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DIREITO DO CONSUMIDOR
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/garantia-dos-produtos-e-servicos/1849759703
O Direito do Consumidor é um ramo do Direito que visa PROTEGER consumidores em suas relações de consumo com os fornecedores de produtos e serviços, assegurando seus direitos e garantindo um equilíbrio nas negociações. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é a principal lei que regulamenta essa área, estabelecendo direitos básicos e garantindo a proteção contra práticas abusiva
Surge para equiparar, como todo microssistema é feito.
Para entendermos como funciona, precisamos separar o que é consumidor e fornecedor.
O CDC entende que só pode regular relações entre eles, e o CC regulamenta relações cíveis.
Quem é consumidor?
Definido como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. – Art. 2°
Ou seja, é aquele que compra para si ou para uso pessoal, e não para revenda ou utilização em atividades produtivas.
Essa definição é essencial para delimitar a aplicação das leis e normas de proteção ao consumido.
Quem é fornecedor?
Um fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, que desenvolve atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
Em resumo, é quem coloca produtos ou serviços no mercado – Art. 3°
Para ter essa relação o fornecedor tem que ter continuidade em suas vendas, se eu estou vendendo no particular, um carro por exemplo, e eu tiver algum problema com ele o que vai reger nossa relação será o código civil e não o código de defesa do consumidor. Por isso separamos a partir da RELAÇÃO DE CONSUMO.
Relação de consumo é aquela na qual existe um consumidor, um fornecedor e um produto/serviço que ligue um ao outro. É requisito objetivo de existência, de modo que, para haver relação de consumo, necessariamente, deve haver, concomitantemente, os três elementos.
· Ônus da prova = pertence ao réu/fornecedor 
· Microssistema de processo coletivo
· A competência e definida conforme domicilio do consumidor 
O Código de Defesa do Consumidor em termos conceituais, estabeleceu, utilizar dois termos distintos: "defeito" e "vício". Os defeitos são tratados no art. 12 a 14 e os vícios no art. 18 a 20. Para entender "defeito" no CDC é necessário antes conhecer o sentido de "vício”.
VICIO
São considerados vícios as características de qualidade ou quantidade que tornem os produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam e que lhes diminuam o valor. Da mesma forma são considerados vícios os decorrentes da disparidade havida em relação às indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária.
Os vícios, portanto, são os problemas que, por exemplo:
a) fazem com que o produto não funcione adequadamente, como um liquidificador que não gira;
b) fazem com que o produto funcione mal, como a televisão sem som, o automóvel que "morre" toda hora etc.;
c) diminuam o valor do produto, como riscos na lataria do automóvel, mancha num vestido ou num terno etc.;
d) não estejam de acordo com informações, como o vidro de mel de 500 ml que só tem 400 ml; o saco de 5 kg de açúcar que só tem 4,8 kg; o caderno de 200 páginas que só tem 180 etc.;
e) façam os serviços apresentarem características com funcionamento insuficiente ou inadequado, como o serviço de desentupimento que no dia seguinte faz com que o banheiro alague; o carpete que descola rapidamente; a parede mal pintada; o extravio de bagagem no transporte aéreo etc.
Se dividem em vícios OCULTOS e APARENTES.
Aparentes: São de fácil constatação, como o próprio nome diz, são aqueles que aparecem no singelo uso e consumo do produto (ou serviço).
Ocultos: São aqueles que só aparecem algum ou muito tempo após o uso e/ou que, por estarem inacessíveis ao consumidor, não podem ser detectados na utilização ordinária.
Meu produto/serviço está com um vício, quanto tempo que o fornecedor tem para resolver?
O fornecedor tem um prazo máximo de 30 dias para resolver um problema com um produto não durável ou um serviço, e 90 dias para produtos ou serviços duráveis, a partir da reclamação do consumidor. Este prazo pode ser reduzido ou ampliado por acordo entre as partes, mas não pode ser inferior a 7 dias nem superior a 180 dias.
DEFEITO
O defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, que causa um dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade errada, a perda do valor pago - já que o produto ou serviço não cumpriram o fim ao qual se destinavam. O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos ao patrimônio jurídico material e/ou moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor.
Temos, então, que o vício pertence ao próprio produto ou serviço, jamais atingindo a pessoa do consumidor ou outros bens seus.
· O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu patrimônio jurídico mais amplo (seja moral, material, estético ou da imagem). Por isso, somente se fala propriamente em acidente, e, no caso, acidente de consumo, na hipótese de defeito, pois é aí que o consumidor é atingido.
Exemplos para clarear a diferença dos dois:
1) Dois consumidores vão à concessionária receber seu automóvel zero-quilômetro. Ambos saem dirigindo seu veículo alegremente. Os consumidores não sabem, mas o sistema de freios veio com problema de fábrica.
Aquele que sai na frente passa a primeira esquina e segue viagem. No meio do quarteirão seguinte, pisa no breque e este não funciona. Vai, então, reduzindo as marchas e com sorte consegue parar o carro encostando-o numa guia.
O segundo, com menos sorte, ao atingir a primeira esquina, depara com o semáforo no vermelho. Pisa no breque, mas este não funciona. O carro passa e se choca com outro veículo, causando danos em ambos os carros.
O primeiro caso, como o problema está só no freio do veículo, é de vício.
No segundo, como foi além do freio do veículo, causando danos não só em outras áreas do próprio automóvel como no veículo de terceiros, trata-se de defeito.
