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Aula 04 Noções de Direito Administrativo p/ ANS - Técnico em Regulação Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita AULA 04: Responsabilidade Civil do Estado SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 04 2 2) DISCIPLINA CONSTITUCIONAL E OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO BRASIL 2 2.1. DANO 18 2.2. ALTERIDADE DO DANO 18 2.3. NEXO CAUSAL 24 2.4. ATO ESTATAL 27 2.5. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE 27 2.6. ELEMENTO SUBJETIVO 29 3) APLICAÇÃO DA TEORIA DA CULPA DO SERVIÇO NO BRASIL 36 4) O RISCO INTEGRAL NO BRASIL 45 5) REPARAÇÃO DO DANO 45 5.1. SUJEITO PASSIVO 46 5.2. FORMA DE REPARAÇÃO DO DANO 46 6) RESPONSABILIDADE EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS 56 A. RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS E JURISDICIONAIS 56 B. DANOS DECORRENTES DE OBRA PÚBLICA 58 C. RESPONSABILIDADE POR ATOS DE MULTIDÃO 58 D. POLICIAL DE FATO MORTO EM HORÁRIO QUE PRESTAVA SERVIÇO 59 E. ATO DELITUOSO PRATICADO POR FORAGIDO DA PRISÃO 59 F. ATO PRATICADO DENTRO DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL OU ESCOLAS E HOSPITAIS PÚBLICOS 60 G. POLICIAL COMETE CRIME COM ARMA DE FOGO DA CORPORAÇÃO EM DIA DE FOLGA 61 H. RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR INTERVENÇÃO INDEVIDA NO DOMÍNIO ECONÔMICO 61 I. ATO DO ESTADO CONTRA O SERVIDOR PÚBLICO 62 7) PRESCRIÇÃO 65 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 8) RESUMO 66 9) QUESTÕES 69 10) REFERÊNCIAS 98 1) Introdução à aula 04 Bem vindos à nossa aula 04 de Direito Administrativo, do curso preparatório para o concurso da ANS para Técnico em Regulação. Abordaremos a matéria ³Responsabilidade civil do Estado.´. Abordaremos os principais entendimentos jurisprudenciais do STJ e do STF sobre responsabilidade civil do Estado, uma vez que não há uma lei que discipline expressamente esse tema do direito administrativo. Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Chega de papo, vamos à luta! 2) Disciplina constitucional e os elementos que compõem a responsabilidade civil do Estado no Brasil Você já ouviu falar em responsabilidade civil. Se você está dirigindo falando ao celular, sem prestar a devida atenção no trânsito, e bate o seu carro no carro de outra pessoa, você deve reparar o dano causado no outro veículo, pois a culpa pelo acidente foi sua. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita No caso, aplica-se o instituto da responsabilidade civil. Esse instituto impõe que aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem é obrigado a repará-lo. No caso do acidente de trânsito entre particulares, deve-se verificar se essa ação ou omissão foi praticada com culpa, ou seja, com imprudência, imperícia ou negligência. No exemplo, você foi imprudente ao dirigir falando ao celular. Nesse caso, entre particulares, como a análise da culpa é relevante, diz-se que a responsabilidade é subjetiva (deve ser analisado o aspecto subjetivo, ou o ânimo da conduta, daquele que praticou o ato danoso). Quando é o Estado quem causa o dano, não se investiga se ele agiu com culpa (imprudência, imperícia ou negligência). Há o consenso de que, nesse caso, a responsabilidade é objetiva, ou seja, se existir o ato do Estado, seja ele lícito ou ilícito, se houver o dano e se foi esse ato que praticou o dano, há o dever do Estado de repará-lo. Responsabilidade civil entre particulares (regra) Subjetiva Responsabilidade civil do Estado (regra) Objetiva Detalharemos todos esses elementos da responsabilidade civil objetiva ao longo desta aula. Mas, por enquanto, você deve se atentar para a seguinte pergunta: Por que há consenso acerca da aplicação da teoria da responsabilidade objetiva do Estado como regra geral no Brasil? 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Esse entendimento decorre do art. 37, § 6º, da Constituição. DECORE ESSE DISPOSITIVO: Aprofundaremos nesse tema mais abaixo, mas, desde já, você deve saber que o Brasil adota a teoria do risco administrativo quando o assunto é responsabilidade civil. Houve um período em que os Estados se constituíram segundo o modelo absolutista. O Estado, como ente soberano, era imposto aos indivíduos e sua autoridade não podia ser contestada, pois o seu poder era divino. Nesse período, a ideia era a da irresponsabilidade estatal, XPD�YH]�TXH�R�UHL�QmR�HUUDYD��³WKH�NLQJ�FDQ�GR�QR�ZURQJ´�� Isso, contudo, já foi superado, hoje adotamos a teoria do risco administrativo. Por essa teoria, o Estado assume o risco pelas atividades que desenvolve e, por isso, quando ocorre o dano, não se busca verificar se o Estado agiu com dolo ou com culpa. IMPORTANTE: como veremos abaixo, por essa teoria poderá haver excludentes da responsabilidade quando, por exemplo, a culpa for exclusiva da vítima (Ex: a vítima se joga na frente de um caminhão de lixo da prefeitura) ou quando houver caso fortuito ou força maior (Ex: um furacão joga um carro da prefeitura em cima de uma casa). Essa teoria se diferencia da teoria do risco integral, pois nesta última não há qualquer excludente de responsabilidade do Estado. Também se diferencia da teoria da culpa, pois nesta o Estado só vai indenizar se comprovado que o ato que gerou o dano foi praticado com dolo ou culpa (se comprovado, por exemplo, que o Estado foi negligente). As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Assim, sabendo que o Brasil, em regra, adota a teoria do risco administrativo e partindo da interpretação do art. 37, § 6º, da CF, o STF consagrou o entendimento de que são os seguintes requisitos que compõem a responsabilidade civil no Brasil: (a) dano; (b) alteridade do dano; (c) nexo causal; (d) ato estatal; (e) ausência de causa excludente da responsabilidade estatal. Veja que a culpa ou o dolo não está entre os requisitos, pois o Brasil não adota a teoria da culpa. Observe, também, que a letra (e) indica que o Brasil não adota a teoria do risco integral. 1) (FUNCAB± 2015 ± MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia) A responsabilidade civil do Estado estará caracterizada mesmo que inexista: a) dano. b) dever originário. c) nexo causal. d) culpa. e) conduta. A resposta encontra-VH� QR� DUW�� $UW�� ��� � �� TXH� GLVS}H�� ³$V� pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou FXOSD´� Gabarito ± Letra D. Questão de concurso 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2) (FUNCAB ± 2015 - CRC-RO - Assistente Administrativo) Responde subjetivamente por danos causados a terceiros: a) a permissionária prestadora de serviço público. b) a autarquia. c) a concessionária prestadora de serviço público. d) o ente da administração direta. e) o servidor público. Mais uma questão para ser respondida pelo art. 37 § 6º da CF. ³$V� pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros , assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de GROR�RX�FXOSD´� Gabarito ± Letra E. 3) (AOCP ± 2010 - Caixa/RS - Agência de Fomento ± Advogado) Quanto à responsabilidade civil do Estado, analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a(s) correta(s). I. A teoria do risco administrativo foi a adotada como regra pela CF/88, admitindo excludentes de responsabilização como, por exemplo, a culpa exclusiva da vítima. II. A teoria do risco integral foi a adotada como regra no Brasil, por ser mais vantajosa para a vítima e não admitir excludentes. III. Em casos de danos por omissão a responsabilidade civil do Estado somente se configurará se estiverem presentes os elementos que caracterizam a culpa. IV. A responsabilidade do Estado será primária quando o dano tiver sido causado por um de seus agentes e solidária quando pessoa jurídica a ele vinculada for a provocadora do dano. (A) I, II, III e IV. (B) Apenas I e IV. (C) Apenas II e IV. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita (D) Apenas IV. (E) Apenas I e III. Meus caros! A redação do art. 37, § 6º, da Constituição, que prevê a adoção da teoria do risco administrativo: Logo o item I está correto. Sendo assim, podemos eliminar as alternativas B, C e D. Vamos analisar agora o item III: o Estado assume o risco pelas atividades que desenvolve e, por isso, quando ocorre o dano, não se busca verificar se o Estado agiu com dolo ou com culpa. Logo a alternativa está correta. Gabarito ± Letra E. Gabarito ± Letra E. 4) (2014/ FCC/TRT - 16ª REGIÃO (MA)/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Francisco é servidor de sociedade de economia mista, prestadora de serviço público. Em determinada data, Francisco, no exercício de sua função, intencionalmente, causou danos a particulares. Nesse caso, a responsabilidade da sociedade de economia mista pelos danos ocasionados é: a) objetiva. b) subjetiva. c) subsidiária. d) inexistente. e) disjuntiva. RESPOSTA: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O STF decidiu que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço. Essa decisão tem como princípio o art. 37, § 6º, da Constituição, que prevê a adoção da teoria do risco administrativo: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Quanto ao ato estatal, não se pode perder de vista que a responsabilidade objetiva alFDQoD� ³DV� SHVVRDV� MXUtGLFDV� GH� GLUHLWR� S~EOLFR�H�DV�GH�GLUHLWR�SULYDGR�SUHVWDGRUDV�GH�VHUYLoRV�S~EOLFRV´��'HVVH� PRGR�� DV� HQWLGDGHV� GR� WHUFHLUR� VHWRU� �VLVWHPD� ³6´��� RV� FDUWyULRV� extrajudiciais e as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadora. Gabarito: A 5) (2015-FCC-SEFAZ/PI ± Auditor Fiscal da Fazenda Estadual) Determinado servidor da Secretaria da Fazenda inseriu informações falsas sobre cidadão, seu desafeto, no cadastro de contribuintes do Estado, fazendo com que o referido cidadão passasse a figurar no cadastro de inadimplentes. Diante dessa situação, o cidadão, que é um pequeno empresário, sofreu diversos prejuízos morais e patrimoniais, especialmente em decorrência de restrições de crédito. A responsabilidade do Estado pelos danos sofridos pelo cidadão é: a) subjetiva, dependendo, pois, da prévia responsabilização do agente público em processo disciplinar ou administrativo. b) objetiva, dependendo, para efeito do dever de indenizar o cidadão, da comprovação do nexo de causalidade entre a conduta do servidor e os danos sofridos. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) afastada, se comprovada culpa exclusiva do agente público, o qual responde civilmente perante o cidadão prejudicado e administrativamente por falta disciplinar. d) condicionada à comprovação de dolo do servidor, circunstância que, se presente, obriga o Estado a indenizar os danos patrimoniais e morais sofridos pelo cidadão. e) decorrente da prestação do serviço público, não estando presente na situação narrada em face da conduta dolosa do agente público. Como vimos no estudo até aqui, temos que identificar o agente, nesse caso foi o servidor da Secretaria de Fazenda, que no uso do seu cargo causou dano a particular com a intensão de prejudicá-lo. Assim, temos elementos suficientes para verificar que houve a responsabilidade objetiva do Estado. Gabarito letra B. 6) (FCC-2015-TRT/6º REGIÃO ± Juiz do Trabalho Substituto) Em face de greve de serventuários da Justiça alguns candidatos à vagas abertas por uma prestigiada empresa de tecnologia não puderam se submeter ao correspondente processo seletivo, por não terem logrado obter certidões necessárias para comprovar a inexistência de antecedentes criminais. A responsabilidade civil do Estado, perantereferidos cidadãos, a) somente se configura em face de condutas comissivas, sendo afastada, dada a sua natureza objetiva, quando não identificado o agente causador do dano. b) independe de comprovação de dolo ou culpa do agente, elementos esses que, somente, são requeridos para fins do direito de regresso do Estado perante o agente. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) depende da comprovação de dolo ou culpa dos serventuários, não bastando a comprovação do dano e do nexo de causalidade com ação ou omissão de agente público. d) é de natureza subjetiva, ensejando o direito de regresso em face dos servidores responsabilizados em processo administrativo. e) é de natureza objetiva e independe, portanto, da comprovação do dano, bastando a identificação do nexo de causalidade. Com as explicações anteriores, já temos condições de acertar essa questão. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Gabarito: b 7) (FCC-2014-SEFAZ/PE ± Auditor Fiscal do Tesouro Estadual) Considere o trecho do acórdão do Superior Tribunal de Justiça e as assertivas a seguir: ³4XDQWR� DR� PpULWR�� QRV� WHUPRV� GD� MXULVSUXGrQFLD� GR� 67-�� D� responsabilidade civil do Estado para condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário, dessa forma, comprovar negligência na atuação estatal, o dano e o nexo causal entre ambos. (...) Com se vê, da análise das razões do acórdão recorrido, observa-se que este delineou a controvérsia dentro do universo fático-probatório. Caso em que não há como aferir eventual inexistência de nexo de FDXVDOLGDGH� VHP� TXH� VH� DEUDP� DV� SURYDV� DR� UHH[DPH�´�0LQ�� 5HO�� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Humberto Martins; AgR no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL no 501.507 - RJ; j. 27.05.2014) I. Embora a Constituição Federal tenha estabelecido a modalidade objetiva de responsabilidade para o Estado tanto para atos omissivos, quanto para atos comissivos, a jurisprudência mitigou esse rigor, passando-a a subjetiva em ambas as hipóteses. II. O Superior Tribunal de Justiça admite a modalidade subjetiva de responsabilidade para o Estado nos casos de omissão, o que não afasta a necessidade de demonstração do nexo de causalidade. III. Para a comprovação da responsabilidade objetiva não é necessária a demonstração de nexo de causalidade e de culpa do agente público, enquanto que na responsabilidade subjetiva, esses requisitos são indispensáveis. De acordo com o exposto, está correto o que se afirma em: a) III, apenas. b) I e II, apenas. c) I, II e III. d) II, apenas. e) I e III, apenas. A questão pede que responda de acordo com o texto exposto. Assim podemos concluir com a afirmação da primeira parte do texto, apenas a assertiva II está correta. Gabarito: D 8) (FCC-2014-DPE/RS ± Defensor Público) Acerca da responsabilidade civil do Estado, é correto afirmar: 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita a) Na liquidação dos danos sofridos pelo particular por ato da administração ou de seus agentes, não serão aplicáveis as regras do Código Civil. b) O Estado é solidariamente responsável pelos danos causados a particulares por pessoas jurídicas de sua administração indireta quando prestadoras de serviço público, ou por concessionários e permissionários de serviços públicos. c) Não há responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por atos legislativos ou leis declaradas inconstitucionais. d) A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados a particular por seus agentes no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. e) Os danos causados pelo poder público somente podem ser reparados através da via judicial, sendo defeso acordo administrativo com o lesado. (VVD�WDPEpP�p�WUDQTXLOD�GH�DFHUWDU��$�OHWUD�³D´�HVWi�HUUDGD��SRLV�DV� regras do Código Civil são aplicadas. $� OHWUD� ³E´� HVWi� HUUDGD�� QmR� Ki� responsabilidade do Estado. /HWUD� ³F´� HUUDGD�� RV� Dtos legislativos são atos do Estado, geram responsabilidade civil, quando comprovado o QH[R� GH� FDXVDOLGDGH�� � /HWUD� ³G´� FRUUHWD�� /HWUD� ³H´� R� DFRUGR� administrativo não é proibido, pode ser feito. Gabarito letra D. 9) (FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Trabalho) De acordo com a Constituição Federal, a responsabilização civil do Estado por danos causados a terceiros pressupõe a) que o dano seja causado por agente público que atue nessa qualidade, sendo considerados agentes públicos, para tal finalidade, apenas aqueles com vínculo laboral com a Administração, celetista ou estatutário, e os detentores de mandato eletivo. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita b) a comprovação da responsabilidade objetiva, caracterizada como a falha na prestação do serviço público aliada à conduta dolosa ou culposa do agente público. c) a comprovação do nexo de causalidade entre a ação do agente público e o dano e independe da comprovação de dolo ou culpa do agente. d) a comprovação de dolo ou culpa do agente, o qual responde pelos danos causados perante os terceiros, podendo exercer direito de regresso em face da Administração na hipótese de causas excludentes da ilicitude da sua conduta. e) a comprovação da responsabilidade subjetiva do agente, caracterizadora de culpa in vigilando ou in elegendo do Estado, salvo se comprovada culpa concorrente da vítima ou outras causas excludentes de ilicitude. A responsabilidade civil do Estado refere-se às pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios, as Autarquias e as fundações públicas de natureza autárquica) e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. $OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� Pela teoria do risco administrativo adotada pelo Brasil, o Estado assume o risco pelas atividades que desenvolve e, por isso, quando ocorre o dano, não se busca verificar se o Estado agiu com dolo ou com culpa. /HWUD� ³E´ HUUDGD� H� SHOR� PHVPR� PRWLYR� D� DOWHUQDWLYD� ³F´� HVWi� certa. A comprovação do dolo e culpa do agente será verificada para a ação de regresso que estudaremos logo a seguir. Não confunda! $OWHUQDWLYDV�³G´�H�³H´�HUUDGDV� *DEDULWR��OHWUD�³F´� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquitawww.estrategiaconcursos.com.br 14 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 10) (2014/FCC/TCE-PI/Assessor Jurídico) A responsabilidade civil do Estado e dos agentes públicos é estudada no Brasil há tempos, encontrando fundamento inclusive na Constituição de 1824. A propósito da evolução doutrinária acerca da responsabilidade dos entes públicos, bem como o que consta da Constituição Federal, é correto afirmar: a) o histórico da responsabilidade civil do Estado trilhou caminho desde a irresponsabilidade total, antes do Estado de Direito, sofrendo paulatino abrandamento verificado com a adoção das teorias civilistas, até se alcançar as teorias que consolidaram a responsabilidade objetiva do Estado. b) a responsabilidade civil do Estado iniciou-se à semelhança do direito civil, baseada na culpa do agente público, afastando-se do regime comum com o passar do tempo, em face da identificação da necessidade de estabelecimento de regras próprias, consolidando-se a responsabilidade subjetiva que vige até os tempos atuais. c) a responsabilidade civil do Estado foi cunhada com base no direito comum, razão pela qual continua a depender, essencialmente, da existência da culpa do agente público. d) o histórico da responsabilidade civil do Estado no ordenamento brasileiro demonstra que a responsabilidade objetiva já se encontrava presente desde a primeira constituição, ainda que não se falasse em teoria do risco. e) o histórico da responsabilidade civil do Estado indica que o ordenamento jurídico brasileiro sempre a consagrou, em variados graus e medidas, prevalecendo atualmente a modalidade de responsabilidade subjetiva para atos comissivos e a de responsabilidade objetiva para atos omissivos. RESPOSTA: a) CORRETA. Houve um período em que os Estados se constituíram segundo o modelo absolutista. O Estado, como ente soberano, era imposto aos indivíduos e sua autoridade não podia ser contestada, pois o seu poder era divino. Nesse período, a ideia era a da irresponsabilidade estatal, uma vez que R�UHL�QmR�HUUDYD��³WKH�NLQJ�FDQ�GR�QR�ZURQJ´�� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Isso, contudo, já foi superado, hoje adotamos a teoria do risco administrativo. Por essa teoria, o Estado assume o risco pelas atividades que desenvolve e, por isso, quando ocorre o dano, não se busca verificar se o Estado agiu com dolo ou com culpa. b) ERRADA. Como vimos acima, inicialmente a ideia era da irresponsabilidade estatal. Além disso, consolidou-se a ideia de responsabilidade objetiva, com o passar do tempo. Mas cuidado! Apesar de divergência doutrinária, para concursos públicos prevalece o entendimento de que é aplicável a teoria da culpa do serviço no Brasil quando o assunto é prestação de serviços públicos pelo Estado. c)ERRADA. Quando é o Estado quem causa o dano, não se investiga se ele agiu com culpa (imprudência, imperícia ou negligência). Há o consenso de que, nesse caso, a responsabilidade é objetiva, ou seja, se existir o ato do Estado, seja ele lícito ou ilícito, se houver o dano e se foi esse ato que praticou o dano, há o dever do Estado de repará-lo. d)ERRADA. A primeira Constituição Brasileira a tratar do assunto Responsabilidade do Estado adotou uma teoria baseada na culpa, e ainda não se falava em teoria do risco. e) A responsabilidade civil do Estado vem sendo tratada pela legislação brasileira desde 1016, e não foi sempre contemplada nas Constituições. Como já falamos, entre particulares, diz-se que a responsabilidade é subjetiva (deve ser analisado o aspecto subjetivo, ou o ânimo da conduta, daquele que praticou o ato danoso).Quando é o Estado, há o consenso de que, nesse caso, a responsabilidade é objetiva, independentemente do ato ser comissivo ou omissivo. Gabarito: A 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 11) (2014/FCC/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, ao tratar de determinada modalidade de responsabilidade civil do Estado, ensina que o fundamento da responsabilidade estatal é garantir uma equânime repartição dos ônus provenientes de atos ou efeitos lesivos, evitando que alguns suportem prejuízos ocorridos por ocasião ou por causa de atividades desempenhadas no interesse de todos. De conseguinte, seu fundamento é o princípio da igualdade, noção básica do Estado de Direito. (Curso de Direito Administrativo. São Paulo, Malheiros, 27a ed., 2010. p. 1007). As lições trazidas são pertinentes à modalidade de responsabilidade civil. a) objetiva, em decorrência de atos comissivos lícitos, que prescindem da demonstração de culpa do agente estatal. b) subjetiva, que demanda a demonstração de culpa do agente causador do dano. c) subjetiva imprópria, que prescinde da demonstração de culpa do agente causador do dano. d) objetiva, em decorrência de atos comissivos ilícitos,que prescindem de demonstração de culpa do agente causador do dano. e) objetiva, em decorrência de atos omissivos ilícitos ou lícitos, que podem ou não demandar a demonstração de culpa do agente causador do dano. RESPOSTA: A responsabilidade do Estado, em regra, é objetiva, fundamentada pela teoria do risco administrativo. Além disso, não é necessário o elemento de culpa para que seja considerado objetiva. Sendo assim, HVWmR�LQFRUUHWDV�DV�DOWHUQDWLYDV�³E´�H�³F´��-i�D� OHWUD�³H´�HVWi�LQFRUUHWD�� pois segundo o entendimento da doutrina majoritária, e do STF, nos casos de atos omissivos, a responsabilidade é subjetiva. Por fim, a letra 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita