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TÍTULO DO RESUMO R ES U M O ES P EC IA LI D A D ES C LÍ N IC A S PNEUMONIA NOSOCOMIAL CURSO: INFECTOLOGIA CONTEÚDO: LETÍCIA FRANCO NANO DA VEIGA CURADORIA: JOSÉ RICARDO LUNA PINTO Amplie as possibilidades deste conteúdo em https://www.jaleko.com.br/ 4 PNEUMONIA NOSOCOMIAL 1 PNEUMONIA NOSOCOMIAL OU HOSPITALAR A pneumonia nosocomial ou hospitalar ou adquirida no hospital (PAH) é aquela que se desenvolve após 48 horas de admissão hospitalar ou após alta hospitalar, dentro do período compatível com uma possível incubação de um microrganismo adquirido no hospital. A pneumonia adquirida no hospital é, em geral, mais grave do que a pneu- monia adquirida na comunidade (PAC) porque os organismos infectantes tendem a ser mais agressivos. Também é menos provável que respondam a antibióticos, com maior incidência de resistência aos antimicrobianos e são, portanto, mais difíceis de tratar. Além disso, pacientes internados em hospitais tendem a estar mais doentes, acometidos por demais enfermidades além da pneumonia, do que pessoas que vivem na comunidade e, portanto, não são tão capazes de combater a infecção. A pneumonia nosocomial é a segunda causa mais frequente de infecção adquirida no hospital, ficando somente atrás de infecções urinárias, e é a primeira causa de infecção adquirida na unidade de terapia intensiva (UTI) e a maior causa de mortalidade associada à infecção nosocomial. Estima-se que os padrões de colonização nas vias aéreas superiores e inferiores mudam nos primeiros três a quatro dias de admissão hospitalar, saindo do padrão de tipo comunitário para um padrão nosocomial típico. A pneumonia hospitalar (PH) pode ser dividida em precoce (menos de cinco dias após a admissão no hospital), geralmente causada por Streptococcus pneumoniae, e início tardio (mais de cinco dias após a admissão no hospital), geralmente causada por staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas não pseudo- monas. Essa divisão é importante, pois as pneumonias hospitalares tardias têm maior incidência de etiologia por germes multirresistentes (QUADRO 1). QUADRO 1 CLASSIFICAÇÃO DA PNEUMONIA HOSPITALAR Classificação Agente etiológico Nosocomial precoce S. pneumoniae, H. influenzae, E. coli Nosocomial tardia (> 5 dias) P. aeruginosa, Acinetobacter e MRSA 2 FATORES DE RISCO De modo geral, a ventilação mecânica é o principal fator de risco para o desenvolvimento da pneumonia hospitalar. De fato, alguns autores ainda utilizam os termos "pneumonia adquirida no hospital" e "pneumonia asso- 5PNEUMONIA NOSOCOMIAL ciada à ventilação mecânica" (PAVM) como sinônimos. A intubação aumenta consideravelmente (de seis a 21 vezes) o risco de pneumonia. O principal fator de risco para pneumonia hospitalar é VENTILAÇÃO ME- CÂNICA. A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) ocorre 48 horas após a intubação endotraqueal. Já a pneumonia associada aos cuidados de saúde, por sua vez, se refere à doença adquirida em instituições como clínicas de diálise, hospitais-dia ou asilos. Outros fatores de risco associados à pneumonia hospitalar: ■ ventilação mecânica; ■ idade superior a 70 anos; ■ doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); ■ nível de consciência reduzido; ■ cirurgia torácica ou abdominal recente; ■ uso de monitor de pressão intracraniana; ■ uso de sonda nasogástrica; ■ uso de dispositivos invasivos; ■ doenças coexistentes como disfunção cardíaca, pulmonar, hepática ou renal. 