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Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1834 Escambo de dados pessoais: a polêmica da nova moeda Personal data scambox: the new currency policy Recebimento dos originais: 29/08/2019 Aceitação para publicação: 26/09/2019 Harvey José Santos Ribeiro Cosenza Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPE-UFRJ Instituição: Universidade Federal Fluminense - UFF Endereço: Rua Recife, Lotes, 1-7 - Jardim Bela Vista, Rio das Ostras - RJ, 28895-532, Brasil E-mail: harveycosenza@gmail.com Luis Claudio Bernardo Moura Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPE-UFRJ Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPE-UFRJ - Laboratório Fuzzy - LabFuzzy Endereço: Av. Horácio Macedo, 2030 - Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - RJ, 21941-598, Sala F110, Brasil E-mail: slmoura10@ig.com.br RESUMO O presente artigo busca aferir sobre o uso dos dados pessoais em meio digital, sob a ótica das normas regulamentadoras frente ao direito à privacidade e proteção dos mesmos no Brasil. Para o alcance do objetivo definido, este trabalho apresentará discussões acerca do direito de privacidade em meio digital, seguindo de quais instrumentos normativos são oferecidos quanto à proteção de dados pessoais no Brasil. O interesse no estudo do tema se aprofunda a proporção que a relevância ao se tratar do tratamento e a tutela ao direito à proteção da privacidade dos dados pessoais em meio a moderna contemporaneidade, a qual é constantemente instigada e desafiada por essas novas questões que se demonstram vigentes e efetivas em meio a essa nova Sociedade da Informação. Tal tema nos remete a seguinte problemática: Há diploma efetivo de tutela de direito em meio a privacidade e proteção de dados pessoais no Brasil? A realização do presente estudo se classifica como uma pesquisa do tipo exploratória. Quanto aos meios trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, com levantamento de informações primarias e secundarias. Palavras-chave: Privacidade, Dados Pessoais, Sociedade da Informação. ABSTRACT This article aims to assess the use of personal data in digital media, from the perspective of regulatory norms regarding the right to privacy and protection thereof in Brazil. To achieve the defined objective, this paper will present discussions about the right of privacy in digital media, following which normative instruments are offered regarding the protection of personal data in Brazil. The interest in the study of the theme deepens as the relevance to the treatment and the protection of the right to the protection of the privacy of personal data in the midst of modern times, which is constantly instigated and challenged by these new questions that are being demonstrated. effective in the midst of this new Information Society. This theme brings us to the following problem: Is there an effective diploma of law protection in the midst of privacy and protection of personal data in Brazil? The accomplishment of the present study is classified as an exploratory research. As for the means it is a bibliographical research, with a qualitative approach, with survey of primary and secondary information. Keywords: Privacy, Personal Data, Information Society. Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1835 1 INTRODUÇÃO A gradativa utilização das novas tecnologias estabelece múltiplas dinamicidades às relações sociais contemporâneas. Acompanhado de uma incessante evolução e atualização da indústria tecnológica, mediante suas novas plataformas e ferramentas que maximizam a experiência de navegação na web, instigaram cada vez mais os indivíduos a almejar a inclusão digital. Esse novo paradigma de inter-relacionamento caracteriza a sociedade da informação, onde a tecnologia da informação são a nova articulação social. Em meio a esse cenário, na Sociedade da Informação o indivíduo é representado por informações, sendo assim, conhecido por dados, rotinas de consumo, números, em forma de imagens, textos, sons e dados registrados. Este novo entendimento do indivíduo, como um ser informacional, passa a reclamar a proteção da privacidade dos dados pessoais. O interesse no estudo do tema se aprofunda a proporção que a relevância ao se tratar do tratamento e a tutela ao direito à proteção da privacidade dos dados pessoais em meio a moderna contemporaneidade, a qual é constantemente instigada e desafiada por essas novas questões que se demonstram vigentes e efetivas em meio a essa nova Sociedade da Informação. Tal tema nos remete a seguinte problemática: Há diploma efetivo de tutela de direito em meio a privacidade e proteção de dados pessoais no Brasil? Considerando a complexidade da atual sociedade e os conflitos relacionados à proteção de dados, o presente artigo visa analisar o uso dos considerados de cunho pessoal em meio digital, sob a ótica das normas regulamentadoras frente ao direito à privacidade e proteção dos mesmos no Brasil. Para o alcance do objetivo definido, este trabalho apresentará discussões acerca do direito de privacidade em meio digital, seguindo de quais instrumentos normativos são oferecidos quanto à proteção de dados pessoais no Brasil. A realização do presente estudo se classifica como uma pesquisa do tipo exploratória. Quanto aos meios trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, com levantamento de informações primárias e secundárias. 