidas Visão Origem e história Natureza Norma autônoma e independente - não faz parte do Código Civil LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 IUS RESUMOS Contém normas que regem os direitos público, privado e internacional Aplica-se a todos os ramos do Direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legislação Contém normas de sobredireito ou de apoio e tem a lei como tema principal É um manual sobre como devem ser elaboradas as leis Características Composta por 19 artigos 1.1 Conceito A LINDB por ser definida como2: Carlos Roberto Gonçalves: É um conjunto de normas sobre as normas, visto que disciplina as próprias normas jurídicas, determinando o seu modo de aplicação e entendimento, no tempo e no espaço Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: Trata-se de uma regra de superdireito, aplicável a todos os ramos do ordenamento jurídico brasileiro, seja público ou privado Maria Helena Diniz: É uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas, constituindo um direito sobre direito, um superdireito, ou melhor, um direito coordenador de direito Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: Um conjunto de normas preliminares de aplicação universal, à totalidade do ordenamento jurídico Conceito da LINDB 1.2 Funções da LINDB O legislador definiu as funções da LINDB nos seis primeiros artigos, que são: Regular a vigência e a eficácia das normas jurídicas Estabelecer mecanismos de integração de normas Garantir a segurança e a estabilidade do ordenamento Fornecer critérios de hermenêutica Regulamentar o direito intertemporal e o direito internacional privado no Brasil Determina o início da obrigatoriedade da lei 2. Fontes do Direito As fontes do direito são caracterizadas e classificadas da seguinte forma: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [5] Fontes do Direito Refere-se a origem primária do direito, são os fatores determinam o surgimento da norma ou também o fundamento de validade da ordem jurídica. São, ainda, instâncias de manifestação normativa Conceito Fonte formal Forma de manifestação ou exteriorização da norma jurídica – é o direito objetivo vigente Fonte direta, primária ou imediata A fonte primacial para composição da norma jurídica Fonte indireta, secundária ou mediata Contribuem de forma suplementar para a formação da norma Fonte material A matéria-prima para formação da norma, advinda da sociedade, da natureza Fonte histórica Documentos jurídicos produzidos no passado e que ainda influenciam as normas jurídicas da atualidade Costume jurídico no direito consuetudinário e a lei em sentido amplo no sistema civil law Analogia, princípios gerais do direito, jurisprudência, doutrina, equidade Fatos sociais, históricos, políticos, ambientais, a religião, a moral Direito romano, Código de Napoleão, Corpus Juris Civilis, Lei das XII Tábuas, Magna Carta Inglesa Leis, jurisprudência, tratados internacionais, costume jurídico, a doutrina As fontes formais subdividem-se ainda em fontes estatais e não estatais, que assim se caracterizam: Produzido nas instâncias do poder institucionalizado Legislativa: leis, decretos, regulamentos Jurisprudencial: sentenças, precedentes judiciais, súmulas Convencional: tratados e convenções internacionais Fonte estatal Produzido pela sociedade, juristas, doutrinadores e estudiosos do direito Costume jurídico Doutrina Negócios jurídicos Fonte não estatal Fonte formal IUS RESUMOS Dentre as fontes formais, a fonte legislativa ganhou bastante importância no conteúdo da LINDB, e será tratada adiante. 3. Lei 3.1 Conceito e características A definição da lei leva em conta o sentindo amplo e o sentido restrito da palavra, podendo significar: Conceito de lei Sentido amplo Norma jurídica, que compreende toda regra geral de conduta, abrange normas escritas e costumeiras e atos de autoridade (leis propriamente ditas, decretos, regulamentos, entre outros Norma jurídica elaborada adequadamente pelo Poder Legislativo. A lei é um ato do poder legislativo que estabelece normas de comportamento social. Para entrar em vigor, deve ser promulgada e publicada noDiário Oficial Sentido estrito Quanto às características, destacam-se3: Características da lei Generalidade A lei é um comando abstrato, que não se destina a uma pessoa em particular, mas a todos os cidadãos ou a uma determinada categoria de indivíduos A lei é a imposição de um dever de conduta, uma ordem, um comando: quando exige uma ação, impõe, quando quer uma abstenção, proíbe Imperatividade A lei autoriza e legitima o uso da faculdade de coagir, logo, o lesado pela violação pode exigir a reparação pelo mal causado Autorizamento Abstração A lei tem caráter prospectivo de geração de efeitos para o futuro, em função de hipóteses concebidas idealmente, não devendo, em regra, produzir efeitos pretéritos LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [7] Permanência