Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/317175802
Antropologia forense
Chapter · May 2017
CITATIONS
0
READS
7,108
3 authors:
Marco Aurelio Guimarães
University of São Paulo
74 PUBLICATIONS   639 CITATIONS   
SEE PROFILE
Raffaela Francisco
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidad…
16 PUBLICATIONS   90 CITATIONS   
SEE PROFILE
Martin Evison
Independent
135 PUBLICATIONS   1,070 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Martin Evison on 27 May 2017.
The user has requested enhancement of the downloaded file.
https://www.researchgate.net/publication/317175802_Antropologia_forense?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/317175802_Antropologia_forense?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Marco-Guimaraes-2?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Marco-Guimaraes-2?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/University-of-Sao-Paulo?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Marco-Guimaraes-2?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Raffaela-Francisco?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Raffaela-Francisco?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Hospital_das_Clinicas_da_Faculdade_de_Medicina_de_Ribeirao_Preto_da_Universidade_de_Sao_Paulo?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Raffaela-Francisco?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Martin-Evison?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Martin-Evison?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Martin-Evison?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Martin-Evison?enrichId=rgreq-6b26e886d7e5a23555ff7cc7d4971261-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMxNzE3NTgwMjtBUzo0OTg2MTM0NzI0MzIxMjhAMTQ5NTg5MDEyMzkzMg%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
 
 
 
 
 
 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and 
Espindula, A. (eds.), Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª 
Edição), São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1 
This text is the Accepted Manuscript. The final volume can be found here. 
Este texto é o manuscrito aceito. O volume final pode ser encontrado aqui. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
http://www.millenniumeditora.com.br/produtos_descricao.asp?codigo_produto=2926&so=Normal
http://www.millenniumeditora.com.br/produtos_descricao.asp?codigo_produto=2926&so=Normal
 
 
 
 
ANTROPOLOGIA FORENSE 
Prof. Dr. Marco Aurelio Guimarães1, Profa. Dra. Raffaela Arrabaça Francisco2, Dr. Martin Paul 
Evison3 
1- Professor Associado (MS5) - Centro de Medicina Legal, Departamento de Patologia e Medicina 
Legal, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(CEMEL/RPM/FMRP-USP). 
2- Pós-doutoranda - Centro de Medicina Legal, Departamento de Patologia e Medicina Legal, 
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CEMEL/RPM/FMRP-USP). 
PROFORENSES CAPES. 
3- Director of Northumbria University Centre for Forensic Science (NUCFS) and Professor of Forensic 
Science Department: Applied Sciences. Northumbria University Newcastle – UK. 
Introdução 
 
 “Antropologia é o estudo do ser humano. Ela abrange práticas sociais, linguagem e 
comunicação, arqueologia, evolução humana e atributos físicos e biológicos de grupos humanos. 
Consequentemente, Antropologia Forense pode referir-se a qualquer ou todas as subáreas 
mencionadas, quando aplicadas no interesse da Justiça” (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 
2013). 
Mas, na prática, é aplicada a um campo de trabalho muito mais estrito, que analisa restos 
humanos parcial ou totalmente esqueletizados dentro de uma investigação criminal (EVISON, 
2009). A Antropologia Forense ainda é definida como o campo de estudo que lida com restos 
esqueléticos humanos resultantes de mortes não explicadas quando os tecidos moles estejam 
degradados a ponto de que outros especialistas (como médicos patologistas ou legista) não 
tenham mais recursos para obter informações importantes como a demografia, a causa da 
morte, como esta ocorreu e o intervalo de tempo desde sua ocorrência (BYERS, 2008). 
O objetivo primário na análise antropológica forense de um esqueleto humano é oferecer 
um perfil bioantropológico individual (sexo, ancestralidade, faixa etária, faixa de estatura, destreza 
manual, além de outras características individuais congênitas ou adquiridas) que possa colaborar 
para a identificação ou ainda fornecer evidências sobre a causa da morte e como a mesma 
ocorreu (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
A Antropologia Forense pode levar à identificação humana em importante percentual de 
casos, levando a conclusões probatórias sobre a identidade de um indivíduo. Porém, em uma 
proporção razoável de casos torna-se prioritariamente a linha de condução de investigação para 
que se alcance a identificação através de métodos primários de identificação (VELLOSO, 
FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013; INTERPOL, 2014). 
Trata-se de um tipo de trabalho que envolve um grande número de profissionais, desde 
técnicos especializados essenciais na recuperação, preparação e organização dos 
remanescentes ósseos a serem analisados, até peritos em diferentes áreas do conhecimentode todos os casos, mas é uma perspectiva muito melhor do 
que aquela anterior a 2005, quando o LAF-CEMEL foi implantado, em que as chances de 
identificação de ossadas eram praticamente nulas (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
Referências Bibliográficas 
 
ADAM, D. Back from the dead. Nature, London, 423: 13-14, 1st May. 2003. 
 
ALBERT, A.M. & MAPLES, W.R. Stages of epiphyseal union for thoracic and lumbar vertebral central 
as a method of age determination for teenage and young adult skeletons. Journal of Forensic 
Sciences. 40: 622-633. 1995. 
 
BAKER, B.J.; DUPRAS, T.L.; TOCHERI, M.W. The osteology of infants and children. 1st Edition. Texas 
A&M Anthropology Series no 12. 2005. 
 
BASS, W.M. Human osteology: a laboratory and field manual. Ed: Missouri Archaeological Society, 
1995. 
 
BROOKS, S. & SUCHEY, J.M. Skeletal age determination based on the os pubis: a comparison of the 
Acsádi-Nemeskéri and Suchey-Brooks methods. Human Evolution, 5: 227-238. 1990. 
 
BURNS, K.R. Forensic Anthropology training manual. Ed: Prentice Hall, 1999. 
 
BUIKSTRA, J.E. & UBELAKER, D.H. Standards for data collection from human skeletal remains. 
Fayetteville, Arkansas. Arkansas Archaeological Survey Report number 44. 1994. 
 
BYERS, S.N. Introduction to Forensic Anthropology. 3rd. edition. Ed: Pearson/Allyn and Bacon. 2008. 
 
EVISON, M.P. Forensic Anthropology and human identification from the skeleton. In: Handbook of 
Forensic Sciences. Editors: Jim Fraser and Robin Williams. Ed: Willan Publishing. 2009. 
 
EVISON, M.P.; FRANCISCO, R.A.; GUIMARÃES, M.A. Approaching utility in Forensic Anthropology. 
Forensic Science & Management: an International Journal, 3: 85-104, 2012. 
 
EVISON, M.P.; FRANCISCO, R.A.; GUIMARÃES, M.A. Utility in Forensic Anthropology: findings 
contributing to case convertion. Forensic Science & Management: an International Journal, 3: 113-
125, 2012. 
 
FERNANDES, C.R.; PRUDENTE, P.S.; SILVEIRA, T.C.P.; GUIMARÃES, M.A.; GARCIA, S.B. O uso da relação 
antropométrica entre o fêmur e o primeiro metacarpo para estimativa da estatura. In: XXIV 
Congresso Brasileiro de Anatomia, 2010. XXIV Congresso Brasileiro de Anatomia, 2010. PRÊMIO DE 
MELHOR TRABALHO DO EVENTO. 
 
FAIRGRIEVE, S.C. & OOST, T.S. Human skeletal anatomy: laboratory manual and workbook. Ed: 
Thomas, 2001. 
 
FRANÇA, G.V. Medicina Legal. 10ª Edição. Guanabara-Koogan. 748p. (2015). Capítulo 3 – 
Antropologia Médico-Legal, Protocolo para Exame Antropológico Forense, p. 83-88. I.S.B.N. 
9788527727235. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
FRANCISCO, R.A. Evolução dos casos de Antropologia Forense no Centro de Medicina Legal 
(CEMEL) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP de 1999-2010. Dissertação de 
mestrado. Programa de Pós-Graduação, área de Patologia (Patologia Experimental) do 
Departamento de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da 
Universidade de São Paulo (FMRP-USP). 194 p. 2011. 
 
FRANCISCO, R.A. Análise de ossadas exumadas com perfil bioantropológico conhecido para 
estabelecimento dos melhores parâmetros antropológicos a serem aplicados a população 
brasileira em exames antropológicos forenses. 262 p. Tese de Doutorado. Programa de Pós-
Graduação, área de Patologia (Patologia Experimental) do Departamento de Patologia e 
Medicina Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo 
(FMRP-USP). Ribeirão Preto, 2015. 
 
FRANCISCO, R.A.; VELLOSO, A.P.S.; SILVEIRA, T.C.P.; SECCHIERI, J.M.; GUIMARÃES, M.A. Antropologia 
Forense no Centro de Medicina Legal da FMRP/USP, estudo comparativo de casos de 1999-2009. 
Medicina, v. 44(3), p. 231-238, 2011. 
 
FRANCISCO, R.A.; SILVA, R.H.A.; PEREIRA, J.M.; SOARES, E.G.; MATHEUCCI JÚNIOR, E.; IWAMURA, 
E.S.M.; GUIMARÃES, M.A. A Antropologia Forense como triagem para as analises da Genética 
Forense. Artigo ACEITOPARA PUBLICAÇÃO pelo periódico Saúde, Ética e Justiça em setembro de 
2013, após o Prêmio Jay Siegel no IV Congresso Brasileiro de Genética Forense, 2013. 
 
GILL, G.W. & RHINE, S. Skeletal attribution of race. 2nd Printing. Maxwell Museum of Anthrpology. 
Anthropological Papers no4. University of Albuquerque, New Mexico. 1990. 
 
GUIMARÃES, M. A. The challenge of identifying deceased individuals in Brazil: from dictatorship to 
DNA analysis. Science & Justice. Harrogate, v. 43 (4), p. 215-7, Oct/Dec. 2003. 
 
GUIMARÃES, M.A.; FRANCISCO; R.A.; ABREU E SOUZA, R; EVISON, M.P. Forensic Archaeology and 
Anthropology in Brazil. Forensic Archaeology: current trends and future perspectives. Gröen, W.J.; 
MARQUEZ-GRANT, N.; JANAWAY, R. Capítulo de livro redigido à convite do Netherlands Forensic 
Institute - Ministry of Security and Justice. Versão final aceita para publicação. Em impressão, 2014. 
 
INTERPOL. Disaster Victim Identification Guide 2014. Disponível em 
http://www.interpol.int/INTERPOL-expertise/Forensics/DVI-Pages/DVI-guide . Acessado em 22 jun 
2016. 
 