3 ETIOLOGIA As pneumonias são, em geral, adquiridas por microaspirações. Assim, uma mudança na flora do trato respiratório superior leva ao aparecimento de agentes potencialmente resistentes nos pacientes com pneumonia. Dessa forma, a colonização da faringe e do trato gastrintestinal por agentes noso- comiais é o primeiro passo para a ocorrência da pneumonia. Essa colonização ocorre devido a distintos fatores exógenos, como a instrumentação do trato respiratório superior com sondas e tubos, assim como o uso de antibióticos de amplo espectro. A patogenia envolve uma falha de defesa do hospedeiro, grande inoculação de bactérias (como na macroaspiração) ou patógeno particularmente virulento. Tal agente desencadeia uma resposta imunológica, e consequente resposta inflamatória no parênquima pulmonar, responsável pelas manifestações clínicas. Os agentes etiológicos das pneumonias são dependentes da flora microbiana habitual de cada instituição hospitalar. Logo, conhecer o perfil epidemiológico do local é o primeiro passo na determinação da etiologia e do tratamento empírico desses pacientes. Os agentes etiológicos variam conforme os diferentes estudos, mas os dois principais são a Pseudomonas aeruginosa e o Staphylococcus aureus. A seguir, destacam-se a Klebsiella pneumoniae e o acinetobacter. Também são impor- tantes outras enterobactérias, comensais da orofaringe como o Streptococcus 6 PNEUMONIA NOSOCOMIAL viridans e estafilococos coagulases negativos. Há diferença na prevalência desses agentes entre os locais de internação do paciente (QUADRO 2). QUADRO 2 DIFERENÇAS NA PREVALÊNCIA DE ACORDO COM O LOCAL DE INTERNAÇÃO PH não UTI PH na UTI S. pneumoniae S. pneumoniae M. pneumoniae Bacilos Gram-negativos (Pseudomonas, E. coli) C. pneumoniae H. influenzae Vírus respiratórios Legionella sp. H. influenzae S. aureus Legionella sp. Alguns fatores de risco estão associados com a etiologia por agentes resis- tentes como: o uso de antibióticos intravenosos nos últimos 90 dias por, pelo menos, cinco dias; internação hospitalar antes da pneumonia; choque séptico no momento da ocorrência da pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM); ocorrência de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), terapia de substituição renal. Para infecções por Pseudomonas aeruginosa, os estudos identificaram que uso prévio de antibióticos, desnutrição, ventilação mecânica e história de doença obstrutiva crônica ou doenças estruturais do pulmão são fatores de risco para infecção por esse agente. 4 DIAGNÓSTICO O diagnóstico das pneumonias adquiridas no ambiente hospitalar perma- nece um tema controverso e difícil. De modo geral, o diagnóstico combina os sinais e sintomas clássicos de pneumonia (como febre, tosse, produção de escarro purulento); com alteração na relação PaO2/FiO2; com evidência radiológica de novo infiltrado pulmonar ou progressivo; elevação do número de leucócitos periféricos, coloração de Gram sugestiva, e o crescimento de bactérias em culturas de escarro, materiais traqueais ou sangue. 4.1 Investigação etiológica A recomendação de exames que busquem a etiologia é somente para pa- cientes com PAC grave ou não respondedora à terapia empírica inicial, bem como nos internados em UTI. Na seleção dos testes a serem realizados, deve-se levar em conta a idade do paciente, a presença de comorbidades, a gravidade da doença e o tratamento 7PNEUMONIA NOSOCOMIAL anti-infeccioso prévio. Febre e leucocitose torna necessária a investigação de processo infeccioso nos diversos outros sítios. Os métodos de diagnóstico microbiológico, principalmente das PAVM, podem ser divididos em invasivos e não invasivos. Entre os métodos não invasivos, destacamos o aspirado endotraqueal com cultura quantitativa (superior ou igual a 10^6UFC/mL, com vantagens quanto ao custo do procedimento, menos efeitos adversos para o paciente, boa sensibilidade e especificidade. Entre os invasivos, podemos destacar: ■ lavado broncoalveolar com cultura quantitativa (cultura superior ou igual a 104UFC/mL); ■ escovado protegido broncoalveolar (cultura superior ou igual a 103UFC/ mL): raramente realizado em hospitais brasileiros pelo alto custo do cateter; ■ biópsia por broncoscopia e biópsia por toracoscopia: indicado em situ- ações especiais. 