Buscar

DIREITO EMPRESARIAL II - MATÉRIA DADA - 1ª e 2ª APOSTILA DE DIREITO EMPRESARIAL II - XAVIER JR

Prévia do material em texto

� PAGE \* MERGEFORMAT �63�
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR R. SÁ
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL II 
PROFESSOR: PROF. XAVIER JR. 
“1ª PROVA”
PICOS – PIAUÍ
 2010
Elaborado por José Francisco de Moura1
DIREITO EMPRESARIAL II
1 - Introdução: Sabe-se que a garantia dos credores é o patrimônio do devedor – Ocorrendo o inadimplemento de qualquer obrigação por parte de determinada pessoa, o crédito desta poderá promover, perante o Poder Judiciário, a execução de tantos bens do patrimônio do devedor quantos bastem à integral satisfação de seu crédito. Quando o devedor tem, em seu patrimônio, bens de valor inferior à totalidade de suas dívidas, quando ele deve mais do que possui, a regra da individualidade da execução torna-se injusta. Para evitar a injustiça, conferindo as mesmas chances de realização do crédito a todos os credores de uma mesma categoria, o direito afasta a regra da individualidade da execução e prevê a obrigatoriedade da execução concursal (concurso de credores).
1.1 - Falência – Origem Etimológica do Termo:
- Deriva do verbo fallere – que significa faltar, enganar; 
- Expressão “quebra” – Usado em tempos distantes. Código Comercial brasileiro de 1.851;
- Termo “bancarrota” – Banco rotto, banco quebrado, falência ou quebra criminosa.
2 – Falência: Breve Relato Histórico:
Para uma melhor compreensão do instituto em tela (causas, efeitos, procedimentos), é útil se recorrer, ainda que de forma superficialmente, aos subsídios históricos.
Esse fenômeno não é a-histórico, resulta de um longo processo evolutivo, com uma sucessão de institutos condicionados ao modo de produção econômica predominante.
Em sua evolução, até a atualidade, o Direito Concursal passou por quatro fases distintas:
a) Direito Concursal....> Regulador da execução dos bens do devedor;
b) Direito Concursal...> Judicialização da execução concursal;
c) Direito Concursal....> Caráter preventivo do estado de liquidação;
d) Direito Concursal....> Recuperação da empresa em crise.
Direito Romano Arcaico:
- Manus injectio: Trata-se de instituto draconiano. A execução incide sobre a própria pessoa do devedor (submissão, cárcere privado e até escravidão do devedor).
- Lex Paetelia Papiria: Sistema de constrição patrimonial. Execução mediante força da condenação pecuniária (através da venditio bonorum).
Direito Romano Tardio:
- Surgimento: a) Administração da massa; b) Assembléia de credores; c) Classificação dos créditos; d) Revogação das fraudes do credor; e) Par Conditio omnium.
________________________________
1 Graduando do 7º Bloco do curso Bacharelado em Direito da Faculdade R. SÁ.
Direito Romano Tardio:
- Estatuto das corporações medievais: Origina o instituto da falência. Restringe caráter privado da execução.
Balanço do Concurso Creditício até a Idade Média:
- Não privativa dos mercadores;
- Caráter penal;
- Evolução gradual de execução pessoal à constrição patrimonial;
- Primeiras acordanças preventivas de liquidação.
Direito Português:
- Ordenações Filipinas: Cuidaram-se das quebras dos mercadores;
- Alvará Real (1.756, Lisboa): criou-se um processo peculiar aos negociantes falidos.
Direito Francês: 
- Código Savary (1.673, França): Disciplinou-se o regime de insolvência, sem, contudo, particularizar os comerciantes.
- Código de Napoleão Bonaparte (primeira década do século XIX): Tratava-se do regime de insolvência particular aos comerciantes; Trata-se da cisão legislativa do direito privado empresarial, por meio dos códigos de Napoleão Bonaparte, o Civil e o comercial.
Idade Contemporânea: 
- Decreto-lei nº 7.661/45 – Antiga Lei de Falências e Concordatas: Liquidação do devedor, sob a supervisão do Estado Juiz; Solução drástica.
- Lei 11.101/05 – Lei de Falência....> Resultado: > Da paulatina unificação do Direito Privado; > Da interpretação do Direito Público e Privado; > Da valoração dos direitos fiscal, do consumidor, previdenciário e financeiro;
...> Nova Perspectiva: Soluções mais fecundas, racionais e menos drásticas.
....> Atende melhor à necessidade de estabilização do mercado.
3 – Falência - Noções Básicas:
- Patrimônio do DEVEDOR...> Garantia do CREDOR.
- Patrimônio do devedor > dívidas = Execução individual (justo);
- Patrimônio do devedor < dívidas = Execução individual (injusto).
A falência, como um regime diferenciado de execução concursal do empresário, importa, a rigor, em um tratamento mais benéfico do devedor exercente de atividade econômica sob a forma de empresa em relação ao tratamento que o direito concede às demais pessoas.
Execução concursal.....> Obrigatória quando o ATIVO < PASSIVO. Quando o devedor tem, em seu patrimônio, bens de valor inferior à totalidade de suas dívidas, quando ele deve mais do que possui, a regra da individualidade da execução torna-se injusta. Para evitar essa injustiça, conferindo as mesmas chances de realização do crédito a todos os credores de uma mesma categoria, o direito afasta a regra da individualidade da execução e prevê a obrigatoriedade da execução concursal, isto é, do concurso de credores. Se o devedor possui em seu patrimônio menos bens que os necessários ao integral cumprimento de suas obrigações, a execução destes deverá ser feita coletivamente, abrangendo a totalidade de seus credores e a totalidade de seus bens. 
Par Conditio Creditorum: Os credores do devedor que não possui condições de saldar, na integralidade, todas as suas obrigações devem receber do direito tratamento paritário, dando-se aos que integram uma mesma categoria iguais chances de efetivação de seus créditos (paridade/proporcionalidade na condição de credores):
- Trata-se do princípio básico do direito falimentar;
- Execução concursal obrigatória;
- Garantia de paridade de satisfação de crédito para credores de uma mesma categoria.
Ex: Ativo < Passivo .....> R$ 100.000,00 
João + Antônio + Erasmo ...> formaram um patrimônio no valor de R$ 200.000,00. Eles deverão receber proporcionalmente ao valor que investiram na empresa. J = 60.000,00; A = 60.000,00 e Erasmo = 80.000,00. Eles irão receber, respectivamente, da empresa que se encontra em falência: 30.000,00; 30.000,00 e 40.000,00.