ISÇAN, M.Y.; LOTH, S.R. & WRIGHT, R.K. Age estimation from the ribs by phase analysis: white males. 
Journal of Forensic Sciences. 29: 1094-1104. 1984 a. 
 
ISÇAN, M.Y.; LOTH, S.R. & WRIGHT, R.K. Metamorphosis at the sternal rib end: a new method to 
estimate age at death in white males. American Journal of Physical Anthropology. 65: 147-156. 
1984 b. 
 
ISÇAN, M.Y.; LOTH, S.R. & WRIGHT, R.K. Age estimation from the ribs by phase analysis: white 
females. Journal of Forensic Sciences. 30: 853-863. 1985. 
 
LOVEJOY, C.O.; MEINDL, R.S.; PRYZBECK, T.R.; MENSFORTH, R.P. Chronological metamorphosis of the 
auricular surface of the ilium: a new method for the determination of adult skeleton age at death. 
American Journal of Physical Anthropology. 68: 15-28. 1985. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
http://www.interpol.int/INTERPOL-expertise/Forensics/DVI-Pages/DVI-guide
 
 
 
 
MARTIN, C.C.S. ; SILVEIRA, T.C.P. ; GUIMARÃES, M. A. ; MELKI, J.A.D. . Centro de Medicina Legal da 
FMRP-USP: relato de sete anos de prática humanitária com cadáveres humanos não-identificados. 
Medicina, v. 41, p. 3-6, 2008. 
 
MCKERN, T.W. & STEWART, T.D. Skeletal age changes in young American males. Natick, 
Massachussetts: Quartermaster Research and Development Command Technical Report EP-54. 
1957. 
 
MORETTO, M.; FRANCISCO, R.A.; COSTA Jr, M.L.; EVISON, M.P.; GUIMARÃES, M.A. Avaliação da 
eficiência e eficácia da antropometria do triângulo do processo mastoide na estimativa do sexo 
em crânios brasileiros. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics. Aceito 
para publicação em 07/04/2016. 
 
SANTOS, W.D.F. ; DINIZ, P. R. B. ; SANTOS, A.C. ; MARTIN, C.C.S ; GUIMARÃES, M. A. . Definições de 
pontos craniométricos em imagens multiplanares de ressonância magnética (RM) para fins de 
reconstrução facial forense. Medicina (Ribeirão Preto), v. 41, p. 17-23, 2008. 
 
SANTOS, W.D.F. Mensuração de tecidos moles da face de brasileiros vivos em imagens 
multiplanares de Ressonância Magnética Nuclear para fins Médico-Legais. Tese de doutorado. 
Programa de Pós-Graduação, área de Patologia (Patologia Experimental) do Departamento de 
Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). 
100 p. 2008. 
 
SCHEUER, L. & BLACK, S. The juvenile skeleton. 1st edition. Elsevier Academic Press. 2004. 
 
SECCHIERI, J.M.; SILVEIRA, T.C.P.; FRANCISCO,R. A.; VELLLOSO, A.P.S.; SOARES, A.T.C; EVISON, M. P.; 
GUIMARÃES, M.A. - A protocol for soft tissue removal from decomposing bodies encountered in 
forensic investigations in tropical Brazil. In: 19th Triennial Meeting of the International Association of 
Forensic Sciences (IAFS 2011), 2011, Funchal, Ilha da Madeira. Abstract book - 19th Triennial 
Meeting of the International Association of Forensic Sciences (IAFS 2011). Funchal, Ilha da Madeira, 
2011. 
 
SILVA, R.F.; MENDES, S.D.S.C; MARINHO, D.E.A, ROSÁRIO JÚNIOR, A.F.; GUIMARÃES, M.A. 
Importance of comparative anatomy in Forensic Anthropology - case report. RSBO – Revista Sul-
Brasileira de Odontologia. Apr-Jun; 10(2): 193-197, 2013. 
 
SOARES, A.T.C. Perfil Antropológico das ossadas analisadas no Centro de Medicina Legal (CEMEL) 
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP. Dissertação de Mestrado. Área de Patologia 
(Patologia Experimental) do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão 
Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). 171 p. 2008. 
 
SOARES, A.T.C ; GUIMARÃES, M. A. . Dois anos de antropologia forense no Centro de Medicina 
Legal (CEMEL) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Medicina (Ribeirão Preto), v. 41, 
p. 7-11, 2008. 
 
SOLER, M.P.; ALVES, M.T.S.; SILVA, M.S.; GUIMARÃES M.A.; SOUSA, M.L.A.P.O.; ALMEIDA, J.S.; 
IWAMURA, E.S.M. Morphological and DNA analysis in human skeletal remains exposed to 
environmental conditions in Brazil. Forensic Science International: Genetics Supplement Series, v.3, 
p. e339–e340, 2011 a. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
SOLER, M.P.; SILVA, M.S.; GUIMARÃES M.A.; SOUSA, M.L.A.P.O.;STILHANO, R.S.; HAN, S.W..; IWAMURA, 
E.S.M. STR analysis in bones exposed to Brazilian tropical climate. Forensic Science International: 
Genetics Supplement Series, v.3, p. e550–e551, 2011 b. 
 
THEODORO, M.J.A. Aplicação da computação gráfica na reconstrução de face para o 
reconhecimento: um estudo de caso. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação 
Interunidades Bioengenharia - Escola de Engenharia de São Carlos / Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto / Insituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo. 2011. 
 
TOLEDO, K. - Antropólogo forense busca parâmetros nacionais para análise de ossadas. 
Publicação da AGÊNCIA FAPESP sobre o trabalho relacionado ao projeto de Doutorado de 
Raffaela Arrabaça Francisco, publicado em 27 de maio de 2013. http://agencia.fapesp.br/17328, 
acessado em 08/03/2014. 
 
TURNER II, C.G. The dental search for Native American origins. In Out of Asia: Peopling the Americas 
and the Pacific. Edited by Robert Kirk and Emöke Szathmary, pp. 31-78. The Journal for pacific 
History, Canberra, Australia. 1985. 
 
TURNER II, C.G. Relating Eurasian and Native American Populations Through Dental morphology. In 
Method and Theory for Investigating the Peopling of the Americas. Edited by R. Bonnichsen and D. 
G. Steele, pp. 131-140. Center for the Study of the First Americans. Oregon State University, Corvallis, 
OR. 1994. 
 
VELLOSO, A.P.S. Avaliação antropométrica de crânios encaminhados ao Centro de Medicina 
Legal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP para fins 
de investigação de ancestralidade. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação, área 
de Patologia (Patologia Experimental) do Departamento de Patologia e Medicina Legal da 
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). 70 p. 2012. 
 
VELLOSO, A.P.S.; FRANCISCO, R.A.; GUIMARÃES, M.A. - Capítulo 4: Antropologia Forense. Livro: 
Ciências Forenses - uma introdução às principais áreas da Criminalística moderna. Organizadores: 
Jesus Antonio Velho, Gustavo Caminoto Geiser, Albeir Espíndula. ISBN: 978-85-7625-249-8. Millenium 
Editora, 2012. 
 
VELLOSO, A.P.S.; FRANCISCO, R.A.; GUIMARÃES, M.A. - Capítulo 4: Antropologia Forense. Livro: 
Ciências Forenses - uma introdução às principais áreas da criminalística moderna - 2a Edição. 
Organizadores: Jesus Antonio Velho, Gustavo Caminoto Geiser, Alberi Espíndula. ISBN: 978-85-7625-
293-1. Millenium Editora, 2013. 
 
WHITE, T.D. & FOLKENS, P.A. The Human Bone Manual. First Edition. Ed: Elsevier/Academic Press, 
2005. 
 
WHITE, T.D.; BLACK, M.T. & FOLKENS, P.A. – Human Osteology. Third Edition. Ed: Academic Press, 
2012. 
 
