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Leitura e Interpretação de Cartas e Mapas (Parte II) Prof. Leandro Andrei Agosto, 2013. ROTEIRO Parte I: 1. Problema Inicial 2. Cartografia e Geografia: Uma Relação Importante 3. Comunicação Cartográfica Parte II: 4. Informação Geográfica x Informação Cartográfica 5. Transformações Cognitivas: Princípios e Aplicações 6. O Uso do Mapa Temático: Leitura e Interpretação 4. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA X INFORMAÇÃO CARTOGRÁFICA Produtos do processo de transformação: Mapa de Base: seu objetivo é exibir as informações cartográficas e nenhuma variável deve ser mais importante que outra (Tem por base um levantamento preciso e normalmente utilizam como apoio, a fotogrametria, a geodésia e topografia) Mapa Temático: apresenta a distribuição espacial ou as suas combinações, privilegiando ou realçando-as no mapa. O relacionamento da parte com o todo terá mais importância (tem com base as atividades cartográricas de propósito especial ou temática e depende do produto anteriormente citado). 4. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA X INFORMAÇÃO CARTOGRÁFICA Fonte: Menezes (2000). TRANSFORMAÇÕES As transformações a que as informações geográficas são submetidas, possuem natureza diferenciada, porém todas são inter-relacionadas. São elas: TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS: são caracterizadas por um relacionamento de escala e orientação entre sistemas de referência; TRANSFORMAÇÕES PROJETIVAS: referem-se às transformações da superfície tridimensional curva da Terra, para a superfície de representação de um mapa, bidimensional plana; TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: referem-se às transformações do conhecimento da informação, em relação ao que será efetivamente representado no mapa, generalização cartográfica e simbolização cartográfica. 4. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA X INFORMAÇÃO CARTOGRÁFICA TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS ESCALA Pequena ou grande REPRESENTAÇÃO Geral ou específica VISÃO Afastar ou aproximar PORÇÃO Maior ou menor DETALHAMENTO Menor ou maior Cidade de Cornélio Procópio – PR em várias escalas 4. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA X INFORMAÇÃO CARTOGRÁFICA TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS ESCALA: “Relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no desenho e sua medida real no terreno” D d E Onde E = escala; d = distância no desenho; D = distância no terreno. A escala é a primeira transformação, a que a informação geográfica é submetida, no seu caminho para a informação cartográfica 4. INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA X INFORMAÇÃO CARTOGRÁFICA TRANSFORMAÇÕES PROJETIVAS COMO REPRESENTAR UMA FIGURA TRIDIMENSIONAL EM UM PLANO? • Projeções cartográficas como qualquer disposição sistemática de paralelos e meridianos, representando a superfície curva da esfera ou elipsóide, sobre um plano (MAHLING, 1993) TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS As transformações cognitivas, são as sofridas pelas informações geográficas, para que possam, tanto ser representada cartograficamente, como também serem LIDAS E INTERPRETADAS como a informação existente no mundo real, no processo de decodificação do mapa pelo usuário. Para o processo cartográfico, as duas transformações cognitivas mais importantes são a GENERALIZAÇÃO E A SIMBOLIZAÇÃO. Estas transformações realizam uma adaptação da informação geográfica, SELECIONANDO, ELIMINANDO o que não for importante representar, CLASSIFICANDO a informação e REPRESENTANDO-a por uma simbologia apropriada, de forma adequada aos objetivos propostos para o mapeamento. Esta adequação é elaborada de acordo com o TEMA representado, CARACTERÍSTICAS da área geográfica, NATUREZA das informações disponíveis e ESCALA do mapeamento. 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA Processo de representação selecionada e simplificada de detalhes apropriados à escala e/ou aos objetivos do mapa. De forma mais abrangente, pode ser vista como o processo que através da seleção, classificação, esquematização e harmonização, reconstitui a realidade da distribuição espacial que se deseja representar (ROBINSON, 1995). O processo de generalização é ESSENCIAL tanto para a cartografia de base, como para a cartografia temática. Objetivo principal: a elaboração de mapas, cujas informações possuam clareza gráfica suficiente para o estabelecimento da comunicação cartográfica desejada, em outras palavras, a LEGIBILIDADE DO MAPA. Pode ser manual ou automático. Processos de Generalização são bastante DIVERGENTES de autor para autor. 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA Redução Fotográfica x Generalização Cartográfica 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA A transformação de escala é a operação mais relevante para a imposição da generalização. OPERAÇÃO DE MAPEAMENTO=TRANSFORMAÇÃO DE ESCALA (IMPLÍCITO: GENERALIZAÇÃO): Um mapa sempre representa uma informação geográfica em uma escala menor do que a real. A generalização é função dos seguintes fatores: • Finalidade da carta; • Tema representado; • Escala; • Características da região representada; • Natureza das informações disponíveis sobre a região Fonte: ROBINSON, 1995. 