O direito tutela o crédito e especialmente o crédito comercial, possibilitando que melhor desempenhe sua função na economia e na sociedade. Isso dar mais segurança às pessoas, haja vista poderem contar com tratamento parificado na hipótese de vir o devedor a encontrar-se numa situação patrimonial que impeça de honrar, totalmente, seus compromissos.
Crédito Comercial: 
- Exerce função especial na economia (na sociedade, conseqüentemente);
- Recebe tutela (proteção) especial por parte do direito – maior segurança para as atividades comerciais, gerando estabilidade.
Execução concursal do devedor empresário # execução concursal do devedor civil
Falência: Execução concursal do devedor empresário (tratamento mais benéfico em relação ao devedor civil). Quando o profissional exercente da atividade empresária é devedor de quantias superiores ao valor de seu patrimônio, o regime jurídico da execução concursal é diverso daquele que o direito prevê para o devedor civil.
O direito falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes à execução concursal do devedor empresário, as quais não são as mesmas que se aplicam ao devedor civil.
A falência co empresário, importa a rigor, em um tratamento mais benéfico do devedor exercente de atividade econômica sob a forma de empresa.
Vantagens Exclusivas do Devedor Empresário:
a) Recuperação da Empresa – Faculdade aberta pela lei exclusivamente aos devedores que se enquadram no conceito de empresário ou sociedade empresária, em razão da qual podem reorganizar suas empresas, com maior ou menor sacrifício doscredores, de acordo com plano de recuperação da empresa aprovado (extrajudicialmente) ou homologado judicialmente. Por meio do plano de recuperação da empresa, o devedor pode postergar o vencimento de obrigações, reduzir seu valor ou beneficiar-se de outros meios aptos a impedir a instauração da execução concursal.
b) Extinção das obrigações – O devedor empresário, em regime de execução concursal, tem as suas obrigações julgadas extintas com o pagamento de mais de 50 % dos créditos quirografários, depois de realizado todo o ativo (Art. 158, II, Lei nº 11.101/05). Art. 158: Extingue as obrigações do falido: II – Com o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; 
OBS: Um empresário que entra em falência com um patrimônio de valor superior a 50 % de seu passivo poderá obter a declaração de extinção das obrigações logo após a realização de seu ativo e rateio do produto apurado. Se, em seguida, reconstituir o seu patrimônio, os credores existentes ao tempo da falência não poderão comprometê-lo.
Para que se instaure o processo de execução concursal denominado falência é necessária a ocorrência de três pressupostos: a) Que seja Devedor empresário; b) Insolvência (ativo < passivo); c) Sentença declaratória da falência.
4 - Natureza Jurídica da Falência: Direito Concursal – Preceitos de diferentes ramos do direito. No direito brasileiro, a falência sempre se situou como um instituto do Direito Comercial, que consiste em processo de execução, de natureza coletiva, voltado ao interesse público, em que preponderam procedimentos de natureza administrativa, ao lado de procedimentos judiciais contenciosos. No Simpósio realizado em 1958, em Porto Alegre, em razão dos estudos sobre a Reforma do Código de Processo Civil, concluiu-se por reconhecer e recomendar que fosse o instituto da falência mantido como parte integrante do direito comercial e não do direito processual. Neste compasso, os processualistas brasileiros “não recomendam o tratamento da falência como parte integrante do direito processual”.
5 - FALÊNCIA:
5.1 – Conceito: Ângulos distintos:
a) Econômico: Estado Patrimonial – É a condição daquele que, havendo recebido uma prestação a crédito, não tenha à disposição, para a execução da contraprestação, um valor suficiente, realizável no momento da contraprestação.” Revela um estado patrimonial, haja vista revelar a condição de quem, havendo recebido uma prestação a crédito, não tenha disponível, para o cumprimento da contraprestação, um valor suficiente. C. Sampaio de Lacerda (Manual de Direito Falimentar, p 11);
b) Jurídico: Execução concursal contra devedor empresário ou sociedade empresarial. Do ponto de vista jurídico, falência demonstra um processo de execução coletiva contra devedor comerciante. 
c) COELHO, Manual de Direito Comercial: “A falência é a execução concursal do devedor empresário”. Quando o profissional exercente de atividade empresária é devedor de quantias superiores ao valor de seu patrimônio, o direito prevê a execução concursal. 
A falência é um tratamento mais benéfico do devedor exercente de atividade econômica sob forma de empresa, em relação ao tratamento das demais pessoas. O direito falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes à execução concursal do devedor empresário, as quais não são as mesmas que se aplicam ao devedor civil.
A falência é o procedimento judicial a que está sujeita a empresa mercantil devedora, que não paga obrigações líquidas na data do vencimento, consistindo em uma execução coletiva de seus bens, à qual concorrem todos os credores, e que tem por objetivo a venda forçada do patrimônio disponível, a verificação dos créditos, a liquidação do ativo e a solução do passivo, de forma a distribuir os valores arrecadados, mediante rateio entre os credores, de acordo com a ordem legal de preferência, depois de feita a chamada classificação dos créditos.
6 – Princípios do Regime Concursal Empresarial:
a) Princípio da Viabilidade da Empresa em Crise: 
- Preconiza a dicotomia entre as empresas economicamente viáveis e as inviáveis;
- Defende a aferição de viabilidade entre ativo e passivo, faturamento anual, nível de endividamento, tempo de constituição e outras características da empresa (fatores endógenos);
- Privilegia a relevância socioeconômica da atividade exógena, etc. (Fatores exógenos).
b) Princípio da Prevalência do Interesse dos Credores:
- Não obstante o interesse social do empreendimento, a solução proporcional do passivo sempre será norte do procedimento adotado;
- Contudo, a manutenção da empresa pode ser a chave para o atendimento adequado das pretensões creditícias. Mantém a empresa em atividade. Aplicável às empresas viáveis.
c) Princípio da Publicidade dos Procedimentos: 
- Defende a transparência = Publicidade + Clareza + Objetividade.
- Pressupõe fiscalização permanente e zelosa por parte do órgão do judiciário, do administrador da massa, dos diversos corpos creditícios (credores), e do representante do Ministério Público (custas legis).
d) Princípio da Par Conditio Creditorum: Os credores do devedor que não possui condições de saldar, na integralidade, todas as suas obrigações devem receber do direito tratamento paritário, dando-se aos que integram uma mesma categoria iguais chances de efetivação de seus créditos.
