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Prova 2-1-2011 Prof Marlom Tomazette

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O número da prova variou de sala para sala, mas estão todas aí. 
As respostas apresentadas vão além do exigido, mas tem o objetivo de ilustrar uma resposta mais 
completa. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB 
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS 
PROFESSOR: MARLON TOMAZETTE - 
DIREITO EMPRESARIAL CAMBIÁRIO 5º SEMESTRE TURMA: TURNO: NOTURNO 
NOME: __________________________________________________ 
JUSTIFIQUE TODAS AS RESPOSTAS. NENHUM CONCEITO ESTÁ IMPLÍCITO. 
 
1 –Cuida-se de embargos à execução de título extrajudicial opostos por PAWLOWSKI E 
PAWLOWSKI LTDA. e OUTROS em face de PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S.A. Segundo consta da 
inicial da ação de execução, a PETROBRÁS alega ser credora da importância de R$ 202.354,89 
(duzentos e dois mil trezentos e cinquenta e quatro reais e oitenta e nove centavos), em razão da 
aquisição de “produtos lubrificantes” devidamente entregues A PAWLOWSKI E PAWLOWSKI LTDA. 
e OUTROS (e-STJ fls. 69⁄71). Diante do inadimplemento da obrigação assumida, a PETROBRÁS 
emitiu boletos de cobrança bancária, encaminhando-os a protesto por falta de pagamento na 
modalidade por indicação. As notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e o recibo de 
entrega dos produtos também acompanharam a inicial da ação de execução, conforme atesta o 
acórdão recorrido (e-STJ fl. 541) .PAWLOWSKI E PAWLOWSKI LTDA. e OUTROS, contudo, requerem 
a extinção do processo executivo ante a ausência de título extrajudicial hábil a fundamentar a ação 
de execução, alegando a irregularidade do protesto e ausência de título executivo. Analise os 
argumentos apresentados e decida se é cabível ou não a execução no caso. (REsp 1024691/PR, 
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe 12/04/2011) 
 
RESPOSTA: Além da assinatura do sacado no título, também representa sua vinculação como 
devedor principal da duplicata a junção de dois documentos: o comprovante de entrega das 
mercadorias e o protesto. Embora não tenha assinado o título, tais documentos juntos também 
servem para representar a obrigação do sacado de pagar o título. Ocorre que, neste caso, exige-se 
que o protesto seja regular. 
A partir daqui, duas respostas possíveis: 
1 - Wille Duarte Costa nega a possibilidade de protesto por indicação fora do caso de retenção do 
título, à luz do disposto no artigo 13, § 1º, da Lei nº 5.474/68 e artigo 21, § 3º, da Lei nº 9.492/97. 
Ele afirma que “o protesto por simples indicações só pode ocorrer se a duplicata for remetida ao 
sacado e não foi devolvida por ele”.1 Dentro dessa interpretação não seria possível protestar uma 
duplicata que não existe no papel, uma vez que ela teria que ser remetida. 
2 – O artigo 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.492/97 admite a recepção das indicações da duplicata 
para protesto em meio magnético, sem especificar a que tipo de protesto se refere. Não se trata 
de um protesto de boleto, mas do protesto de uma duplicata que não existe em papel, mas sim 
sob a forma de um documento eletrônico. Assim, desde o advento desta lei é perfeitamente 
cabível o protesto por indicações em meio magnético em qualquer caso, uma vez que a lei não 
restringiu o tipo de protesto para o uso das indicações. 
 
 
 
1 COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito. Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 428. No mesmo sentido: PARIZATTO, João Roberto. 
Protesto de títulos de crédito. 2. ed. Ouro Fino: Edipa, 1999, p. 56. 
 
 
2 - Cuida-se de recurso interposto por AGÊNCIA DE FOMENTO DE GOIÁS S⁄A contra decisão que 
limitou juros remuneratórios em CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL em 12% ao ano, sem admitir a 
sua capitalização. Nas razões recursais alega que a limitação de juros remuneratórios em 12% ao 
ano não se aplica às instituições financeiras (Súmulas 382 do STJ, 596 e 648 do STF; Súmula 
Vinculante 7; e art. 4º da lei 4.595⁄64) e que é permitida a capitalização de juros em cédulas de 
crédito. Analise os pedidos formulados justificadamente. (AgRg no REsp 836.886/GO, Rel. Ministro 
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 18/04/2011) 
RESPOSTA: Além da correção monetária, que simplesmente atualiza o valor devido, é certo que 
quem concede financiamento busca uma remuneração do capital emprestado, como no caso das 
cédulas de crédito industrial. Tal remuneração se dá normalmente pela incidência de juros 
remuneratórios sobre o capital emprestado. 
Sendo possível a combinação de juros remuneratórios, as partes podem pactuá-los de forma 
simples ou de forma capitalizada, isto é, composta, com a incidência de juros sobre juros. Tal 
capitalização é perfeitamente viável, uma vez que a legislação especial das cédulas admite o pacto 
de capitalização dos juros (STJ – Súmula 93). Todavia, atente-se que não se presume a 
capitalização, a qual deverá ser expressamente pactuada, sob pena de não ser exigível.2 
Estabelecida a liberdade no que tange à capitalização dos juros, há que se analisar se tal liberdade 
também prevalece no que tange ao percentual dos juros a serem cobrados. 
Nas obrigações em que um banco seja credor, normalmente prevalece a regra da liberdade na 
fixação de juros,3 isto é, os bancos normalmente não estão sujeitos aos limites da lei da usura (STF 
– Súmula 596), por força da determinação do artigo 4º, IX, da Lei nº 4.595/64 que afirma que 
compete ao Conselho Monetário Nacional: “Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros...” 
No caso das cédulas, estamos diante de leis posteriores à Lei nº 4.595/64, as quais estabelecem 
que compete ao CMN fixar as taxas de juros a serem cobradas (Decreto-lei nº 167/67 – art. 5º; 
Decreto-lei nº 413/69 – art. 5º). Veja-se que as leis especiais e posteriores não determinam que 
compete ao CMN a fixação do limite, mas sim a fixação da própria taxa de juros. Ora, em nenhum 
momento o CMN fixou a taxa a ser cobrada, porquanto a Resolução nº 1.064 apenas diz que os 
juros serão pactuados de acordo com a taxa do mercado. Diante da omissão do CMN, deve-se 
aplicar o limite legal para os juros remuneratórios, isto é, nas cédulas os juros remuneratórios não 
poderão ultrapassar 12% ao ano4 ou a taxa SELIC. 
 
 
 
3 – CONTRUKSA VIDROS E MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA ajuizou ação monitória em face de 
ANTÔNIO LIMA DOS SANTOS, partes qualificadas nos autos, alegando em síntese, que é credor do 
requerido referente a cheques que não foram quitados. Ao final, requer a citação do réu para 
pagar a quantia de R$ 3.169,21 (três mil, cento e sessenta e nove reais e vinte e um centavos), ou 
oferecer embargos, no prazo legal, sob as penas do artigo 1.102c do Código de Processo Civil. Com 
a inicial vieram os documentos de fls. 05/10. Regularmente citado o réu ofereceu embargos (fls. 
 
2 STJ – AgRg no REsp 719.065/RS, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, Quarta Turma, julgado em 6/3/2008, DJe 17/3/2008. 
3 STJ – AgRg no REsp 1041086/RS, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, Quarta Turma, julgado em 19/8/2008, DJe 1º/9/2008. 
4 STJ – AgRg no Ag 637.627/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Terceira Turma, julgado em 25/3/2008, DJe 11/4/2008; REsp 887.034/DF, 
Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Terceira Turma, julgado em 19/12/2007, DJ 8/2/2008, p. 1; STJ – EREsp 108674/RS, Rel. 
Ministro EDUARDO RIBEIRO, Segunda Seção, julgado em 12/5/1999, DJ 21/6/1999, p. 71; NEVES, Rúbia Carneiro. Cédula de crédito. 
Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p. 97. 
 