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA Distinguem-se dois tipos de generalização, quanto aos processos adotados, a generalização gráfica (NÃO AFETA A SIMBOLOGIA) e a conceitual (AFETA A SIMBOLOGIA). ESQUEMA CONCEITUAL DE GENERALIZAÇÃO Conceito de Generalização Por que Quando Como (Objetivos filosóficos) (Avaliação cartométrica) (transformações de atributos e geométricas) . Elementos teóricos . Elementos de Aplicação específicos . Elementos computacionais . Condições geométricas . Medidas espaciais e holísticas . Controle da transformação . Ações de generalização gráfica . Ações de generalização conceitual 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA O problema da generalização torna-se bastante sério em um ambiente digital, uma vez que a possibilidade de existir uma função de “zoom” ilimitada, pode resultar em mapas ilusórios, na interpretação de seus conteúdos. Fonte: Jones, 1997. 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA Processos de Generalização: 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: SIMBOLIZAÇÃO Definição dos símbolos e convenções cartográficas que representarão as informações geográficas em um mapa ou carta, é a última das transformações cognitivas aplicada. Caracteriza-se portanto um mapa, com uma linguagem peculiar de comunicação. Como qualquer linguagem, especificamente uma linguagem gráfica, utiliza-se de símbolos para poder traduzir uma ideia ou representar um determinado fenômeno. Assim, pela associação de símbolos, chega-se a analogia da representação. PRIMEIRO PASSO: atribuir um significado específico aos vários tipos de símbolos, suas variações e suas combinações, é apenas o primeiro dos dois passos de um projeto gráfico. SEGUNDO PASSO: dispor os símbolos e códigos de maneira que o usuário os veja de forma que o cartógrafo quer que sejam vistos, ou seja, pela atribuição de um significado próprio e pela disposiçãoe apresentação da simbologia adotada (Fonte: Bertin, 1983). ESQUEMA-SÍNTESE: MAPA=VISÃO GLOBAL DE UMA ÁREA=LIMITAÇÕES INERENTES=IMAGEM GENERALIZADA DO TERRENO. 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: CLASSES DE SÍMBOLOS a) - Símbolos Pontuais: São convenções individuais, tais como pontos, triângulos etc, usados para representar um lugar ou dados de posição, tais como uma cidade, uma cota, o centróide de uma distribuição, ou um volume conceitual, como a população de uma cidade. b) - Símbolos Lineares: São convenções lineares, para representar elementos que têm características de linhas, tais como cursos d’água, rodovias, fluxos, limites etc. Não significa que representem porém só elementos lineares, por exemplo, a representação de curvas de nível permite que se extraiam informações de volume. c) - Símbolos Zonais, de Área ou Planares: São convenções que se estendem no mapa, caracterizando que a área de ocorrência tem um atributo comum, por exemplo: água, jurisdição administrativa, tipo de solo ou vegetação. 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: SÍMBOLOS CARTOGRÁFICOS Em princípio, nada que possua menos que 0,2 mm na escala do mapa será representado, porém há exceções. TAMANHO NÃO É TUDO! (Princípio de supressão do pequeno e manutenção do grande). Em determinados locais, o pequeno pode ter prioridade sobre o grande. Por exemplo em dois trechos de um mapa, a área A é mais seca que a área B. Suprimindo-se os pequenos lagos em B, haverá uma ideia errada do terreno (Trecho relacionado ao processo de generalização) Elementos de um Mapa: IMPORTANTE OBSERVAÇÃO! 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES Fonte: ROBINSON, 1995. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: SIMBOLIZAÇÃO ELEMENTOS GRÁFICOS PRIMÁRIOS Define-se como elementos gráficos primários, as variáveis visuais de diferenciação dos símbolos. O plano do mapa é geralmente aplicado apenas aos componentes que podem ser movidos, tais como títulos, legendas e toponímia. Variáveis Gráficas Ponto Linha Área Cor Valor Tamanho Forma Orientação Posição Espaçamento 5. TRANSFORMAÇÕES COGNITIVAS: PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES 6. O USO DO MAPA TEMÁTICO: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE MAPAS Leitura: deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como. Para tanto, é preciso atentar para o título para saber do que se trata, onde se dá o acontecimento e em que data: “O quê?”, “Onde”, “Quando?” Depois, deve-se examinar o método de representação escolhido e decifrar a respectiva legenda, avaliando se foram os mais adequados para o tema em questão. Nesse sentido, deve-se observar o correto emprego das variáveis visuais tendo em vista as respectivas propriedades perceptivas. Caso contrário, deve- se fazer as críticas necessárias, corrigindo ou sugerindo soluções alternativas. Interpretação: devemos buscar as explicações a partir do que se vê. Para isso, deveremos lançar mão dos conhecimentos já adquiridos. Portanto, passaremos a levantar questões e a aventar hipóteses que possam dar explicação, não só aos “Por quê?”, mas também aos “Como?”: por que tal configuração e regular?; Que elementos – ambientais, sociais, culturais, políticos, ideológicos – interviriam, e de que maneira? Reflexão: “Como mentir com Mapas?” 6. O USO DO MAPA TEMÁTICO: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE MAPAS Reflexão: “Como mentir com Mapas?” M apa 2 1 Pon to = 150 000 hab 1 pon to = 0 ,3 m m M ap a 1 1 P o n to = 1 5 0 0 0 0 0 h ab 1 p o n to = 0 ,3 m m M a p a 3 1 P o n to = 1 0 0 0 0 h ab 1 p o n to = 0 ,3 m m M a p a 4 1 P o n to = 1 5 0 0 0 0 h ab 1 p o n to = 1 m m M apa 5 1 P on to = 10 000 hab 1 pon to = 1 m m A melhor distribuição de valor e tamanho só é definida através de estudo comparativo entre tamanho do ponto/valor em relação à densidade da distribuição.
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