- Tratamento equitativo dos créditos, mediante o tratamento paritário de condições creditícias;
- Regente de todos os processos concursais;
- Diz respeito à proporcionalidade na consideração dos créditos, não nivelamento.
e) Princípio da Conservação e Maximização dos Ativos:
- A realização das finalidades do processo de insolvência demanda que os ativos da empresa devedora sejam preservados e, se possível, valorizados. 
f) Princípio da Conservação da Empresa Viável:
- A atividade empresarial afeta o mercado e a sociedade;
- Só deve ser liquidada a empresa inviável, ou seja, aquela que não comporta uma reorganização eficiente ou não justifica o desejável resgate.
7 – Falência: 
a) Devedor Sujeito a Falência: Estará sujeito à falência todo e qualquer exercente de atividade empresarial, seja pessoa física ou jurídica, o qual deverá ser executado em regime de execução concursal falimentar. Empresário é o exercente de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços (supermercados, hotel, atacadistas de gêneros alimentícios, varejista de roupas, fábrica de calçados, estacionamento, agência de publicidade, concessionária de automóveis, construtora, restaurante, editora, livraria, indústria química, farmácia, etc. 
Sempre que o devedor é legalmente empresário, a execução concursal de seu patrimônio faz-se pela falência, a qual é um procedimento de execução concursal destinado à satisfação dos credores, no quanto for possível.
A lei torna explícito o não-cabimento do regime falimentar por se tratar de direito civil, não empresário: As cooperativas não são sujeitas ao direito falimentar.
- Decreto-lei nº 7.661/45 – Antiga Lei de Falências e Concordatas: O sistema Falimentar restrito – comerciante (art. 1º: Considera-se falido o comerciante....)
- Lei nº 11.101/45 – Lei de Falência: Esta lei disciplina a RJ/REJ e FAL do empresário e as sociedades empresárias; RJ – Regime de Falência Judicial; REJ – Regime de Falência Extra Judicial; FAL – Falência.
- Art. 2º - Esta Lei não se aplica: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
Estão Totalmente Excluídos do Regime Falimentar: 
- As empresaspúblicas e sociedade de economia mista, que são sociedades exercentes de atividade econômica controladas direta ou indiretamente por pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, DF, Territórios ou Municípios), razão pela qual os credores têm sua garantia representada pela disposição dos controladores em mantê-las solventes;
- As câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação financeira, sujeitos de direito cujas obrigações são sempre ultimadas e liquidadas de acordo com os respectivos regulamentos, aprovados pelo Banco Central;
- As entidades fechadas de previdência complementar.
A lei não considera empresário: Profissionais liberais e à sua sociedade de trabalho, artistas e, quando não registrados no Registro de Empresas, o explorador de atividade rural (agricultura, pecuária, extrativismo, etc.), por isso, também, não se aplica a lei de falência.
Empresários Parcialmente excluídos do regime falimentar:
- Instituições financeiras, as quais destinou o legislador o processo de liquidação extrajudicial prevista na Lei 6.024/74, sob as responsabilidade do Banco Central;
- As sociedades arrendadoras, que tenham por objeto exclusivo a exploração de leasing, as quais estão sujeitas ao regime de liquidação extrajudicial previsto para empresas financeiras;
- As sociedades que se dediquem à administração de consórcios, fundos mútuos e outras atividades assemelhadas e se sujeitam a procedimento de liquidação extrajudicial idêntico ao das instituições financeiras. 
- As companhias de seguro, que, devem ter sua falência requerida pelo liquidante nomeado pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), quando frustrada a liquidação extrajudicial;
- As entidades abertas de previdência complementar e as de capitalização, nas mesmas condições que as seguradoras;
- As operadoras de planos privados de assistência à saúde, que, submetem-se ao regime de liquidação extrajudicial pela ANS (Agência Nacional de Saúde).
OBS: Todos os empresários parcialmente excluídos do regime falimentar podem ter sua falência decretada, observadas as condições específicas legalmente previstas.
8 – Insolvência: 
Trata-se do estado patrimonial em que se encontra o devedor que possui o ativo inferior ao passivo. O devedor em insolvência é aquele que se encontra sujeito à execução concursal de seu patrimônio, como imperativo da Par Conditio Creditorum. Para que o devedor empresário seja submetido à execução por falência, é rigorosamente indiferente a prova da inferioridade do ativo em relação ao passivo, bem como não se faz necessário demonstrar o estado patrimonial de insolvência do devedor. 
- Sentido Jurídico # Sentido Patrimonial;
- Patrimonial: Passivo > Ativo (acepção patrimonial);
- Jurídico (legal): - Hipóteses legais de decretação de falência (acepção jurídica) – art. 94, NLF:
a) Impontualidade injustificada: A impontualidade injustificada deve se referir a uma obrigação líquida, tal como seja a obrigação representada por um título executivo, judicial ou extrajudicial. A impontualidade é considerada de obrigação líquida quando documentada por qualquer dos títulos exarado acima. A prova da impontualidade é o protesto do título: qualquer que seja o documento representativo da obrigação a que se refere a impontualidade injustificada, deve ser protestado, mesmo que seja uma sentença judicial. Caracteriza-se a impontualidade injustificada para fins de falência se o valor dos títulos em atraso for pelo menos de 40 salários mínimos. Se o valor do débito do empresário é inferior a esse limite legal, o credor pode cobrá-lo ou executá-lo, porém não poderá pedir a falência em razão do seu inadimplemento. (Art. 94, I e § 1º, Lei nº 11.101/05 – Art. 94: Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; § 1º: Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.
b) Execução Frustrada: Caracteriza-se com a inexistência de pagamento, depósito ou nomeação de bens à penhora por parte do empresário, quando é ele executado por algum credor. Nesse caso, a execução deve ser encerrada e o credor munido de certidão judicial que ateste a verificação da tríplice omissão, ingressa com o pedido de falência contra o devedor, n ao havendo necessidade de protesto, bem como pode ter valor inferior a 40 salários mínimos - Qualquer quantia.. (Art. 94, II, Lei nº 11.110/05): Art. 94: Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
c) Se o empresário praticar atos de falência: (Art. 94, III, Lei nº 11.101/05):
- Práticas suspeitas previstas em lei:
1º) Liquidação precipitada: Se o empresário promove a liquidação de negócio de forma abrupta incorre no tipo legal; também pratica ato de falência o empresário que emprega meios ruinosos ou fraudulentos para realizar pagamentos, como contratação de empréstimos a juros excessivos ou a venda de instrumentos indispensáveis ao exercício do seu negócio;
2º) Negociação simulada: Se o empresário tenta retardar pagamentos ou fraudar credores por meio de negócio simulado, se tenta alienar parcial ou totalmente o seu estabelecimento empresarial, estará incorrendo em comportamento tipificado como ato de falência;
3º) Alienação irregular de estabelecimento: O empresário que aliena o seu estabelecimento empresarial sem o consentimento de seus credores, salvo se conservar, em patrimônio, bens suficientes para responder por seu passivo, estará incurso no tipo legal de ato de falência;
4º) Simulação de transferência de estabelecimento: Incorre em ato de falência o empresário que muda o local de seu estabelecimento com o intuito de fraudar a legislação, frustrar a fiscalização ou prejudicar credores.
