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O Sistema Límbico e as Emoções EMOÇÕES Conceitos Históricos Paul Pierre Broca cunhou o termo "límbico" para descrever uma região do cérebro (1878). “le grand lobe limbique” Conceitos Históricos James Papez descreveu o sistema límbico como um conjunto de estruturas envolvidas nas emoções (1937). Estruturas envolvidas: hipocampo, corpo mamilar, tálamo, giro cingulado. Conceitos Históricos Em 1948, Yakovlev propôs o Circuito de Yakovlev no controle da emoção envolvendo o córtex dos lobos orbitofrontal, insular e temporal anterior, a amígdala e o núcleo dorsomedial do tálamo. Conceitos Históricos Em 1952, Paul D. MacLean cunhou o termo sistema límbico para descrever o Lobo Límbico de Broca e os núcleos subcorticais relacionados como o substrato neural coletivo para a emoção. Cérebro triuno O complexo R (complexo reptiliano) O sistema límbico O neocórtex Anatomia do Sistema Límbico Estruturas Que Compõem O Sistema Límbico E Suas Funções O sistema límbico é uma rede complexa de estruturas cerebrais, incluindo o córtex límbico, hipocampo, amígdala e hipotálamo. Suas funções incluem a regulação de emoções, motivação, memória e respostas automáticas do corpo. Algumas dessas estruturas estão ligadas ao sistema olfativo, importante para a sobrevivência. O sistema límbico age como uma ponte entre o pensamento consciente e as respostas emocionais automáticas. Sistema límbico. Estruturas Que Compõem O Sistema Límbico E Suas Funções Lobo límbico O lobo límbico é uma parte do cérebro localizada na face inferomedial dos hemisférios cerebrais. Ele consiste em dois giros concêntricos: o giro límbico (externo e maior) e o giro intralímbico (interno e menor). O giro cingulado, dorsal ao corpo caloso, é fortemente interconectado com áreas de associação do córtex cerebral. O giro parahipocampal no lobo temporal medial é importante, contendo o córtex entorrinal que canaliza informações para a formação do hipocampo. Estrutura do lobo límbico. Estruturas Que Compõem O Sistema Límbico E Suas Funções Hipocampo O hipocampo, situado nos lobos temporais do cérebro, é crucial para a memória e faz parte do sistema límbico. Possui quatro campos principais (CA1, CA2, CA3 e CA4) e o giro dentado, cada um desempenhando funções específicas na memória e no processamento de informações. A formação hipocampal inclui o giro dentado, o hipocampo propriamente dito e o subículo. Embriologicamente, o hipocampo é uma extensão da borda medial do lobo temporal, com cerca de 5 cm de comprimento.Semelhança de formato entre o cavalo marinho e o hipocampo. Estruturas Que Compõem O Sistema Límbico E Suas Funções Hipocampo Estruturas Que Compõem O Sistema Límbico E Suas Funções Hipocampo O giro denteado faz parte do hipocampo e possui três camadas distintas. O complexo subicular atua como uma zona de transição entre o córtex entorrinal e o hipocampo. A amígdala é uma estrutura em forma de amêndoa no lobo temporal com diversos núcleos interconectados, envolvida no processamento emocional. O hipotálamo, central no sistema límbico, regula funções autonômicas, endócrinas e respostas emocionais para manter a homeostase do organismo. COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO CORTICAIS Giro do cíngulo Giro para-hipocampal Hipocampo SUBCORTICAIS Corpo amigdalóide Área Septal Núcleos mamíferos Núcleos anteriores do tálamo Núcleos habenulares Função Principal Do Sistema Límbico Coordenar atividades sociais e controlar comportamento emocional. Regular apetite e comportamentos alimentares. Processar informações sensoriais, especialmente através do olfato. Controlar respostas emocionais, como medo e raiva, com foco na amígdala. Participar na formação e recuperação de memórias emocionais, envolvendo o hipocampo e o córtex pré-frontal. Influenciar sono e sonhos, especialmente durante o sono REM. Contribuir para o circuito de recompensa e comportamentos motivados, com a amígdala e o núcleo accumbens desempenhando papéis-chave. Regulação dos Processos Emocionais e Motivacionais Síndrome