4.2 Painel viral Atualmente, há possibilidade de detectar e caracterizar a presença dos tipos mais frequentes de vírus humanos causadores de infecçõesrespiratórias em amostras clínicas. Os mais comuns são: Adenovírus, Bocavírus, Coronavírus, Enterovírus, Influenza A, B, C, Metapneumovírus, Parainfluenza 1, 2, 3, 4, Rhinovírus e Vírus Sincicial Respiratório (RSV). A detecção é feita por meio da técnica reverse transcriptase polimerase chain reaction (RT-PCR). 4.3 Exame de escarro O exame de escarro permite a coleta de material para coloração por Gram e coleta de cultura. É indicado, teoricamente, para todos os pacientes que necessitam de internação hospitalar. A bacterioscopia pelo Gram é o método mais importante, tendo grande acurácia em pneumonias pneumocócicas, mas, nas demais etiologias, a acurácia não é tão boa. A cultura de escarro pode ser realizada, mas tem grande incidência de resultados falsos-posi- tivos pela contaminação do material de coleta por agentes colonizadores das vias aéreas e orofaringe, assim como falsos-negativos, pela presença desses agentes, inibindo o crescimento dos agentes patogênicos no meio de cultura (FIGURA 1). 8 PNEUMONIA NOSOCOMIAL FIGURA 1 Figura 1: Meio de cultura e crescimento de pneumococo. 4.4 Hemocultura A hemocultura pode ser positiva de 5-15% dos casos e é sempre indicada em pacientes internados, principalmente naqueles com suspeita de sepse por foco pulmonar. 4.5 Antígenos urinários É uma alternativa para o diagnóstico ágil de pneumonia por pneumococo por meio do teste rápido de detecção de antígenos solúveis de S. pneumoniae na urina dos pacientes infectados. É utilizado na PAC grave e PAH. A vantagem é que o resultado não é alterado com início da terapia antimicrobiana. Além disso, o meio de hemocultura comum não é suficiente para o crescimento da Legionella pneumophila, necessitando meios de cultura específicos e de crescimento lento. Dessa forma, os antígenos urinários são uma alterativa de investigação para aqueles pacientes com fatores de risco para infecção por Legionella. 5 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é a infecção nosoco- mial mais comum no ambiente de cuidados intensivos. A aspiração é a principal rota pela qual as bactérias invadem as vias aéreas inferiores e causam PAVM. Existe a necessidade de que os patógenos alcan- cem o trato respiratório inferior e sejam capazes de vencer os mecanismos de defesa do sistema respiratório, que incluem os mecânicos como os reflexos de tosse, humorais como os anticorpos e celulares. A cânula endotraqueal 9PNEUMONIA NOSOCOMIAL mantém as cordas vocais abertas, facilitando aspiração; outros dispositivos e equipamentos utilizados no ambiente hospitalar aumentam esse risco. A redução da tosse efetiva por sedação, ou mesmo paralisia, pode também contribuir para o processo. Uma vez aspiradas, as secreções se mantêm em volta do cuff orotraqueal e, se ocorrerem mudanças na pressão do cuff, sua deformidade subsequente pode fazer com que o material aspirado seja transportado em volta do cuff por ação capilar. O diagnóstico de PAVM à beira do leito leva em consideração uma com- binação de achados clínicos, radiológicos e laboratoriais. Os critérios para definir PAVM são: presença de infiltrado persistente novo ou progressivo OU consolidação OU cavitação; E pelo menos dois desses critérios: febre (tem- peratura axilar acima de 38°C), sem outra causa OU leucopenia (12.000cel/ mm3) OU surgimento de secreção purulenta ou mudança das características da secreção OU aumento da secreção. A PAVM é considerada com confirmação microbiológica se está presente pelo menos um dos critérios laboratoriais: ■ hemocultura positiva, sem outro foco de infecção aparente; ■ cultura positiva do líquido pleural OU do lavado broncoalveolar supe- rior ou igual a 104UFC/mL ou do aspirado traqueal superior ou igual a 106UFC/mL; ■ exame histopatológico com evidência de infecção pulmonar; ■ antígeno urinário ou cultura para Legionella spp.; ■ outros testes laboratoriais positivos para patógenos respiratórios (soro- logia, pesquisa direta e cultura); ■ fatores que indicam um comprometimento funcional são: hipoxemia, com piora da relação pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio – PO2/FiO2, o aumento de biomarcadores, confusão mental ou surgimento de sepse grave/choque séptico. 