Uma lei permanece vigente até que outra a revogue, ou, tendo prazo de vigência determinado em seu texto, perca sua validade. Os efeitos serão permanentes para as situações jurídicas ocorridas na vigência da norma Emanação de autoridade competente A lei é ato do Estado pelo seu Poder Legislativo, que deve observar os limites de sua competência Obrigatoriedade O cumprimento da lei é obrigatório, pois o reconhecimento da ausência de força na lei seria a sua própria desmoralização, seja perante o Estado, seja no meio social Registro escrito No sistema civil law, a lei deve ser escrita, devidamente produzida no processo legislativo, o que garante maior estabilidade das relações jurídicas, com a sua consequente divulgação através das publicações oficiais A lei é o produto da legislação, e juntamente com a sentença, o costume e o contrato, constitui forma de expressão jurídica resultante do processo legislativo Impor tante! 3.2 Classificação das leis A lei pode ser classificada de acordo com os seguintes aspectos: Quanto à imperatividade Quanto à intensidade da sanção ou autorizamento Quanto à natureza Cogente Não cogente Mais que perfeita Perfeita Menos que perfeita Imperfeita Substantiva ou material Adjetiva ou processual Quanto à competência ou extensão territorial Lei Federal Lei Estadual Lei Municipal Classificação da lei IUS RESUMOS Quanto ao alcance Geral Específica Excepcional Singular Permanente Temporária Quanto à duração Quanto à hierarquia Norma constitucional Lei Complementar Lei Ordinária Medida Provisória Lei Delegada Decreto regulamentar Norma interna Quanto à imperatividade, a lei pode ser cogente ou não cogente: Quanto à imperatividade Cogente, impositiva, norma de ordem pública ou imperatividade absoluta É mandamental, quando ordena ou determina uma ação, ou proibitiva, quando impõe uma abstenção Não pode ser derrogada pela vontade dos interessados Regula matéria de ordem pública e de bons costumes Ordem pública é o conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do Estado ou que estabelecem, no direito privado, as bases jurídicas da ordem econômica ou social Ex: normas de direito de família, sucessões, direitos reais, entre outros Não cogente, dispositiva ou de imperatividade relativa Não determina ou proíbe de modo absoluto determinada conduta Permite uma ação ou abstenção, ou supre declaração de vontade não manifestada Classifica-se em... Permissiva Supletiva Os interessados podem dispor como lhes convier Ex: art. 1.629, CC/02 Aplica-se na falta de manifestação de vontade das partes Ex: art. 327, CC/02 Quanto ao autorizamento, a lei ser pode mais ou menos que perfeita, perfeita ou imperfeita: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [9] Quanto à intensidade da sanção ou autorizamento Mais que perfeita Perfeita Menos que perfeita Imperfeita Estabelecem ou autorizam a aplicação de duas sanções ao violador Ex: art. 19, Lei n° 5.478/1968 Impõem a nulidade do ato, sem cogitar pena ao violador Ex: art. 166, I, 1647, I, CC/2002 Impõe somente uma sanção ao violador, sem acarretar a nulidade ou anulação do ato Ex: arts. 667, 1.523, I, CC/2002 Não acarreta nenhuma consequência. São normas sui generis, não propriamente jurídicas. Ex: arts. 814, 882, CC/2002 Quanto à natureza, a lei será substantiva ou adjetiva: Quanto à natureza Essa classificação é tradicional, mas não muito utilizada atualmente, pois existem leis que tratam de direito material quanto de processual ao mesmo tempo, por exemplo, os arts. 17 e 101 do CDC e 3º e 467 do CP/1973 Substantiva ou material Define direitos, estabelece os requisitos e formas de exercício - tratam do direito material Adjetiva ou processual Traça os meios de realização dos direitos e integram o direito adjetivo – dispõe sobre direito processual Quanto à competência, a lei será federal, estadual ou municipal: Quanto à competência ou extensão territorial Lei Federal De competência da União Federal, votada no Congresso Nacional Incide sobre todo o território nacional ou a parte dele Ex: Constituição, Códigos Civil, Penal, Tributário Lei Estadual Aprovada pelas Assembleias Legislativas Aplicação restrita à circunscrição do Estado-membro ou a parte dele Ex: Lei de ICMS, Constituição estadual IUS RESUMOS Lei Municipal Editada pelas Câmaras Municipais Aplicação restrita aos limites dos respectivos municípios Ex: Lei Orgânica do Município, Lei do IPTU Quanto à duração, será a lei permanente ou temporária: Quanto à duração Permanente Lei estabelecida sem prazo de vigência predeterminado É a regra no ordenamento jurídico brasileiro Temporária Lei estabelecida com prazo limitado de vigência Os efeitos serão permanentes para as situações jurídicas consolidadas durante a sua aplicabilidade, salvo disposição legal posterior A lei terá alcance geral, específico, excepcional ou singular: Geral Específica