de Kluver-Bucy Domesticação completa dos animais agressivos, agnosia visual (incapacidade de reconhecer objetos), oralidade (levar à boca todos os objetos) e hipersexualidade. Estudos em macacos com ablação bilateral da parte anterior dos lobos temporais com lesão do hipocampo, giro para-hipocampal e corpo amigdalóide. Funções do Sistema Límbico Corpo amigdalóide • Estímulo Alterações no comportamento alimentar Atividade visceral Fuga/defesa Agressividade • Lesões Domesticação Hipersexualidade Redução da excitabilidade emocional Funções do Sistema Límbico Área Septal • Estímulo Alterações na pressão arterial Alterações no ritmo respiratório Auto estimulação - prazer • Lesões - Raiva septal Hiperatividade emocional Ferocidade Raiva Aumento da sede Regulação de atividades viscerais Funções do Sistema Límbico Giro do Cíngulo • Ablações Domesticação Melhora quadros graves de depressão e ansiedade Funções do Sistema Límbico Hipocampo • Lesões Aumento da reatividade emocional – vírus da raiva Aumento da agressividade Perda da memória recente (Amnesia retrógada) Analogia do Sistema Límbico Correlações Anatomoclínicas Epilepsia Epilepsia: O sistema límbico está ligado à epilepsia do lobo temporal, principalmente por esclerose hipocampal. Outras Condições: Disfunções do sistema límbico ligadas a várias condições clínicas. História Médica: Reconhecimento da epilepsia como doença cerebral no século XIX. Pesquisa em Modelos Animais: Estudos com animais cruciais para entender condições do sistema límbico. Correlações Anatomoclínicas Encefalite límbica A encefalite límbica é uma síndrome paraneoplásica que foi relatada com carcinoma do pulmão, mama e alguns outros primários. Início subagudo de perda de memória Demência Movimentos involuntários Ataxia Correlações Anatomoclínicas Demência Mudanças no sistema límbico estão relacionadas a doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, com atrofia no hipocampo e na amígdala. A demência frontotemporal envolve degeneração nos lobos frontais e temporais e pode ser confundida com a doença de Alzheimer. Correlações Anatomoclínicas Transtornos de ansiedade Transtornos de ansiedade podem surgir devido a problemas no circuito de regulação envolvendo o cíngulo anterior e o hipocampo. Um circuito de medo regula a ansiedade, envolvendo a amígdala e o cíngulo pré-frontal. Correlações Anatomoclínicas Esquizofrenia Síndrome psiquiátrica com início geralmente na adolescência ou início da idade adulta, caracterizada por sintomas psicóticos como alucinações, delírios e desorganização do pensamento. Suicídios, acidentes e patologias associadas são principais causas de morte na esquizofrenia. Fatores de risco incluem uso de drogas, baixa adesão ao tratamento, estresse e isolamento social. Correlações Anatomoclínicas Transtornos afetivos Transtornos afetivos envolvem alterações nos lobos frontais, gânglios da base, amígdala e hipocampo, afetando a atenção e emoções. Correlações Anatomoclínicas Autismo Transtorno do espectro autista que afeta a cognição social, envolvendo o giro cingulado e a amígdala, com impacto nos processamentos cognitivo e afetivo relacionados à interação social. FIM! Sistema Nervoso Periférico Estrutura Dos Nervos Espinhais Os nervos espinhais são cordões esbranquiçados compostos por feixes de fibras nervosas. Eles conduzem impulsos nervosos aferentes (sensitivos) e eferentes (motores) do Sistema Nervoso Central para estruturas periféricas. Os nervos espinhais são compostos por três bainhas conjuntivas: epineuro, perineuro e endoneuro, que conferem resistência. Existem 31 pares de nervos espinhais que inervam o tronco, os membros e partes da cabeça, cada um formado pela união da raiz dorsal (sensitiva) e raiz ventral(motora). Estrutura Dos Nervos Espinhais A raiz dorsal do nervo espinhal contém o gânglio espinhal, onde estão localizados os corpos dos neurônios sensitivos. A raiz ventral é formada por axônios originados a partir dos neurônios motores localizados na medula espinhal, não possuindo gânglios. Os nervos espinhais têm