5º) Garantia real: O legislador instituiu a garantia real em favor do credor, a qual deverá ser instituída após à constituição do crédito.
6º) Abandono do Estabelecimento comercial: O abandono do estabelecimento empresarial por parte do representante legal da sociedade devedora importa caracterização de ato de falência de responsabilidade desta. Nesse caso, para que o magistrado decrete a falência:
- Independe de título vencido;
- Credor deve demonstrar legítimo interesse (parte legítima).
 Art. 94: Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
d) Autofalência – Devedor requer em juízo sua falência. (Art. 97, I e 105, Lei nº 11.101/05) Art. 97: Podem requerer a falência do devedor: I – o próprio devedor, naforma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade; IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
e) Não apresentação do plano de recuperação em prazo legal: O devedor deverá apresentar o plano de recuperação judicial no prazo de 60 dias. Art. 73: O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; Art. 53: O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Parágrafo único: O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. Art. 55: Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei.
f) Descumprimento do Plano de recuperação Judicial (arts. 73, IV, e 94, III, g). Art. 73: O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei. Art. 61: Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. Art. 94: Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
g) Se a empresa deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
PROCESSO FALIMENTAR:
1 – Introdução: Algumas questões e normas de caráter geral, pertinentes ao processo geral, pertinentes ao processo falimentar. O processo falimentar compreende a três etapas distintas:
a) O Pedido de Falência (pré-falência) – Que tem início com a petição inicial de falência e se conclui com sentença declaratória da falência;
b) Etapa Falencial (falência propriamente dita) – Que se inicia com a sentença declaratória da falência e se conclui em a de encerramento da falência. Esta etapa objetiva o conhecimento judicial do ativo e passivo do devedor;
c) Reabilitação: Que compreende a fase que vai da sentença que declara a extinção das responsabilidades de ordem civil do devedor falido.
 O processo falimentar se desdobra em incidentes, ações, medidas e providências.
PIF SDF SEF REA
 
 Pré-falência Falência Reabilitação
PIF – Petição inicial de falência; SDF – Sentença Declaratória de Falência; SEF – Sentença de Extinção da Falência; REA – Reabilitação.
 
1.1 – Etapas: 
I – Pedido de Falência:
- Pré-Falencial: Início – A fase Pré-Falencial tem início com a petição inicial; Encerra-se com a SDF (Sentença Declaratória de Falência). 
- Verificação de dois pressupostos materiais de decretação da Falência: 
a) Empresariedade – Para propor o pedido de falência é imprescindível que o autor da ação seja empresário; 
b) Insolvência Jurídica – O proponente deve demonstrar sua incapacidade para cumprimento de suas dívidas;
II – Etapa Falencial Propriamente Dita: A fase falencial propriamente dita tem início com a Sentença Declaratória de Falência (SDF) e tem sua conclusão com Sentença de Encerramento da Falência (SEF).
- Objetivo: 
a) Conhecimento judicial do ativo e passivo da empresa;
b) Realização do ativo (Dizem respeito ao valor venal, comercializável, os bens da empresa transformado em moeda).
III – Reabilitação Judicial: 
1.1 – Declaração de Extinção das Responsabilidades de ordem civil do devedor falimentar: Através de sentença o juiz declara que foram extintas todas as suas dívidas, haja vista que com a execução concursal, todos os seus débitos são liquidados paritariamente (proporcionalmente).
1.2 – Supletividade da legislação Processual: Em caso de omissão da lei de falência, aplicam-se ao processo falimentar as disposições comuns do direito processual. Somente se houver lacuna na lei de falência recorre-se ao direito processual.
1.3 – Competência: A competência para os processos de falência, de recuperação judicial e homologação de recuperação extrajudicial, bem como de seus incidentes, é do juízo do principal estabelecimento do devedor.
a) Juízo do principal estabelecimento do devedor ...> Processo de Falência; Processo de Recuperação Judicial; Pedido de Homologação da Sentença de Recuperação Extra Judicial; Para interposição de incidentes. Art. 3º/LF: É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
b) Principal Estabelecimento do Devedor (PED): Trata-se do estabelecimento no qual se concentra o maior volume de negócios da empresa. Não necessariamente coincide com a sede estatutária ou contratual, nem com o maior estabelecimento físico ou administrativo da empresa. O principal estabelecimento é aquele em que se encontra centrado o maior volume de negócios da empresa, o principal estabelecimento do ponto de vista econômico. O juiz do local onde se encontra tal estabelecimento é o competente para o processo falimentar.
O juízo da falência é universal, significando que todas as ações eferentes aos bens, interesses e negócios da massa falida serão processadas e julgadas pelo juízo em que tramita o processo de execução concursal por falência.
Exceções ao Princípio da Universalidade do Juízo Falimentar: 
a) Ações não-reguladas pela lei falimentar em que a massa falida for autora ou litisconsorte ativa. Art. 76/LF: O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.Parágrafo único: Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
b) Reclamações Trabalhistas, para as quais compete a Justiça do Trabalho. Art. 114/CF: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. § 1º: Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º: Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º: Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. Art. 76/LF: (vide acima)
c) Execuções tributárias, que segundo o art. 187/CTN, não se sujeitam ao juízo falimentar. A mesma regra se aplica aos créditos não-tributários inscritos na dívida ativa, inclusive os créditos previdenciários.
d) Ações de conhecimento em que é parte ou interessada a União Federal, hipótese em que a competência é da Justiça Federal.
e) Ação que demanda obrigação ilíquida. Art. 6º/LF: A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 1º: Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. 