2) Um consumidor compra uma caixinha longa-vida de creme de leite. Ao chegar em casa, abre-a e vê que o produto está embolorado.
É vício, pura e simplesmente.
Outro compra o mesmo creme de leite. Abre a caixa em casa, mas o faz com um corte lateral. Prepara um delicioso strogonoff e serve para a família.
Todos têm de ser hospitalizados, com infecção estomacal. É caso de defeito.
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO OU DEFEITO DO PRODUTO
O artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade pelo vício do produto. A responsabilidade pelo vício de qualidade ou quantidade do produto informando que os fornecedores responderão objetiva e solidariamente pelos vícios que tornem o produto inadequado a finalidade a que se destina.
Como já visto anteriormente, nota-se que se um produto apresentar um vício, o consumidor poderá acionar os fornecedores, para que solucione o problema. Porém, no caso de defeito do produto, por tal defeito causar dano ao patrimônio do consumidor, ele poderá acionar o responsável pelo produto.
“Nos termos do art.º 913.º do Código Civil, verificado o defeito na coisa vendida, tem o
comprador direito
1) A anulação do contrato por erro ou dolo
2) A redução do preço quando as circunstâncias do contrato mostrarem que, sem dolo ou erro, o comprador teria igualmente adquirido o bem, mas por um preço inferior
3) Indenização pelo interesse contratual negativo cumulável com as duas primeiras opções;
4) Direito a exigir do vendedor a reparação da coisa ou a sua substituição,
No que ao Brasil importa, o artigo 18 do CDC consagra “expressis verbis”:
“Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que sedestinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.”
Em caso de defeitos, a responsabilidade no Código de Defesa do Consumidor (CDC) recai sobre o fornecedor de produtos ou serviços. Essa responsabilidade é objetiva, ou seja, independe da existência de culpa, e tem por objetivo garantir a reparação dos danos causados ao consumidor.
· Direito Fundamental:
A Constituição Federal reconhece a defesa do consumidor como um direito fundamental, ou seja, um direito inerente a todo cidadão, como expressa o artigo 5º, inciso XXXII.
· Princípio da Ordem Econômica:
O direito do consumidor também é considerado um princípio da ordem econômica, conforme o artigo 170, inciso V, indicando a importância da sua proteção na economia.
· Legislação Específica:
A Constituição Federal não detalha as normas sobre a defesa do consumidor, mas determina que o Estado promova essa defesa através de leis específicas. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é a principal lei que regulamenta essa proteção.
· Papel do Estado:
O Estado tem o dever de promover e garantir a defesa do consumidor, tanto através da criação de leis, quanto da aplicação e fiscalização das normas.
· CDC e a Constituição:
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é uma lei que visa implementar os mandamentos constitucionais de proteção ao consumidor, conforme o artigo 1º do CDC.
Garantia
A garantia de produtos e serviços pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) é um direito do consumidor que garante a responsabilidade do fornecedor por defeitos ou vícios que afetem a qualidade e segurança do produto ou serviço. Essa garantia pode ser legal (imposta por lei) ou contratual (oferecida pelo fornecedor).
Garantia Legal:
· Prazo:
30 dias para produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.
· Responsabilidade:
O fornecedor é responsável por defeitos ou vícios que afetem a qualidade e segurança do produto ou serviço durante o prazo de garantia.
· Exercício:
O consumidor deve apresentar a reclamação ao fornecedor, juntamente com o comprovante de compra, dentro do prazo estabelecido.
· Soluções:
O consumidor pode exigir o reparo do produto, a troca por um novo, a devolução do valor pago ou o abatimento proporcional no preço.
Em caso de vício não sanado em 30 dias, o consumidor pode exigir; a substituição do produto, a restituição do valor pago (com atualização monetária) ou um abatimento no preço.
Essa responsabilidade solidária recai sobre todos os envolvidos na cadeia de fornecimento, incluindo o fabricante, o vendedor e o importado.
Matéria Segunda Prova:
Sanções Administrativas
No contexto do Código de Defesa do Consumidor (CDC), as sanções administrativas são punições aplicadas a fornecedores de produtos ou serviços que descumprirem as normas estabelecidas na lei, visando proteger os direitos dos consumidores.
Estas sanções têm como objetivo corrigir comportamentos inadequados e garantir o cumprimento das obrigações legais.
Principais sanções administrativas no CDC:
· Multas:
A multa é uma penalidade pecuniária aplicada ao fornecedor que comete alguma infração.
· Apreensão e inutilização do produto:
A apreensão e inutilização do produto visam retirar do mercado produtos que apresentem defeitos ou que não atendam às normas de segurança.
· Suspensão de fornecimento de produtos ou serviços:
A suspensão pode ser temporária ou definitiva, impedindo que o fornecedor continue a oferecer produtos ou serviços que descumprem a lei.
· Proibição de fabricação do produto:
Esta sanção impede que o fornecedor continue fabricando e comercializando produtos que não atendem às normas de segurança ou que são considerados perigosos.
· Cassação de registro do produto:
Esta sanção impede que o fornecedor continue a comercializar produtos que não estão devidamente registrados junto aos órgãos competentes.
· Imposição de contrapropaganda:
A contrapropaganda visa corrigir informações enganosas ou abusivas divulgadas em campanhas publicitárias.
Além destas sanções, o CDC também prevê outras medidas administrativas, como a suspensão temporária de atividade, a revogação de concessão ou permissão de uso, e a interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade.
É importante ressaltar que a aplicação de sanções administrativas é precedida de um processo administrativo, no qual o fornecedor tem direito à ampla defesa e ao contraditório
