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/ Página 1 de 22 
Objetivos: 
1. Estudar a definição, epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico (escore 
prognóstico/internação), diagnóstico diferencial, tratamento e complicações da PAC; 
2. Discutir diagnóstico diferencial de dor torácica de origem infecciosa; 
3. Estudar os programas de políticas públicas para prevenção de doenças respiratórias. 
A pneumonia pode ser caracterizada como a inflamação do parênquima ou interstício pulmonar, 
causada por infecções virais, bacterianas, parasitárias ou fúngicas. Acomete, mais precisamente, 
a região alveolar e, eventualmente, o espaço intersticial interalveolar. 
O termo “pneumonia” pode ser definido sob dois pontos de vista diferentes... Pelo enfoque 
histopatológico, pneumonia significa preenchimento do espaço alveolar por infiltrado 
necroinflamatório – os alvéolos encontram-se totalmente ocupados por leucócitos (geralmente 
neutrófilos) e exsudato purulento, contendo debris celulares, neutrófilos e bactérias – Neste 
aspecto, a pneumonia deve ser diferenciada da “pneumonite” ou “alveolite”, lesão caracterizada por 
um infiltrado inflamatório localizado 
principalmente (mas não exclusivamente) 
nos septos alveolares, que representam o 
interstício do órgão. 
Sob o ponto de vista clínico, quando o 
médico usa o termo “pneumonia”, está se 
referindo à infecção aguda do pulmão. 
Usando este conceito, consideramos 
pneumonia todo e qualquer processo 
inflamatório agudo do parênquima pulmonar 
decorrente da infecção por algum micro-
organismo (bactéria, vírus ou fungo). 
O Consenso Brasileiro de Pneumonia 
Adquirida na Comunidade (PAC) define esta 
entidade da seguinte maneira: 
Contudo, essa definição para PAC 
encontra-se desatualizada. Visto 
que, o novo consenso de pneumonia 
nosocomial recomenda que o 
conceito PACS seja abandonado. 
PADRÕES HISTOPATOLÓGICOS – 
PNEUMONIA LOBAR VERSUS 
BRONCOPNEUMONIA: 
A primeira pneumonia descrita sob o ponto de vista clínico e histopatológico foi a pneumonia 
pneumocócica. O “pneumococo” ou Streptococcus pneumoniae é um coco Gram-positivo que, ao 
atingir os alvéolos, é capaz de desencadear uma reação inflamatória neutrofílica com grande 
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rapidez e agressividade. A bactéria se multiplica nos espaços alveolares (que se comunicam entre 
si através dos poros de Kohn) e libera substâncias com efeito vasodilatador e alto poder 
quimiotáxico para neutrófilos. O processo pneumônico se instala e evolui em quatro fases 
sucessivas: 
(1) congestão; Bactérias se multiplicam rapidamente no interior dos alvéolos, os vasos dilatam-se 
ingurgitando-se de sangue. Um exudato fibrinoso, com poucos neutrófilos já pode ser visto no 
espaço alveolar. 
(2) “hepatização” vermelha; Exsudação de hemácias, neutrófilos e fibrina para o interior dos 
alvéolos. O espaço alveolar já se encontra totalmente ocupado por exsudato. Como as hemácias 
são predominantes o aspecto macroscópico do lobo pulmonar é semelhante a um fígado – daí o 
nome hepatização. 
(3) “hepatização” cinzenta; Hemáceas começam a desintegrar e o exsudato a conter basicamente 
neutrófilos e debris celulares. Fase supurativa da pneumonia. O aspecto macroscópico revela uma 
consolidação de cor cinza claro. 
(4) resolução ou organização; O exsudato d alugar a um material semifluido e granulado formado 
pelos debris das células inflamatórias. Na maioria das vezes o parênquima pulmonar volta ao 
normal. A pneumonia pneumocócica não costuma destruir os septos alveolares. 
A ocupação total do espaço alveolar pelo exsudato neutrofílico pode ocorrer numa grande área do 
parênquima, ao que chamamos de consolidação (ou condensação) alveolar. Quando praticamente 
todo um lobo pulmonar é consolidado, utilizamos o termo pneumonia lobar – e Sabemos que cerca 
de 90-95% dos casos de pneumonia lobar comunitária têm o Streptococcus pneumoniae como 
patógeno. 
É importante ressaltar, entretanto, que a pneumonia 
lobar não é o tipo mais comum de pneumonia, 
mesmo no caso do “pneumococo”. 
 O achado mais típico da pneumonia bacteriana é 
definido pelo termo broncopneumonia – 
caracterizado pela presença de múltiplos focos 
coalescentes de consolidação alveolar, distribuindo-
se na região peribrônquica. 
Cada um desses focos ocupa o volume aproximado 
de um ácino ou lóbulo pulmonar. O próprio 
“pneumococo”, o Staphylococcus aureus, e as 
bactérias Gram-negativas costumam acometer o 
pulmão desta forma. 
Vale ressaltar que se a coalescência dos focos broncopneumônicos atingir um grande volume, o 
infiltrado pode transformar-se em uma pneumonia lobar ou sublobar. 
PNEUMONIA “TÍPICA” VERSUS PNEUMONIA “ATÍPICA”: 
Antes do advento dos antibióticos, na década de 40 do século XX, a pneumonia era uma doença 
que muitas vezes levava a morte. Os médicos podiam reconhecê-la facilmente, pois se tratava de 
uma síndrome clinicorradiológica de características bem marcantes: início hiperagudo de febre alta 
com calafrios; dor pleurítica; queda do estado geral; tosse com expectoração esverdeada e 
imagens de consolidação alveolar na radiografia de tórax. O estudo bacteriológico do escarro 
frequentemente revelava um agente bacteriano conhecido, geralmente o “pneumococo”. 
 / Página 3 de 22 
Contudo existia um grupo de pacientes que geralmente não respondia a alguns antibióticos 
(sulfonamidas, penicilinas). O escarro desses indivíduos não revelava nenhum agente bacteriano 
conhecido (que aparecesse na coloração pelo Gram ou na cultura para germes comuns). O quadro 
clinicorradiológico era diferente do que se esperava para uma pneumonia “típica”: o início era 
subagudo, a febre não era tão alta, os calafrios eram infrequentes, a tosse seca era o sintoma 
predominante e a radiografia de tórax mostrava um infiltrado intersticial ou broncopneumônico (em 
vez de grandes consolidações alveolares). 
Naquele momento, criou-se o termo “pneumonia atípica” para esta afecção, em contrapartida ao 
termo “pneumonia típica”, fazendo referência à pneumonia pneumocócica ou à pneumonia por 
outras bactérias identificáveis no Gram ou cultura. Inicialmente, a pneumonia “atípica” foi encarada 
como uma pneumonia branda, com curso arrastado, porém autolimitado e de ótimo prognóstico. 