Aplica-se a todo um sistema de relações jurídicas Destina-se a situações jurídicas específicas ou determinadas relações Ex: Código Civil, Constituição Ex: Relações de consumo, locação Quanto ao alcance Excepcional Disciplina fatos e relações jurídicas genéricas, de modo diverso do regulado pela lei geral Ex: atos institucionais da Revolução de 1964 Singular Estabelecida para um único caso concreto, somente sendo considerada lei por uma questão de classificação didática Ex: decreto legislativo de nomeação de servidor público As leis obedecem a seguinte hierarquia: Quanto à hierarquia Norma constitucional É norma fundamental de um Estado e do sistema positivo Em decorrência do princípio da supremacia da Constituição, todas as demais normas devem amoldar-se às normas constitucionais LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [11] Lei Complementar Lei Ordinária Medida Provisória Lei Delegada Decreto regulamentar Norma interna Trata de matérias especiais, que não podem se deliberadas em leis ordinárias Exige quorum especial para aprovação Regulamenta textos constitucionais quando o direito não é autoexecutável Trata de todas as matérias que não sejam de competência de leis complementares e cuja matéria não seja vedada pela Constituição Não é lei propriamente, mas norma editada pelo Executivo, sobre determinadas matérias, em casos de relevância e urgência Elaborada pelo Executivo com autorização expressa do Legislativo Ato do PoderExecutivo que objetiva prover situações previstas na lei em sentido técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução. Existem decretos legislativos e judiciários cuja eficácia ultrapassa a seara interna desses poderes Não é lei em sentido estrito e visa disciplinar situações específicas, notadamente na Administração Pública 4. Vigência das normas Antes de falar sobre a vigência, é importante destacar as etapas de criação da lei: Elaboração Promulgação Publicação A lei nasce com a promulgação, mas só começa a vigorar com sua publicação no Diário Oficial Entende-se por vigência: IUS RESUMOS Vigência das normas A vigência designa a existência específica das normas em determinada época, podendo ser invocada para produzir efeitos concretamente O início da vigência depende da forma como foi publicada a lei: com ou sem período de vacância, com ou sem veto presidencial Vacatio legis É o período entre a data de promulgação e a entrada em vigor de uma norma Duração da vigência Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue Previsão no art. 8º da LC 95/1998 45 dias após a publicação oficial Sem veto ou período de vacância 3 meses após a publicação oficial Brasil Exterior salvo disposição contrária Com período de vacância A norma entrará em vigor no dia subsequente ao término da vacância Na contagem inclui-se a data de publicação e o último dia do prazo Com veto A parte vetada é publicada posteriormente, se o veto presidencial for afastado pelos membros do legislativo As normas que dependem de complementação só entram em vigência com a publicação do complemento, permanecendo vigentes as normas anteriores Supre-se a ausência da regulamentação através do Mandado de Injunção Atenção Caso o texto de lei já publicada seja alterado, a vigência se dará: Lei em vacatio legis O prazo da obrigatoriedade será contado a partir da nova data de publicação e será aplicado apenas a parte que foi publicada novamente Lei em vigência As alterações realizadas serão publicadas em uma nova lei, que se tornarão obrigatórias de acordo com a forma de publicação Se as alterações versarem apenas sobre correções de erros materiais ou ortográficos, não será necessário um novo diploma legal para modificar a lei em período de vacância Ainda sobre vigência, é necessário distingui-la de vigor e eficácia: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [13] A lei estará em vigência até que outra a revogue, se não for destinada à vigência temporária Vigência É o tempo de duração de uma lei Vigor Relaciona-se com a força vinculante da norma Casos julgados por normas já revogadas demonstram o vigor das normas revogadas - ultratividade das leis) Eficácia É a qualidade da norma que se refere à sua adequação em vista da produção concreta de efeitos Ultratividade ou pós atividade é a possibilidade de produção de efeitos por uma lei já revogada A ocorrência desse fenômeno não depende de expressa disposição contida na lei nova Decorre da garantia de não retroatividade das normas - art. 5º, XXXVI da CF/1988 Atenção 5. Revogação das normas A revogação da lei pode ser conceituada e caracterizada da seguinte maneira4: Revogação das normas Revogação é a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia Princípio da Continuidade A lei tem caráter permanente, permanecendo em vigor até que outra a revogue Das normas revogadoras Uma lei só pode ser revogada por outra lei, de mesma