ZIELMANN, P.P. Avaliação da acuracidade de reconstrução 3D por meio de fotografias 
antemortem de indivíduos previamente identificados. Programa de Pós-graduação em Ciências 
Odontológicas, Área de consentração de Odontologia Legal da Faculdade de Odontologia da 
Universidade de São Paulo (FO-USP). 2013. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
http://agencia.fapesp.br/17328
LEGENDAS PARA ANEXOS 
Anexos 1 a 3 
Painéis de apoio para execução do exame antropológico forense de acordo com o Protocolo LAF/CEMEL. 
Anexo 1 
Painel para orientação sobre organização do esqueleto em posição anatômica, com ilustrações facilitadoras para 
ossos irregulares, de padrão repetitivo como vértebras e costelas e de orientação sobre lateralidade. 
Anexo 2 
Painel para orientação ilustrada sobre metodologias utilizadas no Protocolo LAF/CEMEL sobre estimativa de sexo 
pela pelve, pelo crânio, ancestralidade e idade em adultos. 
Anexo 3 
Painel para orientação ilustrada sobre metodologias utilizadas no Protocolo LAF/CEMEL sobre estimativa de idade 
em jovens, estatura, destreza manual e orientações básicas sobre exame odontológico. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
Elaborado pelo Prof. Dr. Marco Aurelio Guimarães, para o projeto “ UK-Brazil Scientific Cooperation – Forensic Anthropology and Identification of Human Remains”. 
® Reprodução e utilização permitidas desde que mencionada a fonte, sem fins comerciais. 
Skeleton 
Vertebral 
Column 
Ribs 
Hand 
Falanges 
Metacarpianos 
Lados para os Metacarpianos 
Escafóide Semi-lunar 
Piramidal Pisiforme 
Trapézio 
Trapézóide 
Capitato Hamato 
Foot 
Falanges 
Metatarsianos 
Lados para os Metatarsianos 
Referências / 
References 
Bass, W: Human Osteology – A laboratory 
and field manual, 4th edition. 
Burns, KR: Forensic Anthropology 
Training Manual. 
White, TD & Folkens PA: Human 
Osteology, 2nd edition. 
Talus Calcâneo 
Cubóide Navicular 
Cuneiforme medial 
Cuneiforme Intermédio 
Cuneiforme lateral 
Patella 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
Pelve: visão geral / Pelvis: general 
view 
Presença do arco ventral / Presence of ventral 
arc 
Presença da crista medial isquio-púbica / 
Presence of medial ischio-pubic ridge 
Tamanho do sulco isquiático maior 
/ 
Size of greater sciatic notch 
Curvatura do sacro / Curvature of sacrum 
Tamanho da superfície auricular sacral / 
Extent of sacral auricular surface 
Espessura da asa do sacro / Width of sacral alae 
Mais espessa no sexo masculino, maisfina e delicada no feminino. 
Tamanho do ângulo sub-púbico / Size of subpubic 
angle 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
Projeção da superfície auricular / Projection of auricular surface 
Presença do sulco pré-auricular / Presence of preauricular sulcus 
♂ ♀ 
Crânio: visão geral / Cranium: general view 
Forma da glabela / crista supra-orbital / Shape of glabella / supraorbital 
ridges 
Presença da protuberância occipital / Presence of occipital protruberance 
Tamanho do processo mastóide / Size of mastoid processes 
Tamanho e forma do mento / Size and shape of mentum 
Presença da crista supra-mastóide / Presence of supramastoid crest 
Altura / robustez do zigomático / Height / robusticity of zygomatic 
Alargamento do ângulo mandibular / Flaring of mandibular angle 
Crânio / Cranium 
Epífise medial da clavícula / Medial clavicle 
epiphysis 
Dos 15 aos 32 anos / From 15 to 32 
y.o. 
Sínfise púbica / Pubic symphysis 
Auricular do ilíaco / Auricular ilium 
Final esternal da 4ª costela / 4th sternal rib 
end 
♂ 
♀ 
Suturas cranianas / Cranial sutures 
Referências / 
References 
Bass, W: Human Osteology – A laboratory 
and field manual, 4th edition. 
Burns, KR: Forensic Anthropology 
Training Manual. 
White, TD & Folkens PA: Human 
Osteology, 2nd edition. 
Sexing of pelvis Sexing of skull 
Ancestry 
Idade em adultos / Age in adults Idade em adultos / Age in adults 
Mudanças nas vértebras / Changes in 
vertebrae 
Elaborado pelo Prof. Dr. Marco Aurelio Guimarães, para o projeto “ UK-Brazil Scientific Cooperation – Forensic Anthropology and Identification of Human Remains”. 
® Reprodução e utilização permitidas desde que mencionada a fonte, sem fins comerciais. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
Fórmulas de estatura / Stature 
formulae 
Área de ligação do ligamento costo-clavicular/ 
Area of costoclavicular ligament attachment 
Largura do sulco intertubercular/ Breadth of inter-tubercular grove 
Máxima distância biepicondilar/ Max biepicondylar breadth 
Diâmetro do forame nutriente/ Diameter of nutrient foramen 
Clavícula / Clavicle 
♂ ♀ 
♂ ♀ 
Idade estimada pela dentição/ age estimated from the dentition 
Referências / 
References 
Bass, W: Human Osteology – A laboratory 
and field manual, 4th edition. 
Burns, KR: Forensic Anthropology 
Training Manual. 
White, TD & Folkens PA: Human 
Osteology, 2nd edition. 
Comprimento máximo (menor no lado dominante) 
Max length (shorter on dominant side) 
Handedness 
Clavícula / Clavicle 
Úmero / Humerus 
Distância do tubérculo dorsal ao processo estilóide / 
Breath from dorsal tubercle to styloid process 
Úmero + rádio comprimentos máximos somados / 
Humerus + radius summed maximum lengths 
Área de ligação do bíceps / Area of biceps attachment 
Rádio / Radius 
Área de ligação do 
bíceps / Area of biceps 
attachment 
Dentition Idade em jovens / Age in Juveniles 
Medidas padrão / Standard 
measurements 
Escápula / Scapulae 
Elaborado pelo Prof. Dr. Marco Aurelio Guimarães, para o projeto “ UK-Brazil Scientific Cooperation – Forensic Anthropology and Identification of Human Remains”. 
® Reprodução e utilização permitidas desde que mencionada a fonte, sem fins comerciais. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
View publication stats
https://www.researchgate.net/publication/317175802
	Capitulo ANTROPOLOGIA Ciências Forenses Millenium
	LEGENDAS ANEXOS Capitulo ANTROPOLOGIA Ciências Forenses Millenium
	Anexo 1
	Anexo 2
	Anexo 3altamente especializados para execução de exames complementares que se façam necessários 
nas especificidades de cada caso (Patologia Forense, Imagenologia Médica, Balística, Química e 
Toxicologia Forenses, entre outras). 
O objetivo maior do protocolo LAF/CEMEL de análise antropológica forense de ossadas foi 
organizar uma metodologia, da forma mais completa possível e adequada à realidade local e 
nacional, para buscar e coletar os dados necessários na obtenção da identificação individual em 
diferentes modalidades de casos forenses. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Metodologia de Coleta e Análise de Dados em Antropologia Forense 
Coleta de Dados 
Muitos são os métodos de coleta de dados em Antropologia Forense. Porém, quatro são os 
de utilização mais frequente: a) Antroposcopia, b) Antropometria, c) Histologia e d) Análises 
químicas (BYERS, 2008; VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
a) Antroposcopia: avaliação a olho nu ou com auxílio de lentes dos remanescentes 
ósseos. Podem ser usados métodos de imagens como raios-X, tomografia 
computadorizada, ressonância magnética, etc. É o método mais prático e mesmo na 
dependência da experiência do observador e de alguns elementos de subjetividade 
leva a avaliações corretas em mais de 80-90% dos casos (proporção cientificamente 
maior que o acaso). É muito usada na avaliação de relevos ósseos como na estimativa 
de sexo. 
b) Antropometria (ou osteometria): é a medida dos ossos, usando, por exemplo, 
paquímetros ou tábua osteométrica. Rotineiramente utilizada na medida de ossos 
longos para estimativa de estatura ou de índices faciais (eventualmente úteis para 
estimativa de ancestralidade). Rotineiramente usada nos exames antropológicos 
forenses. 
c) Histologia: utilizada para avaliação da microestrutura óssea. Podem ser utilizados 
métodos de rotina, com colorações básicas. Mas também colorações especiais ou 
outros métodos mais sofisticados como microscopia eletrônica de varredura (MEV) ou 
ainda imunohistoquímica, por exemplo. É muito útil na pesquisa de reações vitais que 
podem distinguir lesões como ocorridas peri ou post-mortem ou ainda diagnóstico de 
quadros patológicos individuais que podem levar à identificação individual em certas 
circunstâncias. Pode ser útil também como forma de triagem qualitativa anterior à 
execução de exame de DNA para identificação (SOLER et al., 2011 a e b). 
d) Análises químicas: menos comuns na rotina, mas podem ser muito úteis em 
circunstâncias especiais. Qualquer método químico pode ser usado na dependência 
de casos específicos. Por exemplo, pesquisa de resíduos de chumbo para investigação 
de local de alojamento de projéteis, pesquisa de componentes de pólvora (como o 
antimônio) que pode revelar disparo de arma de fogo muito próximo ou encostado na 
vítima, ou ainda pesquisa de resíduos de substâncias tóxicas as mais variadas possíveis. 
Análise de dados 
 Cinco métodos de análise são os mais utilizados para os dados originados de exames 
antropológicos forenses: a) Tabelas de decisão, b) Gráficos de faixa de abrangência, c) Índices, 
d) Funções discriminantes, e e) Equações de regressão (BYERS, 2008; VELLOSO, FRANCISCO e 
GUIMARÃES, 2013). 
a) Tabelas de decisão: Método no qual as variáveis necessárias para analisar uma 
característica antropológica são organizadas em uma tabela com possibilidade de 
resposta padronizada (presente ou ausente; uma forma ou outra; de um tipo ou outro; ou 
ainda de aspecto duvidoso), de tal forma que, ao final da análise, o maior número de 
dados indicando uma determinada característica predomina, favorecendo a escolha 
desta como sendo o resultado final. Utilizadas na estimativa de sexo pela pelve e pelo 
crânio. 
b) Gráficos de faixa de abrangência: utilizados para características antropológicas que 
possuem um intervalo de abrangência ou variabilidade, como a faixa etária por exemplo. 
A partir de diferentes estimativas nas quais são obtidas faixas para cada uma, busca-se 
uma única faixa de abrangência que resuma todas de uma maneira inteligível. 
c) Índices: métodos estatísticos simples e poderosos baseados em características mensuráveis 
que criam uma noção de proporcionalidade. Normalmente são a divisão de uma divisão 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
por outra multiplicada por 100. Extremamente úteis na obtenção de proporções da face 
humana. 
d) Funções discriminantes: metodologia estatística mais complexa que combina análises de 
diferentes medidas simultaneamente. Por exemplo, a elaboração de uma função 
matemática que combine a análise simultânea de diferentes índices da face para 
obtenção de uma fórmula que permita, com a entrada de dados, chegar à conclusão, 
por exemplo, sobre a ancestralidade da ossada. É menos utilizada na rotina e mais na 
pesquisa de dados populacionais. 
e) Equações de regressão: método utilizado para obtenção de um determinado parâmetro 
antropológico que não pode ser obtido com base na sua mensuração direta, mas sim 
indiretamente através da medida de elementos ósseos que tenham correspondência com 
este parâmetro. É o caso da estimativa da faixa de estatura do indivíduo em vida, que 
pode ser obtida através da medida de ossos longos, cuja dimensão e relação com a 
estatura final já foram obtidos em estudos populacionais. 
Etapas Prévias ao Exame Antropológico Forense 
O encontro de restos mortais humanos parcial ou totalmente esqueletizados, sem que seja 
possível ter certeza de sua identidade leva à necessidade do exame antropológico forense. 
Etapas bem estabelecidas devem ser seguidas para maximizar as chances de que o 
resultado final possa alcançar o objetivo final: a identificação. 
As seguintes etapas prévias ao exame devem ser executadas: a coleta de restos mortais e 
a preparação para análise (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
 
Coleta de Restos Mortais 
A coleta de restos humanos deve ser feita da maneira mais cuidadosa possível, visando 
não deixar peças ósseas sem ser recolhidas e evitar que material não ósseo seja recolhido 
indevidamente (a menos que sejam elementos importantes para o esclarecimento do caso). 
Logicamente, é preferível que se levem peças não ósseas para análise (como pedras e 
galhos) que podem ser descartados posteriormente no laboratório, em condições de análise 
adequadas, do que deixar ossos no local de encontro. 
A metodologia de coleta pode variar caso a caso, considerando-se o estado de 
preservação dos restos mortais ou ainda as condições de encontro, como na superfície ou ainda 
sepultados. Em caso de restos sepultados, técnicas de escavação semelhantes àquelas utilizadas 
em arqueologia devem ser utilizadas, com registros os mais detalhados possíveis, incluindo os de 
imagens. 
 