componentes funcionais, incluindo fibras aferentes (sensitivas) e eferentes (motoras). Secção transversal da medula espinhal. Trajeto Dos Nervos Espinhais Nervos espinhais têm raízes dorsal e ventral, originando- se do canal vertebral pelos forames intervertebrais. Plexos são formados por raízes nervosas, sendo plurissegmentares, enquanto nervos intercostais são unissegmentares. Dermátomos são áreas cutâneas inervadas por uma única raiz dorsal, e miótomos se referem a territórios inervados por uma única raiz ventral. O conhecimento dos dermátomos e miótomos ajuda na identificação de lesões e níveis no sistema nervoso periférico ou medula espinhal. Trajeto Dos Nervos Espinhais Plexos Nervosos Existem cinco plexos nervosos que se formam a partir da união das raízes nervosas da medula espinhal. O plexo cervical inerva cabeça, pescoço, cintura escapular e diafragma. O plexo braquial controla membros superiores. O plexo lombar e sacral inervam tronco inferior, pernas e pés. O plexo cervical. Plexos Nervosos O plexo braquial é formado por raízes C5 a T1 e inerva músculos e a pele da cintura escapular e do membro superior. Ele se divide em troncos, divisões, fascículos e nervos terminais. Os nervos periféricos originados do plexo braquial têm diferentes funções motoras e inervam áreas específicas do membro superior. Compreender o território de inervação cutânea e as dificuldades após lesões nos nervos do plexo braquial é essencial para diagnóstico e tratamento clínico. Plexos Nervosos O plexo lombossacro inerva abdome, pelve e pernas. Principais nervos do plexo lombossacro incluem femoral, obturatório e ciático. Compreender inervação cutânea e dificuldades pós-lesão é importante clinicamente. Existem três tipos de lesões nervosas: neuropraxia (leve), axonotmese (moderada) e neurotmese (grave). Aspectos Gerais Existem 12 pares de nervos encefálicos numerados de I a XII. Os nervos encefálicos têm funções sensoriais, motoras e autonômicas. Eles surgem do encéfalo e são responsáveis pela inervação de estruturas da cabeça, pescoço e vísceras torácicas e abdominais. Os nervos encefálicos têm núcleos distintos no tronco encefálico e estruturas corticais, diferindo das raízes nervosas espinhais. Aspectos Gerais Nervos Encefálicos O nervo olfatório transmite impulsos olfativos do nariz para o cérebro e é exclusivamente sensitivo. O nervo óptico transmite impulsos visuais da retina para o cérebro e também é exclusivamente sensitivo. Os nervo oculomotor, nervo troclear e nervo abducente inervam os músculos extrínsecos dos olhos e são nervos motores, entrando na órbita pela fissura orbital superior. O nervo oculomotor é responsável pela inervação pré-ganglionar da musculatura intrínseca do bulbo ocular. Nervos Encefálicos Transmite impulsos olfativos do nariz para o cérebro. É exclusivamente sensitivo. Pode causar anosmia (perda do olfato) pós-traumática quando fraturado. I Nervo Olfatório: Transmite impulsos visuais da retina para o cérebro. É exclusivamente sensitivo. A secção de um nervo óptico causa amaurose (cegueira) em um dos olhos. II Nervo Óptico: Inervam os músculos extrínsecos dos olhos. São nervos motores. Entram na órbita pela fissura orbital superior. O nervo oculomotor também inerva a musculatura intrínseca do bulbo ocular. III Nervo Oculomotor, IV Nervo Troclear e VI Nervo Abducente: Nervos Encefálicos Nervos Encefálicos (VI) Nervos Encefálicos É um nervo misto, com uma raiz sensitiva e outra motora. Responsável pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça. Pode causar nevralgia intensa. V Nervo Trigêmeo: Inerva os músculos mímicos da face, músculo estilo-hióideo e ventre posterior do músculo digástrico. Possui fibras eferentes viscerais gerais para glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. Fibras aferentes viscerais especiais recebem impulsos gustativos dos 2/3 anteriores da língua. VII Nervo Facial: É exclusivamente sensitivo. Parte vestibular relacionada com equilíbrio e parte coclear relacionada com audição. Lesões podem causar perda da audição e vertigem. VIII