6 TRATAMENTO Tão importante quanto o tratamento farmacológico que o paciente vai rece- ber é o local em que vai ser tratado. A decisão sobre o local de tratamento do paciente, seja ambulatorial ou dentro do hospital, isto é, em leitos na enfermaria ou UTI. Para tal escolha, dispomos de escores de gravidade e prognóstico, que dimensionam a gravidade da pneumonia, auxiliam também na decisão sobre a necessidade de investigação etiológica, quanto à escolha do antibiótico e sua via de administração. Os mais utilizados: CURB-65/ CRB65 e pound-force per square inch (PSI). Quando se trata de pacientes já internados, podemos utilizar os novos critérios de gravidade adotados por avaliação de tecnologias em saúde (ATS)/ sistema de detecção de intrusão (IDS) e sua versão simplificada estão classificados em critérios maiores e menores para internação em leito de UTI. Na presença 10 PNEUMONIA NOSOCOMIAL de um dos critérios maiores, há a indicação de admissão à UTI. Já a presença de três ou mais critérios menores também indica cuidados intensivos. Critérios de gravidade ATS/IDS para internação na UTI. Critérios MAIORES: ■ choque séptico; ■ necessidade de ventilação mecânica. Critérios MENORES: ■ frequência respiratória (FR) superior a 30 ciclos/min; ■ PaO2/FiO2 inferior a 250; ■ infiltrados multilobares; ■ confusão mental; ■ ureia superior ou igual a 50mg/dL; ■ pressão arterial sistólica (PAS) inferior ou igual a 90mmHg. 6.1 Tratamento farmacológico A escolha da terapia antimicrobiana na PAH é definida conforme o patógeno mais provável no local de aquisição da doença; a presença de fatores de risco individuais; a presença de doenças associadas e de fatores epidemiológicos, como viagens recentes, alergias e relação custo-eficácia. O tratamento antibiótico inicial é empírico devido à impossibilidade de se obterem resultados microbiológicos logo após o diagnóstico da pneumonia. Um regime terapêutico empírico para as pneumonias de início precoce deve considerar o importante papel do S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus. O antimicrobiano deve ser administrado por via intravenosa, de largo espectro, o mais rápido possível após o diagnóstico, preferencialmente, em até seis horas da avaliação inicial, pois o tratamento precoce leva à redução da mortalidade. O princípio é a utilização de amplos esquemas, levando em consideração o perfil microbiológico local com posterior interrupção de antimicrobianos com base na melhora clínica e nos resultados das culturas. A duração do tratamento definitivo é de 10-14 dias, dependendo da resposta terapêu- tica ou até 21 dias em casos de infecção por Pseudomonas aeruginosa ou Legionella pneumophila. 6.1.1 Germes resistentes Para staphylococcus aureus resistentes à meticilina associados à comunidade (CA-MRSA): os medicamentos de escolha para o tratamento são aqueles que inibem a produção de toxina: clindamicina, linezolida ou vancomicina, que 11PNEUMONIA NOSOCOMIAL podem ser utilizados em monoterapia, ou associados entre si (linezolida e clindamicina ou vancomicina e clindamicina). O tratamento de pneumococo resistente à penicilina é realizado com cefa- losporinas, podendo ser utilizadas ceftriaxona, cefotaxima e cefepima. 