2 – Pedido de Falência: A lei falimentar impõe ao próprio empresário devedor o dever de requerer a autofalência, quando não atender às condições legais para obter a recuperação. Art. 105/LF: Art. 105/LF: O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade; IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
Legitimidade Ativa Concorrente: A lei atribui a legitimidade ativa concorrente ao cônjuge sobrevivente, aos herdeiros e ao inventariante. Cabe o pedido também ao sócio da sociedade devedora, mesmo que limitada ou anônima. Art. 97/LF: Podem requerer a falência do devedor: I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; IV – qualquer credor. 
Regra geral: A regra geral é o credor que tem mais interesse na instauração do processo de execução coletiva. O pedido de falência tem-se revelado um eficaz instrumento de cobrança do devido. O credor, ao ajuizar o pedido de falência, em função da impontualidade do devedor, tem como objeto precípuo o recebimento de seus créditos, mesmo que de maneira concursal.
Prova: O credor empresário deve provar a regularidade do exercício do comércio, exibindo a inscrição individual ou o registro dos atos constitutivos da sociedade comercial. O credor possui a legitimidade ativa para o pedido de falência, independentemente do atendimento de requisitos específicos. Art. 97/LF: § 1º: O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
Credor Estrangeiro: O credor não domiciliado no País deve, ao ajuizar a ação com pedido de falência, prestar caução. Art. 97, § 2º: O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
O credor para legitimar-se ao pedido de falência deve exibir o seu título, mesmo que não vencido. Mas, no entanto, o pedido de falência fundado em ato de falência, pressupõe vencimento: Impontualidade injustificada e a execução frustrada. O credor pode impetrar pedido de falência pautado em título não vencido, devendo apresentá-lo, bem como deve apresentar prova de impontualidade do devedor relativamente à obrigação de que terceiro seja titular, por meio de Certidão de Protesto.
O pedido de falência segue ritos diferentes:
a) Quando pedido pelo devedor: Segue o rito da autofalência, obrigando-se ao estatuído nos arts. 105 a107/LF. Art. 105/LF: vide abaixo; Art. 106: Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determinará que seja emendado. Art. 107: A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei.
b) Nos demais casos, segue o rito previsto no art. 98/LF. (vide abaixo).
Autofalência: Quando se tratar de autofalência, o pedido do devedor deve vir instruído com um balanço patrimonial, a relação de credores e o contrato social ou se inexistente, a relação dos sócios e outros indicados por lei. Junto com o seu pedido, o devedor depositará em cartório os seus livros comerciais, que serão encerrados pelo juiz para oportunamente, ser entregue ao administrador judicial da falência. Não estando o pedido devidamente instruído, o juiz determinará sua emenda no prazo legal. Art. 105/LF: O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstraçãodo resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade; IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.
A lei concede legitimidade ativa para a autofalência mesmo aos empresários irregulares. Estando devidamente instruído com os documentos necessários, o juiz profere a sentença declaratória da falência SEM prévia oitiva do Ministério Público.
Falência requerida por Terceiros: Quando a falência é requerida por terceiros (credor, sócio da sociedade devedora, inventariante, etc.), o rito prevê a citação do empresário devedor para responder no prazo de 10 dias. Art. 98/LF: Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único: Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
A resposta do réu só pode ser a contestação, haja vista que a lei não prevê a reconvenção ou o reconhecimento da procedência do pedido.
Pedido de Falência Baseado em Impontualidade Injustificada: Nesse caso o devedor poderá elidi-lo depositando em juízo, no prazo da resposta, o valor correspondente ao total do crédito em atraso, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios. 
Abrem-se Quatro Alternativas:
a) O requerido só contesta: Caso o juiz acolha as razões da defesa, profere a sentença denegatória da falência e condena o requerente nas verbas de sucumbência. Não as acolhendo, deve proferir a sentença declaratória da falência.
b) O requerido contesta e deposita: O juiz deve apreciar a contestação: Se acolher as razões da defesa, profere a sentença denegatória da falência, condenando o requerente nas verbas de sucumbência e eventuais perdas e danos, bem como determina o levantamento do depósito pelo requerido. Se as desacolher, profere a sentença denegatória da falência, mas imputa ao requerido os ônus de sucumbência e autoriza o levantamento do depósito em favor do requerente.
c) O requerido só deposita: O Juiz profere a sentença denegatória da falência, impõe ao requerido a sucumbência e determina o levantamento do depósito em favor do requerente. Depósito desacompanhado de contestação tem o mesmo efeito do reconhecimento da procedência do pedido.
d) O requerido deixa transcorrer o prazo sem contestar ou depositar: O juiz profere a sentença declaratória da falência, instaurando a execução concursal do patrimônio do devedor.
3 – Sentença Declaratória de Falência: A sentença declaratória de falência, pressuposto inafastável da instauração do processo de execução concursal do devedor empresário, tem caráter preponderantemente constitutivo. Após sua prolação, a pessoa, os bens, os atos jurídicos e os credores do empresário falido são submetidos a um regime jurídico específico. É a sentença de falência que introduz o falido e seus credores no regime jurídico falimentar.
A sentença declaratória de falência deverá conter o relatório, os fundamentos da decisão e o dispositivo legal que a embasa, como ocorre com qualquer sentença judicial. Deverá conter, ainda, a identificação do devedor, a localização de seu estabelecimento principal e a designação dos sócios de responsabilidade ilimitada, se for o caso, ou dos representantes legais da sociedade falida; o termo legal da falência, se possível; a nomeação do administrador judicial e outros elementos indicados na lei.
Termo legal de Falência: Trata-se do lapso temporal anterior à determinação da quebra que tem importância para a ineficácia de determinados atos do falido perante a massa. Este período é fixado pelo juiz, em regra, na sentença declaratória de falência, não podendo retroagir por mais de 90 dias do primeiro protesto por falta de pagamento. Se o falido não foi protestado (autofalência ou impontualidade injustificada), o termo legal não poderá retroagir por mais de 90 dias da petição inicial. Se o caso for de convolação da recuperação judicial em falência, por mais de 90 dias do seu requerimento. 
O juiz pode postergar a determinação do termo legal se, ao decretar a falência, ele ainda não tiver subsídios para a sua determinação.
A sentença declaratória de falência deve ser publicada no órgão oficial e, se a massa falida comportar, em jornal de grande circulação.