2 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Com o advento da Sociedade da Informação e da caracterização da sociedade atual como uma sociedade em rede, o ambiente em que vivemos pode ser visto como um entrelaçado de fluxos de informações (CASTELLS, 2003). A sociedade da Informação está baseada nas tecnologias de informação e comunicação que envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos. Essas tecnologias não transformam a sociedade por si Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1836 só, mas são utilizadas pelas pessoas em seus contextos sócias, econômicos e políticos, criando uma nova comunidade local e global. É uma sociedade que recorre predominantemente às Tecnologia da Informação e Comunicação para troca de informação em formato digital, suportando a interação entre indivíduos e entre estes e instituições, recorrendo a práticas e métodos em construção permanente, utilizando a informação como recurso estratégico. (GOUVEIA e GAIO, 2004) Nesse cenário, o indivíduo, em sua conjuntura, da mesma forma transmuda-se em ser dependente de informações, onde dados são sua vivificação em um novo plano de existência. A base tecnológica que dá forma organizacional à Era da Informação é a Internet. Para Castells (2003, p. 7- 8), A influência das redes baseadas na Internet vai além do número de seus usuários: diz respeito também à qualidade do uso. Atividades econômicas, sociais, políticas, e culturais essenciais por todos o planeta estão sendo estruturadas pela Internet e em torno dela, como por outras redes de computadores. (CASTELLS,2003, p. 7/8) A informação costuma ser referenciada como a “matéria-prima” de novos processos sociais e econômicos desencadeados na Sociedade da Informação. A informação pessoal, em particular, surge como uma autêntica commodity em torno da qual despontam novos modelos de negócio que, de uma forma ou de outra, buscam extrair valor monetário do intenso fluxo informacional de dados pessoais oportunizado pelas modernas tecnologias da informação. Neste cenário, conhecimento einformação, portanto, são vitais para a sociedade informacional e sua utilização mostra-se potencializada pelo uso da Internet, que, hoje em dia, permeia todo o tipo de atividade. 3 INFORMAÇÃO E DADOS PESSOAIS Dados podem ser definidos como “um conjunto de registros sobre fatos, passíveis de serem ordenados, analisados e estudados para se alcançar conclusões”. Estes dados, quando “organizados e ordenados de forma coerente e significativa para fins de compreensão e análise, são chamados de informação” (LACOMBE, 2003, p. 490). Catala, (apud Faria 2010, p.20), admiti que identifica uma informação pessoal no qual o objeto da informação é a próprio indivíduo: Mesmo que a pessoa em questão não seja a “autora” da informação, no sentido de sua concepção, ela é a titular legítima de seus elementos. Seu vínculo com o indivíduo é por demais estreito para que pudesse ser de outra forma. Quando o objeto dos dados é um sujeito de direito, a informação é um atributo da personalidade. (CATALA apud FARIA, 2010, p. 20). Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1837 Castells Castro (2005) apresentou uma definição que coincide com essa ordem conceitual. Nela, informação pessoal é: Relacionado a um indivíduo identificado ou identificável, independentemente do suporte em que se encontre registrado (escrita, imagem, som ou vídeo). Entende-se por identificado o indivíduo que já é conhecido; e por identificável, a pessoa que pode ser conhecida diretamente pelo próprio possuidor de seus dados, ou indiretamente através de recursos e meios à disposição de terceiros. (CASTRO, 2005, p. 70 -71) A coleta, o armazenamento e a análise de dados estão em uma trajetória ascendente e, aparentemente, sem limites, alimentados por um aumento no poder de transformação, redução dos custos de computação e de armazenamento, e pelo número crescente de tecnologias de sensor incorporadas em todos os tipos de aparelhos. E a esse universo, que reflete a capacidade tecnológica de capturar, agregar e processar um número e variedade cada vez maior de dados, é conferido o nome de “big data1”. A quantidade de dados pessoais captados e armazenados para o uso pelo capital aumenta quanto mais eleva o uso das redes de entretenimento, serviços, informações. Tais dados simbolizam interações entre indivíduos e indivíduos, indivíduos e