14/16), arguindo prejudicial de prescrição. Na hipótese dos autos, verifica-se que a emissão dos 
cheques ocorreu em 02/09/2003, 15/10/2003 e 25/10/2003 e a presente ação somente foi 
proposta em 8 de outubro de 2009. Analise se há ou não prescrição justificadamente. (TJDFT - 
20090111576369APC, Relator ESDRAS NEVES, 1ª Turma Cível, julgado em 11/05/2011, DJ 
18/05/2011 p. 70). 
 
RESPOSTA: Além da ação cambial e da açãode locupletamento, há ainda a previsão de uma 
terceira ação para o recebimento do cheque, qual seja: a ação causal (Lei nº 7.357/85 – art. 62). 
Por sua própria previsão legal, vê-se que tal ação é fundada na relação causal, isto é, na causa de 
emissão ou de negociação do cheque. A simples emissão do cheque, em regra pro solvendo, não 
tem o condão de extinguir o negócio jurídico que lhe deu origem e, por isso, subsiste a ação 
baseada nesse negócio jurídico. O cheque, nesse caso, é apenas um meio probatório da relação 
causal que se quer ver adimplida. Nesses casos, poderá ser adotado o procedimento ordinário 
comum. Além disso, a depender do valor, poderão ser usados também o rito sumário (até 60 
salários-mínimos – CPC, art. 275) e o rito do juizado especial (até 40 salários-mínimos – Lei nº 
9.099/95). Além desses procedimentos, o autor pode optar pelo procedimento monitório (CPC – 
arts. 1.102a a 1.102c), uma vez que o título de crédito, quando prescrita a pretensão executória, 
representa ainda uma prova escrita de um direito de crédito. 
A concepção majoritária vem reconhecendo para essa ação, o prazo geral previsto no artigo 206, § 
5º, I, do Código Civil,5 para as ações de cobrança, tendo como termo inicial o prazo a prescrição da 
ação cambial que é de 6 meses contados da expiração do prazo de apresentação (art. 59 da Lei 
7.357/85). 
Dessa forma, qualquer que seja o prazo de apresentação do cheque (30 ou 60 dias), já houve a 
prescrição, uma vez que decorridos mais de 5 anos, 6 meses e 30 ou 60 dias de qualquer uma das 
datas de emissão mencionadas na questão. 
 
4 – Quais a natureza do cheque pós-datado? Indique explique dois efeitos da pós-datação? 
 
RESPOSTA: O cheque pós-datado envolve duas figuras distintas: um cheque e um contrato. Trata-
se de um cheque como outro qualquer, na medida em que a pós-datação não desnatura sua 
condição de título de crédito, permitindo inclusive a execução do valor ali consignado. A tal 
condição, deve-se acrescer o contrato firmado entre o emitente e o beneficiário, pelo qual este 
tem a obrigação de não apresentar o cheque antes da data combinada. 
A primeira consequência da pós-datação é criminal. A princípio, é crime de estelionato a emissão 
de cheque sem provisão de fundos (CP – art. 171, § 2º, VI). Ocorre que para a configuração desse 
crime é essencial a existência de um elemento subjetivo do tipo, isto é, ao emitir o título o sujeito 
ativo deve ter a ciência de que está emitindo o cheque para pronto pagamento sem a suficiente 
provisão de fundos.6 Ocorre que, no cheque pós-datado, não há essa ciência, o emitente não cria o 
cheque para pagamento imediato, mas apenas para pagamento futuro.7 No aspecto subjetivo do 
 
5 TJRJ – 6ª C. Cível, Apelação Cível nº 2007.001.26254, Rel. Desembargador MARCO AURÉLIO DOS SANTOS FRÓES, julgado em 
19/3/2008; TJRS Apelação Cível nº 70020403457, Nona Câmara Cível, Rel. MARILENE BONZANINI BERNARDI, julgado em 7/5/2008; TJRS 
– Recurso Cível nº 71001479526, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Rel. RICARDO TORRES HERMANN, julgado em 
17/7/2008; TJDF – 20070110815524APC, Rel. JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, 6ª Turma Cível, julgado em 18/6/2008, DJ 23/7/2008, p. 75; 
TJMG – 16ª C. Cível, Apelação Cível nº 1.0699.07.070745-9/001, Rel. Desembargador NICOLAU MASSELI, DJ de 25/7/2008; STJ – REsp 
1038104/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Terceira Turma, julgado em 9/6/2009, DJe 18/6/2009. 
 
6 JESUS, Damásio E. Direito penal. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 1999, v. 2, p. 437. 
7 BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de direito penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, v. 3, 
emitente, aquele cheque não é ordem de pagamento à vista, mas uma promessa de pagamento a 
prazo. Diante disso, a jurisprudência é uníssona em afastar a configuração do estelionato quando 
o cheque é pós-datado.8 
Outra consequência da pós-datação seria contratual. A pós-datação tem o condão de criar uma 
obrigação extracambiária para o beneficiário do título, no sentido de não apresentar o cheque 
antes da data acordada. Tal obrigação é contratual, isto é, decorre do acordo realizado pelas 
partes e não diretamente do título de crédito, podendo ser provada por qualquer meio, uma vez 
que não se trata de obrigação solene. Ressalte-se, ainda, que tal obrigação contratual é do 
beneficiário e não do banco sacado. Assim sendo, se o beneficiário descumprir sua obrigação e 
apresentar o cheque antes da data combinada, ele irá responder por perdas e danos nos termos 
do artigo 389 do Código Civil. Se ele assumiu uma obrigação contratual e a descumpriu, ele terá 
que responder pelas perdas e danos que seu inadimplemento contratual causou, indenizando 
aquele que sofreu com o seu comportamento9. 
Além disso, o STJ vem afirmando que a pós-datação amplia o prazo de apresentação do 
cheque.10 Registre-se, porém, a existência de respeitáveis opiniões em sentido contrário, 
negando qualquer influência da pós-datação na prescrição do cheque.11 O próprio STJ já afirmou 
que “a alteração do prazo de apresentação do cheque pós-datado, implicaria na dilação do 
prazo prescricional do título, situação que deve ser repelida, visto que infringiria o artigo 192 do 
Código Civil. Assentir com a tese exposta no especial, seria anuir com a possibilidade da 
modificação casuística do lapso prescricional, em razão de cada pacto realizado pelas partes”.12 
 
5 – Explique as ações escriturais. 
RESPOSTA: Tendo em vista os custos e os ônus do controle da propriedade e das transferências 
das ações nominativas cartulares em livros mantidos e preenchidos pelas sociedades, as 
companhias podem optar por outro caminho, qual seja: a adoção das ações escriturais. Adotando 
essa forma para as ações, o controle da negociação das ações será feito por uma instituição 
financeira, contratada pela própria companhia para tal finalidade, eliminando a necessidade dos 
livros. 
As ações escriturais não são representadas em papel. Neste caso, as ações não são representadas 
por certificados, funcionando como uma conta-corrente, onde os valores são lançados a débito ou 
a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física de documentos. 
 
 
p. 299. 
8 STJ – HC 39.056/SP, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, Sexta Turma, julgado em 14/2/2006, DJ 6/3/2006, p. 447; STJ – RHC 16.880/PB, 
Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, Sexta Turma, julgado em 6/10/2005, DJ 24/10/2005, p. 381; STJ – RHC 13.793/SP, Rel. Ministra 
LAURITA VAZ, Quinta Turma, julgado em 2/12/2003, DJ 19/12/2003, p. 496; STJ – AgRg no REsp 953.222/RS, Rel. Ministra JANE SILVA 
(Desembargadora Convocada do TJ/MG), Sexta Turma, julgado em 21/8/2008, DJe 8/9/2008; STJ – HC 121.628/SC, Rel. Ministro OG 
FERNANDES, Sexta Turma, julgado em 9/3/2010, DJe 29/3/2010. 
9 MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito cambiário. Campinas: Bookseller, 2000, v. 4, p. 110-111; COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de 
direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1, p. 442; MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: Títulos de crédito. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2005, v. 3, p. 289. 
10 STJ – REsp 612.423/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, julgado em 1º/6/2006, DJ 26/6/2006, p. 132; REsp 
223.486/MG, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Terceira Turma, julgado em 8/2/2000, DJ 27/3/2000, p. 99; STJ – 
REsp 16855/SP, Rel. MIN. SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Quarta Turma, julgado em 11/5/1993, DJ 7/6/1993, p. 11261. 
11 TJDF – 20070110477258APC, Rel. ALFEU MACHADO, 4ª Turma Cível, julgado em 17/12/2009, DJ 20/1/2010, p. 70; TJDF – 
20080111405893APC, Rel. VERA ANDRIGHI, 1ª Turma Cível, julgado em 23/4/2009, DJ 11/5/2009, p. 104. 
12 AgRg no Ag 1159272/DF, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADORCONVOCADO DO TJ/RS), Terceira Turma, julgado 
em 13/4/2010, DJe 27/4/2010. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB 
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS 
PROFESSOR: MARLON TOMAZETTE - 
DIREITO EMPRESARIAL CAMBIÁRIO 5º SEMESTRE TURMA: TURNO: NOTURNO 
 
NOME: __________________________________________________ 
JUSTIFIQUE TODAS AS RESPOSTAS. NENHUM CONCEITO ESTÁ IMPLÍCITO. 
 