Recurso: Da sentença declaratória de falência cabe recurso de agravo, na modalidade instrumento. Art. 189/LF: Aplica-se a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei. Art. 557: O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. § 1º-A: Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. § 1º: Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto, provido o agravo, o recurso terá seguimento.
4 – Sentença Denegatória da Falência: Ao julgar improcedente o pedido de falência, deve o MM. Juiz examinar o comportamento do requerente. 
- Dolo Manifesto: Se ocorreu dolo manifesto da parte do autor, quando do ajuizamento, o juiz deve, na própria sentença denegatória da falência, condená-lo ao pagamento de indenização em favor do requerido. Art. 101/LF: Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença. § 1º Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo. § 2º: Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis.
Para garantir a eficácia da condenação é que o credor domiciliado no exterior deve prestar caução para legitimar-se no pedido. Art. 97, § 2º: O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
- Sem Dolo Manifesto: O juiz não pode, obviamente, condená-lo. 
Qualquer que seja a hipótese se tenha o requerente agido ou não com dolo, culpa ou abuso, deve pagar as verbas de sucumbência: Reembolso das despesas e os honorários de advogado. 
- Depósito do valor da obrigação: Se a denegação da falência for por elisão provocada pelo depósito do valor da obrigação em atraso, o juiz determinará o levantamento deste pelo requerente e condenará o requerido no reembolso das despesas e nos honorários de advogado em favor do autor da ação.
Recurso: A sentença que denega o pedido de falência pode ser objeto de recurso de apelação. Art. 100/LF: Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Prazo: O prazo para o recurso é de 05 dias, contados da intimação. Art. 198/CPC: Qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderárepresentar ao Presidente do Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator, conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para decidir a causa.
5 – Administração da Falência: 
5.1 – Administradores da Massa Falida: Para administração da massa falida têm-se três agentes: o magistrado, o representante do Ministério Público e os órgãos da falência (Administrador judicial, assembléia de credores e comitê dos credores).
a) Juiz: compete presidir a administração da falência, superintendendo as ações do administrador judicial. Cabendo-lhe autorizar a venda antecipada de bens, o pagamento de salários dos auxiliares do administrador judicial, aprovar a prestação de contas do administrador judicial. Art. 113/LF: Art. 22, III, h/LF: Art. 154/LF:
b) Ministério Público: O ministério Público intervém no feito, no exercício de suas funções constitucionais, de fiscal da lei. Art. 9º/LF: A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, § 1º, desta Lei deverá conter: I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo; II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação; III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas; IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento; V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. Parágrafo único: Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. Art. 132/LF: A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência.
c) Os órgãos de Falência: São três:
1º) Administrador Judicial: Trata-se de agente criado por lei para o desempenho de certas atribuições relacionadas exclusivamente com a administração da falência. É o agente auxiliar do juiz, que, em nome próprio deve cumprir com as funções cometidas pela lei. O administrador judicial é, também, o representante da comunhão de interesses dos credores. Para fins penais, o administrador é considerado funcionário público. 
Escolha do Administrado Judicial: A escolha do administrador judicial na falência cabe ao juiz e deve recair sobre profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas, contador ou pessoa jurídica especializada. Art. 21/LF: O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Parágrafo único: Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
A função do administrador judicial é indelegável, mas ele poderá contratar profissionais para auxiliá-lo, solicitando, previamente, à aprovação do juiz, inclusive quanto aos seus salários.
O administrador judicial pode deixar suas funções por substituição ou por destituição.
- Substituição: Não há sanção infligida ao administrador judicial. Tal providência é prevista em lei, visando uma melhor administração da falência;
- Destituição: Trata-se de uma sanção ao administrador judicial que não cumpriu a contento com as suas obrigações ou quando o administrador tem interesse conflitante com a massa falida.
Administrador judicial substituído, em determinadas hipóteses, pode voltar a ser nomeado administrador em outra falência. Já a pessoa destituída do cargo de administrador judicial não poderá mais ser escolhida para a mesma função em qualquer outra falência nos 5 anos seguintes. Art. 30/LF: Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. § 1º: Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. § 2º: O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei. § 3º: O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o requerimento do § 2º deste artigo.
Causas para substituição do administrador Judicia:
- A renúncia motivada;
- A morte;
- Incapacidade civil;
- Falência.
Causas da Destituição do Administrador Judicial:
- A inobservância de prazo legal;
- Interesse conflitante com o da massa.
O administrador judicial responde civilmente por má administração ou por infração à lei. Até o encerramento do processo falimentar, somente a massa falida tem legitimidade ativa para responsabilizá-lo, que se dá, após a sua substituição ou destituição. Durante esse prazo, o credor não pode individualmente acionar o administrador judicial, cabendo-lhe, no entanto, requerer a sua destituição.
Atos Processuais de responsabilidade do administrador judicial:
a) Verificação dos Créditos: A verificação dos créditos na falência é tarefa do administrador judicial, cabendo ao juiz decidir apenas as impugnações apresentadas pelos credores ou interessados.
b) Relatório Inicial: Cabe ao administrado judicial examinar as causas e circunstâncias que acarretaram a falência, bem como apresentar uma análise do comportamento do falido com vistas a eventual caracterização de crime falimentar, por ele ou outra pessoa, antes ou depois da decretação da quebra. O relatório deverá ser apresentado dentro de 40 dias, contados da assinatura do termo de compromisso.
c) Contas Mensais: O administrador judicial deve, até o 10º dia de cada mês, apresentar ao juiz para juntar aos autos a prestação de contas relativa ao período mensal anterior, devendo constar com clareza a receita e despesa da massa falida.
d) Relatório Final: Deve ser elaborado pelo administrador judicial no prazo de 10 dias, contados do término da liquidação e do julgamento de suas contas. Deverá conter o valor do ativo e do produto de sua realização, bem como o do passivo e dos pagamentos feitos, e, se não foram totalmente extintas as obrigações do falido, o saldo cabível a cada credor, especificando justificadamente as responsabilidades com que continua o falido.
Hipótese em que o administrador judicial deve prestar contas: 
- Ordinariamente: a cada mês e ao término da liquidação;
- Extraordinariamente: Quando deixar as funções, seja por substituição, seja por destituição.
A prestação de contas será autuada em separado e julgada após aviso aos credores e ao falido, para eventual impugnação, no prazo de 10 dias, o Ministério Público, em 5 dias. Havendo impugnação, ouve-se a respeito o administrador judicial. Em seguida as contas serão julgadas pelo magistrado. O juiz pode, na sentença que o reconhecer, decretar a indisponibilidade ou o seqüestro dos bens do administrador judicial, para garantia da indenização da massa.