Nervo Vestíbulo-coclear: Nervos Encefálicos Nervos Encefálicos Nervos Encefálicos Misto, com fibras eferentes parassimpáticas para glândulas e fibras aferentes que incluem Sensibilidade da língua, faringe, úvula, tonsila e seio carotídeo. Pode causar nevralgia na faringe e na língua. IX Nervo Glossofaríngeo: Maior nervo encefálico, com função mista exclusivamente visceral. Inerva laringe, faringe e faz parte dos plexos viscerais do sistema autônomo. Lesões podem afetar a fonação e inervação de vísceras torácicas e abdominais. X Nervo Vago: Possui raiz craniana e espinhal. Inerva músculos da laringe e vísceras torácicas. Importante para a fonação. XI Nervo Acessório: Nervos Encefálicos Nervos Encefálicos Nervos Encefálicos Puramente motor. Inerva músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. XI Nervo Hipoglosso: Conceitos Gerais Sobre O Sistema Nervoso Autônomo O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) controla funções corporais involuntárias, como respiração e digestão. Ele possui duas divisões principais: o sistema simpático (resposta de luta ou fuga) e o sistema parassimpático (descanso e digestão). O SNA utiliza um mecanismo de dois neurônios em sua via periférica. O funcionamento do SNA é influenciado por áreas do cérebro, como o hipotálamo, e pode ser afetado por emoções e estresse. Divisões Do Sistema Nervoso Autônomo O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) possui duas divisões principais: simpático e parassimpático, com diferenças anatômicas e funcionais. Ambos os sistemas inervam órgãos viscerais, mas frequentemente têm ações opostas, ativando e inibindo respostas, respectivamente. O sistema simpático geralmente age de maneira difusa e está associado a respostas de "luta ou fuga". O sistema parassimpático tende a ter ações mais localizadas e está relacionado ao repouso e à digestão. O Sistema Simpático Origina-se na medula torácica e segmentos lombares da coluna vertebral. Os axônios pré-ganglionares viajam até os gânglios vertebrais no tronco simpático. Existem três tipos principais de gânglios: vertebrais, pré-vertebrais e pós-ganglionares. Os nervos espinhais contêm fibras simpáticas pós- ganglionares para inervar várias estruturas. O Sistema Parassimpático Possui corpos celulares de neurônios pré- ganglionares no tronco cerebral (III, VII, IX, X) e na medula espinhal sacral (S2, S3, S4). Os neurônios pré-ganglionares estabelecem sinapses em gânglios próximos às glândulas e órgãos. As fibras pós-ganglionares inervam glândulas, músculo liso e cardíaco em várias partes do corpo. A porção craniana inerva estruturas como a pupila, glândulas salivares, glândula lacrimal e órgãos torácicos e abdominais. A porção sacral controla órgãos como cólon, bexiga e genitais. Neuroanatomofisiologia Sistema Nervoso Central Aula prática Profa. Dra. Letícia de A. Morais Sistema Nervoso Central Medula Espinhal Medula Espinhal Medula Espinhal Medula Espinhal Medula Espinhal Hemisférios Cerebrais Diencéfalo Tronco Cerebral Núcleos da base Cerebelo Introdução Ao Estudo Da Neuroanatomofisiologia O Sistema Nervoso O Sistema Nervoso compreende o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico. Neurônios são as unidades básicas do Sistema Nervoso, com cerca de 100 bilhões no cérebro humano. Neurônios têm corpo celular, núcleo,axônios e dendritos para a comunicação. Nervos são feixes de axônios que permitem a transmissão de sinais entre neurônios. O Sistema Nervoso É importante ressaltar que são diferentes tipos de neurônios que controlam ou realizam atividades. Neurônios motores Transmitem mensagens do cérebro para os músculos a fim de gerar movimento. Neurônios sensoriais Detectam luz, som, odor, sabor, pressão e calor, e enviam as mensagens ao cérebro. O Sistema Nervoso Sistema nervoso controla processos involuntários. Neurônios comunicam por sinais elétricos e químicos. Glia mantém neurônios e regula neurotransmissores. Redes de neurônios coordenam funções do corpo e pensamento. Conceitos fundamentais da neuroanatomofisiologia Tecido nervoso