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DIREITO EMPRESARIAL II 
CASO CONCRETO 01 
Fernando emitiu um título de crédito em favor de 
Renata, o qual circulou através de diversos endossos 
até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o 
portador decidiu executar um dos endossantes, tendo 
em vista que o título não foi pago pelo devedor 
original. Todavia, ao ser executado, o endossante 
alegou em sua defesa que não poderia ser executado, 
haja vista que recebeu o título de um menor, o qual 
não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a 
cadeia de endossos. Diante dessa situação 
hipotética, pergunta-se: 
a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo 
endossante? 
 
Resposta: Não, pois as obrigações são 
autônomas. Não merece ser acolhida a defesa 
apresentada, tendo em vista que ao lançar sua 
assinatura no título, o endossante vincula-se 
a obrigação de pagar como garantidor, sendo 
que as obrigações são autônomas e 
independentes. 
 
 
 
b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso 
em tela? 
 
Princípio da autonomia, que preceitua que cada 
obrigação é autônoma com as demais, independente 
da situação. 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
1)São princípios gerais dos títulos de crédito: 
 
e) cartularidade, literalidade e autonomia 
 
 
2) Quanto à classificação dos títulos de crédito, é 
incorreto afirmar: 
a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser 
classificados como livres (letra de câmbio e nota 
promissória) e vinculados (cheque e duplicata). 
b) quanto à estrutura, os títulos se classificam 
como ordem de pagamento ou promessa de pagamento. 
c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra 
de câmbio, e como promessa de pagamento a nota 
promissória. 
d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de 
créditos podem ser classificados em causais e não 
causais. 
e) todos os títulos de crédito existentes no Brasil 
podem ser considerados não causais, visto que não 
dependem de causa específica para serem emitidos. 
(Errado. Pois há vários títulos específicos 
que dependem de causas definidas para serem 
emitidos, por exemplo a nota promissória 
(oriunda muitas vezes de um negócio jurídico 
de compra e venda ). 
 
CASO CONCRETO 02 
Fernando Lopes (SACADOR. = emitente do cheque)emite 
uma letra de câmbio em face de Luan (SACADO = banco)e 
a favor de Eduarda, que a endossa em branco para 
Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por 
sua vez, também endossa em preto para João. Este 
endossa em branco e repassa o título para Dora, que 
repassa o título por tradição para Eunice, e assim 
vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o 
título para Miro, através de endosso em preto. 
Diante disso: 
a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do 
referido título. 
Resposta: Não há impedimento algum, o titulo 
nominal passa a ser ao portador e, posteriormente, 
voltar a ser nominal, mediante a cadeia de endosso 
nas modalidades em preto ou em branco. 
 
Há que destacar, O sacado somente terá a obrigatoriedade ao 
pagamento da letra de câmbio, quando houver expressa 
concordância de sua obrigação por meio do aceite que se dá 
pela assinatura do sacado no anverso do título ou no verso 
acompanhado da expressão aceito. 
Ainda, poderá haver a aceitação limitativa, no qual o sacado 
aceita pagar apenas uma parte do valor do título, mas 
também poderá ocorrer a cláusula de proibição de aceite. 
 
 
 
b) Especifique o principal efeito do endosso 
realizado por Vitor. 
Resposta: O principal efeito do endosso em preto 
é fazer com que o titulo fique nominal e caso o 
portador queira transferi-lo, obrigatoriamente 
devera faze-lo por endosso. 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1: No que se refere ao instituto 
do aval, assinale a alternativa correta: 
c) no caso das letras de câmbio, é permitido o aval 
parcial, por força de previsão em legislação 
especial. 
 
CASO CONCRETO 03 
VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial 
– Prático-Profissional – 2012) 
Pedro emite nota promissória para o beneficiário 
João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, 
João endossa a respectiva nota promissória para 
Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de 
Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a 
alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após 
realizar o protesto da nota promissória, Caio 
procura um advogado com as seguintes indagações: 
A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, 
o aval dado por Bianca é válido? 
A) Sim. Em razão do princípio da autonomia das 
obrigações cambiais (0,20), a obrigação do 
avalista se mantém mesmo no caso de a obrigação 
que ele garantiu ser nula por qualquer razão que 
não seja vício de forma (0,25), com base no art. 
32 OU art. 7º da LUG 
– Decreto nº 57.663/66 (0,20). 
 