Mais tarde, identificou-se o principal agente desta pneumonia – o Mycoplasma pneumoniae, que, 
na verdade, não era uma bactéria (ver adiante). A pneumonia por este agente ocorria em surtos 
epidêmicos, acometendo adultos jovens. Diversos outros patógenos foram descobertos como 
causadores de quadros pneumônicos semelhantes, como é o caso da Chlamydia pneumoniae, 
Chlamydia psittaci (psitacose) e a Coxiella burnetii. Passaram a ser os agentes da pneumonia 
“atípica”. 
Em 1976, foi descoberto um agente que veio para modificar toda a definição de “pneumonia atípica”. 
É a Legionella pneumophila, um pequeno bastonete Gram-negativo causador de uma pneumonia 
ainda mais grave e dramática do que a pneumocócica. O curso clínico é o de uma pneumonia 
“típica”. No entanto, trata-se de uma bactéria muito difícil de ser visualizada no Gram de escarro, 
além de não responder aos antibióticos betalactâmicos convencionalmente utilizados para o 
tratamento das pneumonias “típicas”. Por isso, foi colocada no mesmo grupo do Mycoplasma 
pneumoniae e Chlamydia pneumoniae, sendo também chamada de 
“germe atípico”. 
Depois, um pouco mais recentemente, começaram a dizer que o 
que era típico ou atípico não era o germe, e sim a apresentação 
clínica. 
As PACs atípicas seriam caracterizadas por progressão mais lenta 
e predominância de sintomas sistêmicos sobre os respiratórios. A 
temperatura não seria tão alta, a tosse, pouco produtiva e com 
expectoração mucoide; haveria pouca dor pleurítica. A semiologia 
respiratória seria pobre. Uma vez com este quadro clínico atípico – 
pois é diferente da pneumonia mais típica de todas: a 
pneumocócica –, poderíamos suspeitar de germes atípicos (M. 
pneumoniae,C. pneumoniae, Legionella spp e vírus). Vários 
trabalhos recentes têm demonstrado que a apresentação clínica de 
uma PAC depende muito mais do estado imunológico do paciente 
do que do agente etiológico. 
AGENTES ETIOLÓGICOS: 
O agente etiológico mais comum da pneumonia comunitária é o 
Streptococcus pneumoniae – o “pneumococo”, um diplococo 
Grampositivo. Isso é verdadeiro para todas as faixas etárias, exceto 
recémnatos. Estima-se que o pneumococo seja responsável por 
30-40% das pneumonias em adultos. 
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Os outros agentes da pneumonia comunitária em adultos podem ser separados em grupos, de 
acordo com o seu comportamento biológico. Eles estão listados na em conjunto com o 
pneumococo. 
Nas tabelas estão as características especiais e importantes de cada agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PATOGÊNESE: 
Na grande maioria dos casos, o micro-organismo causador da pneumonia atinge os alvéolos 
pulmonares através da microaspiração do material proveniente das vias aéreas superiores 
(orofaringe, nasofaringe). Ou seja, para infectar o pulmão, o agente primeiro precisa colonizar o 
epitélio faríngeo e depois ser aspirado para as vias aéreas inferiores. 
Menos comumente, o germe atinge os alvéolos por inalação de aerossol contaminado do ambiente 
(Legionella) ou por via hematogênica (S. aureus). 
1. COLONIZAÇÃO DAS VIAS AÉREAS: 
As bactérias que se multiplicam na superfície do epitélio das vias aéreas superiores não entram em 
contato com o meio interno do organismo e, portanto, não provocam resposta imunológica nem 
sequer lesão celular ou tecidual – os elementos fundamentais de uma infecção. Sendo assim, 
dizemos que esses micro-organismos são simplesmente colonizadores, componentes da 
microbiota local. As principais bactérias que compõem esta microbiota não são capazes de infectar 
indivíduos imunocompetentes, recebendo a denominação “saprófitas”. Os agentes que podem 
eventualmente causar infecção e doença no ser humano são denominados “patogênicos”. A 
colonização das vias aéreas superiores por bactérias patogênicas geralmente é transitória, durando 
semanas. 
As bactérias anaeróbias são os principais colonizadores do epitélio faríngeo, presentes numa 
concentração dez vezes maior que a de aeróbios. São as mesmas bactérias encontradas na 
cavidade oral, especialmente no sulco gengival, nas placas dentárias, nas criptas da língua e nas 
amígdalas. Pertencem aos seguintes gêneros: Peptostreptococcus, Bacteroides, Prevotella, 
Porphyromonas e Fusobacterium. Excetuando-se o coco Gram-positivoPeptostreptococcus, as 
demais bactérias são bastonetes Gram-negativos anaeróbios. Como veremos, estas bactérias são 
importantes agentes etiológicos da “pneumonia bacteriana aspirativa”. 
Em termos de concentração bacteriana na faringe, depois dos anaeróbios vêm os Gram-positivos 
aeróbios – a maioria deles saprófita, como os do gênero Corynebacterium (ou difteroides) e os 
estreptococos do grupo viridans. O epitélio faríngeo dos indivíduos hígidos é revestido por uma 
camada defibronectina – uma proteína que serve como receptor para a adesão dos aeróbios Gram-
positivos. Eventualmente, “aparece” um agente patogênico, como o Streptococcus pneumoniae. 
Segundo pesquisas, o “pneumococo” é encontrado na nasofaringe de 5-10% dos adultos e de 20-
40% das crianças. Estima-se que até 60% das pessoas albergarão esta bactéria na nasofaringe 
em algum momento de suas vidas. Outro exemplo de bactéria patogênica – o Staphylococcus 
aureus – coloniza a porção anterior das narinas de 20-40% da população (os chamados 
“carreadores nasais” do estafilococo). 
A idade avançada e determinadas afecções debilitantes, como DPOC, diabetes mellitus e 
alcoolismo, podem modificar a microbiota colonizadora por reduzir a quantidade de fibronectina do 
epitélio, permitindo a exposição de receptores das células epiteliais para agentes Gram-negativos 
aeróbios. Assim, bactérias como Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Klebsiella 
pneumoniae começam a sobressair e colonizar as vias aéreas superiores (e eventualmente as 
inferiores) destes pacientes. Você acabou de compreender por que este grupo de indivíduos tem 
propensão à infecção respiratória por Gramnegativos. Um outro exemplo é o das pneumopatias 
estruturais, como a fibrose cística e as bronquiectasias, que permitem a colonização das vias 
aéreas inferiores por S. aureus e P. aeruginosa. 
As defesas naturais do aparelho respiratório conseguem manter as vias aéreas infraglóticas 
estéreis, apesar de uma grande concentração de bactérias na faringe, cavidade oral e nasal. As 
partículas “infectantes” medindo mais de 2 micra geralmente são depositadas no muco do epitélio 
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traqueobrônquico e então conduzidas pelo movimento ciliar das células epiteliais até a orofaringe, 
onde são deglutidas. O reflexo da tosse e outros reflexos epiglóticos podem eliminar abruptamente 
uma grande quantidade dessas partículas. A secreção de IgA específica é um importante meio de 
defesa das vias aéreas superiores contra agentes infecciosos. Uma pequena quantidade desta 
imunoglobulina também pode ser encontrada nas vias aéreas inferiores. 