LETRA DE LEI CÓDIGO
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2° (Vetado).
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I - Multa;
II - Apreensão do produto;
III - Inutilização do produto;
IV - Cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - Proibição de fabricação do produto;
VI - Suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - Suspensão temporária de atividade;
VIII - Revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - Cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - Interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - Intervenção administrativa;
XII - Imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidadeprevistas neste código e na legislação de consumo.
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
Publicidade Enganosa e Abusiva
A publicidade enganosa e abusiva é um dos temas centrais no Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), especialmente no que diz respeito à proteção da boa-fé e da transparência nas relações de consumo. O CDC busca coibir práticas que possam induzir o consumidor ao erro ou que violem princípios éticos, morais e legais.
 ’)c 1. Conceito de Publicidade Enganosa – Artigo 37, §1º do CDC Art. 37, §1º:
“É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.”
A publicidade enganosa é aquela que induz o consumidor ao erro, seja por informações falsas, omissas ou distorcidas. Pode estar presente em comerciais, rótulos, promoções e embalagens. Por exemplo: anunciar um produto como sendo natural, quando contém substâncias artificiais, caracteriza publicidade enganosa.
)’c 2. Conceito de Publicidade Abusiva – Artigo 37, §2º do CDC Art. 37, §2º:
“É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais ou que seja capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.”
A publicidade abusiva vai além da falsidade e atinge valores éticos, sociais e psicológicos. Envolve práticas como:
· Exploração da vulnerabilidade infantil (ex: brinquedos anunciados com apelos exagerados à fantasia);
· Apelos à violência ou medo (ex: propagandas que usam ameaças veladas para vender produtos);
· Conteúdo discriminatório ou ambientalmente irresponsável
 3. Direito à Informação Clara e Adequada – Artigo 6º, III do CDC Art. 6º, inciso III:
“São direitos básicos do consumidor: [...] a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.”
A publicidade deve respeitar o direito à informação clara, precisa e ostensiva.
O consumidor deve ser plenamente informado sobre tudo que envolva o produto ou serviço antes de adquirir ou contratar.
’)c 4. Ônus da Prova – Artigo 38 do CDC Art. 38:
“O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.”
Ou seja, em caso de contestação da publicidade, cabe ao anunciante provar que as informações divulgadas são verdadeiras.
P✓ Exemplos práticos:
· Anunciar um plano de internet com velocidade “ilimitada” e depois reduzir a
velocidade após certo uso — enganosa por omissão.
· Comerciais que associam o consumo de bebidas alcoólicas à conquista sexual —
publicidade abusiva.
· Publicidade de brinquedos em programas infantis com apelo emocional exagerado —
abusiva por explorar a inexperiência da criança.
c ’) TIPOS DE PROPAGANDA ENGANOSA
1. Enganosa por comissão
→ Apresenta informações falsas ou distorcidas sobre o produto ou serviço. Exemplo: Anunciar um suco como “100% natural”, sendo que contém corantes e conservantes.
2. Enganosa por omissão
→ Esconde informações relevantes ou deixa de mencionar dados importantes. Exemplo: Oferecer um plano de telefonia “ilimitado” sem informar que há redução de velocidade após certo limite.
3. Enganosa quanto às características do produto
→ Mentiras ou distorções sobre o que o produto faz, contém, oferece.
Exemplo: Um creme que diz “remove rugas em 7 dias” sem comprovação científica.
4. Enganosa quanto ao preço
→ Publicidade que induz o consumidor a erro sobre o preço, condições de pagamento
ou descontos.
Exemplo: Anunciar produto com “50% de desconto”, mas com preço original inflado.
5. Enganosa quanto à origem
→ Erroneamente associa o produto a determinada região, marca ou tradição.
Exemplo: Um vinho produzido no Brasil anunciado como “importado da Itália”.
)’ c TIPOS DE PROPAGANDA ABUSIVA
(Art. 37, §2º do CDC)
1. Discriminatória
→ Promove preconceitos de raça, gênero, classe, religião etc.
Exemplo: Anúncio que retrata uma mulher como incapaz de realizar uma tarefa sem a ajuda de um homem.
2. Que incita à violência
→ Utiliza cenas violentas, agressivas ou faz apologia a comportamentos violentos. Exemplo: Propaganda que mostra alguém quebrando objetos ao não conseguir o produto desejado.
3. Exploração do medo ou da superstição
→ Se aproveita de crenças ou medo para forçar a compra.
Exemplo: “Compre este alarme agora ou sua casa pode ser assaltada a qualquer momento.”
4. Aproveitamento da deficiência de julgamento de crianças
→ Direcionada ao público infantil de forma manipuladora.
Exemplo: Comerciais que mostram brinquedos com funcionalidades além da realidade, induzindo a criança a pressionar os pais.
5. Desrespeito ao meio ambiente
→ Incentiva práticas prejudiciais à natureza.
Exemplo: Publicidade que incentiva o desperdício de água ou o descarte incorreto de resíduos.
6. Perigosa à saúde ou segurança
→ Estimula comportamentos de risco ou não informa sobre perigos.
Exemplo: Comercial de suplemento que promete emagrecimento rápido sem alertar para riscos.
Para que não tenha mais dúvidas sobre a diferença das duas sempre imagine o exemplo prático
Abaixo temos uma tabela exemplificativa.
ˆ _J Tabela Comparativa: Tipos de Propaganda Enganosa x Abusiva
	Tipo de Propaganda
	Classificação
	Descrição
	Exemplo
	Por comissão
	Enganosa
	Informa algo falso ou exagerado.
	Suco “100% natural” que
contém conservantes.
	Por omissão
	Enganosa
	Ocorre quando omite dados relevantes.
	Internet “ilimitada” que
reduz a velocidade sem aviso.
	Quanto às características
	Enganosa
	Distorce as funções ou qualidades do produto.
	Creme “antienvelhecimento
imediato” sem comprovação.
	