 
B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio 
poderia cobrar sua nota promissória? Responda, 
justificadamente, empregando os argumentos 
jurídicos apropriados e indicando os dispositivos 
legais pertinentes. 
Caio, poderá cobrar de Bianca, como avalista, e de 
João como endossante, nos termos do artigo 47 da 
LUG. Não poderá cobrar de Pedro porque sua 
obrigação é nula, como está afirmado no comando da 
pergunta do item A. 
 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA : (MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) 
É correto afirmar que o cancelamento do protesto, 
após quitação do débito: 
 
b) é ônus do devedor 
 
 
CASO CONCRETO 04 
(OAB – XIV Exme – Prático-Profissional – 2ª Fase – 
2014) 
Uma letra de câmbio foi sacada por Celso Ramos com 
cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 
11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto, transferiu a 
cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 
03.09.2013. O título recebeu três avais, todos antes 
do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, 
e um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A 
letra de câmbio foi aceita e o endossatário 
apresentou o título para pagamento ao aceitante no 
dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no 
mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta 
de pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013. Com 
base nas informações contidas no texto e na 
legislação cambial, responda aos seguintes itens. 
 
A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados 
na letra de câmbio? São avais simultâneos ou 
sucessivos? Justifique. 
A) O avalizado nos avais em branco prestados na 
letra de câmbio é o sacador, Celso Ramos. 
Na falta de indicação do avalizado, entender-se-á 
ser pelo sacador. 
Os avais em branco e superpostos são considerados 
simultâneos (Súmula 189 do STF), ou seja, cada 
coavalista é responsável por uma quota-parte da 
dívida e todos respondem pela integralidade 
perante o portador Pedro Afonso. 
 
 
 
B) Nas condições descritas no enunciado, indique e 
justifique quem poderá ser demandado em eventual 
ação cambial proposta pelo endossatário? 
B) O endossatário poderá demandar apenas o 
aceitante em eventual ação cambial, porque o 
título foi apresentado a pagamento no dia 12 de 
setembro, ou seja, após o prazo legal (dia do 
vencimento, 11 de setembro de 2013). 
Assim, houve perda do direito de ação em face dos 
coobrigados Celso Ramos – sacador, Antônio Olinto 
– endossante e de todos os avalistas. 
Ressalte-se que o prazo para apresentação a 
pagamento da letra de câmbio sacada “sem despesas” 
é regulado pelo Decreto n. 2.044/1908 e não pelo 
Art.38 da LUG. 
 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA: (TJMG – Juiz – 2014) 
Com relação à nota promissória, analise as 
afirmativas, assinalando com V as verdadeiras e com 
F as falsas. 
( V) O prazo para ajuizamento de ação monitória em 
face do emitente de nota promissória sem força 
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao 
vencimento do título. 
(F) A ação cambial contra o endossador e o avalista 
da nota promissória prescreve em trinta e seis meses 
contados do dia em que ação pode ser proposta. 
(V) O devedor somente poderá opor ao portador da 
nota promissória exceção fundada em direito pessoal, 
na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito 
necessário ao exercício da ação cambial. 
(V) Sendo a notapromissória rural, emitida por uma 
cooperativa em favor de seus cooperados, um título 
de crédito de natureza causal, a respectiva execução 
se encontra vinculada à eficácia do negócio jurídico 
subjacente. 
 
 
CASO CONCRETO 05 
Maria e Bernardo são casados e possuem conta 
corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o 
pagamento de um tratamento dentário da esposa, 
Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00 
(dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo 
assim, o dentista depositou o cheque e foi 
surpreendido pela devolução do cheque por falta de 
fundos. Tendo em vista que não conseguiu o pagamento 
do cheque, Alberto promoveu execução em face de 
Maria, tendo em vista que foi a usuária do 
tratamento dentário. Analisando caso concreto, 
responda as seguintes questões: 
 
a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, 
será procedente a execução em face de Maria? 
Resposta:Não. Ainda que a conta seja conjunta, 
pelo Princípio da Literalidade é impossível a 
cobrança em face de Maria, uma vez que o cheque 
foi assinado por Bernardo. 
Princípio da Literalidade - a literalidade 
significa que só vale no título o que nele estiver 
escrito, não podendo fazer valer do que alí não 
constar. " A letra exprime fielmente quanto vale 
e vale nominalmente quanto exprime." 
 
 
b)Quais os requisitos legais que devem conter num 
cheque? 
os requisitos essenciais que o cheque deve conter, a saber: 
 