As partículas “infectantes” muito pequenas, com menos de 2 micra, conseguem atingir os 
bronquíolos terminais e os alvéolos, estruturas desprovidas de cílios. Entretanto, o surfactante 
alveolar é rico em substâncias de efeito antibacteriano, como IgG, IgM, complemento, fibronectina, 
lisozimas e proteínas ligadoras de ferro. 
Os anticorpos antibacterianos específicos agem de duas formas: (1) o IgM ativa o sistema 
complemento capaz de destruir a bactéria pelo seu poder lítico; (2) o IgG reveste a superfície 
bacteriana, permitindo o seu reconhecimento pelos fagócitos alveolares. No interior dos alvéolos 
encontram-se alguns macrófagos, responsáveis pelo primeiro ataque fagocítico às bactérias. 
Se a virulência do agente for alta, ele consegue se multiplicar mesmo na presença de macrófagos 
alveolares. Algumas bactérias podem se proteger do sistema humoral (anticorpos, complemento) 
pela liberação de exotoxinas e pela presença de uma cápsula polissacarídica, como no caso do 
“pneumococo”. A defesa contra este tipo de germe depende muito da presença de anticorpos 
específicos contra os antígenos capsulares (o que pode ser obtido com a vacina antipneumocócica 
polivalente). Quando os macrófagos não conseguem conter a proliferação bacteriana, passam a 
servir de mediadores da resposta inflamatória, liberando citoquinas, como o TNF-alfa, a IL-1 e 
fatores de quimiotaxia para neutrófilos, como o IL-8, o C5a e o leucotrieno B4. Estes fatores, 
chamados quemoquinas, também são liberados pelas células do endotélio e do epitélio alveolar. 
Os neutrófilos então são recrutados no local, desencadeando e perpetuando o processo 
inflamatório agudo. 
 
QUADRO CLINICOLABORATORIAL: 
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QUADRO CLÍNICO “TÍPICO”: 
O quadro clínico clássico da pneumonia comunitária “típica” é representado pela pneumonia 
pneumocócica. A doença se apresenta de forma hiperaguda (2-3 dias), com uma história de 
calafrios com tremores, seguidos de febre alta (39-40°C), dor torácica pleurítica e tosse produtiva 
com expectoração purulenta (esverdeada). O exame físico pode revelar prostração, taquipneia (FR 
> 24 ipm), taquicardia (FC > 100 bpm) e hipertermia (Tax > 38°C). Os achados positivos no exame 
do aparelho respiratório podem variar desde simples estertores inspiratórios até uma síndrome de 
consolidação e/ou de derrame pleural. A síndrome de consolidação é caracterizada pela presença 
do som bronquial (“sopro tubário”), aumento do frêmito toracovocal, submacicez, broncofonia e 
pectorilóquia fônica. A síndrome do derrame pleural é identificada pela abolição do murmúrio 
vesicular e do frêmito toracovocal, submacicez e egofonia./ Página 8 de 22 
Os exames laboratoriais inespecíficos geralmente revelam uma leucocitose neutrofílica entre 
15.000-35.000/mm³, com desvio para esquerda. A ativação dos neutrófilos pode ser notada à 
hematoscopia pela presença de granulações grosseiras no citoplasma e/ou corpúsculos de Dohle 
– O hematócrito, os índices hematimétricos e as plaquetas costumam estar normais no início do 
quadro. A leucopenia pode ocorrer e é considerada um importante sinal de mau prognóstico. 
A bioquímica na maioria das vezes está normal, mas pode mostrar hiponatremia leve a moderada 
em alguns casos. A hiponatremia grave e a elevação das enzimas hepáticas são mais comuns na 
pneumonia porLegionella pneumophila. 
O aumento agudo das escórias renais sugere sepse ou nefrite intersticial pelo antibiótico utilizado. 
A gasometria arterial depende da gravidade e extensão da pneumonia, bem como da reserva 
cardiopulmonar do paciente. Os achados mais frequentes são a hipoxemia e a alcalose respiratória. 
O encontro de hipoxemia grave (PaO2 < 60 mmHg), acidose metabólica ou respiratória são 
importantes sinais de mau prognóstico. 
O quadro clinicolaboratorial descrito acima é muito comum quando a pneumonia bacteriana 
comunitária acomete adultos de meia-idade previamente hígidos. Entretanto, sabemos que a 
pneumonia é uma patologia predominante nos idosos e nos pacientes que apresentam 
comorbidades (DPOC, insuficiência cardíaca, diabetes mellitus, alcoolismo, neoplasia, uremia, 
doença cerebrovascular, etc.). 
Grave o seguinte conceito: quanto mais idoso e mais debilitado for o paciente por alguma doença 
de base, mais o quadro clínico se afasta do que foi descrito acima! A febre pode estar ausente ou, 
se presente, ser mais baixa (38-38,5°C). Podem faltar outros comemorativos, como a tosse, a 
expectoração purulenta e a leucocitose. Às vezes, o único sinal de pneumonia nesses pacientes 
pode ser a prostração, a desorientação ou a taquidispneia. 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX NO QUADRO CLÍNICO “TÍPICO”: 
Existe pneumonia com radiografia de tórax normal? Existe, 
mas não é um achado comum na prática médica... 
Três situações podem explicar a radiografia normal na 
pneumonia: (1) o infiltrado é retrocardíaco, não sendo 
visualizado na incidência PA; (2) o infiltrado é muito tênue 
para ser identificado pela radiografia – mas pode ser 
visualizado na TC (este fenômeno é mais comum na 
pneumocistose e na neutropenia grave); (3) a técnica da 
radiografia foi incorreta, exagerando-se na kilovoltagem dos 
raios X (“muito penetrado”). 
É comum ver na radiografia de tórax em um paciente com 
pneumonia infiltrados pulmonares. Este infiltrado no caso da 
pneumonia bacteriana geralmente é do tipo alveolar 
broncopneumônico (seja qual for o agente etiológico): múltiplas condensações lobulares 
coalescentes – broncograma aéreo – caracteriza o infiltrado alveolar, pois os alvéolos em volta do 
brônquio estão preenchidos de exsudato, contrastando com o ar no interior. Algumas vezes 
teremos grandes áreas de consolidações alveolares, constituindo a pneumonia lobar ou sublobar. 
É importante saber que nem todo infiltrado pulmonar visto em radiografia de tórax significa 
pneumonia. Várias doenças não infecciosas podem se manifestar como infiltrado pulmonar na 
radiografia. 