1 – Cuida-se de embargos à execução no qual se discute se há ou não prescrição da execução de 
cheques emitidos para pagamento na mesma praça. Os cheques considerados prescritos pelo 
embargante (900012 e 900013) foram emitidos em 13.8.09, com a observação nas cártulas de que 
deveriam ser apresentados a partir de 13.10.09 e 13.11.09, respectivamente (fls. 27/8). A 
execução foi ajuizada em 28.4.10. Analise a alegação justificadamente. (TJDFT - 
20100110632625APC, Relator JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, julgado em 03/11/2010, DJ 
11/11/2010 p. 170). 
RESPOSTA: O prazo prescricional da execução do cheque é de 6 meses contados, da expiração do 
prazo de apresentação (30 dias – por se trata de cheque emitido para pagamento na mesma 
praça. A questão é saber, se no caso, deve ser levada em contada a data de emissão escrita no 
título, ou a data combinada entre as partes. 
A partir daqui, três respostas seriam possíveis. 
 
1 -A alteração do prazo de apresentação do cheque pós-datado, implicaria na dilação do prazo 
prescricional do título, situação que deve ser repelida, visto que infringiria o artigo 192 do Código 
Civil. Logo, há prescrição. 
2 – Pelo princípio da actio nata (CC – art. 189) deveria se contar da data combinada pelas partes, 
não havendo prescrição. O STJ afirmou que “ora, a toda evidência, se se exige que o portador do 
cheque pré-datado aguarde, no mínimo, o prazo consignado no cheque como de apresentação, é 
curial que o prazo prescricional só terá sua contagem iniciada após findo o lapso de trinta dias, não 
da data de emissão, mas daquela avençada para a apresentação”.13 
3 – Pelo princípio da literalidade, vale a data escrita no título, não importando o combinado entre 
as partes, logo, há prescrição da execução. 
 
 
 
 
2 - UNIMEK COMÉRCIO DE MATERIAL MÉDICO HOSPITALAR LTDA ajuizou ação de execução de 
duplicata contra a UNIMED BRASÍLIA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. Por meio de sentença, 
o MM. Juiz da 8ª Vara Cível de Brasília (fls. 109/110) acolheu a exceção de pré-executividade, em 
razão da ausência de título executivo judicial, e extinguiu o processo de execução, condenado o 
exequente ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, que fixou em R$ 
600,00. Em sede de recurso, a empresa autora aduziu a regularidade da execução, defendendo 
que a falta de aceite e de protesto pode ser suprimida pelo canhoto de recebimento da nota fiscal. 
Alega que, em nenhum momento, a duplicata foi impugnada pela recorrida, tornando-se 
incontroverso o recebimento das mercadorias e a falta de pagamento. Analise o pedido 
 
13 STJ – REsp 620218/GO, Rel. Ministro CASTRO FILHO, Terceira Turma, julgado em 7/6/2005, DJ 27/6/2005, p. 376. 
 
formulado. (TJDFT - 20080111412589APC, Relator SANDOVAL OLIVEIRA, 1ª Turma Cível, julgado 
em 13/04/2011, DJ 18/04/2011 p. 78) 
 
RESPOSTA: Além da assinatura do sacado no título, também representa sua vinculação como 
devedor principal da duplicata a junção de dois documentos: o comprovante de entrega das 
mercadorias e o protesto. Embora não tenha assinado o título, tais documentos juntos também 
servem para representar a obrigação do sacado de pagar o título. Ocorre que, neste caso, não há 
protesto, logo não há dívida do sacado. 
 
3 - Cuida-se de ação de revisão de cédula de crédito bancário ajuizada por ANIBAL ROCHA FILHO 
em desfavor do BV FINANCEIRA S/A – CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, defendendo a 
ilegalidade da cobrança de juros capitalizados na referida cédula, embora expressamente 
previstos. (TJDFT - 20080111406365APC, Relator LÉCIO RESENDE, 1ª Turma Cível, julgado em 
01/06/2011, DJ 07/06/2011 p. 66) 
RESPOSTA: As cédulas de crédito bancário são títulos de crédito14 e podem ser conceituadas 
como promessas de pagamento lastreadas em uma operação de crédito15 (operação bancária 
ativa), com ou sem garantia cedularmente constituída. 
Por terem origem em operações de crédito bancário, as cédulas de crédito bancário normalmente 
envolvem certos acréscimos ao valor nominal da dívida. A esse respeito, o artigo 28, § 1º, da Lei nº 
10.931/2004 dispõe que o documento deverá prever os encargos, dando uma ampla margem de 
liberdade para sua fixação, admitindo expressamente a capitalização de juros. 
RESPOSTA ALTERNATIVA: A capitalização de juros em contratos bancários depende de previsão de 
lei complementar, a qual não existe no caso da CCB, logo é inconstitucional a previsão da 
capitalização. 
 
 
4 – Explique as debêntures perpétuas. 
RESPOSTA: as debêntures representam um empréstimo lançado pela sociedade, é um mútuo 
caracterizado “pela divisão da quantia mutuada em frações, atribuídas a diversos titulares que se 
tornam credores, ligados entre si pelo vínculo comum de uma só operação, que dá nascimento às 
debêntures”.16 Como tal, deve haver restituição dos valores pagos seja no vencimento, seja em 
amortizações, ou pelo resgate do título. Assim sendo, a escritura de emissão deve fixar o 
vencimento das debêntures, demarcando um ou alguns momentos para restituição dos valores 
mutuados. 
O artigo 55, § 3º, da Lei das Sociedades por Ações, admite a emissão de debêntures cujo 
vencimento esteja condicionado ao não pagamento dos juros, à dissolução da companhia, ou 
outras condições definidas na escritura. Neste caso, estamos diante das chamadas debêntures 
perpétuas. 
 
 
 
14 ABRÃO, Carlos Henrique. Cédula de crédito bancário. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2005, p. 31; PEREIRA FILHO, Valdir Carlos. 
Cédula de crédito bancário. In: WAISBERG, Ivo; FONTES, Marcos Rolim Fernandes (Coord.). Contratos bancários. São Paulo: Quartier 
Latin, 2006, p. 286. 
15 SANTOS, Theophilo de Azeredo. Notas sobre a cédula de crédito bancário. Revista de direito bancário, do mercado de capitais e da 
arbitragem, ano 3, nº 8, abr./jun. 2000, p. 86; THEODORO JÚNIOR, Humberto. A cédula de crédito bancário. Revista de direito bancário, 
do mercado de capitais e da arbitragem, ano 6, nº 22, out./dez. 2003, p. 31. 
16 CARVALHOSA, Modesto. Comentários à lei de sociedades anônimas. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 1, p. 462. 
 