I) a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa 
na língua em que este é redigido (literalidade); 
II) a ordem incondicional de pagar quantia determinada (autonomia); 
III) o nome do banco (sacado) ou da instituição financeira que deve 
pagar (cartularidade); 
IV) a indicação do lugar do pagamento; 
V) a indicação da data e do lugar de emissão; 
VI) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário como 
poderes especiais (cartularidade). 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA: (TJCE – Juiz – 2014) 
 
Antônio emitiu um cheque nominativo a José 
contra o Banco Brasileiro S.A. No mesmo dia, 
José endossou o cheque a Ricardo, fazendo 
constar do título que não garantiria o seu 
pagamento e que a eficácia do endosso estava 
subordinada à condição de que Maria, irmã de 
Ricardo, lhe pagasse uma dívida que venceria 
dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da 
emissão do título e sem que Maria tivesse 
honrado a dívida para com José, Ricardo 
apresentou o cheque para pagamento, mas o título 
lhe foi devolvido porque João não mantinha 
fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse 
caso: 
e) a despeito do inadimplemento de Maria, 
Ricardo ostenta legitimidade para cobrar o 
pagamento do título porque se reputa não escrita 
qualquer condição a que o endosso seja 
subordinado. 
 
CASO CONCRETO 06 
(TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada 
"duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou 
"duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu 
saque e quais são os requisitos necessários para que 
tenha eficácia executiva, bem como forneça dois 
argumentos, retirados exclusivamente da Lei 
5.474168 que, em tese, não permitiriam a 
constituição do crédito cambial na forma 
esclarecida. 
 
R: Duplicata virtual e eletrônica é a exceção ao 
principio da cartularidade, a escriturada é a 
que precisa ser materializada no papel. 
 
 
 
QUESTÃO OBJETIVA: (Magistratura PE – FCC/2011) 
No que tange à duplicata: 
d) é título protestável por falta de aceite, de 
devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser 
tirado mediante apresentação da duplicata, da 
triplicata, ou ainda por simples indicações do 
portador, na falta de devolução do título. 
 
 
CASO CONCRETO 07 (TJRJ – XLIV Concurso – 
Magistratura – 2ª fase – adaptada) 
A Representações de Papéis Ltda, com sede nesta 
cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta 
da extinção do contrato firmado entre as partes, em 
maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. 
Na oportunidade, foi esclarecido que a partir do 
recebimento da referida notificação, novos negócios 
em nome da notificante, não poderiam ser realizados, 
pois esta passaria a operar diretamente com os 
clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A 
propõe ação em face de B, onde sustenta que fez 
grandes investimentos no interesse desta última, não 
deu causa à extinção do contrato, cujos negócios 
dele oriundos representavam 80% do seu faturamento, 
não tendo sido observado o prazo legal para que a 
notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além 
disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida 
acarretara danos materiais e morais que pretendia 
ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal 
a ser adotada, bem como explique as peculiaridades 
do contrato e o alegado direito à indenização 
 
 
R: No caso em tela, deve-se ser aplicado o 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE CONTRATUAL, o qual 
aduz sobre a obrigatoriedade do cumprimento 
dos contratos (pacta sunt servanda ) . 
 
Além disso, nos termos do código civil vigente, 
não há como se conceber a extinção do contrato 
de forma unilateral na espécie, visto a 
grandeza dos investimentos aplicados pela em 
presa notificada e que ainda, pelo curto 
espaço de tempo entre a aplicação dos valor es e 
a extinção contratual, não restou possibilidade 
de a mesma ter retorno dos recursos 
aplicados , devendo sim, caso não haja a 
prorrogação do contrato até o que se dê o 
tempo razoável, a fim de mitigar os prejuízos, a 
parte prejudica da ser indenizada pelos danos 
materiais decorrentes dos investimentos que 
fez ainda na vigência da avença e que serão 
certamente perdidos , em razão da forma repentina 
em que se dera a quebra contratual. Nesse 
sentido é expressão do código civil pátrio 
 