6.2 Profilaxia 6.2.1 Vacina contra vírus influenza Existe uma forte relação entre as infecções por influenza e pneumonias bacterianas secundárias à infecção viral. A vacinação reduz a intensidade dos sintomas, a necessidade de hospitalização e a mortalidade: ■ vacina anti-influenza trivalente (A/H1N1, A/H3N2 e influenza B): dispo- nível no SUS, no Programa Nacional de Imunizações; ■ vacina anti-influenza quadrivalente – (A/H1N1, A/H3N2 e duas cepas de influenza B): disponívelem clínicas privadas, com as mesmas indicações; ■ vacina contra o pneumococo. As vacinas pneumocócicas ajudam a proteger contra infecções bacterianas causadas por Streptococcus pneumoniae (pneumococos). As infecções pneu- mocócicas incluem infecções do ouvido, sinusite, pneumonia, infecções da corrente sanguínea e meningite. Há mais de noventa tipos diferentes de pneumococos. As vacinas são dire- cionadas contra muitos dos tipos com mais probabilidade de causar doença grave. Há dois tipos de vacinas pneumocócicas disponíveis: conjugada e polissacarídica. As vacinas polissacarídicas são compostas por polissacarídeos da cápsula de diversos sorotipos do pneumococo. Já as vacinas conjugadas apresentam polissacarídeos ligados a proteínas e/ou toxoides e por isso têm maior potencial imunogênico. A vacina pneumocócica conjugada 10 (VPC10) é composta de dez soro- tipos de pneumococo. Ela previne cerca de 70% das doenças graves em crianças e faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI – SUS) para uso universal nessa faixa etária. O esquema é de duas doses (2-4 meses), reforço aos 12 meses. Já a VPC13 é composta de 13 sorotipos do pneumococo e previne até 90% dos casos de doença grave. Essa vacina é encontrada exclusivamente no sistema privado. A vacina pneumocócica polissacarídica 23 (PPSV23) protege contra 23 tipos de pneumococos e é disponível na rede pública e privada. No PNI, é ofertada de rotina para pessoas com idade superior a 60 anos ou crianças maiores de dois anos, adolescentes e adultos que tenham algum problema 12 PNEUMONIA NOSOCOMIAL de saúde que aumenta o risco para doença pneumocócica (como diabetes, doenças cardíacas e respiratórias graves; baço removido ou hipoesplenismo ou imunodeficiências). Medidas para prevenção de PAH: A necessidade de avaliar fatores de risco para as pneumonias hospitalares de forma mais precisa é fundamental para delinear as medidas de prevenção. ■ implementação das precauções padrão ou de contato adequadamente; ■ educação periódica da equipe da saúde sobre importância das precauções; ■ protocolos de prescrição de antimicrobianos de acordo com a flora local e monitoração constante pela Comissão de Infecção Hospitalar; ■ reduzir ao máximo o tempo de intubação; ■ manter cabeceira elevada em 30-45 graus nos pacientes intubados; ■ manter pressão do balonete da cânula entre 20–30mmHg, para diminuir conteúdo aspirado da orofaringe; ■ realizar aspiração de secreções conforme demanda e não em horários programados; ■ limpeza frequente da tubulação do ventilador mecânico; ■ descontaminação oral com clorexidina, quatro vezes ao dia, tem demons- trado eficácia na redução de PAVM; ■ deve-se evitar sedação profunda e constante, se possível, realizar des- pertares diários; ■ realizar exercícios respiratórios diários em pacientes em pós-operatório reduz as taxas de PH e PAVM; ■ preferir nutrição enteral para evitar atrofia do trato gastrintestinal, o que aumenta a translocação bacteriana; ■ traqueostomia precoce não mostrou benefícios na prevenção de PAVM. 7 REFERÊNCIAS 1. FOCACCIA, R. Veronesi. Tratado de infectologia. Editor científico. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. 2. SELIGMAN, Renato et al. Fatores de risco para multirresistência bacteriana em pneumonias adquiridas no hospital não associadas à ventilação mecânica. J. Bras. Pneumol. 2013 June; 39(3): 339-348. 3. DALMORA, C. H. et al. Definindo pneumonia associada à ventilação mecânica: um conceito em (des)construção. Rev. Bras. Ter. Intensiva. 2013;25(2):81- 86. 4. Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na comunidade 2018. J. Bras. Pneumol. 2018;44(5): 405-423. 13PNEUMONIA NOSOCOMIAL 5. CORRÊA, R. A. et al. Diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em adultos imunocompetentes – 2009. J. Bras. Pneumol. 2009;35(6):574-601. 6. SELIGMAN, Renato et al. Fatores de risco para multirresistência bacteriana em pneumonias adquiridas no hospital não associadas à ventilação mecânica. J. Bras. Pneumol. 2013 June; 39(3): 339-34. 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