Preparação para o Exame Antropológico Forense 
Ossos secos, sem remanescentes aderidos podem nem precisar de preparação prévia. Em 
caso de resíduos, pode ser utilizada a limpeza seca para retirada de material pulverulento (com 
pincéis, escovas e materiais macios que evitam danos). Nos casos de material aderido, pode ser 
necessária a lavagem, que deve ser feita criteriosamente, sem utilizar produtos químicos além de 
água e, ocasionalmente, detergente neutro. 
Mas se o material cadavérico estiver somente parcialmente esqueletizado, com restos de 
tecidos putrefeitos, saponificados ou mumificados, a redução de partes moles pode sernecessária. No LAF/CEMEL utiliza-se o tanque de maceração (ou redução) no qual as peças 
ósseas com resíduos são mantidas por até 24 horas em água (sem adição de nenhum produto 
químico) com temperatura entre 80-90oC (sem atingir fervura). Este procedimento amolece os 
resíduos e facilita a limpeza dos ossos para posterior análise. Esta técnica foi aprimorada no 
LAF/CEMEL (SECCHIERI et al., 2011) e reduziu significativamente o tempo de preparação de 
esqueletos para análise antropológica forense. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Importante: antes de realizar qualquer procedimento de preparo, amostras para análise 
de DNA devem ser coletadas tendo em vista que os procedimentos podem induzir degradação 
do material genético. Dentes molares sem restauração são as amostras de primeira escolha. 
Secundariamente outros dentes sem restaurações, ou amostras do esterno ou do fêmur podem ser 
utilizadas (GUIMARÃES et al., 2009). Amostras do esterno são preferíveis às do fêmur, pois evitam 
danos a um osso de maior importância no exame antropológico do que o esterno. 
Após o preparo, não se deve utilizar vernizes ou tintas sobre os ossos. 
Observação: eventualmente restos não-humanos podem ser encaminhados para análise. 
Ossos bovinos, suínos e de aves domésticas são os mais comuns. O conhecimento de anatomia 
óssea humana é fundamental para esta distinção, mas nos casos de dúvida (como para animais 
silvestres) um profissional habilitado (veterinário ou biólogo) deve ser acionado (SILVA et al., 2013) 
 
O Exame Antropológico Forense 
 
No LAF/CEMEL, a execução do exame antropológico forense segue um protocolo 
desenvolvido com o projeto de parceria internacional do “UK – Brazil Scientific Cooperation – 
Forensic Anthropology and Identification of Human Remains”, em conjunto com o Dr. Martin Paul 
Evison, à época na University of Sheffield e hoje na Univesity of Northumbria em New Castle 
(ambas no Reino Unido). 
 Este ficou conhecido como “Protocolo LAF/CEMEL” e foi planejado e preparado para 
atender as necessidades nacionais, levando em conta as peculiaridades da população brasileira, 
como a ausência de dados antropométricos confiáveis para uma população tão miscigenada e 
heterogênea como a nossa. Ao mesmo tempo, foi selecionado o maior número possível de 
características antroposcópicas descritas como confiáveis na literatura para discriminação do 
perfil bioantropológico, independente da população de origem. 
 Protocolo LAF/CEMEL: para sua correta utilização foram desenvolvidos painéis de apoio 
para auxiliar na montagem do esqueleto e organização de ossos semelhantes entre si (vértebras e 
costelas), além da distinção de lateralidade de costelas, ossos das mãos e dos pés. Do mesmo 
modo, dois painéis contendo a sequência do exame antropológico propriamente dito. Estes 
painéis foram impressos em tamanho 1,1 X 0,9 m e fixados em uma das paredes do LAF para 
facilitar a consulta de dados e evitar manuseio de bibliografia com luvas potencialmente 
contaminadas. 
 O protocolo e os painéis são bilíngues (português-inglês) para atender utilizações 
internacionais. Esta característica permitiu a geração de duas publicações internacionais (EVISON 
et al., 2012 a e b). O protocolo pode ser encontrado na publicação de FRANÇA (2015). Os 
modelos dos painéis encontram-se disponíveis nos anexos 1 a 3. 
 Seguindo o protocolo LAF/CEMEL, o exame antropológico forense é dividido em 10 etapas: 
I- Organização e inventário do esqueleto; 
II- Estimativa do sexo; 
III- Estimativa da ancestralidade; 
IV- Estimativa de faixa etária (jovens e adultos); 
V- Estimativa de estatura; 
VI- Estimativa de destreza manual; 
VII- Avaliação odontológica; 
VIII- Avaliação de outros elementos (características ósseas congênitas ou adquiridas); 
IX- Registro de imagens; 
X- Elaboração do Laudo Antropológico Forense. 
Estas etapas serão descritas a seguir de forma a permitir a compreensão individualizada 
dos métodos utilizados para cada uma delas. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
I- Organização e inventário do esqueleto 
 Uma vez recebida uma ossada, a mesma deverá ser organizada em posição anatômica. 
Deve-se usar uma mesa destinada para esta finalidade, com tampo de fácil limpeza (como 
granito ou aço inox) e de preferência coberta com tecido ou papel absorvente. 
 Deve-se manter o máximo de atenção na correta distribuição dos ossos conforme a 
lateralidade (direita ou esquerda), assim como na distribuição sequencial de ossos com 
morfologia semelhante como vértebras e costelas. 
Ossos maiores como crânio e ossos longos dos membros superiores e inferiores 
normalmente não geram problemas para determinação de lateralidade. Já os ossos menores que 
fazem parte das mãos e dos pés, as clavículas, as patelas e as costelas necessitam de maior 
atenção e estudo da anatomia para seu correto posicionamento. 
Do mesmo modo, a distribuição sequencial das vértebras exige atenção para distinção 
entre as da região cervical, torácica ou lombar. 
O painel do LAF/CEMEL tem a função de auxiliar nesta etapa. A tabela I abaixo resume 
critérios anatômicos de distinção para os pontos críticos da montagem do esqueleto. 
Deve-se ter em mente que erros no posicionamento anatômico de um osso podem levar a 
interpretações forenses distorcidas. Por exemplo, a marca de um projétil de arma de fogo em uma 
costela do lado esquerdo que é interpretada como sendo do lado direito. Isso pode gerar uma 
deturpação da interpretação do posicionamento do agressor em relação à vítima e levar a um 
julgamento incorreto do caso. De modo similar, uma vértebra ao ser interpretada como 
posicionada mais inferior ou superior do que sua posição anatômica correta pode levar à 
conclusões errôneas do trajeto e das lesões consequentes (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 
2013). 
Uma vez em posição anatômica, deve-se fazer o inventário dos ossos ausentes e dos 
presentes, seguindo a lista presente no protocolo LAF/CEMEL, que vai do segmento cefálico às 
extremidades inferiores. Os ossos presentes devem ser descritos como “sem alterações” na 
ausência de anormalidades ou com uma descrição minuciosa caso haja alguma alteração 
anatômica (deformidades, marcas, presença de elementos cirúrgicos metálicos, etc.) ou lesões 
(ante-mortem, peri-mortem ou post-mortem, que serão distinguidas posteriormente). Estas 
anotações vão colaborar para a elaboração final do laudo antropológico. 
Para estudo e treinamento na organização de esqueletos para análise antropológica 
forense seguindo os detalhamentos expostos, recomenda-se a consulta das obras de BASS (1995), 
BURNS (1999), FAIRGRIEVE & OOST (2001), WHITE & FOLKENS (2005), BYERS (2008) e WHITE, BLACK & 
FOLKENS (2012). 
A partir do esqueleto organizado e do inventário ósseo completo, a análise antropológica 
deve buscar as características biológicas com maior probabilidade de auxiliar na identificação do 
indivíduo ao qual este conjunto de ossos pertenceu. Estas características são o sexo, a 
ancestralidade (indevidamente chamada de raça ou etnia), a faixa etária, a estatura 
aproximada, a destreza manual, a presença de elementos odontológicos e outros elementos de 
especificidade (como traumas antigos ou recentes). 
O protocolo LAF-CEMEL buscou selecionar as características antropológicas e os métodos 
de avaliação mais confiáveis e de execução mais simples, sem perder o focona qualidade do 
resultado final do trabalho. As etapas a seguir mostram de maneira a mais sucinta possível como é 
realizada a análise antropológica seguindo o protocolo LAF-CEMEL. 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Tabela 1: Critérios anatômicos de distinção para os pontos críticos da montagem do esqueleto 
para o exame antropológico forense. 
Grupamento 
ósseo 
Peculiaridade anatômica 
para distinção 
Vértebras cervicais 
C1- Atlas 
Ausência de corpo vertebral desenvolvido + presença do forame da artéria 
vertebral nos processos transversos 
C2- Axis 
Processo odontóide no corpo vertebral + presença do forame da artéria 
vertebral nos processos transversos 
C3-C7 
Corpos vertebrais crescentes de C3-C7 + Presença do forame da artéria 
vertebral nos processos transversos 
Vértebras torácicas 
T1-T11 
Corpos vertebrais crescentes de T1-T11+ presença da faceta articular para 
costelas nos processos transversos + facetas articulares intervertebrais 
anteroposteriores acima e abaixo 
T12 
Presença da faceta articular para costelas nos processos transversos + facetas 
articulares intervertebrais anteroposteriores acima e laterolaterais abaixo 
Vértebras lombares 
L1-L5 
Corpos vertebrais crescentes de L1-L5 + ausência da faceta articular para 
costelas nos processos transversos + facetas articulares intervertebrais látero-
laterais acima e abaixo 
Costelas - lateralidade 
1ª 
Cabeça posicionada medialmente + sulco da artéria subclávia posicionado 
para cima (pouca oscilação quando apoiada na mesa) 
2ª – 12ª 
Cabeça posicionada medialmente + sulco vásculo-nervoso voltado para 
baixo 
Costelas – distribuição vertical 
1ª Curta, muito recurvada e achatada 
2ª a 7ª-8ª 
Progressivo aumento de tamanho e aumento do ângulo da curvatura + 
cabeças gradualmente mais elevadas em relação à superfície de apoio da 
mesa 
9ª-12ª 
Progressiva redução de tamanho e mais retificadas que as costelas mais 
superiores, 11ª e 12ª são flutuantes e tem extremidades distais mais 
pontiagudas 
Clavículas - lateralidade 
Direita 
Faceta articular proximal é verticalizada, com área do ligamento costo-
clavicular voltada para baixo, extremidade distal horizontalizada voltada para 
direita 
Esquerda 
Faceta articular proximal é verticalizada, com área do ligamento costo-
clavicular voltada para baixo, extremidade distal horizontalizada voltada para 
esquerda 
Patelas - lateralidade 
Direita 
Segura pela extremidade inferior mais pontiaguda, tomba para o lado direito 
ao ser apoiada em superfície plana 
Esquerda 
Segura pela extremidade inferior mais pontiaguda, tomba para o lado 
esquerdo ao ser apoiada em superfície plana 
Distinção entre ossos das mãos e dos pés 
Carpo Menores e com formas mais irregulares 
Tarso Maiores e com formas mais regulares 
Metacarpianos Facetas articulares proximais com superfícies mais irregulares 
Metatarsianos Facetas articulares proximais com superfícies mais planas 
Falanges das 
mãos 
Diáfises mais achatadas, difíceis de girar entre os dedos no manuseio 
Falanges dos pés Diáfises mais circulares, mais fáceis de girara entre os dedos no manuseio 
Lateralidade entre ossos das mãos e dos pés 
Recomenda-se estritamente consultar o painel LAF/CEMEL e atlas de osteologia antes de assumir 
a lateralidade como correta 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
II- Estimativa do sexo 
 A estimativa do sexo é baseada principalmente em três elementos do esqueleto: pelve, 
crânio e mandíbula. A pelve fornece elementos mais fidedignos para esta estimativa, mas o 
crânio também tem grande importância. O método utilizado no protocolo LAF-CEMEL para 
estimativa do sexo é antroposcópico, com uso de tabelas de decisão. A tabela 2 mostra quais os 
elementos ósseos analisados e sua apresentação nos sexos masculino e feminino. 
 