Quanto ao preço
	
Enganosa
	Engana sobre valores, descontos ou condições de pagamento.
	Produto com “50% OFF” mas
com preço anterior inflado.
	Quanto à origem
	Enganosa
	Induz o consumidor ao erro sobre procedência.
	Café “colombiano” fabricado
no Brasil.
	Discriminatória
	Abusiva
	Reforça estereótipos ou preconceitos.
	Comercial que desvaloriza pessoas com deficiência.
	
Incitação à violência
	
Abusiva
	Mostra ou sugere atos violentos como aceitáveis.
	Anúncio com agressões físicas para promover um produto.
	Exploração do medo/superstição
	
Abusiva
	Usa ameaças ou crenças para pressionar o consumidor.
	“Compre agora ou sua família
pode sofrer as
consequências.”
	Voltada ao público infantil
	
Abusiva
	Se aproveita da vulnerabilidade das crianças.
	Brinquedo com propaganda fantasiosa e sem supervisão.
	Desrespeito ao meio ambiente
	Abusiva
	Incentiva práticas poluidoras ou antiéticas.
	Anúncio que ridiculariza atitudes sustentáveis.
	Perigosa à saúde ou segurança
	
Abusiva
	Omitir riscos ou incentivar comportamentos prejudiciais.
	Suplemento milagroso sem alertar sobre os efeitos colaterais.Y Crimes contra o consumidor –
O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) não trata apenas de direitos civis e administrativos, mas também prevê infrações penais que configuram crimes contra o consumidor, visando proteger a integridade física, a saúde, a segurança e a boa-fé nas relações de consumo.
Esses crimes podem ser praticados por fornecedores, fabricantes, comerciantes ou prestadores de serviço, e suas penalidades variam entre detenção, multa, suspensão de atividade e até interdição do estabelecimento.
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