IDOD� HP� DWRV� FRPLVVLYRV� ³LOtFLWRV´�� H� SRU� VH� WUDWDU� GH� ³atividades GHVHPSHQKDGDV�QR�LQWHUHVVH�GH�WRGRV´��elas tem caráter lícito. Gabarito: A 12) (2014/FCC/Prefeitura de Recife ± PE/Procurador) Um motorista de ônibus de uma empresa privada de transporte coletivo municipal, ao fazer uma curva mais acentuada em determinado ponto de seu itinerário, colidiu com veículo estacionado na via pública em local e horário permitidos, ocasionando perda total neste veículo. No presente caso, consoante o mais recente posicionamento do STF, a) não responderão objetivamente o Município, nem a empresa privada, pois se trata de exercício de atividade econômica lucrativa, situação não albergada pelo tratamento especial da responsabilidade civil do Estado. b) responderá o município primária e objetivamente pelos danos causados no veículo estacionado, em razão do serviço público prestado ser de titularidade do Município. c) responderá a empresa privada, direta e objetivamente, seja por se tratar de concessionária de serviço público, seja em razão do risco inerente à sua atividade. d) responderá a empresa privada objetivamente, com direito de regresso contra o Município, titular do serviço públicoprestado. e) não responderão objetivamente o Município, nem a empresa privada, pois o proprietário do veículo estacionado não é usuário direto do serviço público prestado RESPOSTA: Como já visto, o STF decidiu que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Essa decisão tem como princípio o art. 37, § 6º, da Constituição, que prevê a adoção da teoria do risco administrativo: Gabarito: C 2.1. Dano Para que se caracterize o dano, conforme lição de Bandeira de Mello (2010, p. 1010-1012), deve o ato estatal atingir um direito da vítima, seja ele material ou imaterial (inclusive moral!), deve o bem jurídico lesado ser certo e provocar um transtorno anormal. 2.2. Alteridade do dano O ato estatal deve causar danos a terceiros para que a responsabilidade extracontratual se caracterize. Nesse ponto, apresentamos a nossa primeira questão jurisprudencial que tem GRANDES CHANCES DE CAIR NA SUA PROVA: O STF, no julgamento do RE 591.874, que teve sua repercussão JHUDO� UHFRQKHFLGD�� FRQFOXLX� TXH� ³D� UHVSRQVDELOLGDGH� FLYLO� GDV� SHVVoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, VHJXQGR�GHFRUUH�GR�DUW����������GD�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO´�� Para o STF, a responsabilidade objetiva decorre da natureza da atividade administrativa, a qual não é modificada pela mera transferência da prestação dos serviços públicos a empresas particulares concessionárias do serviço. Assim, a existência do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita usuário do serviço público é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. Isso também cai em concurso, meus amigos ± OLHO ABERTO! 13) (FCC-2014-TCE/PI-Auditor Fiscal de Controle Externo) Quanto à responsabilidade extracontratual do Estado, é correto afirmar: a) O Estado só se responsabiliza por atos praticados no exercício da função administrativa, respondendo os demais Poderes, em nome próprio, por atos praticados no exercício das respectivas funções. b) A responsabilidade patrimonial do Estado, ao contrário do direito privado, decorre de atos ilícitos praticados por agentes administrativos, não incidindo nas hipóteses de atos lícitos, mesmo que causadores de danos excessivos a terceiros. c) Restringe-se às hipóteses de atos comissivos, lícitos ou ilícitos, causadores de dados a terceiros. d) A existência de nexo de causalidade entre o dano experimentado pelo particular e o comportamento da Administração é seu fundamento. e) Não prescinde da prova de culpa ou dolo do agente administrativo que deve ser comprovada pelo terceiro prejudicado. A existência do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não usuário do serviço público é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. ,VVR�WRUQD�D�TXHVWmR�³G´�FRUUHWD� Gabarito: D 14) (ESAF - 2010 - SMF-RJ - Fiscal de Rendas) No tocante à Responsabilidade Civil do Estado, assinale a opção correta, conforme o Questões de concurso 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria. a) Os atos jurisdicionais típicos podem ensejar responsabilidade civil objetiva do Estado, sem maiores distinções em relação aos atos administrativos comuns. b) É viável ajuizar ação de responsabilidade diretamente em face do agente público causador do dano, ao invés de ser proposta contra a pessoa jurídica de direito público. c) O Estado não é passível de responsabilização civil objetiva por atos praticados por notários. d) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva em relação aos usuários, bem como em relação a terceiros não usuários do serviço público. e) Só haverá responsabilidade objetiva do Estado se o ato causador do dano for ilícito. 'LIHUHQWHPHQWH�GR�TXH�DILUPD�D�OHWUD�³D´��H[LVWH�GLVWLQomR�HQWUH�RV� atos em relação ao particular (atos administrativos comuns). Como já falamos, entre particulares, diz-se que a responsabilidade é subjetiva (deve ser analisado o aspecto subjetivo, ou o ânimo da conduta, daquele que praticou o ato danoso).Quando é o Estado há o consenso de que, nesse caso, a responsabilidade é objetiva. Letra ³D´�HUUDGD�� Pessoal à relação é entre o Estado e o indivíduo lesado e entre o Estado e o agente estatal que causou o dano. Lembre-se são duas UHODo}HV� GLVWLQWDV�� /HWUD� ³E´� HUUDGD�� 1mR� HQWHQGL� SURIHVVRU�� 7HQKD� paciência que já chegaremos a esse ponto da aula. Como as questões VmR� GH� P~OWLSOD� HVFROKD� p� HYLGHQWH� TXH� H[LVWD� XP� ³PL[´� GH� WRGD� D� matéria. Pessoal quando é o Estado quem causa o dano, a responsabilidade é objetiva. E não existe essa excludente dos atos praticados por notários. Você sabe quem são os notários? São aqueles 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro. Ex.: Tabelião e oficial de UHJLVWUR��/HWUD�³F´�HUUDGD�� (UD�QD� OHWUD� ³G´�TXH�HX�TXHULD� FKHJDU�� /HPEUD�do julgamento do STF que eu falei que poderia cair? Pois é, o RE 591.874 já foi objeto de cobrança da ESAF. Lembre-se que, na oportunidade, o STF concluiu que ³D� UHVSRQVDELOLGDGH� FLYLO� GDV� SHVVRDV� MXUtGLFDV� GH� GLUHLWR� SULYDGR� prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da &RQVWLWXLomR�)HGHUDO´�� (LV�D�QRVVD�UHVSRVWD�FRUUHWD��/HWUD�³G´ Se existir o ato do Estado, seja ele lícito ou ilícito, se houver o dano e se foi esse ato que praticou o dano, há o dever do Estado de repará- OR�����/HWUD�³H´�HUUDGD�� *DEDULWR��/HWUD�³G´� 15) (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) O regime de responsabilidade previsto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal brasileira a) adota a teoria do risco integral, em que não seadmitem causas excludentes ou mitigadoras da responsabilidade estatal. b) alcança os atos praticados por particulares prestadores de serviços públicos, em relação a usuários e também a não-usuários, desde que existente nexo causal entre o evento causador do dano e a atividade objeto de delegação estatal. c) alcança os atos praticados por pessoa de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos e atividades econômicas de relevante interesse coletivo. d) não se aplica aos particulares, mesmo aos que prestam serviços públicos, visto que esses têm sua responsabilidade regulada pelo Código Civil. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) exclui os atos praticados no exercício da função legislativa e jurisdicional. Mais de uma vez caiu a questão da responsabilidade objetiva com relação ao não usuário! Você verá abaixo em que consiste a teoria do risco integral. Ela, em regra, não é adotada no Brasil, pois há fatos que excluem ou reduzem a responsabilidade do Estado, como, por exemplo, a culpa exclusiva da vítima, que rompe o nexo de causalidade e afasta o dever GR�(VWDGR�GH�LQGHQL]DU��3RU�LVVR��D�OHWUD�³D´�HVWi�HUUDGD��&RPR�YLPRV��R regime de responsabilidade previsto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, alcança os atos praticados por particulares prestadores de serviços públicos, em relação a usuários e também a não-usuários, desde que existente nexo causal entre o evento causador do dano e a DWLYLGDGH�REMHWR�GH�GHOHJDomR�HVWDWDO��*DEDULWR��/HWUD�³E´� 1mR�VH�HVTXHoD��D�OHWUD�³F´�HVWi�HUUDGD��SRLV�DV�HPSUHVDV�HVWDWDLV� que exercem atividade econômica não respondem objetivamente. 16) (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário) José, preso provisório, atualmente detido em uma Cadeia Pública na cidade de Recife mata a golpes de arma branca um de seus oito companheiros de cela. Neste caso, o Estado de Pernambuco, em ação civil indenizatória movida pela viúva do falecido detento, a) será responsabilizado com fundamento na responsabilidade subjetiva do Estado. b) será responsabilizado apenas se houver comprovação da omissão dolosa dos agentes carcerários. c) não será responsabilizado, uma vez que o dano foi causado por pessoa física que não faz parte dos quadros funcionais do Estado. d) não será responsabilizado, na medida em que inexiste prova do nexo de causalidade entre a ação estatal e o evento danoso. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) será responsabilizado, independentemente da comprovação de sua culpa, com base na responsabilidade objetiva do Estado. Para responder a essa questão você deve ter em mente que o indivíduo preso está sob a custódia e a responsabilidade do Estado. O Estado deve velar por sua proteção, pois foi ele quem tirou a liberdade do sujeito e o colocou em cárcere. Assim, os danos sofridos pelos presidiários devem ser reparados pelo Estado. Como esse dever de cuidado pelos presidiários é um dever básico do Estado, não se verifica se este agiu com culpa no ato, a responsabilidade é objetiva. Portanto a OHWUD�³H´�p�D�DOWHUQDWLYD�FRUUHWD� 17) (FCC-2010-TCE-AP-Procurador) Nos termos do que dispõe o artigo 37, parágrafo 6o da Constituição Federal, no que concerne à responsabilidade civil do Estado, este responde sob a modalidade a) objetiva, quando se tratar de atos comissivos lícitos ou ilícitos. b) objetiva pelos atos comissivos ilícitos e sob a modalidade subjetiva pelos atos comissivos lícitos. c) subjetiva, quando envolver a imputação de danos morais. d) subjetiva, quando envolver imputação de responsabilidade subsidiária. e) subjetiva, quando envolver a prática de atos omissivos lícitos praticados por delegação. Sabemos que a responsabilidade civil do Estado é a obrigação do Estado de indenizar (reparar) dano (prejuízo) causado a terceiro em razão de conduta, comissiva (ação) ou omissiva, lícita ou ilícita, de seus agentes atuando nessa condição. Anotado tal observação, lembre-se de que quando a responsabilidade do Estado for objetiva este responderá pelos danos causados por seus agentes independentemente de culpa. 5HVSRVWD�FRUUHWD�OHWUD�³D´� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 18) (FCC - 2014 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Prova 1) Em matéria de responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, nos termos do art. 37, § 6º , da Constituição Federal, a jurisprudência mais recente do Supremo Tribunal Federal alterou entendimento anterior, de modo a considerar que se trate de responsabilidade a) objetiva relativamente a terceiros usuários e a terceiros não usuários do serviço. b) subjetiva relativamente a terceiros usuários e a terceiros não usuários do serviço. c) objetiva relativamente a terceiros usuários, e subjetiva em relação a terceiros não usuários do serviço. d) subjetiva relativamente a terceiros usuários, e objetiva em relação a terceiros não usuários do serviço. e) subjetiva, porém decorrente de contrato, relativamente a terceiros usuários, e objetiva em relação a terceiros não usuários do serviço. O Supremo Tribunal Federal definiu que há responsabilidade civil objetiva do Estado, ou seja, dever de indenizar os danos causados independente da culpa, das empresas que realizam serviço público, mesmo quando se tratando de terceiros, aqueles que não são usuários do serviço. *DEDULWR��/HWUD�³D´� 2.3. Nexo causal Nexo causal ou causalidade material é o elo que existe entre o dano e o comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público ou da entidade de direito privado prestadora de serviços públicos. Ele responde à seguinte pergunta: O ato praticado pelo Estado gerou o dano? Novamente, trazemos outra questão jurisprudencial relevante! 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O STJ (Resp 858.511) e o STF (AI 239.107) já sedimentaram o entendimento no sentido de que o dever do Estado de assegurar a segurança pública não significa que ele seja responsável por reparar todos aqueles que foram vítimas de crimes ocorridos em locais públicos. O Estado não é um segurador universal. (P�LQWHUHVVDQWH�FDVR��R�67-�FRQVLJQRX�TXH�³QmR�Ki�FRPR�DILUPDU� que a deficiência do serviço do Estado (que propiciou a evasão de menor submetido a regime de semi-liberdade) tenha sido a causa direta e imediata do tiroteio entre o foragido e um seu desafeto, ocorrido oito GLDV�GHSRLV��GXUDQWH�R�TXDO�IRL�GLVSDUDGD�D�µEDOD�SHUGLGD¶�TXH�DWLQJLX�D� vítima, nem que esse tiroteio tenha sido efeito necessário da referida deficiênFLD³� �5(VS� ����������$IDVWRX-se, nesse caso, o nexo causal entre o evento danoso e a ação ou omissão do Estado. 19) (2014/FCC/SABESP/Advogado) Analise a seguinte assertiva: Desastres ocasionados por chuvas, tais como, enchentes, inundações e destruições, excluem a responsabilidade estatal. A assertiva em questão; a) não está correta, pois inexiste excludente da responsabilidade estatal, sendo hipótese de responsabilidade subjetiva. b) está correta, não comportando exceção. c) não está correta, pois, em regra, o Estado responde diante de fatos decorrentes da natureza. d) está correta, mas se for comprovado que o Estado omitiu-se no dever de realizar certos serviços, ele responderá pelos danos. Questões de concurso 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita e) não está correta, pois o Estado sempre responde objetivamente. RESPOSTA: A responsabilidade civil da Administração decorre da existência de uma falta do serviço ou omissão administrativa na realização de obras necessárias que poderiam prevenir, evitar ou atenuar os efeitos danosos das enchentes ou transbordamentos de rios, córregos, represas ou de galerias de águas pluviais, ainda quando verificado seu volume e constância. Assim, no caso em questão, há responsabilidade civil da Administração em razão da omissão dos serviços que poderiam ter evitado o dano. Gabarito: D 20) (FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária / Direito Administrativo / Responsabilidade civil do estado; ) O motorista de um automóvel de passeio trafegava na contra-mão de direção de uma avenida quando colidiu com uma ambulância estadual que transitava na mão regular da via, em alta velocidade porque acionada a atender uma ocorrência. A responsabilidade civil do acidente deve ser imputada a) ao civil que conduzia o veículo e invadiu a contra- mão, dando causa ao acidente, não havendo nexo de causalidade para ensejar a responsabilidade do Estado. b) ao Estado, uma vez que um veículo estadual (ambulância) estava envolvido no acidente, o que enseja a responsabilidade objetiva. c) ao Estado, sob a modalidade subjetiva, devendo ser comprovada a culpa do motorista da ambulância. d) tanto ao civil quanto ao Estado, sob a responsabilidade subjetiva, em razão de culpa concorrente. e) ao civil que conduzia o veículo, que responde sob a modalidade objetiva no que concerne aos danos apurados na viatura estadual. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Como vimos anteriormente, o ato praticado pelo Estado gerou o dano? Na hipótese tratada, podemos afirmar que não. O particular que e invadiu a contra- mão deve ser responsabilizado, pois este que causou o acidente. Gabarito: Letra ³D´� 2.4. Ato estatal Quanto ao ato estatal, não se pode perder de vista que a UHVSRQVDELOLGDGH� REMHWLYD� DOFDQoD� ³DV� SHVVRDV� MXUtGLFDV� GH� GLUHLWR� público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos´�� Desse modo, as entidades do terceiro setor (sisWHPD� ³6´��� RV� cartórios extrajudiciais e as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público estão sujeitas à responsabilidade objetiva. Não se sujeitam à responsabilidade objetiva, por outro lado, as empresas estatais que executam atividade econômica. Além disso, não é demais lembrar, conforme lição de Gasparini (2008, p. 1044), que o agente público causador do dano deve estar no exercício de seu cargo, emprego ou função pública da mesma forma que o empregado da empresa prestadora de serviço público deve estar no desempenho de suas atribuições. 2.5. Excludentes de responsabilidade A excludente de responsabilidade não é elemento da responsabilidade civil, pelo contrário, é elemento que retira do Estado a responsabilidade pelo dano. Bandeira de Mello (2010, p. 1023-1024) ensina que todas as excludentes rompem o nexo de causalidade. São elas: x culpa exclusiva da vítima ou de um terceiro (aplicação da teoria do risco administrativo); e x caso fortuito e a força maior. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita IMPORTANTE: Se houver culpa da vítima e, ao mesmo tempo, ato estatal danoso, haverá uma redução do valor da indenização na proporção da participação da vítima pelo evento danoso (art. 945 do Código Civil). É o que se denomina culpa concorrente. Assim, temos: Culpa concorrente Reduz o valor da indenização IMPORTANTE: Di Pietro (2009, p. 649) observa que a culpa de terceiro não retira a responsabilidade daquele que presta serviço público de transporte, uma vez que o art. 735 do Código Civil prevê que a responsabilidade do transportador por acidente com passageiro não é elidida por culpa de terceiro. 21) (FCC - 2013 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Diz-se, na linguagem comum, que o Poder Público responde civilmente com ou sem culpa. Quando se diz que a UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�GRV�HQWHV�S~EOLFRV�p�³VHP�FXOSD´��WHFQLFDPHQWH�VH� está querendo explicar a modalidade de responsabilidade civil aplicável aos mesmos, ou seja, fazer referência à Responsabilidade a) objetiva, modalidade de responsabilidade civil que prescinde de comprovação de culpa do agente público, embora não afaste a necessidade de demonstração do nexo de causalidade entre o ato e os danos por este causados. b) objetiva, modalidade de responsabilidade civil que independe da comprovação de culpa e nexo de causalidade entre ação ou omissão de agente público e os danos causados em decorrência desses. Questões de concurso 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) subjetiva, modalidade de responsabilidade civil que depende de comprovação de culpa do agente ou do serviço público para configuração do nexo de causalidade, aplicável nos casos de ação e omissão. d) objetiva ou subjetiva, aplicável a primeira nos casos de omissão e a segunda nos casos de atos comissivos praticados por agentes públicos, cuja culpa deve obrigatoriamente ser demonstrada. e) objetiva pura, que independe da existência de culpa, da comprovação de nexo de causalidade e não admite qualquer excludente de responsabilidade. $�UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�GRV�HQWHV�S~EOLFRV� ³VHP�FXOSD´�� FRQIRUPH� exposto na questão, é a responsabilidade civil objetiva do Estado, na qual não é necessária a presença do elemento culpa, bastando tão somente o dano e o nexo causal. *DEDULWR��/HWUD�³D´� 2.6. Elemento subjetivo O elemento subjetivo também não é um dos elementos da responsabilidade civil do Estado, uma vez que a regra no direitobrasileiro é a responsabilidade objetiva. MUITA ATENÇÃO!!!! É importante observar, contudo, que o art. 37, § 6º, da CF, menciona a culpa do agente causador do dano como elemento a ensejar a sua responsabilidade pessoal perante o Estado. CUIDADO: Essa culpa não tem qualquer relação com a vítima que sofreu o dano por ato do Estado. Essa culpa tem relevância apenas para o Estado, que vai poder ressarcir os cofres públicos, cobrando de seu servidor o valor da indenização paga à vítima, quando esse servidor praticou o dano com dolo ou culpa. Verifica-se, desse modo, se o agente estatal atuou com imprudência, imperícia e negligência. Essa comprovação deverá ocorrer 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita em processo administrativo ou judicial que assegure ao agente público a ampla defesa e o contraditório. Caso tenha havido culpa do agente, o Estado pode cobrar dele o valor ressarcido ao indivíduo que sofreu o dano. Essa cobrança se opera por meio de processo administrativo ou por meio de ação regressiva (=ação judicial do Estado contra o servidor que praticou o dano ao particular, onde se verifica se esse agente público agiu com dolo ou culpa no evento danoso. Verificado o elemento subjetivo, o agente público deve ressarcir ao Estado o valor que este desembolsou para indenizar o particular). NÃO CONFUNDA: AQUI FALAMOS DE DUAS RELAÇÕES JURÍDICAS: Estado indivíduo lesado Estado agente estatal que causou o dano Na primeira relação, o objetivo é reparar o dano sofrido pelo indivíduo lesado. Nessa relação, não se discute culpa. Na segunda, o objetivo é do Estado de recompor os cofres públicos em razão do valor gasto por ele, Estado, para ressarcir a vítima do dano. Nesta última, o Estado só vai conseguir cobrar de seu servidor (por meio de processo administrativo ou ação regressiva) se este praticou o ato danoso com dolo ou culpa. Assim, não se esqueça: Como o Estado vai promover essa cobrança perante o seu servidor? De duas maneiras, ou por meio de uma demanda judicial chamada ³DomR�UHJUHVVLYD´�RX�SRU�PHLR�GH�XP�SURFHVVR�DGPLQLVWUDWLYR� 22) (FUNCAB ± 2015 - CRC-RO ± Contador) Um acidente ocorreu quando um agente público dirigia um caminhão. O veículo, cuja Questão de concurso 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita propriedade é titularizada por um ente da administração direta, chocou- se com outro automóvel. A causa do desastre foi a falta de manutenção dos freios do veículo público, que deveria ter sido feita por uma empresa contratada. Condenada a indenizar os prejuízos, a Administração Pública: a) não poderá exercer o direito de regresso porque tal possibilidade é vedada na hipótese em que a Administração Pública é condenada. b) poderá promover a denunciação da lide para obter a condenação de seu agente condutor, em razão da caracterização da responsabilidade subjetiva deste último. c) poderá obter a condenação do agente público condutor em ação autônoma, exercendo o direito de regresso em face do funcionário já que a hipótese revela sua culpa. d) poderá promover denunciação da lide para obter a condenação do agente condutor, em razão da caracterização da responsabilidade objetiva deste último. e) não poderá promover ação regressiva em face de seu agente condutor em razão de sua responsabilização submeter-se ao modelo da responsabilidade subjetiva. Quando se trata de responsabilidade objetiva (se houve dolo ou culpa) a Administração deverá indenizar o particular e para que isso ocorra, basta a constatação do nexo de causalidade entre a atuação estatal e o dano. Todavia para que ocorra a responsabilidade subjetiva (Ex: Ação de regresso), é indispensável a comprovação de dolo ou culpa do agente, que não foi o caso em comento, uma vez que a culpa foi da empresa. Gabarito ± Letra E. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 23) (FCC - 2010 - TRE-RS - Técnico Judiciário) É certo que, pelos danos que o agente público, nessa qualidade, causar a terceiros a) não cabe ação regressiva contra agente, mesmo que tenha agido com culpa ou dolo, se o Estado reparou os danos. b) o Estado somente responde pelos danos se o agente agiu com dolo ou culpa. c) a ação para reparação dos danos deve ser movida direta e unicamente contra o agente causador do dano. d) o Estado responde objetivamente, isto é, independentemente de culpa ou dolo do agente. e) não cabe indenização porque naquele momento o agente representa o Estado. $SyV�HVWXGDU�ILFD�IiFLO��QmR�ILFD"�9LPRV�TXH�D�OHWUD�³D´�HVWi�HUUDGD�� porque cabe ação regressiva do Estado contra o agente público FDXVDGRU�GR�GDQR�VH�HOH�DJLX�FRP�FXOSD�RX�GROR��$�OHWUD�³E´�HVWi�HUUDGD�� pois contraria a teoria do risco administrDWLYR��$�³F´�HVWi�HUUDGD��SRLV�a reparação dos danos deve ser promovida contra o Estado, pois é SHUDQWH�HOH�TXH�D�UHVSRQVDELOLGDGH�p�REMHWLYD��$� OHWUD�³H´�HVWi�HUUDGD�� pois ela fala que o Estado é irresponsável. Por fim, observamos que a FRUUHWD�p�D�OHWUD�³G´��SRLV�FRUUHVSRQGH�j�UHGDomR�GR�parágrafo 6º do art. 37 da Constituição, que você deve ler novamente: 24) (FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) O Município foi condenado a indenizar particular por danos sofridos em razão da omissão de socorro em hospital da rede pública municipal. Poderá exercer direito de regresso em face do servidor envolvido no incidente As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita a) com base na responsabilidade objetiva do mesmo, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre a atuação do servidor e o dano. b) apenas se comprovar a inexistência de causas excludentes de responsabilidade, situação em que estará configurada a responsabilidade objetiva do servidor. c) independentemente da comprovação de dolo ou culpa, desde que constatado descumprimento de dever funcional. d) com base na responsabilidade subjetiva do servidor, condicionada à comprovação de dolo ou culpa. e) desde que comprove conduta omissiva ou comissiva dolosa, afastada a responsabilidade no caso de culpa decorrente do exercício de sua atividade profissional. Verifica-se que o agente agiu com dolo ou culpa no evento danoso, lembrado que se verifica o elemento subjetivo e não objetivo. $OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� A responsabilidadeobjetiva é do Estado Não cabe direito de regresso quando comprovada a inexistência de responsabilidade, afinal, a excludente de responsabilidade não é elemento da responsabilidade civil, pelo contrário, é elemento que retira do Estado a responsabilidade pelo dano��/HWUD�³E´�HUUDGD� Na ação de regresso, necessariamente deve-se verificar se o agente agiu com dolo ou culpa. Letra ³F´�HUUDGD� $OWHUQDWLYD�³H´�FRPSOHWDPHQWH�VHP�OyJLFD� *DEDULWR��/HWUD�³G´� 25) (FCC-2014-PGE/RN-Procurador do Estado de Terceira Classe) O Estado foi condenado judicialmente a indenizar cidadã por danos sofridos em razão da omissão de socorro em hospital da rede pública, eis que o hospital negou-se a realizar parto iminente alegando falta de leito disponível. Diante de tal condenação, entende-se que o Estado 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita poderá exercer direito de regresso em face do servidor que negou a internação: a) desde que comprove conduta omissiva ou comissiva dolosa, afastada a responsabilidade no caso de culpa decorrente do exercício de sua atividade profissional. b) com base na responsabilidade objetiva do mesmo, bastando a comprovação do nexo de causalidade entre a atuação do servidor e o dano. c) com base na responsabilidade subjetiva do mesmo, que decorre automaticamente da condenação do Estado, salvo se comprovadas, pelo servidor, causas excludentes de responsabilidade. d) independentemente da comprovação de dolo ou culpa, desde que constatado descumprimento de dever funcional. e) com base na responsabilidade subjetiva do servidor, condicionada à comprovação de dolo ou culpa. A questão afirma que haverá o direito de regresso, então temos que ver em qual circunstância ele ocorre. Já estudamos que poderá ser com quando houver a responsabilidade subjetiva do servidor, condicionada à comprovação de dolo ou culpa. Gabarito: E 26) (FCC - 2012 - TCE-AM - Analista de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas) O direito de regresso da Administração em face de agentes públicos que, nessa qualidade, causem danos a terceiros a) independe de comprovação de dolo ou culpa, dada a sua natureza objetiva. b) depende da comprovação de conduta dolosa ou de culpa grave, afastada quando configurada responsabilidade objetiva do Estado. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) depende da comprovação de dolo ou culpa, que, quando inexistente, afasta também a responsabilidade da Administração perante o particular. d) depende da comprovação da responsabilidade subjetiva do agente, com a caracterização da conduta dolosa ou culposa. e) prescinde da comprovação do nexo de causalidade, bastando a configuração da falha na prestação do serviço. Meu caro, não há o que se discutir. A ação regressiva é ação judicial do Estado contra o servidor que praticou o dano ao particular, onde se verifica se esse agente público agiu com dolo ou culpa no evento danoso. Verificado o elemento subjetivo, o agente público deve ressarcir ao Estado o valor que este desembolsou para indenizar o particular. GabarLWR��/HWUD�³G´� 27) (FCC - 2013 - TJ-PE ± Juiz) Considere este dispositivo constitucional: Art. 37, § 6o : As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Analise a seguinte sentença que contém duas asserções: Caso um agente público, nessa qualidade, cause dolosamente dano a terceiro, o Estado responderá, mas o fundamento da responsabilidade civil do Estado não será o art. 37, § 6o , da Constituição Federal, PORQUE o art. 37, § 6o , da Constituição Federal, trata da responsabilidade objetiva do Estado. É correto afirmar que a) a primeira asserção está correta e a segunda está incorreta. b) a primeira asserção está incorreta e a segunda está correta. 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) as duas asserções estão incorretas. d) as duas asserções estão corretas e a segunda justifica a primeira. e) as duas asserções estão corretas e a segunda não justifica a primeira. De fato o dispositivo citado trata da Responsabilidade Objetiva do Estado, porém, a primeira assertiva está incorreta, visto que o Estado responderá pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, portanto o dispositivo é fundamento sim para a responsabilização do Estado mesmo que agente tenha agido com culpa ou dolo. *DEDULWR��/HWUD�³E´� 3) Aplicação da teoria da culpa do serviço no Brasil MUITA ATENÇÃO! VAI CAIR COM CERTEZA NA SUA PROVA! Espere um pouco! Eu falei acima que o Brasil adota a responsabilidade objetiva. Mas, há hipóteses em que a teoria da culpa é adotada no Brasil? Há sim, meus amigos! Apesar de divergência doutrinária, para concursos públicos prevalece o entendimento de que é aplicável a teoria da culpa do serviço no Brasil quando o assunto é prestação de serviços públicos pelo Estado. Como vimos acima, essa teoria tem por fundamento a responsabilidade subjetiva do Estado, porém não se trata da culpa individual do agente estatal, mas sim do serviço prestado pelo Estado 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita quando ele não funciona, devendo funcionar, funciona mal ou funciona atrasado. Assim, ocorre a responsabilidade subjetiva do Estado quando o serviço público é prestado de maneira aquém do que se esperava e essa deficiência causou danos, ou seja, quando o Estado se omitiu na prestação de um serviço público. O Estado, nesse caso, pode comprovar que não agiu de forma negligente e se eximir da responsabilidade. O STF já teve a oportunidade de se manifestar no seguinte sentido: ³Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao VHUYLoR�S~EOLFR��GH�IRUPD�JHQpULFD��D�IDOWD�GR�VHUYLoR´��5(����������� O STJ, analisando a responsabilidade civil do Estado por não ter removido entulho acumulado à beira de uma estrada, para evitar que ele atingisse uma casa próxima e causasse o dano, concluiu que se tratava de responsabilidade civil subjetiva e que não era devida a indenização, pois a autora não comprovou a culpa do Estado (REsp 721.439). Assim, vale a regra: aplica-se a teoria da culpa nas hipóteses de omissãona prestação de serviços públicos pelo Estado. Entretanto, a jurisprudência já verificou, em casos excepcionais, que, mesmo nas hipóteses de omissão na prestação de serviços públicos, será aplicada a teoria do risco administrativo (não se verifica se houve culpa: responsabilidade objetiva). MUITO IMPORTANTE!!! CONSTITUI EXCEÇÃO À REGRA!!! Somente em casos extremos é que a jurisprudência adota a teoria da responsabilidade objetiva (teoria do risco administrativo) nos casos de omissão estatal. Recentemente, o STF reconheceu a obrigação do Estado de Pernambuco de custear as despesas necessárias à 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita realização de cirurgia de implante de marcapasso em cidadão que ficou tetraplégico em decorrência de assalto ocorrido em via pública. No caso, constatou-se a grave omissão, permanente e reiterada, por parte do Estado em prestar o adequado serviço de policiamento ostensivo, nos locais notoriamente passíveis de práticas criminosas violentas. A responsabilidade objetiva foi reconhecida para fazer prevalecer o direito à vida, à autonomia existencial e à busca da felicidade, uma vez que a cirurgia devolveria ao lesado a condição de respirar sem a dependência do respirador mecânico (STA 223). 28) (2015-FCC-SEFAZ/PI-Analista do Tesouro Estadual) Autoridades policiais efetuaram a prisão de determinado cidadão, sob a acusação de prática de ilícito penal qualificado. Durante a tramitação da ação penal, o réu persistia alegando sua inocência, afirmando que jamais estivera no local dos fatos. Dois anos após o início da ação penal, em atendimento de urgência, as autoridades policiais locais efetuaram a prisão em flagrante de outro cidadão pela prática de crime da mesma natureza daquele que motivou a condenação acima mencionada, ocasião em que se constatou homonímia em relação às duas pessoas. Checados os documentos de identificação, restou apurado que coincidiam, não só o nome dos homônimos, mas também de suas genitoras. O primeiro cidadão mencionado terminou por ser absolvido e posto em liberdade. Em relação a este, considerando o período em que foi injustamente privado de sua liberdade: a) responde civilmente o Estado, sob a modalidade subjetiva, na medida em que os atos de determinar e efetuar a prisão são de natureza comissiva e, como tal, prescindem da demonstração de culpa dos agentes públicos. Questão de concurso 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita b) responde civilmente o Estado em razão da ação ou omissão das autoridades policiais, não se podendo imputar responsabilidade baseada na atuação do magistrado da ação penal, tendo em vista que não pode ser considerado servidor público e, portanto, agente público para fins de responsabilização. c) não responde civilmente o Estado, em razão dos agentes públicos terem agido em estrito cumprimento do dever legal, o que exclui a responsabilidade ainda que seja identificado nexo de causalidade entre a ação estatal e os danos causados. d) responde civilmente o Estado no caso de ser demonstrada ação ou omissão dos agentes públicos ou mesmo do serviço, incluído o magistrado que atuou na ação penal, que forme nexo de causalidade com os danos experimentados pelo cidadão que ficou preso indevidamente. e) não responde civilmente, salvo se ficar comprovada culpa do magistrado, ou seja, que tinha como identificar a homonímia, não se estendendo a responsabilização à atuação dos agentes policiais, em razão do ato ser escopo de sua atuação. Em todas as questões de responsabilidade civil, temos que analisar cada detalhe do caso concreto contado pela banca. Então identificamos que há a presença do Estado e um particular que sofreu um dano em sua vida por ter sido preso equivocadamente. Ficou constatado que o houve um erro dos agentes do Estado na apuração do crime, vindo a restringir a liberdade de um cidadão inocente. Apenas libertando o cidadão tá tudo certo?! Claro que não. Terá que ser verificado se houve ação ou omissão dos agentes policiais no serviço, e todos os demais agentes do Estado envolvidos na prisão do cidadão inocente, incluindo o magistrado que decretou a prisão. Assim, o estado responderá civilmente no caso da demonstração da ação ou omissão de seus 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita agentes, e que formam o nexo de causalidade com os danos que o cidadão sofreu. Logo, nosso gabarito será letra D. 29) (ESAF - 2004 - MRE - Assistente de Chancelaria) Acerca de responsabilidade civil do Estado, marque a opção correta. a) O Estado não responde civilmente pelos danos causados por seus servidores, a não ser quando demonstrada a culpa desses no evento danoso. b) O Estado não pode cobrar do seu servidor a indenização que pagou a particular, a título de responsabilidade civil, mesmo que prove a culpa do servidor no evento. c) Segundo as regras da responsabilidade civil do Estado entre nós, mesmo que o particular também seja culpado pelo dano causado, o Estado sempre responderá inteiramente pelo prejuízo suportado pelo cidadão. d) Em se tratando de atividade lícita do Estado, levada a cabo de acordo com o direito, eventuais danos sofridos por particulares não serão ressarcidos a título de responsabilidade civil do Estado. e) O Estado também é responsável civilmente por omissão de seus agentes, que cause dano a particulares. Meu caro, ATENÇÃO: A regra no Brasil, como vimos, é a adoção da teoria do risco administrativo (responsabilidade objetiva do Estado). A teoria da culpa só é adotada em caso de omissão do Estado ao não prestar (ou mal prestar) um serviço que deveria prestar. Assim, letra ³D´�HUUDGD� Caso ocorra culpa do agente, o Estado pode cobrar dele o valor ressarcido ao indivíduo que sofreu o dano (em ação regressiva ou processo administrativo). /HWUD�³E´�HUUDGD�� Se houver culpa da vítima e, ao mesmo tempo, ato estatal danoso, KDYHUi�FXOSD�FRQFRUUHQWH��/HWUD�³F´�HUUDGD�� 00007941048 Direito Administrativo p/ ANS ʹ Técnico em Regulação. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 99 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A responsabilidade é objetiva, ou seja, se existir o ato do Estado, seja ele lícito ou ilícito, se houver o dano e se foi esse ato que praticou o dano, há o dever do Estado de repará-lo. 0HPRUL]H��/HWUD�³G´� errada. 2�JDEDULWR�FRUUHWR�p�D�OHWUD�³H´��SRLV�R�DWR�HVWDWDO�TXH�JHUD�R�GHYHU� de indenizar pode ser uma ação ou uma omissão do agente público. 30) (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário - Área Judiciária ) Numa ocorrência de acidente de trânsito envolvendo uma viatura oficial da polícia militar e um carro particular, os agentes públicos
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