máquinas, indivíduos e organizações e instituições, por fim, parcela desse fluxo pode ser analisado e gerar informações sobre o mercado e a preferência dos consumidores. Os dados são o principal insumo para a criação de valor no mundo conectado. Em uma declaração que se tornou bastante conhecida, Meglena Kuneva (2009), Comissária europeia do consumo, elucidou que “os dados pessoais são o novo óleo da Internet e a nova moeda do mundo digital”, a deixar claro o advento de um novo terreno adentrado pela relação de consumo, no qual o usuário passava a ser, em si, a fonte de um ativo que são os seus dados pessoais, fomentando a ânsia de adequação das normas que regulam o consumo para que levem em conta este novo cenário. Tal analogia enfatiza o poder dos dados, em meio a este panorama, organizações de todo mundo tem como prioridade coletar dados. 4 ESCAMBO DE DADOS PESSOAIS No mercado de consumo, os dados pessoais obtidos por meio da utilização de novas tecnologias da informação se transformam em um recurso essencial e valioso, tanto para a redução dos riscos empresariais, como para a fidelização. Tal panorama orienta as organizações a uma busca incessante pela informação. Este câmbio de dados pessoais se fundamenta nas necessidades de informação das 1 O Big Data é tecnicamente usado para descrever o enorme volume de dados, que se caracteriza também por possuir um fluxo desestruturado, tendo como suas principais características o alto volume, a velocidade e a variedade (DAVENPORT; BARTH; BEAN, 2012). Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1838 empresas, instituições públicas e usuários finais. Conforme o texto da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre tais operações, Os dados são normalmente utilizados para servir melhor os clientes, melhorar a eficiência das transações e a qualidade dos produtos, bem como para identificar as macrotendências em um número de diferentes setores, incluindo saúde, transporte e segurança. (OCDE, p. 4, 2013) No caso das redes sociais que a princípio são de caráter gratuito, pode-se observar que a moeda de troca entre a empresa e o usuário são todos os dados que o próprio utilizador do site gera. É possível entender tal mercado de dados pessoais como um ecossistema envolvendo um conjunto de atores humanos e não humanos, empresas, plataformas, usuários, agências, data centers, programas de rastreamento, banco de dados, entre outros dispositivos. Neste cenário, podemos agrupar os agentes envolvidos com as atividades que os caracterizam. Sergio Silveira (2017) considera a existência de quatro camadas no mercado de dados: a primeira é a de coleta e armazenamento de dados; a segunda processamento e mineração de dados; a terceira é a análise e de formação de amostras; por fim, a quarta é a modulação. Na camada de coleta e armazenamento de dados estão as plataformas de relacionamento online, os sites, os mecanismos de pesquisa e de rastreamento de navegação, os formulários online. A interatividade gerada pelo usuário nas redes – como os cliques, páginas acessadas e o tempo gasto em cada uma delas – é registrada e armazenada em grandes bases de dados. A camada de processamento e mineração de dados envolve o tratamento e a reunião dos dados coletados e armazenados, fornecidos por diferentes fontes com o objetivo de aprimorar e enriquecer um perfil pessoal mais detalhado. Na terceira camada, de análise e de formação de amostras, encontram-se chamados departamentos de marketing de empresas e também as plataformas que conseguem organizar a venda dos chamados públicos segmentados. Como camada de modulação, podemos identificar o conjunto de atividades de oferta de produtos e serviços a partir das estratégias de venda embasadas nas análises que o processamento de informações permite realizar. Incluem-se, nessa etapa, os dispositivos de filtro, os algoritmos de controle de visualização e de formação de bolhas de consumidores. Em meio ao que foi exposto, percebe-se que os dados pessoais permitem formar padrões e perfis de comportamento e de consumo, os quais, por sua vez, asseguram a formulação de estratégia de atração e de aprisionamento das atenções para a condução das escolhas em guias de modulações para a atuação. Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1839 As informações sobre como o indivíduo se procede, trabalha, estuda, são a matéria-prima para a formulação de padrões, que constituem a base de provisões sobre o que se irá fazer em uma série de situações. Dessa forma, o mercado de dados pessoais se tornou um dos principais mercados da economia informacional. As amostras comercializadas por empresas como Google e Facebook resultam do tratamento de dados extraídos das ações dos indivíduos que se encontram reunidos em seus bancos de dados. 