hierarquia ou de hierarquia superior A lei não pode ser extinta pelo costume ou pelo desuso, jurisprudência, decreto, portaria ou simples aviso Repristinação Uma norma revogada não retoma vigência quando a norma que a revogou perde a vigência, salvo em disposição contrária - art. 2º, § 3º da LINDB Princípio da supremacia da lei sobre os costumes Inadmissibilidade do desuetudo espécie de costume negativo ou desuso) como forma revocatória das normas jurídicas IUS RESUMOS No caso de declaração de inconstitucionalidade, por controle concentrado, da lei revogadora O reconhecimento da inconstitucionalidade de uma norma jurídica revogadora, através de controle de constitucionalidade, implicará em efeitos repristinatórios da norma anteriormente revogada, restaurando os efeitos de uma norma jurídica incompatível com o sistema, já que a norma atacada passa a não mais existir, sendo excluída do ordenamento jurídico Somente não serão restaurados os efeitos da lei revogada quando a Corte declarar efeitos não retroativos para a declaração de inconstitucionalidade, promovendo uma modulação da eficácia do controle de constitucionalidade As leis temporárias não necessitam de norma revogadora, pois já têm determinado seu tempo de vigência Atenção As espécies de revogação dividem-se em dois grupos: quanto à extensão e quanto à forma de execução e são: Espécies de revogação Quanto à extensão Quanto à forma de execução Revogação total ou ab-rogação Revogação parcial ou derrogação Expressa Tácita Supressão de partes de uma norma A nova lei declara em seu texto, de modo taxativo e inequívoco, que a lei anterior (ou parte dela) fica revogada A nova lei não declara a supressão, mas se mostra incompatível com a lei anterior A nova lei regula inteiramente a matéria tratada pela norma anterior Supressão integral da norma anterior A revogação deve ser expressa e o legislador não deve utilizar expressões genéricas de revogação - Art. 9º da LC 95/98 Atenção LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PARTE 1 [15] 6. Obrigatoriedade das normas Princípio da Obrigatoriedade Da prova de existência da norma Sendo a norma uma ordem dirigida à vontade geral, uma vez em vigor, torna-se obrigatória a todos Não se faz necessário provar em juízo a existência da norma, pois parte-se do pressuposto que o juiz conhece o direito - iuria novit curia Obrigatoriedade das normas Art. 3º, LINDB A obrigatoriedade é uma garantia de eficácia global da ordem jurídica Tem por finalidade tornar a norma conhecida e, precipuamente, neutralizar a ignorância Da Publicação da norma É o conhecimento falso da lei, como causa de anulação de negócios jurídicos Erro de Direito Só pode ser invocado quando não houver o objetivo de furtar-se o agente ao cumprimento da lei Exceção Vedação ao erro de direito Ao juiz não é obrigatório conhecer os direitos municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário Ex: art. 139, CC/02, art. 8º da Lei de Contravenções Penais, art. 21 e 65, II, do Código Penal (erro de proibição), art. 1.561, CC/02 (casamento putativo) A obrigatoriedade é imposta de modo simultâneo em todo o território nacional, não havendo distinção entre as diferentes regiões brasileiras Sistema da obrigatoriedade simultânea Existem 3 (três) teoria sobre o preceito da obrigatoriedade das leis, e são: Presunção Legal Uma vez publicada, presume-se que a lei torna-se conhecida de todos, por isso é obrigatória Teorias sobre o preceito da obrigatoriedade A teoria da necessidade social, de Clóvis Beviláqua, é a mais aceita A obrigatoriedade da lei trata-se de uma hipótese de ficção, e não de presunção Ficção Legal A lei deve ser cumprida por todos devido as elevadas razões de interesse público, para que seja possível a convivência social Necessidade Social --- ♠ --- IUS RESUMOS 7. Referências BRASIL. Decreto-leinº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. DOU de 9.9.1942, retificado em 8.10.1942 e retificado em 17.6.1943. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 29. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2012. FARIAS, Cristiano chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte geral e LINDB. 13. ed. rev. ampl e atual. vol. 1. São Paulo: Atlas S.A, 2015. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: parte geral. vol. 1. 16. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: parte geral. 11. ed. vol 1. São Paulo: Saraiva, 2013. TARTUCE, FLÁVIO. Direito Civil: Lei de introdução e parte geral. vol 1. 11. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Método, 2015. NOTAS: 1 Gonçalves (2013), Farias e Rosenvald (2015, p. 77-78). 2 Gonçalves (2013),Diniz (2012), Gagliano e Pamplona Filho (2014), Farias e Rosenvald (2015). 3 Gonçalves (2013), Gagliano e Pamplona Filho (2014). 4 Farias e Rosenvald (2015, p. 101-102).
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