é encontrado no Sistema Nervoso Central e Periférico, composto por neurônios e células de suporte chamadas neuroglia. Neurônios são células especializadas para gerar e conduzir impulsos nervosos, com dendritos, corpo celular e axônio. Neuroglia inclui astrócitos, células microgliais, células ependimárias e oligodendrócitos no SNC, e células satélites e células de Schwann no SNP. Conceitos fundamentais da neuroanatomofisiologia Neurônios são classificados em sensoriais (percepção), motores (movimento) e interneurônios (comunicação interna). Membrana plasmática do neurônio possui bicamada lipídica com proteínas reguladoras de íons. Sinapses químicas envolvem neurotransmissores para excitação ou inibição do neurônio pós-sináptico. Sinapses elétricas permitem apenas excitação, ocorrem em junções de gap e são mais rápidas que as sinapses químicas, mas menos eficazes na transmissão. Organização Morfofuncional O sistema nervoso tem três funções principais: entrada sensorial, processamento de informações e saída motora. A entrada sensorial envolve receptores que detectam estímulos no ambiente e informam o Sistema Nervoso Central. O processamento de informações ocorre no SNC, que interpreta os sinais e decide ações a serem tomadas. A saída motora envolve neurônios motores do SNP que executam respostas motoras. As células da glia fornecem suporte estrutural e metabólico. Divisão Morfofisiológica Do Sistema Nervoso O sistema nervoso se divide em Sistema Nervoso Central (cérebro e medula) e Sistema Nervoso Periférico (nervos). O Sistema Nervoso Central processa informações. O Sistema Nervoso Periférico conecta o corpo ao cérebro e se divide em Sistema Nervoso Autônomo e Sistema Nervoso Somático. O Sistema Nervoso Autônomo tem duas partes: Parassimpático (calmante) e Simpático (reativo). Neuroanatomofisiologia Gânglios Núcleo é uma estrutura cerebral que consiste em neurônios agrupados. No Sistema Nervoso Periférico, esses agrupamentos são chamados de gânglios. Os gânglios são importantes na comunicação entre o Sistema Nervoso Periférico e o Sistema Nervoso Central. Células gliais satélites (CGSs) circundam os neurônios nos gânglios, desempenhando várias funções de suporte e proteção. Neuroanatomofisiologia Neurônios Neurônios têm axônios para transmitir impulsos nervosos. No SNC, axônios são chamados de tratos; no SNP, são nervos. Nervos têm camadas de tecido conjuntivo: epineuro, perineuro e endoneuro. Neuroanatomofisiologia Neurônios O endoneuro envolve os axônios e contém fluido endoneural. Axônios variam em comprimento e diâmetro, com alguns tão longos quanto o nervo ciático. Neurônios no SNC frequentemente têm axônios ramificados. Neuroanatomofisiologia Bainha de mielina Mielina é uma camada isolante crucial nos axônios. A mielinização permite condução rápida de impulsos nervosos. Desmielinização está ligada à esclerose múltipla. Nervos são classificados como cranianos ou espinhais, com 12 pares de cranianos e 31 pares de espinhais. Neuroanatomofisiologia Princípios de eletricidade (bioeletrogênese) Neurônios transmitem mensagens por sinais elétricos e químicos. Íons como sódio (Na+), potássio (K+), cálcio (Ca++) e cloreto (Cl-) desempenham papéis cruciais. O potencial de membrana em repouso é cerca de -70mV. Um potencial de ação ocorre quando um neurônio atinge o limiar de -55mV, desencadeando um sinal elétrico. Organização Do Sistema Nervoso O sistema nervoso é composto pelo Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal) e pelo Sistema Nervoso Periférico (nervos). O cérebro está no crânio, e a medula espinhal está na coluna vertebral. O Sistema Nervoso Periférico inclui os nervos que se estendem do cérebro e da medula espinhal para o resto do corpo. Divisões Funcionais Do Sistema Nervoso O sistema nervoso realiza funções de sensação, integração e resposta. A sensação envolve a recepção de informações do ambiente. A resposta é a ação do sistema nervoso em órgãos efetores. Divisões anatômicas incluem Sistema Nervoso Central e Periférico, enquanto as funções são divididas em