CASO CONCRETO 08 
Banco Colares S/A, com fundamento no inadimplemento 
de contrato de alienação fiduciária em garantia 
celebrado nos termos do artigo 66-B, da Lei no 
4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com 
pedido de liminar. Previamente ao pedido, o 
fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto 
Corrêa, fiduciante, das quatro últimas parcelas do 
financiamento. O pedido foi deferido e a liminar 
executada. O fiduciante não apresentou resposta no 
prazo legal, porém, dois dias após executada a 
liminar, pagou a integralidade da dívida pendente, 
em conformidade com os valores apresentados pelo 
fiduciário na inicial. Diante do pagamento 
comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega 
do bem livre de onus, mas este já havia sido alienado 
pelo fiduciário durante o prazo legal para o 
pagamento da dívida. O fiduciário justificou sua 
conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao 
pedido de busca e apreensão. Com base nas 
informações do enunciado e nas disposições 
procedimentais referentes à alienação fiduciária, 
responda aos seguintes itens. 
A) Poderá ser aplicada alguma penalidade ao 
fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em 
exercício regular do direito? Justifique. 
Resposta: SIM, o devedor pagou a integralidade da 
dívida dentro do prazo de cinco dias da execução da 
liminar de busca e apreensão, usando a faculdade que 
lhe concede a lei, portanto, tem direito à 
restituição do bem livre de ônus. 
Isto não ocorreu porque o credor, antes de expirado 
o prazo legal, alienou o bem sem ainda estar 
consolidada para si a propriedade e a posse plena e 
exclusiva. 
 Com base nestas considerações e no que prevê 
expressamente a lei, é possível a condenação do 
fiduciário ao pagamento de multa, em favor do 
fiduciante, equivalente a 50% (cinquenta por cento) 
do valor originalmente financiado, devidamente 
atualizado. 
B) Comprovado pelo fiduciante que a alienação do bem 
lhe causou danos emergentes e lucros cessantes, que 
medida poderá propor seu advogado em face do 
fiduciário? 
Resposta: Seu advogado poderá pleitear em juízo o 
pagamento de indenização pelo fiduciário, diante da 
ilicitude de sua conduta. Independentemente daimposição de multa pelo juiz ao fiduciário pela 
alienação não autorizada do bem, pode o fiduciante 
em ação própria pleitear o pagamento de perdas e 
danos, nos termos da lei. 
 
 
CASO CONCRETO 09 
 
Na recuperação judicial de Têxtil Sonora S/A, o 
Banco Japurá S/A, titular de 58% dos créditos com 
garantia real, indicou ao juiz os representantes e 
suplentes de sua classe no Comitê de Credores. 
Xinguara Participações S/A, credora da mesma 
classe, impugnou a referida indicação, alegando 
descumprimento do Art. 35, inciso I, alínea b, da 
Lei nº 11.101/2005, porque a assembleia-geral de 
credores tem por atribuições deliberar sobre a 
constituição do Comitê de Credores, assim como 
escolher seus membros e sua substituição, não tendo 
havido deliberação nesse sentido. Ademais, aduz a 
impugnante que não houve manifestação do Comitê de 
Credores, já constituído apenas com representantes 
dos credores trabalhistas e quirografários, sobre a 
proposta do devedor de alienação de unidade 
produtiva isolada não prevista no plano de 
recuperação. 
Ouvido o administrador judicial, este não se 
manifestou sobre a primeira impugnação e, em relação 
à segunda, opinou pela sua improcedência em razão 
de não constar do rol de atribuições legais do 
Comitê manifestar-se sobre a proposta do devedor. 
 
Com base na hipótese apresentada, responda aos itens 
a seguir. 
 
A) Deveria ter sido convocada assembleia de 
credores para eleição dos representantes da classe 
dos credores com garantia real, como sustenta a 
credora Xinguara Participações S/A? (Valor: 0,45) 
 
B) Deve ser acatada a opinião do administrador 
judicial sobre a dispensa de oitiva do Comitê de 
Credores por falta de previsão legal? (Valor: 
0,80) 
A) Não. Como o Banco Japurá S/A tem 58% do total 
dos créditos de sua classe, portanto a maioria, o 
juiz, independentemente da realização de 
assembleia, determinará a nomeação do 
representante e dos suplentes da respectiva classe 
ainda não representada no Comitê (0,35). 
 
B)Não. O Comitê de Credores terá a atribuição, na 
recuperação judicial, de se manifestar nas 
hipóteses previstas nesta Lei. Uma dessas 
hipóteses está consignada no Art. 66, que se refere 
exatamente à proposta de alienação de bens do ativo 
permanente pelo devedor, caso o bem não esteja 
previamente relacionado no plano de recuperação. 
Portanto, não deve ser acolhida a opinião do 
administrador judicial de dispensa de manifestação 
do Comitê por não constar do rol de suas 
atribuições. 
 