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Como exemplos, podemos citar o edema pulmonar da 
insuficiência cardíaca congestiva descompensada, a síndrome 
de Mendelson (pneumonite química aspirativa), o 
tromboembolismo pulmonar, a SDRA por causas não 
infecciosas, a pneumonia eosinofílica, a hipersensibilidade 
medicamentosa, a síndrome de Loeffler, a BOOP (ou COP), 
colagenose, vasculites, etc. 
Muitas vezes, estas entidades são confundidas com 
pneumonia na prática médica e o diagnóstico diferencial exige 
uma análise abrangente do caso clínico e de outros exames 
complementares. 
Além disso o RX pode determinar a presença de outros 
quadros infecciosos do trato respiratório inferior e superior, 
onde a sintomatologia, embora semelhante, traz imagem 
radiológica normal (ex.: traqueobronquite). 
O RX também pode definir a gravidade do quadro pela 
extensão do acometimento pulmonar e identificar 
complicações, como derrame pleural, atelectasias, 
tuberculose, etc. 
Existem padrões radiológicos sugestivos de alguns agentes 
etiológicos. A pneumonia lobar quase sempre é causada 
pelo “pneumococo”, apesar de eventualmente surgir de uma 
pneumonia estafilocócica ou por Gram-negativos. Um tipo 
especial de pneumonia lobar – a “pneumonia do lobo 
pesado” – é causada pela Klebsiella pneumoniae 
(pneumonia de Friedlander), geralmente em alcoólatras ou 
diabéticos. 
O lobo comprometido costuma ser o superior, e na 
radiografia observa-se abaulamento da cisura (pelo 
edema lobar inflamatório). 
A formação de cistos com paredes finas, geralmente 
múltiplos, denominados pneumatoceles, é comum na 
pneumonia porStaphylococcus aureus. 
São decorrentes da passagem de ar para o interstício 
subpleural, através de pequenas roturas bronquiolares e 
revertem completamente com o tratamento 
medicamentoso da pneumonia, sem a necessidade de 
drenagem. 
Uma pneumonia que se manifesta no RX com uma 
condensação de formato arredondado (pseudotumor) é 
chamada de “pneumonia redonda” (round pneumonia). É 
uma entidade típica de crianças, causada quase sempre pelo Streptococcus pneumoniae. A 
propensão à necrose parenquimatosa, com formação de cavitações, caracteriza a pneumonia pelos 
seguintes agentes: anaeróbios (pneumonia aspirativa), Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus 
aureus e Streptococcus pneumoniae sorotipo 3 (raro). Quando as lesões cavitárias são pequenas 
 / Página 10 de 22 
(< 2 cm), usamos a denominação pneumonia 
necrosante, e quando a lesão cavitária é grande (> 2 
cm), contendo nível hidroaéreo, chamamos de 
abscesso pulmonar. 
Na verdade, a pneumonia necrosante e o abscesso 
pulmonar são gradações do mesmo tipo de processo 
patológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUADRO CLÍNICO “ATÍPICO”: 
O quadro clínico atípico de pneumonia se parece com uma virose respiratória prolongada... O 
principal agente é o Mycoplasma pneumoniae, incidindo geralmente numa faixa etária jovem, acima 
dos cinco anos e abaixo dos quarenta anos de idade. Ao contrário da pneumonia bacteriana “típica”, 
a instalação é subaguda (tempo de início dos sintomas = dez dias em média), abrindo com 
manifestações gerais de uma “síndrome gripal”: dor de garganta; mal-estar; mialgia; cefaleia; tosse 
seca; febre entre 38-39°C. 
A tosse costuma piorar após a primeira semana, passando a ser o principal sintoma; às vezes 
persiste por várias semanas. 
Costuma ser uma tosse seca, que atrapalha o sono do paciente, mas também pode mostrar-se 
produtiva. Neste caso, a expectoração geralmente é branca, mas em 30-50% dos casos é descrita 
como purulenta. 
O laboratório só mostra leucocitose neutrofílica em 20% dos casos, o que difere da pneumonia 
bacteriana “típica”, na qual a leucocitose com desvio para esquerda é a regra. O grande marco da 
síndrome da pneumonia “atípica” é a importante dissociação clinicorradiológica encontrada nesses 
pacientes. 
Enquanto o exame do aparelho respiratório é totalmente normal ou revela apenas discretos 
estertores crepitantes ou sibilos, a radiografia de tórax mostra um infiltrado pulmonar maior do que 
o esperado. O infiltrado pode ser do tipo broncopneumônico (típico das infecções por micoplasma 
ou clamídia) ou do tipo intersticial reticular ou reticulonodular (típico das viroses). 
A pneumonia por Chlamydia pneumoniae se manifesta de forma muito semelhante à pneumonia 
por micoplasma, porém predomina numa faixa etária mais velha, geralmente entre 65-80 anos. É 
o segundo agente mais comum de pneumonia “atípica”. 
Embora a pneumonia por Legionella pneumophila(legionelose) inicialmente tenha sido 
considerada uma causa de pneumonia “atípica”, o motivo certamente não foi o quadro clínico 
semelhante à pneumonia por micoplasma e clamídia, mas sim o fato de esta bactéria não ser 
identificada com facilidade no Gram de escarro, não crescer em cultura para germes comuns e não 
responder aos antibióticos betalactâmicos. 
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Na verdade, a legionelose é uma doença bastante grave, muito mais até do que a infecção 
pneumocócica, e de início hiperagudo, com febre alta e evolução para grandes áreas de 
condensação pulmonar de pneumonia lobar. 
DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico de pneumonia comunitária geralmente é feito pelo quadro clinicolaboratorial em 
conjunto com a radiografia de tórax nas incidências PA e perfil. O exame de escarro pode revelar 
dados que corroboram o diagnóstico e sugerem o agente etiológico, mas, na prática, não é indicado 
de rotina para casos de pneumonia comunitária não grave tratada ambulatorialmente! 
Por outro lado, a coleta de material das vias 
aéreas inferiores é indicada para pacientes 
que não respondem ao tratamento empírico 
inicial, bem como para os pacientes que se 
apresentam com quadros graves e 
necessidade de internação hospitalar. 
Também se recomenda a coleta de escarro para Gram e cultura, além de hemocultura, quando o 
paciente possui fatores de risco para pneumonia comunitária associada a germes como MRSA e 
P. aeruginosa. 
Os principais fatores de risco são: (1) história prévia de infecção por estes germes; (2) 
hospitalização e uso de ATB IV nos últimos 90 dias. 
Atualmente, a ultrassonografia de tórax (UST), realizada à beira do leito em serviços de emergência 
por clínicos minimamente habilitados, vem se mostrando um excelente método diagnóstico de 
pneumonia, inclusive com alguns estudos mostrando maior acurácia na detecção de infiltrados 
pulmonares e complicações, como derrame pleural, do que a própria radiografia de tórax. Ademais, 
tal exame é preferencial quando se trata de gestantes (evitar exposição ao RX) ou indivíduos 
acamados (o RX obtido no leito é sempre de qualidade técnica inferior). 