sensação, integração e resposta, com subdivisões somáticas e autonômicas. Divisões Funcionais Do Sistema Nervoso Divisão do sistema nervoso. Controlando O Corpo O Sistema Nervoso Somático controla as respostas motoras voluntárias e algumas reflexas. O Sistema Nervoso Autônomo regula funções involuntárias do corpo, como a homeostase, e é composto pelas divisões simpática e parassimpática. O Sistema Nervoso Entérico controla o sistema digestivo e é uma parte do Sistema Nervoso Periférico. A divisão simpática do Sistema Nervoso Autônomo está associada à resposta de luta ou fuga, enquanto a divisão parassimpática está relacionada ao repouso e digestão. Fisiologia Do Sistema Nervoso Simpático (Sns) O Sistema Nervoso Simpático (SNS) faz parte do Sistema Nervoso Autônomo, controlando respostas involuntárias. O SNS desencadeia a resposta de luta ou fuga, preparando o corpo para situações de estresse. Isso inclui aumentar a frequência cardíaca, dilatar as vias respiratórias e realizar outras mudanças fisiológicas. Homens e mulheres muitas vezes respondem de maneira diferente ao estresse, com homens tendendo à agressão e mulheres buscando ajuda ou apoio social. Fisiologia Do Sistema Nervoso Simpático (Sns) Respostas parassimpáticas O Sistema Nervoso Parassimpático (SNP) regula órgãos e glândulas durante o repouso, complementando o Sistema Nervoso Simpático. As funções do SNP incluem estimular atividades de repouso e digestão. O SNP utiliza principalmente a acetilcolina como neurotransmissor e atua em dois tipos de receptores: muscarínicos e nicotínicos. As divisões simpática e parassimpática geralmente funcionam em complemento, não em antagonismo, e ajudam a manter a homeostase no corpo. Embriologia Do Sistema Nervoso O desenvolvimento do sistema nervoso é um dos primeiros e mais complexos no embrião. Começa com uma placa neural que se dobra para formar um tubo neural. Falhas na fechagem do tubo neural podem levar a defeitos do tubo neural. Embriologia Do Sistema Nervoso Ectoderma Epiderme Nervos Periféricos Cérebro Medula Espinhal Mesoderma Derme Ossos Músculos Estruturas urogenitais Sistema circulatório Endoderma Sistema respiratório Órgãos do sistema digestivo O sistema nervoso central envolve três camadas germinativas: Embriologia Do Sistema Nervoso Embriogênese: semanas 2 a 8 A embriogênese do sistema nervoso ocorre nas semanas 2 a 8 do desenvolvimento embrionário. O notocórdio desempenha um papel crucial na formação do tubo neural, que dará origem ao sistema nervoso central (SNC). O sistema nervoso periférico (SNP) é formado por células neuroepiteliais que se diferenciam em células de suporte, neurônios e glioblastos. A mielinização dos axônios periféricos envolve as células de Schwann, enquanto no SNC, é realizada pelos oligodendrócitos. Embriologia Do Sistema Nervoso Embriogênese: semanas 2 a 8 Três camadas membranosas cobrem todo o SNC: Dura-mater derivada domesênquima circundante, resistente e durável. Aracnoide derivada da crista neural; forma-se como uma única camada com pia-mater. Pia-mater derivada da crista neural; cobre intimamente o SNC. Embriologia Do Sistema Nervoso Embriogênese: semanas 2 a 8 Neurulação em anfíbios e amniotas. A epiderme externa (em azul), o tubo neural (em roxo) interno e no meio forma as cristas neurais (em verde). Embriologia Do Sistema Nervoso Embriogênese: semanas 2 a 8 O cérebro se forma a partir de vesículas cerebrais primárias que se diferenciam em cinco vesículas secundárias. Essas vesículas dão origem a diferentes partes do cérebro, como os hemisférios cerebrais e o cerebelo. Problemas durante a embriogênese podem causar condições como a espinha bífida. Evitar teratógenos e suplementar ácido fólico durante a gravidez é crucial para prevenir problemas no desenvolvimento embrionário. Embriologia Do Sistema Nervoso Embriogênese: semanas 2 a 8 Desenvolvimento das vesículas cefálicas. Sistema Nervoso Central Introdução Medula espinhal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso no canal vertebral. Topo conectado ao bulbo; base em adultos