5 – A duplicata é um título causal? Ela pode se tornar abstrata? Quando? Justifique. 
RESPOSTA: A duplicata é um título de crédito causal, na medida em que há uma estreita 
vinculação ao negócio jurídico que lhe deu origem, uma compra e venda ou uma prestação de 
serviços. Não se trata de mera ligação a uma causa, pois todo título de crédito tem uma causa. Nos 
títulos causais, esta emerge do título, vale dizer, a causa é conhecida por todos, pois é mencionada 
no próprio documento. 
Ocorre que, em certos casos, o credor já não é mais aquele que participou do negócio e o próprio 
título traz uma aparência de que o negócio foi devidamente cumprido. Exigir, nesses casos, que o 
credor de boa-fé verifique o negócio jurídico seria contradizer a proteção da aparência e a 
celeridade inerente aos negócios empresariais. Assim, pode-se afirmar que, embora seja 
eminentemente causal, a duplicata poderá se tornar um título abstrato, não sendo oponíveis ao 
credor de boa-fé exceções ligadas ao negócio jurídico subjacente. 
Para possibilitar a aplicação dessa abstração, é essencial que o credor esteja de boa-fé, isto é, é 
fundamental que o credor não tenha participado do negócio jurídico, vale dizer, a abstração tem 
por pressuposto a circulação do título,17 por meio de endosso, na medida em que semesta 
circulação não haverá boa-fé do credor a ser tutelada. Além disso, exige-se o aceite, pois a 
aparência dada pelo aceite é digna de proteção. Assim, o credor fica desobrigado de verificar a 
regularidade do negócio jurídico subjacente e, consequentemente, fica imune às exceções ligadas 
ao negócio jurídico. O STJ já afirmou que “a ausência de entrega da mercadoria não vicia a 
duplicata no que diz respeito a sua existência regular, de sorte que, uma vez aceita, o sacado 
(aceitante) vincula-se ao título como devedor principal e a ausência de entrega da mercadoria 
somente pode ser oponível ao sacador, como exceção pessoal, mas não a endossatários de boa-
fé”.18 
 
 
 
17 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1, p. 377. 
18 STJ – REsp 261.170/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Quarta Turma, julgado em 4/8/2009, DJe 17/8/2009. 
 
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PROFESSOR: MARLON TOMAZETTE - 
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JUSTIFIQUE TODAS AS RESPOSTAS. NENHUM CONCEITO ESTÁ IMPLÍCITO. 
 
 
1 - Trata-se de ação de conhecimento, submetida ao rito ordinário, ajuizada por CARLOS 
EDUARDO DA SILVA MARTINS em face de PETROBRAS DISTRIBUIDORA S/A, objetivando, o autor, a 
reparação de supostos danos morais decorrentes, segundo ele, de ato ilícito praticado pela 
requerida. Narrou, o autor, ter sido surpreendido com a apresentação, antes da data 
convencionada, de cheque emitido em pagamento de produtos no Posto Escola Senac, o qual fora 
devolvido, por insuficiência de saldo, ensejando, além da cobrança de taxas, que superam o valor 
do título, a negativação do seu nome. Em contestação, alegou, em síntese, a requerida, que: a) a 
apresentação do cheque, antes da data combinada, não resultou de má-fé ou de negligência, mas, 
sim, de equívoco por parte de um de seus alunos, no aprendizado do labor de um posto 
revendedor; b) o cheque é título de crédito pagável à vista, pouco importando que tenha sido 
emitido de forma "pré-datada", já que, qualquer menção em sentido contrário, a própria lei 
considera como não escrita, não havendo qualquer irregularidade na apresentação do cheque 
imediatamente após sua emissão. Analise o pedido. (TJDFT - 20070111077283APC, Relator 
ANGELO PASSARELI, 5ª Turma Cível, julgado em 26/01/2011, DJ 31/01/2011 p. 154). 
 
RESPOSTA: A pós-datação tem o condão de criar uma obrigação extracambiária para o beneficiário 
do título, no sentido de não apresentar o cheque antes da data acordada. Tal obrigação é 
contratual, isto é, decorre do acordo realizado pelas partes e não diretamente do título de crédito, 
podendo ser provada por qualquer meio, uma vez que não se trata de obrigação solene. Ressalte-
se, ainda, que tal obrigação contratual é do beneficiário e não do banco sacado. Assim sendo, se o 
beneficiário descumprir sua obrigação e apresentar o cheque antes da data combinada, ele irá 
responder por perdas e danos nos termos do artigo 389 do Código Civil. Se ele assumiu uma 
obrigação contratual e a descumpriu, ele terá que responder pelas perdas e danos que seu 
inadimplemento contratual causou, indenizando aquele que sofreu com o seu comportamento19. 
O STJ já decidiu que “caracteriza dano moral a apresentação antecipada do cheque pré-datado” 
(Súmula 370). 
 
 
2 –MARCIO ALBRING COUTINHO opôs embargos à execução que lhe move LOCALIZA RENT A CAR 
S/A alegando a nulidade da duplicata que embasa a execução emitida em razão de indenização 
devida por uma batida de carro. Analise o pedido formulado (TJRS - RECURSO CÍVEL Nº 
71002745081, PRIMEIRA TURMA RECURSAL CÍVEL, TURMAS RECURSAIS, RELATOR: HELENO 
TREGNAGO SARAIVA, JULGADO EM 07/06/2011) 
RESPOSTA: A duplicata é um título de crédito causal, na medida em que há uma estreita 
vinculação ao negócio jurídico que lhe deu origem, uma compra e venda ou uma prestação de 
 
19 MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito cambiário. Campinas: Bookseller, 2000, v. 4, p. 110-111; COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de 
direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1, p. 442; MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: Títulos de crédito. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2005, v. 3, p. 289. 
 
serviços. Ao contrário de outros títulos de crédito que podem se referir a qualquer crédito, a 
duplicata deve se referir necessariamente aos créditos decorrentes de contratos de compra e 
venda mercantil ou de prestação de serviços. Apenas esses créditos poderão ser documentados 
por meio de uma duplicata. Assim, uma batida de carros não pode ensejar a emissão da duplicata 
que, por isso, é nula. 
 
 
3 – Trata-se de Ação Ordinária ajuizada por KLEYTON FREIRE DA ROCHA em face do BANCO BV 
FINANCEIRA S/A. Aduz que firmou junto ao banco réu contrato de financiamento para pagamento 
em 60 parcelas mensais. Requer a revisão para que seja vedada a capitalização dos juros, bem 
como para que os juros sejam limitados em 12% ao ano. No caso sob exame, trata-se de cédula de 
crédito bancário com taxa de juros mensal de 1,65%, capitalizada, e anual de 26,97% 
expressamente pactuada. (20100110391325APC, Relator ESDRAS NEVES, 1ª Turma Cível, julgado 
em 18/05/2011, DJ 26/05/2011 p. 72) 
RESPOSTA: As cédulas de crédito bancário são títulos de crédito20 e podem ser conceituadas 
como promessas de pagamento lastreadas em uma operação de crédito21 (operação bancária 
ativa), com ou sem garantia cedularmente constituída. 
Por terem origem em operações de crédito bancário, as cédulas de crédito bancário normalmente 
envolvem certos acréscimos ao valor nominal da dívida. A esse respeito, o artigo 28, § 1º, da Lei nº 
10.931/2004 dispõe que o documento deverá prever os encargos, dando uma ampla margem de 
liberdade para sua fixação, admitindo expressamente a capitalização de juros. Além disso, na CCB 
não há que se cogitar de limite, pois não há regra sobre o regime de fixação de juros, 
prevalecendo o regime de liberdade de pactuação para as instituições financeiras.22 
 
 
4 – Aponte uma diferença entre amortização e reembolso de ações. 
 
RESPOSTA: A amortização é de iniciativa da sociedade, que resolve pagar um prêmio ao acionista, 
já o reembolso é de iniciativa do acionista que exerce o direito de retirada. 
Na amortização, não há perda da ação, mas apenas troca por uma ação de fruição, no reembolso o 
acionista deixa de ter a ação. 
Na amortização, o valor pago é o valor patrimonial da ação, no reembolso, o estatuto pode prever 
outro valor, desde que seja no mínimo o valor econômico. 
 
 
5 – Explique o cheque visado e o cheque administrativo. 
 