Tabela 2: Modelo de tabela de decisão com as características para estimativa do sexo em exame 
antropológico segundo o protocolo LAF-CEMEL, com base na pelve, crânio e mandíbula 
(VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
Pelve 
Característica Sexo masculino Sexo feminino 
Tamanho do ângulo sub-púbico Estreito Largo 
Presença do arco ventral (ísquio) Ausente Presente 
Presença da crista medial ísquio-
púbica 
Ausente Presente 
Tamanho do sulco isquiático maior Pequeno e estreito Grande e largo 
Espessura da asa do sacro Espessa e robusta Fina e delicada 
Curvatura do sacro Muito curvo Pouco curvo 
Tamanho da superfície auricular 
sacral (articulação sacro-ilíaca) 
Grande e longa Pequena e curta 
Projeção da superfície auricular Pouco projetada, tendendo 
a plana na superfície do 
osso ilíaco 
Muito projetada, destaca-se 
da superfície do osso ilíaco 
Presença do sulco pré-auricular Ausente Presente 
 
Crânio 
Característica Sexo masculino Sexo feminino 
Forma da glabela / pontes supra-
orbitais 
Ressaltada, destaca-se da 
superfície do osso frontal 
Delicada, tende a plana na 
superfície do osso frontal 
Presença da protuberância 
occipital 
Evidente e bem marcada Pouco evidente e pouco 
marcada 
Tamanho do processo mastóide Grande e robusto Pequeno e delicado 
Presença da crista supramastóide Presente e bem marcada Ausente ou pouco marcada 
Altura / robustez do zigomático Altos e robustos Pequenos e delicados 
 
Mandíbula 
Característica Sexo masculino Sexo feminino 
Tamanho e forma do mento Grande, frente reta, 
geralmente com duas 
protuberâncias 
Pequeno, frente curva, 
geralmente com uma única 
protuberância central 
Abertura do ângulo mandibular Aberto e bastante saliente 
lateralmente 
Pouco aberto e não-saliente 
lateralmente 
 
 Cada uma das características apresentadas na tabela 2 deve ser analisada, marcando-se 
a qual sexo cada uma delas corresponde. Ao final, verifica-se a qual sexo foi atribuído o maior 
número de características, o que leva à estimativa final sobre o sexo do indivíduo ao qual 
pertencia a ossada. Para obtenção de descrição mais detalhada de cada uma das 
características apresentadas recomenda-se a consulta das obras de BASS (1995), BURNS (1999), 
FAIRGRIEVE & OOST (2001), WHITE & FOLKENS (2005), BYERS (2008) e WHITE, BLACK & FOLKENS 
(2012). 
Em caso de empate no número de características na tabela de decisão ou presença de 
características duvidosas, recomenda-se finalizar a análise com a conclusão de que não foi 
possível estimar o sexo no esqueleto. Felizmente esta situação é bastante rara. Desde sua 
inauguração, o LAF-CEMEL teve somente um único caso com elementos ósseos preservados no 
qual não foi possível realizar a atribuição final de sexo, pois a pelve indicava sexo masculino 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
enquanto o crânio indicava feminino (levantou-se a suspeita de que as partes ósseas pudessem 
pertencer a pessoas distintas). 
Quando possível pode-se complementar o protocolo com a análise de características 
menos utilizadas na prática, mas descritas na literatura, como a extremidade distal do úmero, 
entre outras, ou ainda, utilizar métodos antropométricos descritos na literatura,mas com a ressalva 
de que esses métodos, além de serem muito mais trabalhosos na execução, na sua maioria 
carecem de estudos de padronização e validação tanto na forma de coleta das medida (erros 
intraobservador e interobservadores) como para aplicação dos resultados para a população 
brasileira, reconhecidamente miscigenada. Estudo recente realizado no LAF/CEMEL (Moretto et 
al., 2016) mostrou que o método de estimativa de sexo pelo método do triângulo da mastoide no 
crânio têm eficiência e eficácia muito limitadas para a amostra de esqueletos brasileiros utilizada, 
chegando à conclusão que esta metodologia não é recomendável para estimativa de sexo 
tendo em vista a probabilidade elevada de diagnosticar crânios masculinos como femininos. 
III- Estimativa da ancestralidade 
 Ancestralidade é atualmente o termo mais aceito mundialmente pelos profissionais da 
Antropologia Forense em relação aos dois outros termos que já foram utilizados – etnia e raça. O 
termo etnia incorpora em sua definição elementos relacionados à cultura, que não são passíveis 
de análise antropológica forense do esqueleto. O termo raça, apesar de ser tratado como 
sinônimo com ancestralidade passou a ter uma conotação duvidosa em virtude dos preconceitos 
sociais. No protocolo LAF-CEMEL prefere-se utilizar o termo ancestralidade em consonância com 
esta tendência mundial. 
 Deve-se sempre manter o foco no fato de que a estimativa de ancestralidade constitui um 
dos objetivos mais difíceis da análise antropológica forense. A estimativa é realizada 
prioritariamente pela avaliação do crânio. Existe uma enorme lista de características passíveis de 
utilização para esta estimativa. 
Trabalha-se predominantemente com as ancestralidades europeia (caucasiana), negroide 
(africana), oriental/indígena (mongoloide). 
Há uma dificuldade em se distinguir as ancestralidades oriental e indígena, reconhecida 
na literatura da área de Antropologia Forense. Isto se deve à possível origem histórica dos 
indígenas do continente americano como provenientes de populações ancestrais do extremo 
oriente asiático que teriam migrado pelo estreito de Bering (entre os atuais Alasca e Sibéria) 
durante a época da glaciação. Assim, estes dois grupos populacionais teriam uma origem 
comum, o que geraria traços ósseos e odontológicos semelhantes e dificuldade de distinção entre 
eles (TURNER, 1985 e 1994). 
No protocolo LAF-CEMEL não foi incluída uma tabela de decisão rígida para a estimativa 
de ancestralidade. Isso porque, no Brasil, existe uma grande miscigenação de diferentes 
ancestralidades, sendo que os padrões de características anatômicas para as possíveis 
combinações e seus efeitos ao longo de gerações ainda não foram descritos na literatura 
mundial. A ausência de publicações nacionais contemporâneas indexadas também dificulta este 
processo de análise. 
Assim, na tabela 3 são apresentadas algumas das características usadas no protocolo LAF-
CEMEL para estimativa de ancestralidade, não esquecendo que podem ser acrescentadas novas 
características, inclusive que não sejam do crânio, nesta avaliação, de acordo com as 
necessidades específicas de cada caso. Exemplos de crânios de diferentes ancestralidades com 
bases nos dados da tabela 3 são apresentados na figura 1. 
Como pode ser notado na tabela 3 não são previstas características para tipos 
miscigenados. Em nossa experiência na execução do protocolo LAF-CEMEL constatou-se que em 
casos de ossadas que foram identificadas e os indivíduos tinham ancestralidade mista, havia uma 
composição de características das ancestralidades fundamentais, mais do que a presença de um 
tipo intermediário entre estas. Portanto, indivíduos miscigenados parecem ser um “mosaico” das 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
diferentes características e não o resultado intermediário de mistura dessas características 
(VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
O exemplo mais comum observado na prática é no caso da miscigenação europeia e 
africana na qual se observa, por exemplo, menor largura nasal (característica caucasiana) 
juntamente com a presença de depressão no pós-bregma (característica africana) ou vice-versa. 
No caso da tabela de decisão, observam-se resultados tanto para uma ancestralidade 
como para outra. Mais do que considerar o resultado duvidoso, no Brasil deve-se interpretar a 
ocorrência de miscigenação nesses casos. 
Na figura 2 são apresentadas imagens de crânios nos quais foram detectados sinais de 
miscigenação de ancestralidades com características morfológicas compostas como 
anteriormente descritas. 
As considerações sobre os aspectos de crânios miscigenados são observações que se 
baseia nas evidências das análises realizadas no LAF-CEMEL, principalmente na dissertação de 
mestrado de VELLOSO (2012). O manuscrito para publicação encontra-se em fase final de 
preparação. 
 