- ABORDAGEM INICIAL: 
O motivo é que o grau de resistência do pneumococo é variável em diversas partes do mundo, 
assim, os antibióticos de primeira escolha nem sempre serão os mesmos que no Brasil. Vamos 
mesclar aqui as informações do último consenso americano (IDSA/ATS) com as informações do 
último consenso brasileiro da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia). 
- DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO: 
Procurar ou não procurar o agente etiológico na PAC é uma dúvida que ainda paira na cabeça dos 
maiores especialistas no assunto. A recomendação atual é a procura do agente etiológico somente 
se houver motivo para acreditar que o resultado possa alterar o antibiótico que você vai selecionar 
empiricamente. Por exemplo: pneumonia sem critérios de gravidade, com apresentação típica, em 
adulto jovem, sem comorbidade = pneumococo (não há necessidade de lançar mão de 
propedêutica diagnóstica cara e invasiva para tentar confirmar um dado que já tem alta 
probabilidade pré-teste). Assim, na PAC, em especial nos casos que serão tratados em regime 
ambulatorial, a escolha do antibiótico é empírica, com base nos agentes mais frequentemente 
identificados em estudos epidemiológicos, eventualmente com algum ajuste em função de fator de 
risco específico ou situação epidemiológica (influenza, Legionella, tuberculose...). 
Segundo a ATS/IDSA, nos pacientes com quadros graves (ou com fatores de risco para MRSA ou 
P. aeruginosa) que serão internados, deve-se colher hemoculturas e escarro (Gram + cultura), além 
de dosagens de antígenos urinários para Legionella pneumophila e Streptococcus pneumoniae. 
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Atualmente tem-se recomendado também (durante as temporadas de maior circulação viral, bem 
como em casos graves) o acréscimo de testes moleculares para a pesquisa de vírus respiratórios, 
como o influenza, que podem ser os agentes causais exclusivos do quadro pneumônico ou, mais 
comumente, serem coparticipantes do processo patogênico, danificando os mecanismos de defesa 
das vias aéreas e desse modo permitindo a instalação de infecções bacterianas mais graves e 
intensas. 
TESTE DO ANTÍGENO URINÁRIO PNEUMOCÓCICO: 
VANTAGENS: rapidez, simplicidade, capacidade de detectar mesmo após início da 
antibioticoterapia. Sensibilidade de 50-80% e especificidade de mais de 90%. 
DESVANTAGENS: custo, ausência de antibiograma, falso-positivo em crianças com doença 
respiratória crônica colonizada pelo S. pneumoniae e em pacientes com episódio de PAC nos 
últimos três meses. Não há restrição em pacientes DPOC. 
TESTE DO ANTÍGENO URINÁRIO LEGIONELLA: 
Sensibilidade de 70-90% e especificidade de 99%. Desde o primeiro dia de doença já se encontra 
positivo e assim permanece por semanas. Veja na as indicações para solicitação de exames para 
diagnóstico etiológico, de acordo com o local de tratamento e gravidade do paciente. 
 
Antes de passarmos para o tratamento, vamos lembrar quais seriam os agentes mais envolvidos 
na PAC A importância deste conhecimento é cobri-los nos esquemas empíricos de tratamento. 
Além disso, algumas correlações têm sido feitas entre determinados fatores de risco e agentes 
etiológicos específicos, embora nem todas tenham comprovação científica rigorosa. A mostra 
correlações consideradas importantes e que podem influenciar no tratamento empírico a ser 
instituído, quando o agente em questão não é coberto pelo antibiótico que seria de outro modo 
recomendado. 
É importante lembrar que a frequência destes agentes varia de acordo com a idade, comorbidades, 
ou seja, a condição clínica do paciente. 
 
 
 
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CONDUTA CLÍNICA: 
- ONDE EU TRATO? NO AMBULATÓRIO OU INDICO INTERNAÇÃO? 
As diretrizes da IDSA/ATS e do Consenso Brasileiro sugerem que se use um escore de gravidade 
para auxiliar na decisão de tratamento ambulatorial ou internação na PAC. Dentre os dois escores 
mais usados em PAC, o PSI (Pneumonia Severity Index) e o CURB-65 os autores brasileiros 
sugerem a utilização deste último, por ser mais simples e por ter sido desenvolvido e validado para 
caracterizar gravidade da PAC. 
 O PSI foi criado para estratificar o risco de óbito, e, posteriormente, seus resultados foram 
extrapolados para decisão sobre o local de tratamento. O escore PSI é recomendado como escolha 
pelas diretrizes internacionais. 
Pacientes com escore de 0 ou 1 (apenas ganhou ponto pela idade) podem ser tratados 
ambulatorialmente. Escores de 2 ou mais indicam internação do paciente, mas atenção! Avalie o 
paciente! Não fique só pensando no número! Mesmo com a utilização de critérios objetivos como 
números, a avaliação complementar do médico é importante na tomada de decisão. 
Ela deve considerar a possibilidade de o paciente tomar ou não medicação por via oral, o apoio 
que o paciente terá durante seu tratamento ambulatorial, a presença de comorbidades que podem 
ser descompensadas pela pneumonia (diabetes, insuficiência cardíaca, DPOC...). 
Além disso, lembre-se de que as internações têm um custo 25 vezes maior, prolongam o período 
de retorno às atividades laborais, além de maior risco de TEP e infecção por agentes mais virulentos 
e resistentes. 
INDICAÇÃO PARA INTERNAÇÃO EM CTI: 
Um Critério MAIOR ou Três Critérios MENORES → TERAPIA INTENSIVA. 
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Segundo o Consenso Brasileiro, para definir PAC grave, 
usamos o escore proposto por Ewig e colaboradores que diz 
o seguinte: 
Recomenda-se internação em UTI quando o paciente 
apresentar um critério maior ou dois critérios menores. 
 
 
TRATAMENTO: 
O tratamento inicial para a maioria dos pacientes permanece empírico. O antibiótico deve ser 
escolhido de acordo com o quadro clínico e outras características do paciente. Vamos dividir o 
tratamento da mesmamaneira que fizemos a abordagem inicial: ambulatório, enfermaria e terapia 
intensiva. 
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Resumido pelo Harison: 
A pneumonia, uma infecção do parênquima pulmonar, é classificada como adquirida na 
comunidade (PAC), adquirida no hospital (PAH), associada ao ventilador (PAV) ou associada aos 
serviços de saúde (PASS). Embora a categoria PASS inicialmente se referia a PAC causada por 
um patógeno resistente a múltiplos fármacos (MDR), ela agora descreve pacientes com pelo menos 
2 ou 3 fatores de risco para infecção por patógenos MDR. 