 
 
CASO CONCRETO 10 
 
Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou 
sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara 
Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio 
de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi 
publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de 
Janeiro (“DJE-RJ”) a decisão do juiz que deferiu o 
processamento da recuperação judicial e, dentre 
outras providências, nomeou o economista João como 
administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 
(quinze) dias, alguns credores apresentaram a João 
as informações que entenderam corretas acerca da 
classificação e do valor de seus créditos. Quarenta 
e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num 
jornal de grande circulação, novo edital, contendo 
a relação dos credores elaborada por João. No dia 
20/04/2010, você é procurado pelos representantes 
de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um 
contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca 
de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual 
aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo 
preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria 
ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. 
Diligente, você verifica no edital mais recente que, 
da relação de credores, não consta o credor XYZ 
Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, 
constata que o quadro-geral de credores ainda não 
foi homologado pelo juiz. 
 
Diante da situação narrada no enunciado da questão, 
qual seria a medida processual cabível e o 
respectivo fundamento legal para que a sociedade XYZ 
Cadeiras Ltda. possa ser incluída no quadro de 
credores da referida recuperação judicial? 
 
AÇÃO DE CRÉDITO RETARDATÁRIA - com fundamento no 
art. 10, caput, da Lei n. 11.101/05 (“Não observado 
o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as 
habilitações de crédito serão recebidas como 
retardatárias”). 
 
 
- Fundamentação: 
a) A habilitação de crédito é retardatária, uma 
vez que já foi exaurido o prazo LEGAL (de 15 dias 
da publicação do edital), mas ainda não foi 
homologado o quadro geral de credores pelo juiz. 
b) É credor em razão do contrato de compra e venda 
inadimplido (origem do crédito). Art. 9º, II, da 
Lei n. 11.101/05. 
c) O crédito é quirografário (classificação do 
crédito). Art. 9º, II, da Lei n. 11.101/05 
 
 
 
CASO CONCRETO 11 
 Uma empresa propôs aos seus credores recuperação 
extrajudicial em 15 de janeiro de 2014, solicitando 
a homologação judicial 2 (dois) meses depois, com a 
assinatura de 2/3 (dois terços) das dívidas com 
credores trabalhistas e 3/5 (três quintos) das 
dívidas com credores quirografários. Esse pedido foi 
acompanhado do respectivo plano de recuperação, nos 
mesmos moldes do que havia sido concedido em 
dezembro de 2012 pelo mesmo Juízo. O procedimento 
adotado pela empresa teve como principal finalidade 
afastar qualquer possibilidade de pedido de 
falência, bem como priorizar o recebimento dos 
créditos que estavam vencidos em detrimento dos 
vincendos, caso a falência fosse decretada. 
Considerando esses dados, emita sua opinião legal, 
de maneira fundamentada, com base no pedido 
formulado pela empresa, à luz do ordenamento 
jurídico em vigor. 
 
O pedido deve ser indeferido, por não 
atendimento dos requisitos básicos para 
propositura da recuperação extrajudicial, tendo 
em vista que ela já tinha pedido 
recuperação a menos de 2 anos e o art. 161, §3 
da lei de falências é bem claro ao dizer que 
o devedor não pode requerer a homologação 
de plano extrajudicial, se houver obtido 
recuperação judicial ou homologação de outro 
plano de recuperação extrajudicial há 
menos de 2 anos. Além disso, este pedido 
envolve créditos trabalhistas, e o art. 161, 
§ 1, diz que estes créditos não entram na 
recuperação extrajudicial. 
 
 
CASO CONCRETO 12 
 
Determinada empresa ingressa com pedido de 
recuperação judicial perante uma das Varas 
Empresarias do Tribunal de Justiça do Rio de 
Janeiro, tendo o juiz deferido seu processamento. 
a) Discorra sobre a possibilidade, ou não, da 
prorrogação do prazo de 180 dias previsto no art. 
6º, parágrafo 4º da Lei nº 11.101/2005. 
 
b) Responda, de forma fundamentada, se o crédito 
decorrente de adiantamento de contrato de câmbio se 
sujeita à recuperação judicial. 
 