RESPOSTA: A primeira modalidade de cheque é o cheque visado. Nessa modalidade, o banco 
sacado lança e assina no verso do título, declarando a existência de fundos suficientes, no valor do 
título, os quais ficarão reservados para a liquidação do cheque, pelo prazo para apresentação do 
 
20 ABRÃO, Carlos Henrique. Cédula de crédito bancário. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2005, p. 31; PEREIRA FILHO, Valdir Carlos. 
Cédula de crédito bancário. In: WAISBERG, Ivo; FONTES, Marcos Rolim Fernandes (Coord.). Contratos bancários. São Paulo: Quartier 
Latin, 2006, p. 286. 
21 SANTOS, Theophilo de Azeredo. Notas sobre a cédula de crédito bancário. Revista de direito bancário, do mercado de capitais e da 
arbitragem, ano 3, nº 8, abr./jun. 2000, p. 86; THEODORO JÚNIOR, Humberto. A cédula de crédito bancário. Revista de direito bancário, 
do mercado de capitais e da arbitragem, ano 6, nº 22, out./dez. 2003, p. 31. 
22 STJ – REsp 906.054/RS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Quarta Turma, julgado em 7/2/2008, DJe 10/3/2008. 
 
título(Lei nº 7.357/85 – art. 7º). O visto significa que existem fundos disponíveis para cobrir o 
valor do cheque e que tais fundos não serão utilizados para pagar outros cheques, durante o prazo 
de apresentação do cheque. 
Outra modalidade de cheque é o cheque administrativo, no qual o emitente do cheque é o 
próprio banco sacado. Tal modalidade é usada pelos próprios bancos para honrar suas 
obrigações, mas também pelos particulares para dar mais segurança às suas transações. Neste 
caso, há uma espécie de compra do cheque administrativo, que será entregue aos credores, 
dando-lhes mais segurança, uma vez que é difícil imaginar que um banco não tenha fundos 
disponíveis para quitar o cheque. 
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JUSTIFIQUE TODAS AS RESPOSTAS. NENHUM CONCEITO ESTÁ IMPLÍCITO. 
 
1 - Cuida-se de apelação interposta contra a sentença julgou procedente a ação monitória 
proposta por RONALDO RODRIGUES SALES em face de MÁRCIO BENNECH VERCINO. Na exordial, o 
autor afirma ser credor da quantia 4.004,99, dos cheques de nº 0394, 03950 e 03752 a 03755, 
emitidos pelo réu para pagamento na mesma praça. O réu ofereceu embargos argumentando que 
os cheques foram emitidos no período de 21/12/2003 a 20/09/2004, já tendo operado sua 
prescrição uma vez que a ação somente foi interposta em 20/05/2008. Analise a arguição de 
prescrição no caso. (20080110618397APC, Relator JOÃO EGMONT, 5ª Turma Cível, julgado em 
29/09/2010, DJ 05/10/2010 p. 148) 
 
RESPOSTA: Além da ação cambial e da ação de locupletamento, há ainda a previsão de uma 
terceira ação para o recebimento do cheque, qual seja: a ação causal (Lei nº 7.357/85 – art. 62). 
Por sua própria previsão legal, vê-se que tal ação é fundada na relação causal, isto é, na causa de 
emissão ou de negociação do cheque. A simples emissão do cheque, em regra pro solvendo, não 
tem o condão de extinguir o negócio jurídico que lhe deu origem e, por isso, subsiste a ação 
baseada nesse negócio jurídico. O cheque, nesse caso, é apenas um meio probatório da relação 
causal que se quer ver adimplida. Nesses casos, poderá ser adotado o procedimento ordinário 
comum. Além disso, a depender do valor, poderão ser usados também o rito sumário (até 60 
salários-mínimos – CPC, art. 275) e o rito do juizado especial (até 40 salários-mínimos – Lei nº 
9.099/95). Além desses procedimentos, o autor pode optar pelo procedimento monitório (CPC – 
arts. 1.102a a 1.102c), uma vez que o título de crédito, quando prescrita a pretensão executória, 
representa ainda uma prova escrita de um direito de crédito. 
A concepção majoritária vem reconhecendo para essa ação, o prazo geral previsto no artigo 206, § 
5º, I, do Código Civil,23 para as ações de cobrança, tendo como termo inicial o prazo a prescrição 
da ação cambial que é de 6 meses contados da expiração do prazo de apresentação (art. 59 da Lei 
7.357/85). 
Dessa forma, não há prescrição no caso, uma vez que decorridos menos de 5 anos da própria 
emissão dos cheques. 
 
 
 
2 - Trata-se de os embargos opostos por OLVEBRA INDUSTRIAL S/A à execução que lhe move 
TRINAC INDÚSTRIA COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA., No caso concreto, a execução tem por 
objeto a duplicata de nº 327A, no valor de R$6.156,00, sem aceite e protestada por indicação, com 
origem na prestação de serviço descrita na nota fiscal correspondente, qual seja, a revisão geral de 
 
23 TJRJ – 6ª C. Cível, Apelação Cível nº 2007.001.26254, Rel. Desembargador MARCO AURÉLIO DOS SANTOS FRÓES, julgado em 
19/3/2008; TJRS Apelação Cível nº 70020403457, Nona Câmara Cível, Rel. MARILENE BONZANINI BERNARDI, julgado em 7/5/2008; TJRS 
– Recurso Cível nº 71001479526, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Rel. RICARDO TORRES HERMANN, julgado em 
17/7/2008; TJDF – 20070110815524APC, Rel. JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, 6ª Turma Cível, julgado em 18/6/2008, DJ 23/7/2008, p. 75; 
TJMG – 16ª C. Cível, Apelação Cível nº 1.0699.07.070745-9/001, Rel. Desembargador NICOLAU MASSELI, DJ de 25/7/2008; STJ – REsp 
1038104/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Terceira Turma, julgado em 9/6/2009, DJe 18/6/2009. 
 
máquina rotuladora, cujo comprovante de prestação de serviços também foi juntado aos autos. 
Não houve remessa da duplicata para o sacado, tratando-se de protesto por falta de pagamento. 
Sustenta a impossibilidade de execução de título extrajudicial sem que tenha sido apresentada a 
cártula original, tendo em vista o princípio da cartularidade. Analise se é cabível ou não a execução 
no caso. (Apelação Cível Nº 70037722592, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 28/04/2011) 
 RESPOSTA: Além da assinatura do sacado no título, também representa sua vinculação como 
devedor principal da duplicata a junção de dois documentos: o comprovante de entrega das 
mercadorias e o protesto. Embora não tenha assinado o título, tais documentos juntos também 
servem para representar a obrigação do sacado de pagar o título, dispensando-se inclusive a 
juntada da duplicata no caso do protesto por indicações (art. 15 da Lei 5.474/68). Ocorre que, 
neste caso, exige-se que o protesto seja regular. 
A partir daqui, duas respostas possíveis: 
1 - Wille Duarte Costa nega a possibilidade de protesto por indicação fora do caso de retenção do 
título, à luz do disposto no artigo 13, § 1º, da Lei nº 5.474/68 e artigo 21, § 3º, da Lei nº 9.492/97. 
Ele afirma que “o protesto por simples indicações só pode ocorrer se a duplicata for remetida ao 
sacado e não foi devolvida por ele”.24 Dentro dessa interpretação não seria possível protestar uma 
duplicata que não existe no papel, uma vez que ela teria que ser remetida. 
2 – O artigo 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.492/97 admite a recepção das indicações da duplicata 
para protesto em meio magnético, sem especificar a que tipo de protesto se refere. Não se trata 
de um protesto de boleto, mas do protesto de uma duplicata que não existe em papel, mas sim 
sob a forma de um documento eletrônico. Assim, desde o advento desta lei é perfeitamente 
cabível o protesto por indicações em meio magnético em qualquer caso, uma vez que a lei não 
restringiu o tipo de protesto para o uso das indicações. 
 