Tabela 3: Lista de algumas das características para estimativa de ancestralidade no exame 
antropológico segundo o protocolo LAF-CEMEL, com base na pelve, crânio e mandíbula 
(VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
Crânio 
Característica Caucasiana Africana Mongoloide 
Comprimento Intermediário Longo Curto 
Formato Arredondado Baixo e longo Curto e alto 
 
Nariz 
Característica Caucasiana Africana Mongoloide 
Topo Alto e estreito Baixo e largo Intermediário 
Dorso Alto Baixo Baixo 
Base (espinha nasal) Pronunciada Pequena Pequena 
Borda inferior Em sela Sulcada Plana 
Largura Estreita Larga Média 
 
Face 
Característica Caucasiana Africana Mongoloide 
Perfil Reto Projetado Intermediário 
Forma Estreita Estreita Larga 
Forma das órbitas Angular Retangular Arredondadas 
Borda inferior das órbitas Retraída Retraída Projetada 
 
Abóboda craniana 
Característica Caucasiana Africana Mongoloide 
Borda superior das órbitas (superciliares) Pronunciada Suave Suave 
Marcas musculares Evidentes Suaves Suaves 
Desenhos das suturas Simples Simples Complexos 
Pós-bregma Plano Deprimido Plano 
 
Mandíbulas e dentes 
Característica Caucasiana Africana Mongoloide 
Tamanho da mandíbula Pequena Grande Grande 
Forma do palato Parabólico Hiperbólico Elíptico 
Incisivos superiores Espatulado Espatulado Arredondado 
 
 Nos casos de ausência ou dano extenso do crânio, outros elementos ósseos como pelve, 
escápula e fêmur, podem ser utilizados para estimativa de ancestralidade, mas com menor 
confiabilidade. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Para estudos mais aprofundados sobre características de ancestralidade recomenda-se a 
leitura das obras de BASS (1995), BURNS (1999), FAIRGRIEVE & OOST (2001), GILL & RHINE (1990), 
WHITE & FOLKENS (2005), BYERS (2008) e WHITE, BLACK & FOLKENS (2012). 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
D 
 
E 
 
F 
 
 
Figura 1: A e B - Crânio com características de ancestralidade caucasiana, frente e perfil; C e D - 
Crânio com características de ancestralidade africanas, frente e perfil; E e F- Crânio com 
características de ancestralidade oriental/indígena, frente e perfil. Reproduzido e adaptado de 
Francisco (2011).Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
D 
 
E 
 
F 
 
 
Figura 2: A e B - Aspecto de crânio feminino com elementos sugestivos de miscigenação 
caucasiana e africana, frente e perfil; C e D - Aspecto de crânio masculino com elementos 
sugestivos de miscigenação caucasiana e africana, mas com aspecto distinto do anterior, frente 
e perfil; E e F - Aspecto de crânio masculino com elementos sugestivos de miscigenação 
caucasiana e mongolóide, frente e perfil. 
 
 
IV- Estimativa de faixa etária (jovens e adultos) 
 No protocolo LAF-CEMEL, para estimativa de idade em jovens (subadultos) são utilizados os 
gráficos de fechamento de cartilagens epifisárias dos trabalhos de MCKERN & STEWART (1957) e 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
BUIKSTRA & UBELAKER (1994) reproduzidos em WHITE & FOLKENS (2005) e WHITE, BLACK & FOLKENS 
(2012). 
Já para a estimativa de idade em adultos o protocolo LAF-CEMEL faz uso de seis 
metodologias de estimativa de idade descritas na literatura mundial e utilizadas em laboratórios 
de Antropologia Forense. São elas: a) Fechamento da cartilagem da epífise medial das clavículas, 
b) Superfície da sínfise púbica, c) Superfície da articulação sacroilíaca (auricular do ilíaco), d) 
Extremidade distal (esternal) da quarta costela, e) Fechamento das suturas cranianas e, f) 
Alterações anatômicas das vértebras. 
Tanto na estimativa de idade de esqueletos de jovens como na de adultos utiliza-se a 
antroposcopia com resultados analisados através de gráficos de faixa de abrangência. As 
descrições resumidas a seguir foram apresentadas em VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES (2013) 
e atualizadas para este texto. 
a) Fechamento da cartilagem da epífise medial das clavículas: é a primeira característica a 
ser avaliada para estimativa de idade. Estas cartilagens têm seu fechamento entre os 15 e 
os 32 anos de idade, mas geralmente se encontra fechada ao redor dos 23 anos. É a 
última cartilagem epifisária a se fechar (BURNS, 1999) e por este motivo, se forem 
verificadas como abertas, justifica-se a continuidade da investigação de idade como para 
indivíduos jovens. Caso estejam fechadas, como para indivíduos adultos. 
b) Superfície da sínfise púbica: Tem seis estágios de faixa etária determinados por BROOKS & 
SUCHEY (1990) (in: BUIKSTRA & UBELAKER, 1994; WHITE & FOLKENS, 2005; WHITE, BLACK & 
FOLKENS, 2012), para os sexos masculino e feminino, com características próprias. Em 
termos gerais evolui de uma superfície densa com relevo ondulado horizontal bem 
marcado com bordas mal delineadas nos adultos jovens, passando por uma superfície 
densa, plana com bordas delineadas regulares nos adultos plenos e evoluindo para uma 
superfície porosa, deprimida, com bordas delineadas irregulares nos adultos mais velhos. 
c) Superfície da articulação sacroilíaca (auricular do ilíaco): Tem oito estágios evolutivos de 
faixa etária descritos por LOVEJOY et al. em 1985 (WHITE & FOLKENS, 2005; WHITE, BLACK & 
FOLKENS, 2012) para os dois sexos sem distinção. Evolui de uma superfície granulosa fina 
com relevo ondulado nos adultos jovens para uma superfície granulosa evidente com 
estrias nos adultos plenos e tende a uma superfície irregular com perda da granularidade e 
marcada atividade óssea nas bordas nos adultos mais velhos. 
d) Extremidade distal (esternal) da quarta costela: Tem oito estágios evolutivos de faixas 
etárias, descritos por ISÇAN, LOTH & WRIGHT (1984 a; 1984 b e 1985 in: BASS, 1995) para os 
sexos masculino e feminino, com características próprias. Evolui de uma superfície plana e 
sem bordas nos mais jovens para um formato de taça com centro deprimido e bordas finas 
mais elevadas com o avanço da idade. Quanto mais avança a idade há a tendência de 
formação de espículas ósseas nas bordas que se tornam cada vez mais irregulares. 
e) Fechamento das suturas cranianas: utiliza a análise da superfície externa de suturas 
cranianas determinadas numeradas de 1 a 10, através da atribuição de notas (scores), 
distribuídas em dois grupos segundo a descrição de BUIKSTRA & UBELAKER em 1994 (WHITE 
& FOLKENS, 2005; WHITE, BLACK & FOLKENS, 2012). Para sutura aberta é atribuída nota zero 
(0); para sutura fechada, mas com linha visível é atribuída nota um (1); para sutura 
fechada com pontes de tecido ósseo entre os lados é atribuída nota dois (2); para sutura 
fechada com linha apagada é atribuída nota três (3). Faz-se a somatória das notas das 
suturas de 1 a 7 em um grupo e a somatória das notas das suturas de 6 a 10 em outro 
grupo. Cada somatória gera um valor que permite a estimativa de uma faixa etária. 
f) Alterações anatômicas das vértebras: descritas desde o fechamento do anel epifisário nos 
jovens até a formação de alterações osteoartríticas (osteofitos) nos adultos a partir dos 30 
anos, por ALBERT & MAPLES em 1995 (in: BURNS, 1999). É o mais impreciso dos seis métodos, 
por distinguir somente duas décadas de vida, mas serve principalmente como a 
confirmação de idade adulta e envelhecimento. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Para cada um dos métodos é obtida uma faixa etária. Estas faixas devem ser distribuídas em 
um gráfico de faixas de abrangência para então se obter a faixa etária final que resuma todas as 
análises. Geralmente calcula-se um valor que á a idade média aproximada do indivíduo, mas que 
tem valor meramente ilustrativo para divulgação, sendo mais importante a variação que a idade 
pode atingir. 
Deve ser salientado que a variação na idade não deve ser interpretada unicamente como 
imprecisão do método. Na análise antropológica forense, deve-se considerar que é preferível ter 
mais famílias procurando por uma mesma ossada (para posterior exclusão dos que não são os 
reais familiares) do que ter famílias que não a procurem porque a estimativa da faixa etária foi 
muito estreita e não foi considerada uma margem de erro de um ou dois anos para mais ou para 
menos. Uma faixa etária com amplitude aproximada de 10 anos (5 anos acima e abaixo da 
média) ainda é aceitável para fins forenses. 
Mais detalhes sobre estimativa de idade podem ser obtidos em BASS (1995), BURNS (1999), 
BYERS (2008), EVISON (2009), FAIRGRIEVE & OOST (2001), WHITE & FOLKENS (2005) e WHITE, BLACK & 
FOLKENS (2012). 
V- Estimativa de estatura 
 A estimativa de estatura no esqueleto é feita prioritariamente através da antropometria e 
aplicação das medidas ósseas de ossos longos em equações de regressão estabelecidas na 
literatura. Os ossos longos devem ser medidos utilizando-se uma tábua osteométrica e 
respeitando-se as regras de medida peculiares a cada osso conforme padronizado 
internacionalmente e apresentado painel LAF-CEMEL. 
Por convenção, prioriza-se medir ossos do lado direito. Em escala de importância e 
precisão de resultados utiliza-se primeiramente o fêmur, seguido de tíbia, fíbula, úmero, ulna e 
rádio nesta sequência. 
Existem várias tabelas com equações de regressão para estimativa de estatura produzidas 
por diferentes autores. A mais conhecida e utilizada é a de TROTTER & GLESER de 1952 e 1977 
(BURNS, 1999), sendo esta a selecionadapara utilização no protocolo LAF-CEMEL. 
As fórmulas de regressão foram geradas a partir de estudos populacionais em que ossos 
longos de pessoas com estatura conhecida (em vida) foram medidos. Estas medidas permitiram a 
elaboração de fórmulas nas quais se multiplicam a medida do osso longo (em centímetros) por 
um valor estabelecido matematicamente, sendo este resultado somado a um fator de correção, 
que gera um valor (também em centímetros) que corresponde à estatura em vida. A este valor 
deve ser subtraído e adicionado o valor do desvio padrão populacional, o que fornece uma faixa 
de estatura, com valores mínimo e máximo. 
As equações de regressão levam em consideração o sexo e a ancestralidade da pessoa. 
Por isso essas duas características antropológicas devem ser estimadas antes da avaliação da 
estatura para que a equação correta seja aplicada. 
No Brasil, como ainda não há estudos concretos sobre o efeito do padrão de 
miscigenação nos cálculos para estimativa de estatura, recomenda-se que sejam calculadas as 
faixas de estatura para cada ancestralidade possível na miscigenação avaliada. Em seguida, que 
seja utilizado o valor mínimo obtido para a ancestralidade que gerar a menor estatura e, 
opostamente, o valor máximo obtido para a ancestralidade que gerar a maior estatura, 
oferecendo a média entre os dois valores como a estatura média (unicamente para fins de 
divulgação). 
Um trabalho desenvolvido no LAF-CEMEL por FERNANDES et al. (2010) demonstrou que o 
primeiro metacarpiano tem relação de isometria com o fêmur, correspondendo à um décimo do 
comprimento deste último, o que permite estimar a estatura usando os mesmos cálculos válidos 
para o fêmur com base na multiplicação do comprimento do primeiro metacarpiano por 10. 
Recomenda-se a leitura de BASS (1995), BURNS (1999), BYERS (2008), EVISON (2009), 
FAIRGRIEVE & OOST (2001), WHITE & FOLKENS (2005) e WHITE, BLACK & FOLKENS (2012) para melhor 
entendimento e aplicação das equações de regressão nas estimativas de estatura. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
VI- Estimativa de destreza manual 
 A estimativa da destreza manual é importante na análise antropológica. Apesar de se 
conhecer que a maioria da população é destra, a detecção de indivíduos sinistros (“canhotos”) 
pode favorecer muito o processo de identificação individual ou, no mínimo, levar à exclusão de 
indivíduos. 
Para isso, utiliza-se a combinação de antroposcopia e antropometria com resultados 
analisados em uma tabela de decisão, conforme padronizado no protocolo LAF-CEMEL. Salienta-
se que para esta estimativa é estritamente necessário comparar as mesmas características nos 
ossos dos membros superiores direito e esquerdo. 
Na ausência ou dano de ossos de um dos lados, a característica a ser avaliada deve ser 
considerada como “prejudicada”. 
A tabela 4 apresenta estas características para análise nos diferentes ossos do membro 
superior, para estimativa de destreza manual. 
 