a) Muito embora o texto do referido dispositivo 
seja categórico em estabelecer a 
improrrogabilidade do prazo de 180 dias de 
suspensão, STJ e demais Tribunais têm 
flexibilizado tal norma. Tal proceder é 
fundamentado na leitura sistematizada do 
dispositivo com os objetivos e princípios da 
recuperação judicial, notadamente da PRESERVAÇÃO 
DA EMPRESA E DE SUA FUNÇÃO SOCIAL - art. 6º, §4º 
c/c art. 47. Contudo, tal flexibilização só será 
admitida se não restar evidenciado qualquer tipo 
de desidia por parte da empresa recuperanda. 
 
b) Não, tal crédito não estará sujeito aos efeitos 
da recuperação judicial, conforme expresso teor 
normativo do art. 49, §4º, 11.101/05 
 
 
CASO CONCRETO 13 
 
José, empresário individual que teve sua falência 
decretada em 20.10.2011, vendeu um sítio de sua 
propriedade para Antônio, em agosto de 2011. Antônio 
prenotou a escritura de compra e venda do sítio em 
18.10.2011, mas o registro da transferência 
imobiliária só foi efetuado em 05.11.2011, 15 
(quinze) dias após a decretação da falência. Isto 
posto, responda aos itens a seguir. 
A) É válida e eficaz a compra e venda acima referida? 
 
B) A referida compra e venda poderia eventualmentevir a ser revogada? 
 
A. Sob o ponto de vista formal, a dita compra e 
venda é válida e eficaz, em razão de sua prenotação 
ter ocorrido anteriormente à data da decretação da 
falência. 
B. A compra e venda poderia ser revogada, caso o 
intuito, comprovadamente, tenha sido o de 
prejudicar credores. 
 
CASO CONCRETO 14 
João Lima Artigos Esportivos Ltda. celebrou contrato 
de locação de imóvel comercial, localizado na 
Galeria Madureira, para a instalação do 
estabelecimento comercial da sociedade. Atingida 
por forte crise setorial, a sociedade acumulou 
dívidas vultosas e não conseguiu honrá-las. Com a 
decretação da falência, como ficaria a situação do 
contrato de locação comercial celebrado pelo 
locatário? 
 
Resposta: Seria mantido, podendo ser denunciado, 
a qualquer tempo, pelo administrador judicial da 
massa falida. 
 
 
CASO CONCRETO 15 
CASO CONCRETO_15_Empre sarial II 
 
 
(FGV – OAB - XIII Exame de Ordem Unificado – 2014 - 
Adaptada) A assembleia geral de credores da 
sociedade falida “Concessionária de Veículos 
Pereira Ltda.” aprovou, com o voto favorável de 
credores que representam 3/4 (três quartos) dos 
créditos presentes à assembleia, a constituição de 
sociedade formada pelos empregados do próprio 
devedor. Sobre esta modalidade de realização do 
ativo, determinado credor que votou contrariamente, 
questiona sobre a legalidade desse procedimento. 
Responda ao questionamento do credor, fundamentando 
sua resposta. 
 
 
RESPOSTA: TAL PROCEDIMENTO É VÁLIDO E LEGALMENTE 
EXPRESSO NA LRE. 
 
LRE ART. 145. O juiz homologará qualquer outra 
modalidade de realização do ativo, desde que 
aprovada pela assembleia-geral de credores, 
(BASTA APROVAÇÃO DE 2/3 DOS CREDORES 
PRESENTES) inclusive com a constituição de 
sociedade de credores ou dos empregados do 
próprio devedor, (PODEM UTILIZAR CREDITOS 
DERIVADOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA PARA A 
AQUISIÇÃO DA EMPRESA) com a participação, se 
necessária, dos atuais sócios ou de terceiros. 
 
 
CASO CONCRETO 16 
(FGV – OAB - XIV Exame de Ordem Unificado – 2014 - 
Adaptada) Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou 
a seus credores plano de recuperação extrajudicial, 
que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos 
créditos de todas as classes por ele abrangidas. O 
plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores 
à homologação judicial, exclusivamente, em relação 
à forma de pagamento dos credores signatários que a 
ele aderiram, alterando o valor dos créditos com 
deságio de 30% (trinta por cento). Diante do caso 
em tela, a companhia questiona sobre a possibilidade 
e a licitude do plano de recuperação judicial 
apresentado. Responda ao questionamento da 
companhia, fundamentando sua resposta. 
 