FISIOPATOLOGIA: Os microrganismos conseguem acesso ao trato respiratório inferior pela 
microaspiração a partir da orofaringe (a via mais comum), por disseminação hematogênica ou por 
extensão contígua de espaço pleural ou mediastinal infectado. 
Muitos patógenos de PAC são componentes da microbiota alveolar normal, que é semelhante à 
microbiota orofaríngea. Esta observação sugere que as alterações nas defesas do hospedeiro (p. 
ex., atividade de macrófagos alveolares, proteínas surfactantes A e D, função do elevador 
mucociliar) permitem um crescimento excessivo de um ou mais componentes da microbiota 
bacteriana normal. As duas origens mais prováveis de uma microbiota alveolar alterada são 
infecções virais do trato respiratório superior para PAC e terapia com antibióticos para PAH/PAV. 
A pneumonia clássica (exemplificada por aquela devida ao Streptococcus pneumoniae) manifesta-
se como um padrão lobar e evolui em quatro fases, caracterizadas por alterações nos alvéolos: 
 Edema: exsudatos proteináceos presentes nos alvéolos. 
 Hepatização vermelha: eritrócitos e neutrófilos presentes no exsudato intra-alveolar. 
 Hepatização cinzenta: abundantes depósitos de neutrófilos e fibrina. 
 Resolução: os macrófagos são o tipo de célula predominante. 
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Embora muitas bactérias, vírus, fungos e protozoários possam causar PAC, a maioria dos casos 
se deve a relativamente poucos patógenos. Em > 50% dos casos, uma etiologia específica nunca 
é determinada. 
Os patógenos bacterianos típicos incluem S. pneumoniae, Haemophilus influenzae, 
Staphylococcus aureus e bactérias Gram-negativas como Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas 
aeruginosa. A incidência de pneumonia pneumocócica está diminuindo devido ao uso crescente de 
vacinas pneumocócicas. 
Os microrganismos atípicos incluem Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, espécies 
de Legionella e vírus respiratórios (p. ex., vírus da influenza, adenovírus, metapneumovírus 
humano, vírus sincicial respiratório). 
Um vírus pode ser responsável por uma grande proporção dos casos de PAC que necessitam 
internação hospitalar, mesmo em adultos. Dos casos de PAC, 10 a 15% são polimicrobianos e 
envolvem uma combinação de microrganismos típicos e atípicos. 
A incidência de casos devidos a M. pneumoniae e C. pneumoniae está aumentando, especialmente 
entre adultos jovens. 
O envolvimento de anaeróbios, os quais têm papel significativo na PAC somente quando a 
aspiração ocorre dias a semanas antes da manifestação clínica, costuma resultar em empiemas 
significativos. 
A incidência de PAC é maior nos extremos de idade (p. ex., < 4 e > 60 anos). Os fatores de risco 
para PAC incluem alcoolismo, asma, imunossupressão, institucionalização e idade ≥ 70 anos (vs. 
60 a 69 anos). 
Muitos fatores – por exemplo, tabagismo, doença pulmonar obstrutiva crônica, colonização com S. 
aureus resistente à meticilina (MRSA), hospitalização ou antibioticoterapia recente – influenciam os 
tipos de patógenos que devem ser considerados no diagnóstico etiológico. 
Manifestações clínicas: Os pacientes frequentemente apresentam febre, calafrios, suores, tosse 
(produtiva ou não de escarro mucoide purulento ou hemático), dor torácica pleurítica e dispneia. 
Outros sintomas comuns são náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, cefaleia, mialgias e artralgias. Os 
pacientes idosos podem apresentar atipicamente confusão mental e poucas outras manifestações. 
O exame físico costuma revelar taquipneia; maior ou menor frêmito tátil; percussão maciça ou 
imprecisa que reflete consolidação ou líquido pleural, respectivamente; estertores; ruídos 
respiratórios brônquicos; ou atrito pleural. 
Diagnóstico: São necessárias a confirmação do diagnóstico e a avaliação da etiologia provável. 
Embora nenhum dado tenha demonstrado que o tratamento dirigido para um patógeno específico 
seja superior ao tratamento empírico, um diagnóstico etiológico permite que se estreite o regime 
empírico, a identificação de microrganismos com implicações de segurança pública (p. ex., 
Mycobacterium tuberculosis, vírus influenza) e o monitoramento das tendências de suscetibilidade 
antibiótica. 
A radiografia de tórax costuma ser necessária para diferenciar a PAC de outras condições, em 
particular porque a sensibilidade e a especificidade dos achados de exame físico para PAC são de 
apenas 58 e 67%, respectivamente. 
A TC de tórax pode ser útil para pacientes com suspeita de pneumonia pós-obstrutiva ou de doença 
cavitária. Alguns padrões radiológicos sugerem uma etiologia; por exemplo, pneumatoceles 
sugerem S. aureus. 
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As amostras de escarro devem ter > 25 leucócitos e < 10 células epiteliais escamosas por campo 
de grande aumento para serem apropriadas à cultura. A sensibilidade das culturas de escarro é 
altamente variável; em casos de pneumonia pneumocócica bacterêmica comprovada, a taxa de 
culturas positivas de amostra de escarro é ≤ 50%. 
As hemoculturas são positivas em 5 a 14% dos casos, produzindo mais comumente S. pneumoniae. 
As culturas de sangue são opcionais para a maioria dos pacientes com PAC, mas devem ser feitas 
para os pacientes de alto risco (p. ex., pacientes com hepatopatia crônica ou asplenia). 
Os testes de antígenos urinários para S. pneumoniae e Legionella pneumophila tipo l podem ser 
úteis. A PCR de swabs de nasofaringe se tornou o padrão para o diagnóstico de infecção 
respiratória viral e também é útil para a detecção de muitas bactérias atípicas. 
Sorologia: um aumento de 4 vezes no título do anticorpo IgM específico pode ajudar a firmar o 
diagnóstico de pneumonia devida a alguns patógenos; porém, o tempo necessário para dispor de 
um resultado final e a dificuldade de interpretação limitam a utilidade clínica da sorologia. 
Biomarcadores: medidas seriadas dos níveis da proteína C-reativa sérica podem ajudar a identificar 
piora da doença ou falha no tratamento. A medida dos níveis de procalcitocina (PCT) sérica pode 
ajudar a distinguir entre infecção viral e bacteriana, estabelecer a necessidade de terapia 
antibacteriana ou determinar o momento de descontinuar o tratamento. 
Tratamento: 
DECISÃO SOBRE A HOSPITALIZAÇÃO DE PACIENTES: Dois conjuntos de critérios identificam os 
pacientes que serão beneficiados pela assistência hospitalar. Ainda não ficou claro qual é o 
superior, devendo a aplicação de cada instrumento ser mediada por uma análise dos fatores 
relevantes para cada paciente. 
 Índice de gravidade da pneumonia (IGP): são atribuídos pontos para 20 variáveis, como 
idade, enfermidade coexistente, além de achados físicos e laboratoriais anormais. Com base 
nisso, os pacientes são incluídos em uma de cinco classes quanto ao risco de mortalidade. 