Tabela 4: Modelo de tabela de decisão com as características para estimativa de destreza 
manual em exame antropológico segundo o protocolo LAF-CEMEL, com base em ossos do 
membro superior (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
Clavícula 
Característica Destro Sinistro 
Comprimento máximo MENOR à direita MENOR à esquerda 
Área de ligação do ligamento costo-clavicular Maior à direita Maior à esquerda 
 
Úmero 
Característica Destro Sinistro 
Máxima distância biepicondilar Maior à direita Maior à esquerda 
Largura do sulco intertubercular Maior à direita Maior à esquerda 
Diâmetro do forame nutriente Maior à direita Maior à esquerda 
 
Rádio 
Característica Destro Sinistro 
Distância do tubérculo dorsal ao processo estiloide Maior à direita Maior à esquerda 
Área de ligação do bíceps Maior à direita Maior à esquerda 
Somatória dos comprimentos do úmero e do rádio Maior à direita Maior à esquerda 
 
 Notar que na tabela 4, no item comprimento máximo da clavícula, evidenciou-se em letras 
maiúsculas que este osso é menor do lado dominante, enquanto em todos os outros itens as 
dimensões são maiores no lado dominante. Isso se deve ao fato de que a clavícula é um osso 
com formato aproximado de “S”, que acentua suas curvaturas quanto maior sua utilização, o que 
leva a um encurtamento que pode chegar a cerca de 0,5 cm em relação ao lado não 
dominante (VELLOSO, FRANCISCO e GUIMARÃES, 2013). 
 Mais informações sobre estimativa de destreza manual podem ser obtidas em BASS (1995), 
BURNS (1999), BYERS (2008), EVISON (2009), FAIRGRIEVE & OOST (2001), WHITE & FOLKENS (2005) e 
WHITE, BLACK & FOLKENS (2012). 
VII- Avaliação odontológica 
 A avaliação dos elementos dentários e estruturas relacionadas é prevista no protocolo LAF-
CEMEL. Deve-se verificar a presença ou ausência de dentes, seu estado de conservação ou 
reparo, alinhamento, desgaste, presença de aparelhos ortodônticos, próteses, implantes, etc. 
No caso de indivíduos jovens, a sequência de erupção dos dentes é de grande valia para 
maior precisão da estimativa de idade, como reconhecido na literatura nacional e internacional. 
Todavia, mesmo que realizada cuidadosamente dentro do protocolo, considera-se que 
esta seja uma avaliação preliminar. Sempre é solicitada a avaliação especializada de um 
profissional da área de odontologia para que o exame odontológico seja confiável e respeite os 
limites ético-profissionais entre a área médica e odontológica. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Deve-se lembrar de que nos dias atuais, por se tratar de método primário de identificação 
conforme a INTERPOL (2014), cerca de 60% dos casos de identificação forense em casos de 
desastres em massa deve-se a análise odontológica forense e por isso reforça-se a necessidade 
da avaliação profissional específica, já que esta constitui capítulo à parte dentro das ciências 
forenses. 
VIII- Avaliação de outros elementos (características ósseas congênitas ou adquiridas) 
 Além das características pré-estabelecidas no protocolo LAF-CEMEL, outras que sejam 
detectadas devem ser anotadas, quando presentes. 
Deformidades ou patologias ósseas sempre devem ser descritas em função de sua 
particularidade, que pode, às vezes, levar à identificação individual com maior facilidade do que 
o conjunto do exame antropológico como um todo. Registros fotográficos são essenciais para 
comparação com prontuários médicos e exames de imagens obtidos por familiares. 
Fraturas devem ser distinguidas, sempre que possível, como ocorridas: a) ante-mortem; b) 
peri-mortem; ou c) post-mortem (Figura 3). 
a) Fraturas ante-mortem: são aquelas em que o indivíduo estava vivo quando ocorreram e 
houve tempo suficiente para sua reparação, cicatrização e formação de calo ósseo, que 
é sua principal característica morfológica a ser detectada no exame antropológico. 
b) Fraturas peri-mortem: são aquelas de ocorrência associada ao momento da morte e 
podem guardar relação com a causa de morte do indivíduo. De uma forma grosseira, são 
diagnosticadas através de sua coloração, pois nesta situação as superfícies fraturadas 
geralmente têm a mesma coloração da superfície dos ossos, o que indica que o processo 
de putrefação dos tecidos ocorreu também na linha de fratura impregnada por sangue 
extravasado nos últimos momentos de vida ou imediatamente após a morte. 
c) Fraturas post-mortem: são aquelas ocorridas algum tempoapós a morte, quando o 
processo de putrefação já aconteceu totalmente ou em sua maior parte. São fraturas 
ocasionadas geralmente de forma acidental, nos ossos sem tecidos moles. A superfície das 
linhas de fratura normalmente são mais claras que a superfície dos ossos, pois não houve 
impregnação por sangue no local e nem ação da putrefação. 
Lesões peculiares dos ossos, como orifícios de entrada e saída de projéteis de armas de fogo 
devem ser detalhadamente descritas e fotografadas, uma vez que constituem evidência nítida 
da causa de morte e permitem, às vezes, estimar o trajeto do projétil, órgãos lesados, posição da 
vítima em relação ao agressor, etc. O mesmo raciocínio é valido para lesões produzidas por outros 
tipos de instrumento lesivos (perfurantes, cortantes, pérfuro-cortantes, contundentes e corto-
contundentes). 
A presença de artefatos cirúrgicos nos ossos exige especial atenção. Placas metálicas, 
parafusos, hastes intramedulares, fios metálicos ou outros materiais, geralmente de uso ortopédico, 
são elementos que podem levar à identificação. A descrição cuidadosa e o registro fotográfico 
são fundamentais, pois há clara indicação de que a pessoa vitimada recebeu tratamento 
médico hospitalar durante a vida e que há um prontuário e possivelmente registros de exames 
médicos por imagens que podem ser obtidos por familiares para viabilizar a identificação. 
Pertences, peças de vestuário e outros objetos encontrados juntamente com os ossos devem 
ser cuidadosamente descritos, com tamanho ou numeração, cor, forma, modelo, etc. O registro 
fotográfico deve ser feito mostrando as peças em diferentes ângulos para facilitar seu 
reconhecimento. 
No caso de corpos em putrefação que foram previamente submetidos ao processo de 
redução de tecidos, algumas peculiaridades como cor ou aspecto dos cabelos, presença de 
barba ou bigode, mamas, tatuagens, entre outras, que possam ter sido observadas, devem ser 
descritas e sempre fotografadas para inclusão no laudo. Estes dados devem ser incluídos nas 
seções “D” e “E” do protocolo LAF-CEMEL. 
Estes são somente alguns exemplos dentro das vastas possibilidades de elementos que 
podem surgir em um exame antropológico forense. O importante é sempre manter a atenção 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
para pequenos detalhes, pois qualquer um deles pode ser responsável pela identificação de um 
indivíduo. 
 
 
 
 
Figura 3: Costelas com diferentes tipos de fratura. A- Fratura ante-mortem com calo ósseo (seta 
larga); B- Fratura peri-mortem, com coloração da linha de fratura igual à da superfície óssea; C- 
Fratura post-mortem com linha de fratura mais clara que a superfície óssea (setas estreitas). 
Reproduzido de Francisco (2011). 
 
IX- Registro de imagens 
 Todos os registros de imagens de um exame antropológico forense devem ser 
propriamente identificados como pertencentes a uma ossada em particular. Sempre que possível, 
a imagem deve conter o número de referência do caso e uma escala de medida para que se 
tenha a noção aproximada do tamanho da peça fotografada. 
Se necessário, podem ser incluídos elementos gráficos como setas, números ou letras para 
indicar diferentes pontos de interesse em uma mesma imagem. 
A figura 4 mostra exemplos de imagens de casos do LAF-CEMEL com estas características. 
Nunca é demais relembrar que uma imagem diz mais que mil palavras. Um laudo 
ricamente ilustrado pode ser mais esclarecedor do que outro somente descritivo. 
O registro fotográfico dos pertences encontrados associados aos remanescentes ósseos 
pode colaborar de forma decisiva para que familiares ou conhecidos da vítima venham a 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
reclamar seus restos mortais, ou ainda, que a causa da morte seja esclarecida. Essas imagens 
também devem constar do laudo, do mesmo modo que sua descrição detalhada no corpo do 
laudo e de forma sumarizada no resumo da primeira página. 
 