é lícito que o plano estabeleça a produção de 
efeitos anteriores à homologação, desde que 
exclusivamente em relação à modificação do valor 
ou da forma de pagamento dos credores 
signatários. 
 
 
 
OAB. 
Pedro Afonso é funcionário público na 
cidade de Peixe, Estado do Tocantins, e também atua, 
em nome individual, como empresário na cidade de 
Araguacema, situada no mesmo Estado, onde está 
localizado seu único estabelecimento. Pedro Afonso 
não tem registro de empresário na Junta Comercial 
do Estado de Tocantins. Bernardo é credor de Pedro 
Afonso pela quantia de R$ 66.000,00 (sessenta e seis 
mil reais) consubstanciada em documento particular 
assinado pelo devedor e por duas testemunhas. Diante 
do não pagamento da obrigação, no vencimento, sem 
relevante razão de direito, o credor requereu a 
falência de Pedro Afonso, tendo instruído a petição 
com o título e o instrumento de protesto para fim 
falimentar. Em contestação e sem efetuar o depósito 
elisivo, Pedro Afonso requer a extinção do processo 
sem resolução de mérito por falta de legitimidade 
passiva no processo falimentar (Art. 267, VI, do 
CPC). Com base na hipótese apresentada, responda aos 
seguintes itens. 
A) Procede a alegação de ilegitimidade passiva 
apresentada por Pedro Afonso? 
Resposta: Não procede a alegação de ilegitimidade 
passiva formulada por Pedro Afonso porque o 
empresário, ainda que irregular, pode ter sua 
falência requerida e decretada independentemente do 
registro na Junta Comercial, com fundamento no Art. 
1o, da Lei n. 11.101/2005. O registro de empresário 
é declaratório e não constitutivo da qualidade de 
empresário e a pessoa impedida de ser empresário 
(funcionário público) responderá pelas obrigações 
contraídas, com fundamento no Art. 973, do Código 
Civil. 
B) O credor reúne as condições legais para o 
requerimento de falência? Justifique e dê amparo 
legal. 
Resposta: O documento particular do credor é hábil 
ao requerimento de falência porque é título 
executivo extrajudicial, com base no Art. 585, II, 
do CPC, o valor da obrigação excede a 40 salários 
mínimos e está protestado para fim falimentar, 
atendendo as exigências do Art. 94, I e seu § 3o, 
da Lei n. 11.101/2005. 
 