estende-se até vértebras lombares. Lesões ocorrem entre L4-L5 ou L5-S1 e em traumas nas vértebras lombares/sacro. Medula afunila-se na base, formando cone medular e filamento terminal. Forma E Estrutura Geral Medula espinhal tem forma cilíndrica com dilatações cervical e lombar. Substância cinzenta central contém corpos celulares, enquanto a substância branca periférica consiste em fibras mielinizadas. Substância cinzenta possui colunas anterior, posterior e lateral; substância branca é dividida em funículos anterior, lateral e posterior. Medula espinhal. Forma E Estrutura Geral Sulcos longitudinais incluem sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior, sulco lateral posterior e sulco intermédio posterior. Conexões Com Os Nervos Espinhais Filamentos radiculares conectam-se à medula espinhal nos sulcos lateral anterior e posterior. Formam raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais, que se unem para criar nervos espinhais. Existem 31 pares de nervos espinhais: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e geralmente 1 coccígeo. A medula não ocupa todo o canal vertebral, terminando geralmente ao nível da segunda vértebra lombar, abaixo da qual existe a cauda equina. Conexões Com Os Nervos Espinhais Estruturas Microscópicas Na substância cinzenta da medula espinhal, encontram-se neurônios de axônio longo, que incluem neurônios radiculares (ALFA e GAMA) e cordonais. Os neurônios radiculares ALFA são grandes, com axônio de grosso calibre, inervando fibras musculares efetivas. Neurônios radiculares GAMA são menores e inervam fibras intrafusais. Existem neurônios de axônio curto, chamados internunciais, que modificam conexões entre neurônios motores e sensitivos em reflexos medulares. Unidade motora. Estruturas Microscópicas Substância branca na medula espinhal é composta por tratos de axônios mielinizados. Vias descendentes controlam funções motoras voluntárias, com as vias piramidais cruzando em diferentes pontos. Vias extrapiramidais são responsáveis pelo equilíbrio e postura, atuando em músculos axiais e proximais. Vias ascendentes transmitem informações sensitivas de diversas partes do corpo, como propriocepção, tato, dor e temperatura. Estruturas Microscópicas Tronco Encefálico O tronco encefálico é uma estrutura entre a medula e o diencéfalo, contendo núcleos e fibras nervosas. Ele inclui o mesencéfalo, a ponte e o bulbo, cada um com funções específicas. A formação reticular na região regula o nível de consciência, a percepção da dor e os sistemas cardiovascular e respiratório. A substância negra no mesencéfalo contém neurônios produtores de dopamina, relacionados à doença de Parkinson. O tronco encefálico. Tronco Encefálico Corte transversal do mesencéfalo. Cerebelo O cerebelo é conhecido como o "pequeno cérebro" e está localizado na fossa cerebelar do osso occipital. Suas funções incluem manutenção do equilíbrio, postura, controle do tônus muscular e coordenação motora. O cerebelo é dividido em vérmis, hemisférios cerebelares e três lobos: flóculo-nodular, anterior e posterior. Ele evoluiu filogeneticamente em três partes: arquicerebelo (função vestibular), paleocerebelo (função proprioceptiva) e neocerebelo (função de planejamento e coordenação motora). Diencéfalo O diencéfalo, junto com o telencéfalo, compõe o cérebro e ocupa cerca de 80% da cavidade craniana. O diencéfalo é dividido em quatro partes: epitálamo, tálamo, subtálamo e hipotálamo. O tálamo é composto por vários núcleos que desempenham funções diversas, incluindo sensibilidade, motricidade, comportamento emocional e ativação do córtex. O hipotálamo é crucial para o controle da atividade visceral, regulando temperatura corporal, emoções, sono, ingestão de alimentos e água, diurese, sistema endócrino e ritmos circadianos. Tálamo, em azul. Diencéfalo Diencéfalo Hipotálamo. Glândula pineal no epitálamo. Núcleos Da Base Núcleos da base são grupos de substância cinzenta profundamente localizados nos hemisférios cerebrais. Incluem estruturas como núcleo caudado, putâmen, globo pálido