2º) Assembléia de Credores: A assembléia de credores, na falência, tem competência:
a) Aprovar a constituição do comitê de credores e eleger os seus membros;
b) Adotar modalidades extraordinárias de realizaçãodo ativo do falido;
c) Deliberar sobre assuntos de interesse geral dos credores.
3º) Comitê de Credores: É composto por um representante dos credores trabalhistas,um dos titulares de direitos reais de garantia e privilégios especiais e um dos demais eleitos pela assembléia. Sua função mais importante é a de fiscalizar o administrador judicial. 
6 – Apuração do Ativo:
Proferida a sentença declaratória da falência, tem início o processo falimentar propriamente dito. Instaura-se, com esta decisão judicial, a execução coletiva do devedor empresário O processo falimentar tem como objetivo fundamental a definição do ativo e do passivo do devedor.
Definição do Ativo: A definição do ativo do empresário envolve atos como a arrecadação de todos os bens na posse do falido, bem como de seus documentos e escrituração mercantil, ato que auxilia também na definição do passivo; e medidas judiciais como o pedido de restituição ou embargos de terceiros. A definição do passivo do devedor falido se opera por medidas judiciais como as habilitações e impugnações de crédito. Art. 108/LF: Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias. § 1º: Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens. § 2º: O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação. § 3º: O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos entrará para a massa, cumprindo ao juiz deprecar, a requerimento do administrador judicial, às autoridades competentes, determinando sua entrega. § 4º: Não serão arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis. § 5º: Ainda que haja avaliação em Art. 58/LF: Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1º: O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei. § 2º: A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. Art. 93/LF: Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil. Arts. 7º/LF: A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. § 1º: Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. § 2º: O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8º desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação. Art. 8º: No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º, § 2º, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. Parágrafo único: Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei. Art. 9º: A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, § 1º, desta Lei deverá conter: I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo; II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação; III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas; IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento; V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. Parágrafo único: Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. Art. 10: Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. § 1º: Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. § 2º: Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da realização da assembléia geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário. § 3º: Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. § 4º: Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito. § 5º: As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei. § 6º: Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. Art. 11: Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias. Art. 12: Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. Parágrafo único: Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. Art. 13: A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. Parágrafo único: Cada impugnação será autuada em separado, com os documentosa ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. Art. 14: Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores constante do edital de que trata o art. 7º, § 2º, desta Lei, dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei. Art. 15: Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que: I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2º do art. 7º desta Lei; II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes; IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. Art. 16: O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito impugnado. Parágrafo único:. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte incontroversa. Art. 17: Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. Parágrafo único: Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembléia-geral. Art. 18: O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7º, § 2º, desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. Parágrafo único: O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações. Art. 19: O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. § 1º: A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6º, §§ 1º e 2º, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o crédito. § 2º: Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito questionado. Art. 20: As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente responsável processar-se-ão de acordo com as disposições desta Seção.
7 – Verificação do Crédito: A verificação dos créditos é tarefa do administrador judicial. Ele deve levar em conta não só a escrituração e os documentos do falido como todos os elementos que lhe forem fornecidos pelos credores. Havendo divergência entre o administrador judicial e um ou mais credores acerca dos próprios créditos que titularizam, cabe ao juiz decidir o conflito.
O ponto de partida da verificação dos créditos é a publicação da relação dos credores. Na autofalência, a lei determina que o devedor requerente elabore a lista dos credores com discriminação do valor do crédito e a classificação de cada um deles. Na falência decretada a pedido de credor ou sócio dissidente, ao falido é determinado que elabore e apresente a relação dos credores, em 5 dias, sob as penas do crime de desobediência.
Caso o falido não apresente a lista de credores, cabe ao administrador judicial providenciá-la, a qual deverá ser publicada no Diário Oficial. Nos 15 dias seguintes à publicação da relação, os credores devem conferi-la. Os credores que não se encontram na lista devem apresentar a habilitação de seus créditos perante o administrador judicial. Estão dispensados da lista: Credor Fiscal e os titulares de créditos remanescentes da recuperação judicial. 
Os credores que discordam dos valores publicados devem suscitar a divergência junto ao administrador judicial. A habilitação ou divergência deve ser feita por escrito e conter o nome e a qualificação do credor, a importância exata que atribui ao crédito, a atualização monetária até a data da decretação da falência, bem como sua origem, prova, classificação e eventual garantia.
O administrador judicial, diante das habilitações e divergências suscitadas, acolhe as que considerarem pertinentes e promove a republicação do quadro de credores. No lapso de 10 dais seguintes à republicação, os legitimados podem apresentar a impugnação da relação elaborada pelo administrador judicial. 
Pessoas Legitimadas para Impugnar a relação: Qualquer credor; o comitê, o falido, o sócio ou acionista da empresa falida; ou, o Promotor de Justiça.
Cada impugnação à relação dos credores é autuada em separado. Após a autuação das impugnações, o cartório providencia a intimação dos credores impugnados. Eles terão 5 dias para contestarem a impugnação, juntarem documentos e indicarem as provas que pretendem produzir.
 Após a contestação ou decurso do prazo, intima-se o falido ou o representante legal da sociedade falida e o comitê, se existente, para no prazo comum de 5 dias se manifestarem sobre as matérias litigiosas, contados da respectiva intimação. Vencido o prazo os autos ficam conclusos para a prolação de sentença. Contra a sentença proferida na impugnação de crédito cabe agravo. 
8 – Liquidação do Processo Falimentar: A liquidação tem início tão logo instaurado o processo falimentar.
8.1 – Objetivos:
a) Realização do ativo, vendendo-se os bens arrecadados;
b) Pagamento do passivo, satisfazendo-se os credores admitidos, de acordo com a natureza do seu crédito e as forças da massa.
Venda dos Bens: A venda dos bens arrecadados pode ser feita englobadamente ou separadamente, em leilão, por propostas ou pregão, segundo melhor interessar à massa. Se da venda do estabelecimento empresarial desarticulado resultar um preço superior ao da venda conjunta, prefere-se o que resultar melhores frutos à massa.
A venda em leilão deve atender às normas específicas da Lei de Falências. A intimação do Ministério Público é imprescindível para a essência do ato, sendo nula a hasta realizada com a inobservância desta obrigação legal.
A venda por proposta deve ser amplamente divulgada por publicações no Diário Oficial e em jornal de grande circulação.