 CURB-65: consiste em cinco variáveis – confusão (C); ureia > 7 mmol/L (42 mg/dL) (U); 
frequência respiratória ≥ 30/min (R); pressão arterial, sistólica ≤ 90 mmHg ou diastólica ≤ 60 
mmHg (B); e idade ≥ 65 anos (65). Os pacientes com um escore de 0 podem ser tratados 
em casa, aqueles com um escore de 1 ou 2 (sem contar os pontos atribuídos por idade ≥ 65 
anos) devem ser hospitalizados e os que tenham um escore ≥ 3 podem necessitar de 
tratamento em UTI. 
SELEÇÃO DA ANTIBIOTICOTERAPIA: Para as recomendações sobre o tratamento antibiótico empírico 
da PAC 
 
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As diretrizesnorte-americanas têm sempre como alvo o S. pneumoniae e patógenos atípicos. 
Dados retrospectivos sugerem que essa abordagem reduz a taxa de mortalidade. 
 Um paciente tratado inicialmente com antibióticos IV pode passar a receber agentes orais 
quando consegue ingeri-los e absorvê-los, apresenta-se hemodinamicamente estável e 
mostra melhora clínica. 
 Um esquema de 5 dias de uma fluoroquinolona é suficiente para os casos de PAC não 
complicada, mas um esquema mais longo pode ser necessário para os pacientes com 
bacteremia, infecção metastática ou infecção por um patógeno particularmente virulento (p. 
ex., P. aeruginosa, MRSA adquirida na comunidade). 
 A febre e a leucocitose em geral melhoram em 2 a 4 dias. Os pacientes que não melhoraram 
com a terapia no terceiro dia devem ser reavaliados, considerando-se diagnósticos 
alternativos, resistência antibiótica no patógeno e possibilidade de administração do fármaco 
errado 
Complicações: As complicações comuns da PAC grave são insuficiência respiratória, choque e 
falência de múltiplos órgãos, coagulopatia, complicações cardíacas (p. ex., IAM, ICC, arritmias) e 
exacerbação de doença comórbida. A infecção metastática (p. ex., abscesso cerebral, endocardite) 
ocorre raramente, exigindo atenção imediata. 
O abscesso pulmonar (ver adiante) pode ser visto em associação com aspiração ou infecção 
causada por patógenos da PAC únicos (p. ex., MRSA adquirido na comunidade ou P. aeruginosa). 
A drenagem pode ser recomendada, administrando-se antibióticos apropriados. 
Qualquer derrame pleural significativo deve ser puncionado com fins diagnósticos e terapêuticos. 
Se o líquido apresenta pH < 7, um nível de glicose < 2,2 mmol/L e um conteúdo de lactato 
desidrogenase > 1.000 U, ou quando se visualizam ou são cultivadas bactérias, o líquido deve ser 
drenado; em geral, é necessário um dreno de tórax. 
Ao avaliarmos um paciente com dor torácica, é bastante natural que, na maioria dos casos, nossos 
esforços estejam voltados para confirmar ou afastar a hipótese de doença coronariana. Isso faz 
todo o sentido, tendo em vista a importância epidemiológica do infarto agudo do miocárdio. 
No entanto, não podemos nos esquecer que outras importantes causas de origem não isquêmica 
(dissecção de aorta, pericardite, pneumonias etc.) também devem ser consideradas no diagnóstico 
diferencialm, entre elas as doenças de origem infecciosa. 
Mediastinite: é uma inflamação do mediastino. A mediastinite aguda geralmente resulta de 
perfuração do esôfago ou esternotomia mediana. Os sintomas incluem dor torácica intensa, 
dispneia e febre. O diagnóstico é confirmado por radiografia de tórax ou TC. O tratamento é com 
antibióticos (p. ex., clindamicina mais ceftriaxone) e, algumas vezes, cirurgia. 
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Pericardite: é a inflamação do pericárdio, geralmente com acúmulo de líquido. Pode ser causada 
por muitos distúrbios (p. ex., infecção, infarto do miocárdio, trauma, tumores e distúrbios 
metabólicos), mas com frequência é idiopática. Os sintomas incluem dor ou compressão torácica 
exacerbada muitas vezes por respiração profunda. O débito cardíaco pode ser significativamente 
reduzido se houver tamponamento cardíaco ou pericardite constritiva. 
O diagnóstico baseia-se em sintomas, atrito, alterações no ECG e evidências de acúmulo de líquido 
pericárdico em radiografia ou ecocardiograma. A identificação da causa requer avaliação adicional. 
O tratamento depende da causa, mas as medidas gerais incluem analgésicos, anti-inflamatórios, 
colchicina e, raramente, cirurgia. 
Herpes Zoster: é uma infecção que resulta da reativação do vírus da varicela zóster de seu estado 
latente em um gânglio da raiz dorsal posterior. Os sintomas geralmente começam com dor ao longo 
do dermátomo afetado, seguida por uma erupção vesicular em 2 a 3 dias que, com frequência, 
fornece o diagnóstico. O tratamento é feito com fármacos antivirais administradas em 72 h após o 
início das lesões cutâneas. 
Tuberculose: é infecção crônica e progressiva, frequentemente com um período de latência 
seguindo a infecção inicial. A tuberculose afeta mais comumente os pulmões. Os sintomas incluem 
tosse produtiva, febre, perda ponderal e malestar. O diagnóstico é na maioria das vezes por 
baciloscopia e cultura e, cada vez mais, por testes rápidos de diagnóstico molecular. O tratamento 
é feito com múltiplos agentes antimicrobianos, administrados por pelo menos 6 meses. 
Pneumopatias intersticiais: resultam em acúmulo anormal de células inflamatórias no tecido 
pulmonar, causam falta de ar e tosse e tem aparência semelhante em exames de imagem, porém, 
não estão relacionadas de outra forma. São um grupo heterogêneo de doenças caracterizadas por 
espessamento dos septos alveolares, proliferação fibroblástica, deposição de colágeno e, se o 
processo permanecer descontrolado, fibrose pulmonar. 
Pode-se classificar as doenças pulmonares intersticiais de acordo com vários critérios (p. ex., 
aguda versus crônica, não granulomatosa versus granulomatosa, causa conhecida versus 
desconhecida, doença pulmonar primária versus. secundária à doença sistêmica, histórico de 
tabagismo versus histórico de não tabagismo). 