A 
 
B 
 
C 
 
D 
 
E 
 
 
Figura 4: Exemplos de registros de imagens para 
o exame antropológico forense. A- Orifício de 
entrada de projétil de arma de fogo; B- Orifício 
de saída de projétil de arma de fogo; C- 
Fratura craniana por instrumento contundente, 
seta negra mostra o ponto de impacto, setas 
brancas as fraturas irradiadas; D- Equimose 
subperiostal por instrumento contundente na 
área circulada da tíbia; E- Projéteis de arma de 
fogo, primeiro à esquerda de calibre distinto 
dos demais. 
 
X- Elaboração do Laudo Antropológico Forense 
 O laudo antropológico forense, com base no protocolo LAF-CEMEL, apresenta um relatório 
completo contendo todas as características descritas e analisadas apresentadas até aqui. A 
descrição utilizando o vocabulário científico e anatômico é necessária para correta compreensão 
e interpretação por outros profissionais da área pericial. 
Porém, na primeira página do laudo existe um espaço reservado especificamente para 
uma descrição sumarizada de tudo que foi encontrado no exame, em um linguajar simples e 
inteligível ao maior número de pessoas possível. Deve-se lembrar que as autoridades que solicitam 
o exame antropológico forense não têm necessariamente a obrigação de conhecer e entender 
o vocabulário médico, odontológico e antropológico envolvido no exame. 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Do mesmo modo, a divulgação desse resumo em linguagem mais clara e acessível possível 
para a população em geral é que permitirá que familiares ou conhecidos da vítima procurem o 
LAF e se apresentem para reclamar a sua identificação. 
O laudo deve ser lido e revisado por todos aqueles que participaram e efetivamente 
contribuíram para sua elaboração, tendo seus nomes constantes no mesmo. 
O responsável pelo laboratório de Antropologia Forense deve assinar os laudos para 
encaminhamento às autoridades solicitantes. 
 
Outras Considerações sobre o Exame Antropológico Forense 
Divulgação dos resultados 
 A divulgação dos resultados de um exame antropológico forense é tão necessária quanto 
a sua execução. Deve-se procurar sempre manter um bom contato com os profissionais da 
imprensa que colaboram para a sua ampla divulgação. Imprensa escrita, rádio, televisão, internet 
são veículos de mídia importantes e necessários para esta finalidade. 
Um exame antropológico muito bem executado, com um laudo precisamente elaborado, 
mas não corretamente divulgado, torna todo o trabalho desenvolvido inútil. 
Após uma divulgação efetiva e eficiente, espera-se que familiares ou conhecidos 
procurem o serviço para reclamar a identificação de uma ossada suspeita de pertencer a uma 
determinada pessoa. A partir daí começa a fase de coleta de informações ante mortem para 
comparação com os dados obtido no exame dos restos mortais. 
Comparação dos resultados 
As informações fornecidas por familiares ou conhecidos são registradas em um 
questionário padronizado que permite a comparação com os dados obtidos no exame 
antropológico. 
Este questionário visa as mesmas informações do protocolo LAF-CEMEL organizadas de 
uma maneira que melhore o potencial para a identificação. Inclui asolicitação de registros 
complementares como fotos do indivíduo em vida, imagens de raios-X ou outros exames de 
imagens, prontuários médicos e odontológicos entre outros. 
Obtidas as informações, a comparação é feita e pode-se concluir pela identificação 
propriamente dita, pela suspeita de identificação, pela possibilidade de identificação ou 
improbabilidade ou exclusão de identificação. Por isso a necessidade de coleta de amostras para 
exames de DNA antes do início dos procedimentos. 
Importante salientar que muitas famílias procuram o LAF-CEMEL à procura de ossadas 
como potenciais familiares. Mas nem todas as pessoas desaparecidas deram entrada nessa 
situação, ou como um cadáver putrefeito irreconhecível e não identificado. Muitos indivíduos dão 
entrada quer pelo Instituto Médico Legal (como não identificados, ou seja, desconhecidos), quer 
pelo Serviço de Verificação de Óbitos (como indigentes, ou seja, identificados, mas não 
reclamados). 
Antes do LAF-CEMEL todos eram sepultados em um cemitério municipal, inviabilizando 
futuras chances de identificação. Após o LAF-CEMEL, todos os corpos com rostos relativamente 
bem preservados são fotografados e seus dados mantidos em um livro de registros, que permite 
que familiares realizem uma busca de reconhecimento (Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
A 
 
B 
 
C 
 
 
 
Figura 5: A- Imagem do livro de registros de 
desconhecidos e indigentes, que deram 
entrada com faces relativamente bem 
preservadas, com potencial de 
reconhecimento para identificação. 
A- Aspecto do volume 3, atualmente em uso. 
B e C- Imagens de dois casos registrados que 
foram identificados. Notam-se, além da foto da 
face, todas as informações que permitem que 
se localize o corpo para retorno aos familiares. 
As tarjas nas imagens foram colocadas para 
preservação da imagem das faces. Os dados 
não foram ocultados por serem de domínio 
público. 
 
Este procedimento simples, mas fundamental, viabilizou o reconhecimento e a 
identificação de muitos indivíduos por parte de familiares, que puderam recuperar seus restos 
mortais do cemitério municipal e dar a eles as suas homenagens e destino definitivo, tendo assim 
importante função humanitária, além da científica e social. Esta atividade é mantida 
principalmente pelo trabalho de SILVEIRA, (MARTIN et al., 2008). 
Além disso, o estudo controlado de 120 exumações realizado no LAF/CEMEL por 
FRANCISCO (2015) com o apoio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão 
Preto (CODERP), órgão responsável pela administração do Cemitério Bom Pastor, colaborador da 
pesquisa, mostrou a importância da antropologia forense na identificação humana, mas também 
as modificações necessárias que devem ser feitas para que este processo ocorra da maneira mais 
rápida e eficaz. 
Este estudo não só validou o Protocolo LAF/CEMEL para a utilização em populações 
miscigenadas, como também demonstrou as lacunas atualmente existentes nas documentações 
de cemitérios que podem ser facilmente corrigidas. Isso permitiu fazer sugestões de modificações 
nas guias de sepultamento, como a inclusão dos parâmetros estatura e destreza manual nas 
mesmas, o que viabilizará a longo prazo estudos controlados de maior qualidade em 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
Antropologia Forense, além de chamar a atenção para o fato da importância que se tem um 
preenchimento correto deste documento para casos de futuras investigações de identidade. 
Questões de difícil elucidação 
 Existem várias perguntas que o exame antropológico pode não responder sobre uma 
pessoa a qual pertencia uma ossada. Mas há duas que se repetem com mais frequência nas 
solicitações desse tipo de exame. 
A primeira pergunta é sobre o intervalo de tempo entre a morte e o encontro dos restos 
mortais. Quanto maior o tempo entre a morte e o encontro mais imprecisa será sua estimativa, ao 
ponto de que, quando a putrefação estiver muito avançada ou só restarem elementos ósseos, 
isso se torne inviável (dentro de limites de confiança) na prática. Na maioria dos casos somente é 
possível estimar o tempo de morte para intervalos de tempo pequenos, entre horas e alguns dias, 
no máximo poucas semanas, eventualmente. 
No Brasil, com sua diversidade climática, pode-se imediatamente deduzir que o processo 
de putrefação será mais rápido em lugares mais quentes e mais lento em locais com 
temperaturas mais baixas. Chuvas, sepultamento na terra ou em túmulos cimentados, exposição 
ao sol, acesso de insetos e outros animais predadores modificam drasticamente a estimativa do 
tempo de morte. Seriam necessários estudos regionais envolvendo todas as variáveis tafonômicas 
mencionadas para se estabelecer parâmetros confiáveis, o que ainda não é observado na 
literatura. 
A segunda pergunta, menos frequente que a anterior, é sobre o peso corporal do indivíduo 
em vida. Apesar de alguns trabalhos publicados sobre o assunto, ainda não há elementos ósseos 
cientificamente reconhecidos na literatura para permitir este tipo de estimativa com 
confiabilidade. 
Exame antropológico forense em fetos e crianças 
 Fetos e crianças apresentam características relacionadas ao crescimento e 
desenvolvimento de ossos e cartilagens tão peculiares que necessitam de análise separada. 
Há compêndios e dados científicos publicados sobre este tema que permitem obter dados 
importantes sobre a fase inicial do desenvolvimento do ser humano que são de interesse forense. 
Todavia, este tipo de análise antropológica requer um capítulo à parte para seu entendimento e 
constitui uma ultra especialização dentro da Antropologia Forense, tema este que foge ao 
escopo deste texto. 
As poucas análise realizadas no LAF-CEMEL basearam-se nas informações publicadas por 
SCHEUER & BLACK (2004) e BAKER, DUPRAS & TOCHERI. (2005). 
Considerações finais 
 
A Antropologia Forense é uma área do conhecimento dentro da Medicina Legal e 
Ciências Forenses que permite obter, através da análise do esqueleto humano, informações sobre 
o sexo, a ancestralidade, a idade, a estatura, a destreza manual, características odontológicas, 
alterações anatômicas, lesões e seus tratamentos médicos, entre outras características. Sua 
correta execução e a redação de laudos os mais completos possíveis, bem descritos e ilustrados 
contribui efetivamente para identificação de pessoas. 
Além disso, possui um relevante papel social para as famílias, que podem dar um destino 
digno aos restos mortais de seus entes queridos e pleitear seus direitos legais. Pior do que ter uma 
pessoa morta na família é ter uma pessoa desaparecida. O sofrimento só cessará quando houver 
a certeza do que aconteceu com o desaparecido. Mesmo que a morte não seja a melhor 
notícia, ela será melhor do que a constante busca na incerteza (VELLOSO, FRANCISCO e 
GUIMARÃES, 2013). 
No LAF-CEMEL as chances de identificação de uma ossada bem preservada com 
elementos ósseos suficientes para análise variam de 73,8% a 90,5%. Pode não ser atingida a 
Guimarães, M.A., Francisco, R.A. and Evison, M.P. Antropologia Forense. In Velho, J.A., Geiser, G.C. and Espindula, A. (eds.), 
Ciências Forenses-Uma introdução às principais áreas da Criminalistica Moderna (3ª Edição), 
São Paulo, SP: Millennium Editora, p. 57-82 [in Portuguese]. ISBN 978-85-7625-347-1
 
 
 
 
situação desejada de identificação

Mais conteúdos dessa disciplina