5 MEIOS DE COLETA DE DADOS - INTERNET Diversas ferramentas foram criadas com a finalidade de obter essas informações, capazes de coletar e compartilhar dados relacionados aos usuários e seu cotidiano, por meio de mecanismos como: Tracking cookie - é um arquivo de texto, ao qual consegue rastrear o que o usuário faz na internet e estas informações são utilizadas de maneira compartilhada entre os sites. (NOVAES, 2013). Data Mining - é o processo de descobrir informaçõesrelevantes, como padrões, associações, mudanças, anomalias e estruturas, em grandes quantidades de dados armazenados em banco de dados. (GOLDSHMIDT, R., 2015). Spam - é o termo utilizado para referir-se aos e-mails não solicitados, que geralmente são enviados para um grande número de pessoas. (FLORENÇO, 2016). Cookies - são um mecanismo de armazenamento de dados no browser cliente e permite o rastreamento ou identificação do retorno de usuários. (WELLING , 2005, p. 73). Formulários - Conforme Tiago Matos (2004) através dos formulários, os visitantes espontaneamente informam ao site informações solicitadas, que variam entre as mais básicas como nome, endereço e profissão, às mais íntimas, como quais as áreas de seu interesse. Neste tipo de coleta de dados, o informante sabe que está cedendo as informações, ou seja, tem total consciência de que está fornecendo PIIs2 – embora não saiba para que se destinam. Banco de Dados - segundo Abraham Silberschatz (2012, p. 52 apud Henry Korth, 1994), um banco de dados “é uma coleção de dados inter-relacionados, representando informações sobre um domínio específico”, onde tal, em sua acepção fundamental, um conjunto de informações estruturado de acordo com uma determinada lógica – e esta lógica costuma ser uma lógica utilitarista, uma lógica que procura proporcionar a extração do máximo de proveito possível a partir de um conjunto de informações. Os bancos de dados que contêm dados pessoais, tão comuns em nossos dias, proporcionam uma nova definição dos poderes e direitos sobre as informações pessoais e, consequentemente, sobre a própria 2 PII - Personally Identifiable Information(Informações Pessoais Identificáveis), são todas as informações relativas a uma determinada pessoa, desde características físicas até hábitos dos mais variados, de modo que do cruzamentos desses dados seja possível traçar um verdadeiro perfil da respectiva pessoa.( MATOS, 2004) Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1840 pessoa. Aumenta o número de sujeitos que podem ter acesso a um conjunto sempre mais detalhado e preciso de informações sobre terceiros. A sociedade se encontra em um avançar tecnológico ao qual os dados pessoais, em particular os dados pessoais dos consumidores, passaram a ser atraentes ao mercado, que os operam para diversificados fins e os deixam de certa forma vulneráveis. 6 PRIVACIDADE NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Na sociedade atual, a informação tem grande valor, porém para que se chegue as informações, anteriormente é necessário coletar dados. Com relação a esse tema, Sales, Lima e Miranda (2007) afirmam que com as novas tecnologias de tratamento de informação, a Internet vem rompendo as barreiras entre privado e público, e muitas vezes, o limite da privacidade. A acentuada inovação tecnológica e o efeito rede3 mudaram a perspectiva de privacidade, sob o enfoque dos grandes bancos de dados compartilhados via internet e o grande volume de informações processadas mecanicamente e de forma instantânea, fez com que os setores da sociedade enxergassem o direito da privacidade com um novo olhar. A pluralidade de formas de recolhimento de informações e o acesso a tantas informações pessoais, por vezes qualificadas em dados sensíveis, ampliará, entretanto, os riscos do manejo inadequado pela empresa, seja no desvio de finalidades ora seja no compartilhamento com outras que lhe sejam parceiras. A relevância do capital da proteção de dados na Sociedade da Informação reflete- se, por exemplo, no status de direito fundamental que lhe outorgou a Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia (apud DONEDA, 2016), referindo-se explicitamente em seu Art. 8º: Proteção de dados pessoais 1. Todas as pessoas têm direito à proteção dos dados de carácter pessoal que lhes digam respeito. 2. Esses dados devem ser objeto de um tratamento leal, para fins específicos e com o consentimento da pessoa interessada ou com outro fundamento legítimo previsto por lei. Todas as pessoas têm o direito de aceder aos dados coligidos que lhes digam respeito e de obter a respectiva retificação. 3. O cumprimento destas regras fica sujeito a fiscalização por parte de uma autoridade independente. 3 O termo ‘efeito rede’ refere-se, basicamente, à maneira como sistemas maciçamente conectados tendem a criar padrões que, uma vez estabelecidos, torna-se extremamente difíceis de eliminar. (JENNIGS, FENA, 2000, p. 133.) Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1841 A proteção de dados leva-se em consideração todo o arcabouço legal, para proteção da integridade e intimidade das pessoas, buscando proteger desde a coleta até a própria manutenção desses dados pessoais. A proteção de dados pessoais surgi justamente como forma de regular a utilização da informação pessoal durante o seu tratamento, isto é, nas várias operações às quais ela pode ser submetida após ter sido colhida por uma forma qualquer. 7 PRIVACIDADE NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Na tutela dos dados informáticos, Rodotà (2008) aponta que deve se assegurar alguns princípios e instrumentos necessários para se ter efetividade. Finalidade – os dados só podem ser utilizados para finalidades compatíveis com aquelas que justificaram a sua coleta e tenham sido informadas ao titular; Necessidade – utilização dos dados pessoais limitadas ao mínimo necessário, de modo que se o fim buscado pode ser atingido com dados anônimos, deve ser dispensado qualquer tratamento); Livre acesso – o titular pode consultar gratuitamente os seus dados; Qualidade de dados – exatidão e atualização realizada para cumprimento do tratamento; Transparência – sempre informar o titular sobre a realização do tratamento de dados; Segurança física e lógica – uso de medidas técnicas e administrativas proporcionais ao atual estado da tecnologia, à natureza dos dados e às características específicas do tratamento; Responsabilidade – reparação dos danos causados aos titulares dos dados pessoais. (RODOTÁ, 2008, p. 59) Tais regras apresentaram um conjunto de medidas que passou a ser encontrado em várias das normativas sobre proteção de dados pessoais. É notável a preocupação em meio aos marcos normativos acerca do tema de proteção de dados pessoais, principalmente no que tange à divulgação de informações de indivíduos em bancos de dados. Doneda (2010) acrescenta que O problema ocorre quando a coleta de dados sobre consumidores, sem a menor filtragem e sem levar em consideração se tratar de dado sensível ou não, estão sendo utilizados como objetos de interesses por diversas empresas, para, muitas vezes, oferecer especificamente publicidade comportamental (behavioraladvertising) e influenciar os consumidores em suas escolhas (DONEDA, 2010, p. 62). Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1842 8 PRIVACIDADE E PROTEÇÃO DE DADOS – BRASIL No Brasil, não existe normativa específica sobre proteção de dados pessoais, mas há Proteção Constitucional e outros instrumentos fornecidos por meio de leis esparsas, como os mecanismos oferecidos no Código de Defesa do Consumidor. A Constituição da República de 1988 prevê o direito à privacidade (art. 5º, inciso X), incluindo a inviolabilidade do sigilo de comunicações, de dados e comunicações telefônicas (art. 5º, inciso XII), bem como a garantia de acesso a informações pessoais, e de retificação de dados, constantes de bancos de dados públicos por meio do Habeas Data7(art. 5º, inciso LXXII), este regulado pela Lei n. 9.507 de 1997. Em vista, o art. 5º, incisos X e XII da Constituição da República, observa-se que é direito do indivíduo ter sua intimidade conservada. O mesmo vale em relação aosigilo da correspondência e das comunicações, de dados e das comunicações telefônicas. Repara-se que o inciso XII do artigo 5°, da Constituição Federal, meramente protege os dados em trânsito, ou seja, enquanto estiverem em mobilidade, logo não existiria no direito pátrio proteção de dados estanques e armazenados, qual seja, cadastros de dados em geral, logo estariam desprovidos de sigilo. Partindo, na legislação infraconstitucional, destaque-se o Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, art. 43 de 11 de setembro de 1990. Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. § 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos. § 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas. § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público. § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. § 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1843 Cujo artigo 43 estabelece uma série de direitos e garantias para o consumidor em relação às suas informações pessoais presentes em “bancos de dados e cadastros”, implementando uma sistemática baseada nos Fair Information Principles4. O avanço mais significativo se deu com a entrada da Lei nº 12.965/2014, conhecida como “Marco Civil da Internet”, a qual estabeleceu princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos: I - Inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; II - Inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei; III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo por ordem judicial; Novamente, percebe-se que é necessário ordem judicial para a seja violada a intimidade da pessoa, suas comunicações privadas armazenadas, bem como o fluxo de informações pela internet De acordo com o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (apud TAVARES, 2017), que colaborou da elaboração do projeto