 
3 - Cuida-se de ação de conhecimento, subordinada ao procedimento comum, de rito ordinário, 
proposta por ROBSON FRANCISCO DE OLIVEIRA em face de BV FINANCEIRA S/A CREDITO, 
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO. O autor intenta a revisão de contrato de financiamento 
firmado entre as partes para aquisição de veículo. Alega, em síntese, a ilegalidade da capitalização 
dos juros, da cobrança de comissão de permanência cumulada com outros encargos moratórios. 
Analise o pedido formulado. (20090111351396APC, Relator JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, 6ª Turma 
Cível, julgado em 25/05/2011, DJ 09/06/2011 p. 238) 
 
RESPOSTA: Cuida-se de Cédula de crédito bancário, uma vez que se trata de pessoa física que 
contraiu financiamento para aquisição de automóvel. As cédulas de crédito bancário são títulos 
de crédito25 e podem ser conceituadas como promessas de pagamento lastreadas em uma 
operação de crédito26 (operação bancária ativa), com ou sem garantia cedularmente 
constituída. 
Por terem origem em operações de crédito bancário, as cédulas de crédito bancário normalmente 
 
24 COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito. Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 428. No mesmo sentido: PARIZATTO, João Roberto. 
Protesto de títulos de crédito. 2. ed. Ouro Fino: Edipa, 1999, p. 56. 
25 ABRÃO, Carlos Henrique. Cédula de crédito bancário. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2005, p. 31; PEREIRA FILHO, Valdir Carlos.Cédula de crédito bancário. In: WAISBERG, Ivo; FONTES, Marcos Rolim Fernandes (Coord.). Contratos bancários. São Paulo: Quartier 
Latin, 2006, p. 286. 
26 SANTOS, Theophilo de Azeredo. Notas sobre a cédula de crédito bancário. Revista de direito bancário, do mercado de capitais e da 
arbitragem, ano 3, nº 8, abr./jun. 2000, p. 86; THEODORO JÚNIOR, Humberto. A cédula de crédito bancário. Revista de direito bancário, 
do mercado de capitais e da arbitragem, ano 6, nº 22, out./dez. 2003, p. 31. 
envolvem certos acréscimos ao valor nominal da dívida. A esse respeito, o artigo 28, § 1º, da Lei nº 
10.931/2004 dispõe que o documento deverá prever os encargos, dando uma ampla margem de 
liberdade para sua fixação, admitindo expressamente a capitalização de juros. 
 
Além disso, poderão ser pactuados outros encargos como a comissão de permanência. Tal encargo 
foi criado pela Resolução nº 1.129/86 do CMN com o intuito de representar um fator de 
atualização de débitos em atraso com instituições financeiras ou entidades equiparadas. Em 
última análise, trata-se de mais um encargo cobrado por instituições financeiras, pelo atraso no 
pagamento de obrigações.27 
A jurisprudência vem reconhecendo a validade da pactuação de tal encargo, desde que não 
cumulado com outros encargos.28 Todavia, sua admissão está condicionada à ausência de 
encargos legalmente previsto para o caso de atraso, pois, se a própria lei prevê os encargos, não 
há como se imaginar uma resolução alterando os objetivos da lei. Como as cédulas de crédito 
bancário não possuem encargos específicos para o caso de atraso, vem sendo admitida a 
pactuação da comissão de permanência, desde que não cumulada com nenhum outro encargo 
moratório ou remuneratório.29 
 
 
 
4 – Diferencie preço de emissão e valor de mercado de ações. 
 RESPOSTA: Preço de emissão é o valor da primeira venda, fixado pela sociedade, tendo como 
patamar mínimo o valor nominal da ação (capital social). Já o valor de mercado é o valor de 
negociação fixado pelo acionista, sem patamar mínimo. 
 
 
5 – Diferencie a sustação e a revogação do cheque. 
 
RESPOSTA: Ambos são motivos de devolução do cheque. Porém, a sustação produz efeitos 
imediatos (art. 36 da Lei 7.357/85) e pode ser feita pelo emitente ou pelo beneficiário, ao passo 
que a revogação só produz efeitos após o prazo de apresentação (art. 35 da Lei 7.257/85) e pode 
ser feita apenas pelo emitente. 
 
27 SALOMÃO NETO, Eduardo. Direito bancário. São Paulo: Atlas, 2007, p. 194. 
28 STJ – AgRg no REsp 1056827/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, Terceira Turma, julgado em 7/8/2008, DJe 28/8/2008. 
29 STJ – REsp 906.054/RS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Quarta Turma, julgado em 7/2/2008, DJe 10/3/2008. 
 
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JUSTIFIQUE TODAS AS RESPOSTAS. NENHUM CONCEITO ESTÁ IMPLÍCITO. 
 
1 - Cuida-se de apelação interposta por RONALDO PAULO ALVES contra a r. sentença de fls. 66/67 
que julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais que formulara em desfavor 
de SHOPPING DO AUTOMÓVEL – UNIDAS MULTIMARCAS COMÉRCIO DE VEÍCULOS E PEÇAS LTDA. 
Do cotejo das provas carreadas aos autos, infere-se que o próprio autor/apelante declarou em seu 
depoimento pessoal que, inicialmente, restou acertado entre as partes que os dois cheques que 
haviam sido emitidos em favor do réu/apelado seriam apresentados nos dias 10/04 e 10/05 de 
2008, mas, foram apresentados dez dias antes da data pactuada. não há nos autos notícia de que 
a cártula tenha sido devolvida por falta de provisão de fundos, tampouco de que foi promovida a 
inscrição de seus dados junto aos cadastros de inadimplentes, de que tenha havido o 
encerramento de sua conta corrente ou mesmo a recusa de fornecimento de talonário, nem de 
qualquer outro tipo de restrição ao autor/apelante em função do fato narrado e que tivesse lhe 
conferido, implícita ou explicitamente, qualquer qualificação desabonadora de sua honra objetiva 
ou subjetiva. Analise o pedido de indenização. (TJDFT - 20090710364659APC, Relator NATANAEL 
CAETANO, 1ª Turma Cível, julgado em 19/01/2011, DJ 25/01/2011 p. 85) 
 
RESPOSTA: A pós-datação tem o condão de criar uma obrigação extracambiária para o beneficiário 
do título, no sentido de não apresentar o cheque antes da data acordada. Tal obrigação é 
contratual, isto é, decorre do acordo realizado pelas partes e não diretamente do título de crédito, 
podendo ser provada por qualquer meio, uma vez que não se trata de obrigação solene. Ressalte-
se, ainda, que tal obrigação contratual é do beneficiário e não do banco sacado. Assim sendo, se o 
beneficiário descumprir sua obrigação e apresentar o cheque antes da data combinada, ele irá 
responder por perdas e danos nos termos do artigo 389 do Código Civil. Se ele assumiu uma 
obrigação contratual e a descumpriu, ele terá que responder pelas perdas e danos que seu 
inadimplemento contratual causou, indenizando aquele que sofreu com o seu comportamento30. 
Todavia, no caso não há nenhum dano, logo não há o que indenizar. 
 
2 - ALÍRIO JUNIOR GONSIOROCKI SILVEIRA, já qualificado na peça inicial, ajuizou AÇÃO 
INDENIZATÓRIA contra BANCO RENDIMENTO S/A, alegando, em suma ter sido protestado junto 
ao tabelionato de protestos em 11 de fevereiro de 2009. Argumentou que a ré teria protestado 
duplicatas, sendo estas no valor de R$ 451,50. Alega que o protesto foi indevido, uma vez que já 
teria feito o pagamento ao credor original dos títulos POLITEC em 31/01/2009, conforme recibo 
passado pela POLITEC em documento. Os títulos foram transferidos AO BANCO RENDIMENTO S/A 
por endosso em 19/12/2008. Analise se o protesto é ou não devido. (Apelação Cível Nº 
70038678793, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, 
Julgado em 27/04/2011). 
 
30 MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito cambiário. Campinas: Bookseller, 2000, v. 4, p. 110-111; COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de 
direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1, p. 442; MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: Títulos de crédito. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2005, v. 3, p. 289. 
 
RESPOSTA: O protesto é o meio de prova da falta de pagamento do título, logo, ele será devido se 
realmente não foi feito o pagamento da duplicata, nas condições determinadas pela legislação. 
No caso concreto, a jurisprudência, centrada na exegese da art. 9º, § 1º, da Lei n. 5.474/1968, 
entende que a circulação da duplicata impõe ao sacado o dever de pagar ao endossatário o valor 
representado no título de crédito, descabendo falar-se em recibo em separado ao endossante, 
quando presente a anterioridade do endosso e a inexistência de má-fé na circulação cambial. 
Logo, o protesto é devido, uma vez que ausente a comprovação regular do pagamento. 
 