Entre as inúmeras causas possíveis estão a maioria das doenças do tecido conjuntivo e exposições 
pulmonares ocupacionais, além de diversos fármacos. Uma série de doenças intersticiais de 
etiologia desconhecida tem histologia, características clínicas ou manifestações particulares e, 
portanto, são consideradas doenças únicas, incluindo: 
 Doenças pulmonares eosinofílicas; 
 Histiocitose pulmonar de células de Langerhans (granulomatose); 
 Linfangioliomiomatose; 
 Proteinose alveolar pulmonar; 
 Sarcoidose 
 Pneumonias intersticiais idiopáticas (30%) 
Todas levam a uma redução da capacidade de transferir oxigênio para o sangue e também 
provocam rigidez e retração dos pulmões, o que dificulta a respiração e causa tosse. No entanto, 
ser capaz de eliminar dióxido de carbono do sangue em geral não é um problema. 
Traqueobronquites (virais): A bronquite aguda é a inflamação da árvore traqueobrônquica, 
geralmente depois de uma Infecção das vias respiratórias superiores que ocorre em pacientes sem 
doenças pulmonares crônicas. A causa quase sempre é uma infecção viral. O patógeno raramente 
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é identificado. O sintoma mais comum é tosse, com ou sem febre, e possivelmente produção de 
escarro. 
O diagnóstico baseia-se em achados clínicos. O tratamento é de suporte; antibióticos normalmente 
são desnecessários e o prognóstico é excelente. 
A promoção da saúde é uma estratégia de articulação transversal das ações favoráveis ao 
fortalecimento da saúde humana, direcionada a reduzir a vulnerabilidade, os riscos e agravos à 
saúde, defendendo a equidade, a participação e o controle social nas políticas públicas 
intersetoriais, por meio da capacitação da comunidade em defesa da melhoria da qualidade de 
vida. 
Controle do tabagismo: Uma abordagem básica a todo fumante pode ser realizada por qualquer 
profissional de saúde da equipe e deve ser repetida a cada encontro, qualquer que seja o motivo 
da consulta. Se todo profissional usar de três a cinco minutos de cada consulta para dar dicas de 
como suportar os primeiros dias sem cigarros, ele pode aumentar significativamente o número de 
ex-fumantes. 
O Consenso de Tratamento do Fumante estabelece os critérios que definem se o paciente deverá 
receber medicamentos para minimizar os sintomas da síndrome da abstinência – adesivos de 
nicotina, bupropiona e goma de nicotina. Esses medicamentos são disponibilizados pelo Ministério 
da Saúde se os profissionais da equipe estiverem capacitados para a abordagem intensiva do 
fumante, conforme estabelecido no Plano de Implantação do Tratamento do Fumante no SUS. 
Teste de Fagerstrom: ferramenta útil na quantificação do grau de dependência física da nicotina. 
ATIVIDADEFÍSICA: A prática regular de atividade física reduz o risco de desenvolvimento de doenças 
crônicas e mortes prematuras. Diferentes tipos, frequência e duração de atividade física são 
requeridos para diferentes resultados de saúde. 
Vacina: 
Vacina Anti-Influenza (Feita com Vírus Inativado) Vale lembrar que, além da própria doença 
pulmonar pelo vírus, a infecção pelo influenza pode predispor o paciente à pneumonia bacteriana. 
A doença pelo vírus influenza, incluindo suas indicações de vacinação segundo o MS, será 
estudada com mais detalhes na versão digital da apostila. 
Vacina Antipneumocócica Quem deve tomar? Quantas doses? A vacina conjugada foi introduzida 
no calendário básico de imunização infantil do Brasil para menores de 2 anos em 2010. Até então, 
era direcionada apenas às pessoas com mais de 60 anos, principalmente residentes em asilos ou 
casas de apoio aos idosos. 
Posteriormente, a vacina também foi disponibilizada para indígenas, profissionais da saúde e 
gestantes, ou pessoas com mais de dois anos que apresentem condições que predisponham (direta 
ou indiretamente) às infecções pneumocócicas recorrentes, particularmente às formas graves, 
como: esplenectomia (cirúrgica ou funcional, como na anemia falciforme); deficiência de 
imunoglobulinas; neoplasias malignas; aids; fístula liquórica; doenças pulmonares (enfisema, 
bronquite crônica, bronquiectasias); insuficiência cardíaca, renal ou hepática; diabetes e 
alcoolismo. Existem três tipos de vacina: 
1. VPC10 (vacina pneumocócica conjugada 10 valente); 
2. VPC13 (vacina pneumocócica conjugada 13 valente); 
3. VPP23 (vacina pneumocócica polissacarídica 23 valente). 
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Além do número de sorotipos coberto por cada vacina (10, 13 e 23, respectivamente), existe uma 
diferença: a conjugação dos polissacarídios do pneumococo a uma proteína transportadora (como 
nas vacinas conjugadas VPC10 e 13) resulta em um antígeno capaz de induzir uma resposta 
imunológica T-dependente, estimulando a produção de anticorpos e a indução de memória 
imunológica, portanto, capaz de gerar resposta booster. 
A recomendação do MS é administrar uma única dose da VPP23. Já a SBIm (Sociedade Brasileira 
de Imunizações), com base em evidências de que a VPC13 proporciona níveis e persistência 
maiores de anticorpos em adultos, recomenda que as duas vacinas (VPC13 e VPP23) sejam 
utilizadas em adultos e idosos. Para idosos, a SBIm recomenda iniciar com uma dose da VPC13, 
seguida de uma dose de VPP23 6 a 12 meses depois e uma segunda dose de VPP23 cinco anos 
após a primeira. 
 Para aqueles que já receberam uma dose de VPP23, recomenda-se o intervalo de um ano 
para a aplicação de VPC13. A segunda dose de VPP23 deve ser feita cinco anos após a 
primeira, mantendo intervalo de 6 a 12 meses com a VPC13. 
 Para os que já receberam duas doses de VPP23, recomenda-se uma dose de VPC13, com 
intervalo mínimo de um ano após a última dose de VPP23. Se a segunda dose de VPP23 
foi aplicada antes dos 60 anos, está recomendada uma terceira dose depois dessa idade, 
com intervalo mínimo de cinco anos da última dose. Para adultos do grupo de risco, a SBIm 
recomenda o uso sequencial de VPC13 e VPP23 com intervalo de dois meses entre elas. 
 Para as crianças, é utilizada a VPC10 em duas doses (aos dois e quatro meses) e dose de 
reforço aos 12 meses (podendo ser aplicada até os 4 anos). 
 Crianças não vacinadas anteriormente podem receber dose única dos 12 meses aos 4 anos. 
 Também existe a opção para as crianças, na rede particular, da vacina 13- valente (nesse 
caso são quatro doses, aos dois, quadro, seis e o reforço entre 12 e 15 meses). 
 Em menores de dois anos, a capacidade imunogênica da vacina 23-valente é pequena, 
razão pela qual ela não é utilizada em lactentes. 
Referências: 
 Caderno de atenção básica – Doenças respiratórias crônicas (2010) 
 Manual de medicina do Harisson (20° Ed.) 
 Apostila MedCurso (Infectologia Vol.: 1) – 2021 
 Apostila MED (Pneumonia comunitária e hospitalar) – 2021 
 MSD Manual - 2023

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