e outros relacionados ao controle motor, planejamento e funções executivas. Degeneração dos neurônios da substância negra no mesencéfalo, produtores de dopamina, está ligada à doença de Parkinson. Funções dos núcleos da base envolvem controle motor, automatização de rotinas, regulação do tônus, motivação, atenção e afeto. Núcleos da base dispostos na substância branca. Telencéfalo O telencéfalo é composto pelos dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo. Os sulcos na superfície dos hemisférios cerebrais delimitam os giros cerebrais e incluem o sulco lateral, que separa o lobo temporal dos lobos frontal e parietal, e o sulco central, que separa os lobos frontal e parietal. Cada lobo cerebral recebe seu nome de acordo com a região do crânio à qual se relaciona: frontal, parietal, temporal, occipital e ínsula. Vista lateral do cérebro humano. Telencéfalo O cérebro humano é dividido em dois hemisférios, direito e esquerdo, separados pelo corpo caloso. Cada hemisfério possui sulcos que delimitam os giros cerebrais, sendo os mais importantes o sulco lateral e o sulco central. Os sulcos cerebrais ajudam a dividir o cérebro em lobos, que recebem nomes de acordo com os ossos do crânio aos quais estão relacionados, incluindo o frontal, parietal, temporal, occipital e ínsula. Lobos cerebrais. Telencéfalo Lobo frontal Controle motor, planejamento de movimentos e expressão da linguagem. Lobo parietal: Sensações como temperatura, dor, pressão, tato e interpretação sensorial. Lobo temporal Compreensão da linguagem, audição, aprendizado e memória. Lobo temporal Compreensão da linguagem, audição, aprendizado e memória. Meninges E Líquor O Sistema Nervoso Central é envolvido e protegido pelas meninges, que incluem a dura-máter, aracnoide e pia-máter. As meninges formam espaços ou cavidades entre elas, incluindo o espaço epidural, espaço subdural e espaço subaracnóideo. A dura-máter é a camada mais externa e resistente das meninges, e a aracnoide é uma membrana fina com trabéculas que se assemelham a teias de aranha. A pia-máter é a camada mais interna e está em contato direto com o tecido nervoso. Meninges a nível do crânio. Meninges E Líquor Aracnoide e suas trabéculas. Meninges E Líquor O líquor, também conhecido como líquido cefalorraquidiano, é produzido nos ventrículos do cérebro e circula pelo espaço subaracnóideo, desempenhando funções de proteção mecânica e biológica para o Sistema Nervoso Central. Vascularização do sistema nervoso central O cérebro necessita de um fornecimentoconstante de glicose e oxigênio para funcionar adequadamente, dependendo do metabolismo aeróbico. A interrupção da circulação cerebral por mais de 7 segundos pode levar à perda de consciência e lesões irreversíveis após cerca de 5 minutos. Distúrbios vasculares, como tromboses e hemorragias, podem causar lesões nos tecidos nervosos do Sistema Nervoso Central. Vascularização do sistema nervoso central O fluxo sanguíneo cerebral é regulado por fatores como pressão intracraniana, condições dos vasos sanguíneos e viscosidade do sangue. A vascularização arterial do cérebro é fornecida pelas artérias carótidas internas e vertebrais, que formam o Polígono de Willis na base do crânio. A obstrução das artérias cerebrais pode causar síndromes específicas, dependendo da área afetada. As veias do cérebro drenam o sangue para os seios da dura-máter e, em seguida, para as veias jugulares internas. Vascularização do sistema nervoso central Polígono de Willis. Vascularização do sistema nervoso central A medula espinhal é irrigada por ramos das artérias subclávia, aorta e ilíaca interna, e seu sistema vascular inclui artérias vertebrais, espinhais anteriores e espinhais posteriores, bem como plexos venosos. Slide 1: Neuroanatomofisiologia Slide 2: Sistema Nervoso Central Slide 3: Medula Espinhal Slide 4: Medula Espinhal Slide 5: Medula Espinhal Slide 6: Medula Espinhal Slide 7: Medula Espinhal Slide 8: Hemisférios Cerebrais Slide 9: Diencéfalo Slide 10: Tronco Cerebral Slide 11: Núcleos da base Slide 12: Cerebelo Slide 13