 
3 - Cuida-se de ação ajuizada por Seles Maria de Freitas em desfavor de Park Way Automóveis 
Ltda e do Banco Industrial e Comercial S/A, com o objetivo de limitar os juros remuneratórios em 
12% ao ano, sem a possibilidade de capitalização. No caso em tela, trata-se de cédula de crédito 
industrial com previsão de juros capitalizados no percentual de 3,31455% ao mês e 47,8897% ao 
ano. Analise o pedido. (19990110396106APC, Relator SÉRGIO BITTENCOURT, 4ª Turma Cível, 
julgado em 28/10/2009, DJ 30/11/2009 p. 125) 
RESPOSTA: Além da correção monetária, que simplesmente atualiza o valor devido, é certo que 
quem concede financiamento busca uma remuneração do capital emprestado, como no caso das 
cédulas de crédito industrial. Tal remuneração se dá normalmente pela incidência de juros 
remuneratórios sobreo capital emprestado. 
Sendo possível a combinação de juros remuneratórios, as partes podem pactuá-los de forma 
simples ou de forma capitalizada (STJ – Súmula 93). 
Nas obrigações em que um banco seja credor, normalmente prevalece a regra da liberdade na 
fixação de juros,31 isto é, os bancos normalmente não estão sujeitos aos limites da lei da usura 
(STF – Súmula 596), por força da determinação do artigo 4º, IX, da Lei nº 4.595/64 que afirma que 
compete ao Conselho Monetário Nacional: “Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros...” 
No caso das cédulas, estamos diante de leis posteriores à Lei nº 4.595/64, as quais estabelecem 
que compete ao CMN fixar as taxas de juros a serem cobradas (Decreto-lei nº 167/67 – art. 5º; 
Decreto-lei nº 413/69 – art. 5º). Veja-se que as leis especiais e posteriores não determinam que 
compete ao CMN a fixação do limite, mas sim a fixação da própria taxa de juros. Ora, em nenhum 
momento o CMN fixou a taxa a ser cobrada, porquanto a Resolução nº 1.064 apenas diz que os 
juros serão pactuados de acordo com a taxa do mercado. Diante da omissão do CMN, deve-se 
aplicar o limite legal para os juros remuneratórios, isto é, nas cédulas os juros remuneratórios não 
poderão ultrapassar 12% ao ano32 ou a taxa SELIC. 
 
4 – Em que consiste a comunhão de interesses entre debenturistas. 
 
 
RESPOSTA: Cada emissão de debêntures corresponde a um único contrato de mútuo, de modo 
que todos os debenturistas estão ligados como se fossem ocupantes do mesmo polo de um 
contrato. Ao subscrever a debênture, ele não se torna simplesmente credor da sociedade, mas 
membro de um grupo organizado,33 protegido pela legislação de regência. Há, pois, uma 
comunhão de interesses entre todos os debenturistas de uma emissão, debenturistas estes que 
 
31 STJ – AgRg no REsp 1041086/RS, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, Quarta Turma, julgado em 19/8/2008, DJe 1º/9/2008. 
32 STJ – AgRg no Ag 637.627/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Terceira Turma, julgado em 25/3/2008, DJe 11/4/2008; REsp 
887.034/DF, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Terceira Turma, julgado em 19/12/2007, DJ 8/2/2008, p. 1; STJ – EREsp 
108674/RS, Rel. Ministro EDUARDO RIBEIRO, Segunda Seção, julgado em 12/5/1999, DJ 21/6/1999, p. 71; NEVES, Rúbia Carneiro. 
Cédula de crédito. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p. 97. 
33 GALGANO, Francesco. Diritto civile e commerciale. 3. ed. Padova: CEDAM, 1999, v. 3, tomo 2, p. 398. 
possuem os mesmos direitos dentro da mesma série. A comunhão existe não pelo número de 
credores, mas porque a dívida é una, fracionada em diversos títulos.34 Essa unidade de tratamento 
se justifica, basicamente, pela identidade de direitos e pela simplificação do relacionamento com a 
companhia.35 
Tal comunhão possui basicamente dois órgãos: a assembleia geral e o agente fiduciário. 
 
5 – Em que consiste a triplicata? Quando ela pode ser extraída. 
 
RESPOSTA: Assim como a letra de câmbio, a duplicata é passível de remessa para aceite e, por 
isso, está sujeita a riscos maiores de perda ou mesmo de destruição, do que outros títulos. Tais 
riscos são importantes, pois, a princípio, a perda ou destruição do título acabariam inviabilizando o 
exercício dos direitos decorrentes do título, dada a cartularidade a eles inerente. Para proteger o 
credor de tais riscos, a legislação admite a extração de uma segunda via da duplicata, denominada 
triplicata (Lei nº 5.474/68 – art. 23), emitida pelo sacador que possuirá os mesmos requisitos e 
formalidades da duplicata. 
Pelo texto da lei, tal opção poderá ser exercida nos casos de extravio e destruição do título, isto é, 
quando o título se perde. Fábio Ulhoa Coelho e Luiz Emygdio da Rosa Júnior, por sua vez, afirmam 
não haver nenhum prejuízo na emissão da triplicata também no caso de retenção do título.36 A 
nosso ver, efetivamente não haveria qualquer problema na emissão da triplicata nos casos de 
retenção,37 uma vez que a lei não a proíbe. Ademais, a função da triplicata seria cumprida também 
nesse caso, pois, resguardaria o credor dos riscos da remessa do título. 
 
34 CARVALHOSA, Modesto. Comentários à lei de sociedades anônimas. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 1, p. 480. 
35 BROSETA PONT, Manuel. Manual de derecho mercantil. 10. ed. Madrid: Tecnos, 1994, p. 382. 
36 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1, p. 465; ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio da. Títulos 
de crédito. 4. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006, p. 745; RIZZARDO, Arnaldo. Títulos de crédito. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 241. 
37 STJ – REsp 369.808/DF, Rel. Ministro CASTRO FILHO, Terceira Turma, julgado em 21/5/2002, DJ 24/6/2002, p. 299. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNICEUB 
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS 
PROFESSOR: MARLON TOMAZETTE - 
DIREITO EMPRESARIAL CAMBIÁRIO 5º SEMESTRE TURMA: TURNO: NOTURNO 
NOME: __________________________________________________ 
JUSTIFIQUE TODAS AS RESPOSTAS. NENHUM CONCEITO ESTÁ IMPLÍCITO. 
1 - Trata-se de apelo contra decisão que indeferiu petição inicial em ação de execução de título 
extrajudicial, instruída com dois cheques, para pagamento na mesma praça, pós-datados (fl. 29). 
Ambas as cártulas trazem como data de emissão o dia 18 de agosto de 2009, contando nas duas a 
aposição de data futura, qual seja, 18 de outubro do mesmo ano, tendo sido proposta a ação 
executiva em 16 de abril de 2010. Analise se há ou não prescrição no caso. (TJDFT - 
20100110543285APC, Relator JOÃO EGMONT, 5ª Turma Cível, julgado em 04/08/2010, DJ 
09/08/2010 p. 97). 
 
RESPOSTA: O prazo prescricional da execução do cheque é de 6 meses contados, da expiração do 
prazo de apresentação (30 dias – por se trata de cheque emitido para pagamento na mesma 
praça. A questão é saber, se no caso, deve ser levada em contada a data de emissão escrita no 
título, ou a data combinada entre as partes. 
A partir daqui, três respostas seriam possíveis. 
 
1 -A alteração do prazo de apresentação do cheque pós-datado, implicaria na dilação do prazo 
prescricional do título, situação que deve ser repelida, visto que infringiria o artigo 192 do Código 
Civil. Logo, há prescrição. 
2 – Pelo princípio da actio nata (CC – art. 189) deveria se contar da data combinada pelas partes, 
não havendo prescrição. O STJ afirmou que “ora, a toda evidência, se se exige que o portador do 
cheque pré-datado aguarde, no mínimo, o prazo consignado no cheque como de apresentação, é 
curial que o prazo prescricional só terá sua contagem iniciada após findo o lapso de trinta dias, não 
da data de emissão, mas daquela avençada para a apresentação”.38 
3 – Pelo princípio da literalidade, vale a data escrita no título, não importando o combinado entre 
as partes, logo, há prescrição da execução. 
 