A venda em Pregão consiste numa combinação entre as duas modalidades anteriores. Se, ao abrir as propostas, verificar o juiz que é pequena a diferença entre as maiores propostas (até 10%), intimará os proponentes para um leilão, entre eles, de lances verbais. Art. 142, § 5º: A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases: I – recebimento de propostas, na forma do § 3º deste artigo; II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2º deste artigo.
Para que a realização do ativo se processe por forma diversa dessas (realização extraordinária), exige a lei uma autorização judicial a pedido do administrador judicial ou comitê ou a concorrência da vontade de credores representantes de, pelo menos, 2/3 do passivo admitido presente em assembléia geral convocada para esse fim.
Na sociedade com sóciosde responsabilidade ilimitada, os bens destes são arrecadados pelo administrador judicial juntamente com os sociais. Todavia, no momento da liquidação os bens da sociedade deverão ser vendidos em primeiro lugar. Caso o produto dessa venda seja insuficiente ao pagamento dos credores, se promove, em seguida, a venda de tantos bens do patrimônio dos sócios quantos bastem ao pagamento do saldo, haja vista a subsidiariedade da responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais.
Se o acionista ou o sócio da sociedade limitada não houver integralizado, totalmente, o capital social da falida, caberá ao administrador judicial promover a ação de integralização, sendo essa proposta independentemente da prova de insuficiência dos bens sociais.
Realização do ativo: A realização do ativo compreende a venda dos bens e a cobrança, amigável ou judicial, dos créditos do falido que deverá ser promovida pelo administrador judicial, podendo oferecer abatimento, desde que autorizado pelo juiz da falência, após oitiva do comitê de credores e do falido. Art. 22, §3º: Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento.
Depósito: O dinheiro resultante da venda dos bens do falido deverá ser depositado em conta bancária da massa falida pelo administrador judicial, a qual não poderá ser movimentada senão por meio de cheques assinados pelo administrador judicial ou por mandado expedido pelo juiz. 
Prestação de Contas: Exaurido o produto da venda dos bens arrecadados, o administrador judicial deve apresentar a sua prestação de contas e, após o julgamento destas, o relatório final. Deste relatório constará o valor do ativo e o do apurado com a sua venda, o do passivo e o dos pagamentos realizados, especificando, em relação a cada credor, o crédito residual, se houver. Tal documento servirá de base à extração de certidões caso algum credor queira cobrar o seu crédito do falido que recompuser o patrimônio. Se o administrador não apresentar seu relatório final em 10 dias, será intimado para fazê-lo, sob pena de incorrer nas penas do crime de desobediência.
Após a apresentação do relatório final, o juiz profere sentença declarando o encerramento do processo de falência, a qual é publicada por edital e recorrível mediante apelação. Art. 156/LF: Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença.
Os livros do falido ser-lhe-ão devolvidos para a devida guarda no prazo regular.
9 – Reabilitação do Falido:
Após a sentença de encerramento da falência, termina o processo falimentar propriamente dito. Poderá, no entanto, o falido ter interesse em promover sua reabilitação, a qual compreende a extinção das responsabilidades civis e penais do falido.
A declaração, por sentença, da extinção das obrigações ocorre nas seguintes hipóteses: 
a) Pagamento dos créditos ou novação daqueles com garantia real. Art. 158/LF: Extingue as obrigações do falido: I – o pagamento de todos os créditos; 
b) Rateio de mais de 50% do passivo, após a realização de todo o ativo, sendo facultado o depósito da quantia necessária para atingir-se esta porcentagem. Art. 158, II/LF: O pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
c) Decurso do prazo de 5 anos após o encerramento da falência, se o falido ou representante legal da sociedade falida não incorreu em crime falimentar. Art. 158, III/LF: III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
d) Decurso do prazo de 10 anos após o encerramento da falência, se houve condenação do falido ou do representante legal da sociedade falida por crime falimentar. Art. 158, IV/LF: O decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
e) Prescrição das obrigações anteriormente ao decurso desses prazos decadenciais. A declaração de falência suspende o prazo prescricional das obrigações do falido, os quais recomeçam a fluir da data do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência. Decorrido o prazo ocorre a prescrição e extingue-se a obrigação correspondente.
- Requerimento: O falido deverá apresentar requerimento de declaração de extinção das obrigações, acompanhado de prova de quitação dos tributos relativos ao exercício do comércio. Após, ouvidas as partes e, se for o caso, o Ministério Público, o juiz proferirá sentença.
- Volta à Atividade Comercial: Se o falido não estiver sendo processado penalmente ou tiver sido absolvido, por sentença definitiva, poderá, com a extinção das obrigações voltar a explorar atividade empresarial, reabilitado que se encontra. Se, no entanto, ele for condenado por crime falimentar, deverá, ainda, requerer a sua reabilitação penal, a qual somente é concedida após o transcurso de 2 anos, contados do cumprimento da pena. A declaração, por sentença, da extinção das obrigações é condição da reabilitação penal.
O falido reabilitado civil e criminalmente, na forma examinada, pode voltar a explorar regularmente atividade empresarial. Se não requereu sua reabilitação, os efeitos da inabilitação limitam-se a 5 anos, contados da extinção da punibilidade. Art. 181/LF: São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei: I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei; III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. § 1º: Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal. § 2º: Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos inabilitados. 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR R. SÁ
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL II 
PROFESSOR: PROF. XAVIER JR. 
“2ª PROVA”
PICOS – PIAUÍ
 2010
Elaborado por José Francisco de Moura1
ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA: 
1 - Generalidades: Para administração da massa falida têm-se três agentes: o magistrado, o representante do Ministério Público e os órgãos da falência (Administrador judicial, assembléia de credores e comitê dos credores).
1 - AGENTES: 
a) Magistrado: Compete ao Juiz presidir a administração da falência, superintendendo as ações do administrador judicial. Cabendo-lhe autorizar a venda antecipada de bens, o pagamento de salários dos auxiliares do administrador judicial, aprovar a prestação de contas do administrador judicial. 
Funções que Exerce o Magistrado: 
- Preside a administração da falência;
- Supervisiona ações do administrador da falência;
- Autoriza venda antecipara de bens do falido. 
- Autoriza o pagamento dos auxiliares do administrador judicial; 
- Aprova a prestação de contas do administrador judicial;
- Outros atos definidos em lei de conteúdo exclusivamente administrativo.
Art. 113/LF: Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 horas. Art.

Continue navegando