 
Grosso modo, o título de crédito é o documento 
necessário e suficiente para exercício literal e 
autônomo nele mencionado. 
Para fins didáticos, podemos desenvolver as 
seguintes classificações: 
• Quanto à estrutura do título de crédito: 
I. Ordem de pagamento – a exigibilidade do título 
inicia-se a partir da emissão, podendo a ordem de 
pagamento ser a vista ou por prazo determinado (ex: 
cheque e duplicata). 
II. Promessa de pagamento – trata-se de uma 
promessa de efetuar um pagamento de uma determinada 
quantia em favor de um credor (ex: nota 
promissória). 
• Quanto à emissão: 
I. Causal – são aqueles que sua emissão está 
vinculada a uma operação ou negociação específica 
prevista em lei. São exemplos: i. a duplicata: só 
pode ser emitida em razão da venda de uma mercadoria 
ou da prestação de um serviço; ii. o conhecimento 
de transporte: só pode ser emitido quando celebrado 
contrato de transporte em que uma dar partes é uma 
transportadora; iii. o conhecimento de depósito e 
warrant: só será emitido por armazéns, quando 
firmado contrato de depósito. 
II. Não Causal – são aqueles que a emissão 
independe de causa específica ou prevista em lei. 
Por exemplo, tanto o cheque quanto a 
duplicata podem ser emitidos em qualquer situação 
a fim de garantir um crédito. 
• Quanto ao modelo: 
I. Livre: significa que não há qualquer exigência 
governamental quanto a quem pode confeccionar o 
título. O emitente pode elaborar o título da forma 
que lhe for mais conveniente, desde que faça 
presentes todos os requisitos do título que está 
sendo confeccionado (ex: nota promissória e letra 
de câmbio). 
II. Vinculado: o título só poderá ser emitido com 
respeito aos padrões estabelecidos em lei. Por 
exemplo, a folha do cheque deve ser emitida pelo 
banco, respeitando uma série de exigências, o 
conhecimento de depósito e warrant só pode ser 
emitido pelo Armazém Geral respeitados os 
requisitos que a lei impõe. 
• Quanto à circulação do título: 
I. Título ao portador é aquele que confere ao 
possuidor do documento o direito de crédito, mesmo 
que não conste o seu nome como beneficiário. A mera 
posse do documento legitima a exigência. A 
transferência do crédito se dá pela tradição do 
documento. 
II. Título nominativo é aquele em que se insere o 
nome do beneficiário no documento. Aqui, poderá o 
título ser i. a ordem, endossável, 
circulável quando o emitente silenciar quanto à 
circulabilidade do título. Nessa hipótese, o título 
poderá ser transferido a terceiros, sendo 
necessário, em alguns casos, constar o endosso no 
livro de registro em que consta o título. Ou poderá 
ser ii. não a ordem, não endossável, não 
circulável quando o emitente fizer constar uma 
destas expressões, o que impede o beneficiário de 
transferir o título e favor de terceiros. 
Título de crédito é o documento indispensável para que se faça valer um direito 
autônomo e literal, nele prescrito. É potanto, um documento formal com força 
executiva, representativo de dívida líquida e certa, e decircilação desvinculada 
do negócio que o originou. São considerados títulos de crédito a letra de câmbio, 
a nota promissória, o cheque, e as duplicatas. 
Com relação aos princípios aplicáveis aos títulos de crédito, podemos 
destacar os seguintes: 
• Princípio da Documentalidade - por este princípio, o título de 
crédito tem que ser escrito em documento corpóreo, não valendo 
a declaração oral, gravada ou não. 
• Princípio da Força Executiva - o titular do título de crédito, tem o 
direito de ingressar diretamente ao processo de execução, pois o 
título de crédito tem força idêntica a uma sentença judicial 
transitada em julgado. 
• Princípio da Literalidade - a literalidade significa que só vale no 
título o que nele estiver escrito, não podendo fazer valer do que 
alí não constar. " A letra exprime fielmente quanto vale e vale 
nominalmente quanto exprime." Whitaker 
• Princípio do Formalismo - o título de crédito é formal. Em 
princípio, se faltar uma palavra que por força de lei nele deveria 
constar, o documento perderá seu valor de título de 
crédito. Exige-se que o título de crédito seja revestido de 
formalismo, pois sem ele não haverá os demais princípios, ou 
seja, não poderá ser invocada a autonomia, a literalidade, a 
abstração, .... 
• Princípio da Solidariedade - todas as obrigações constantes no 
título são solidárias, pois cada um dos coobrigados (sacador, 
aceitante, emitente, endossante ou avalista) pode ser chamado a 
responder pela totalidade da dívida. 
• Princípio da Autonomia / Independência - a autonomia do título 
significa que cada pessoa que se comprometer no título assume 
uma obrigação, independente das obrigações pelos outros 
assumidas, não existindo vinculação das obrigações. A 
autonomia é a desvinculação da causa do título em relação a 
todos os coobrigados. 
• Princípio da Abstração - os direitos decorrentes do título de 
crédito são abstratos, não dependendo do negócio que deu 
origem ao título. Nada mais é do que um aspecto da autonomia, 
pois o próprio título também é desvinculado da causa. 
• Princípio da Circulação - tem como finalidade facilitar as 
operações de crédito e a transmissão dos direitos neles 
incorporados. A transmissão dá-se regularmente pela tradição 
ou pelo endosso, a terceiro de boa-fé. 
"Assim, quando o título de crédito, embora destinado à circulação, permanece 
nas mãos do portador originário, não encontram aplicação os princípios dos 
títulos de crédito; o título, nessa hipótese, funciona como um título comum de 
legitimação, salvo os efeitos particulares que possam derivar de sua eventual 
qualidade de título executivo. Só a efetiva circulação acarreta o surgimento dos 
problemas característicos dos títulos de crédito e a aplicação das normas com 
eles relacionadas." Giuseppe Ferri 
Segundo Pontes de Miranda, os títulos se dividem em cambiais e 
cambiariformes. As cambiais básicas ou genuínas são a letra de câmbio e a nota 
promissória. Todos os demais títulos de crédito, como o cheque, a duplicata, o 
conhecimento de depósito, a cédula de crédito à exportação, e outros, são 
apenas assemelhados ou cambiariformes. As regras da letra de câmbio e da 
nota promissória se aplicam aos títulos cambiariformes, em tudo que lhes for 
adequado, inclusive a ação de execução.

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