 
2 - METALÚRGICA MUSSKOPF LTDA opôs embargos à execução que lhe move ON LINE 
SOCIEDADE DE FOMENTO MERCANTIL, alegando que na duplicata não se aplica o princípio da 
abstração e que, por isso, o descumprimento da compra e venda mercantil que deu origem ao 
título, a dispensaria do pagamento da duplicata. Embasam a execução títulos que tem sacadora 
DITUPAL DISTRIBUIDORA DE TUBOS PORTO ALEGRE LTDA e como sacada a METALÚRGICA 
MUSSKOPF LTDA que assinou o título no seu anverso. Os títulos foram endossados antes do 
vencimento para a exequente. Analise o pedido. (Apelação Cível Nº 70033409145, Décima Sexta 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli, Julgado em 
26/05/2011). 
RESPOSTA: A duplicata é um título de crédito causal, na medida em que há uma estreita 
vinculação ao negócio jurídico que lhe deu origem, uma compra e venda ou uma prestação de 
serviços. Não se trata de mera ligação a uma causa, pois todo título de crédito tem uma causa. Nos 
títulos causais, esta emerge do título, vale dizer,a causa é conhecida por todos, pois é mencionada 
 
38 STJ – REsp 620218/GO, Rel. Ministro CASTRO FILHO, Terceira Turma, julgado em 7/6/2005, DJ 27/6/2005, p. 376. 
 
no próprio documento. 
Ocorre que, em certos casos, o credor já não é mais aquele que participou do negócio e o próprio 
título traz uma aparência de que o negócio foi devidamente cumprido. Exigir, nesses casos, que o 
credor de boa-fé verifique o negócio jurídico seria contradizer a proteção da aparência e a 
celeridade inerente aos negócios empresariais. Assim, pode-se afirmar que, embora seja 
eminentemente causal, a duplicata poderá se tornar um título abstrato, não sendo oponíveis ao 
credor de boa-fé exceções ligadas ao negócio jurídico subjacente. 
Para possibilitar a aplicação dessa abstração, é essencial que o credor esteja de boa-fé, isto é, é 
fundamental que o credor não tenha participado do negócio jurídico, vale dizer, a abstração tem 
por pressuposto a circulação do título,39 por meio de endosso, na medida em que sem esta 
circulação não haverá boa-fé do credor a ser tutelada. Além disso, exige-se o aceite, pois a 
aparência dada pelo aceite é digna de proteção. Assim, o credor fica desobrigado de verificar a 
regularidade do negócio jurídico subjacente e, consequentemente, fica imune às exceções ligadas 
ao negócio jurídico. O STJ já afirmou que “a ausência de entrega da mercadoria não vicia a 
duplicata no que diz respeito a sua existência regular, de sorte que, uma vez aceita, o sacado 
(aceitante) vincula-se ao título como devedor principal e a ausência de entrega da mercadoria 
somente pode ser oponível ao sacador, como exceção pessoal, mas não a endossatários de boa-
fé”.40 
Presentes, o aceite e o endosso no caso, aplica-se o princípio da abstração, de modo que 
problemas com o negócio jurídico não afetam o dever de pagar o título e, por isso, os embargos 
devem ser rejeitados, obrigando-se o sacado ao pagamento do terceiro de boa-fé. 
 
 
 
3 - Cuida-se de embargos à execução opostos por ÁGUA MINERAL SUPER-VIDA MINERAÇÃO LTDA 
em face de BANCO DO BRASIL S/A , partes qualificadas nos autos. No mérito, aduz que pagou, 
inicialmente, em dinheiro, a quantia de R$ 12.000,00, em face da aquisição do caminhão, 
financiando o restante (R$ 22.600,00), consoante se infere da Cédula de Crédito Industrial. Requer 
a decretação de nulidade da cláusula que estipula o vencimento antecipado da dívida pelo 
inadimplemento de qualquer parcela, bem como seja caracterizado o excesso de execução, em 
razão da incidência de comissão permanência e multa 10% em razão do atraso. 
(20000110259983APC, Relator JOÃO MARIOSA, 3ª Turma Cível, julgado em 18/11/2009, DJ 
02/12/2009 p. 60) 
 
RESPOSTA: Tal encargo não é automático, dependendo de previsão específica no título para ser 
exigível.41 A legislação das cédulas prevê a possibilidade de pactuação de multa de 10% (Decreto-
lei nº 167/67 – art. 71; Decreto-lei nº 413/69 – art. 58). Todavia, o STJ vem afirmando de forma 
pacífica que tal multa não poderá ultrapassar os 2% previstos no artigo 52, § 1º, do Código de 
Defesa do Consumidor, se a operação tiver sido contratada após a vigência da Lei nº 9.298/96, que 
reduziu o percentual da multa.42. AS DUAS RESPOSTAS NESSE PONTO SÃO ACEITAS. 
 
39 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, v. 1, p. 377. 
40 STJ – REsp 261.170/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Quarta Turma, julgado em 4/8/2009, DJe 17/8/2009. 
41 NEVES, Rúbia Carneiro. Cédula de crédito. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p. 88; MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: 
títulos de crédito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005, v. 3, p. 372. 
 
42 STJ – AgRg no REsp 826.463/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Terceira Turma, julgado em 24/8/2006, DJ 
11/9/2006, p. 280; STJ – AgRg no REsp 794.526/MA, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Quarta Turma, julgado em 16/3/2006, DJ 
24/4/2006, p. 409. 
Embora a lei já preveja dois encargos para os casos de mora, as instituições financeiras costumam 
prever também a incidência de comissão de permanência para o caso de atraso no pagamento. Tal 
encargo foi criado pela Resolução nº 1.129/86 do CMN com o intuito de representar um fator de 
atualização de débitos em atraso com instituições financeiras, ou entidades equiparadas. Em 
última análise, trata-se de mais um encargo cobrado por instituições financeiras. 
A jurisprudência vem reconhecendo a validade da pactuação de tal encargo, desde que não 
cumulado com outros encargos.43 Todavia, sua admissão está condicionada à ausência de 
encargos legalmente previstos para o caso de atraso, pois, se a própria lei prevê os encargos, não 
há como se imaginar uma resolução alterando os objetivos da lei. Se a lei já prevê encargos para o 
caso de mora, não se pode falar em pactuação da comissão de permanência. Esse é o caso das 
cédulas, ora em estudo, uma vez que a sua legislação específica já prevê os juros de mora e a 
multa para o caso de atraso, não sendo, portanto, admissível a pactuação de outro encargo como 
a comissão de permanência.44 
 
 
 
 
4 – Aponte uma diferença entre a ação causal e a ação de locupletamento do cheque. 
 
RESPOSTA : Ação causal – prazo de prescrição 5 anos (art. 206, § 5º, I do CC), ação de 
locupletamento 2 anos (art. 61 da Lei 7.257/85). A causa de pedir na ação causal é o negócio 
jurídico que deu origem ao título e a causa de pedir na ação de locupletamento é o 
enriquecimento sem causa do devedor. A legitimidade passiva na ação causa é a mesma do 
negócio jurídico, ao passo que na ação de locupletamento é do emitente ou outros coobrigados 
que tenham se enriquecido indevidamente. 
 
5 –Aponte uma diferença entre resgate e reembolso de ações. 
RESPOSTA: O resgate é de iniciativa da sociedade, o reembolso é de iniciativa do acionista. O valor 
do reembolso é o valor patrimonial da ação, permitindo-se que o estatuto fixe outro valor que seja 
no mínimo o valor econômico. De outro lado, no resgate, a concepção majoritária é que o valor é 
definido pelo estatuto ou pela assembleia geral que deliberar o resgate. 
 
43 STJ – AgRg no REsp 1056827/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, Terceira Turma, julgado em 7/8/2008, DJe 28/8/2008. 
44 STJ – AgRg no Ag 919.864/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Quarta Turma, julgado em 20/11/2007, DJ 11/2/2008, p. 
126; STJ – AgRg no Ag 883.139/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Terceira Turma, julgado em 18/10/2007, DJ 
31/10/2007, p. 330.

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