de lei, o Marco Civil é formado por três pilares: neutralidade de rede, liberdade de expressão e privacidade. O Ministro acrescenta que o tema da proteção de dados pessoais na internet foi abordado pelo Marco Civil, que, partindo da premissa de que as pessoas são titulares de seus próprios dados pessoais, estabelece regras para o consentimento na coleta de dados, exigindo que sejam coletados apenas para a finalidade das atividades prestadas, bem como ressalta a importância da transparência nas políticas de privacidade, dentre outras medidas. Todavia, o Marco Civil deixa de elencar a totalidade dos “Fair Information Principles”, conforme relatado por Danilo Doneda (2011), que formam um rol de questões que devem ser objeto de análise por um ordenamento jurídico no que tange à proteção dos dados pessoais. Como se nota, a despeito do avanço decorrente da elaboração do Marco Civil da Internet, é possível afirmar que a lei é falha e obscura em diversos aspectos relativos à 4Fair Information Principles - Princípio da publicidade; Princípio da exatidão; Princípio da finalidade; Princípio do livre acesso; Princípio da segurança física e lógica. Estes princípios, formam a espinha dorsal das diversas leis, tratados, convenções ou acordos entre privados em matéria de proteção de dados pessoais, formando o núcleo das questões com as quais o ordenamento deve se deparar ao procurar fornecer sua própria solução ao problema da proteção dos dados pessoais. (DONEDA, 2011, p. 100) Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1844 proteção de dados pessoais, não sendo suficiente à ampla proteção do direito fundamental à vida privada, no que se inclui o direito à proteção dos dados pessoais. Conclui-se que a complexidade das práticas de mercado quanto à coleta, armazenamento e processamento de dados pessoais exige mais do que o Marco Civil já oferece como arcabouço legal – até porque, neste caso, ele se restringe à proteção de dados no contexto apenas da Internet. 9 MARCO REGULATÓRIO PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS EM DISCUSSÃO NO BRASIL Relativos à proteção de dados pessoais tramitam em conjunto no Senado Federal: Projetos de Lei n. 330/2013 (“PL 330/13”). O PL 330/13 traz conceito sobre o que seriam os “Dados Pessoais” protegidos. Neste projeto, seriam definidos como Dados Pessoais quaisquer dados de uma pessoa física identificada ou identificável (a “Titular” dos Dados Pessoais), podendo ainda serem “Dados Pessoais Sensíveis” – aqueles que se relacionarem à saúde, orientação sexual, política ou religiosa, dados genéticos, entre outros. Por outro lado, haveria também os “Dados Anonimizados”, ou seja, relativos à Titular que não possa ser identificada. O Projeto de Lei 330/13 analisado distingue diversas práticas a serem consideradas genericamente como “tratamento de dados”: Em comum, todos ponderam a avaliação e a extração de dados; Tanto o PL 4060/12 e o PL 330/13 consideram as seguintes práticas: armazenamento; ordenamento; conservação; comparação; organização; seleção; Da mesma forma, tanto o PL 330/13 e o PL 5276/16 entendem como tratamento: coleta; utilização; modificação; eliminação; transferência e transmissão; Por fim, isoladamente, o PL 4060/12 inclui a prática de atualização, enquanto o PL 330/13 prevê a suspensão (temporária ou permanente) e a revelação a terceiros (determinados ou indeterminados); e o PL 5276/16 considera a produção, recepção, classificação, reprodução, acesso, distribuição, processamento, arquivamento, avaliação ou controle da informação e a comunicação dos dados pessoais, práticas de tratamento. São requisitos para o tratamento de dados: O consentimento da Titular (ainda que, no PL 4060/12 o consentimento seja necessário apenas para Dados Sensíveis); Garantia da Titular de bloqueio do tratamento, caso solicite; O tratamento deve ser compatível com as finalidades determinadas e com as expectativas legítimas da Titular, sendo realizado apenas durante o tempo necessário para tais cumprimentos, conforme regulado pelos PLs 330/13 Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1845 No momento atual, tramita na câmara do senado o projeto de lei PLS 330/2012. 10 METODOLOGIA A realização do presente estudo se classifica como uma pesquisa do tipo exploratória. A pesquisa exploratória procura explorar um problemapara fornecer informações para uma investigação mais precisa. [...] Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que “estimulem a compreensão” (SELLTIZ et al., 1967, p.63, apud GIL, 2002, p. 41) Quanto aos meios trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, com levantamento de informações primarias e secundarias. A pesquisa bibliográfica procura por meio de obras publicadas, ajudar a explicar as anomalias a serem debatidas. Pode ser utilizada de forma independente ou como parte de outros tipos de pesquisa cientifica (RAMPAZZO, 2005). 10.1 ESTUDO DE CASO: FACEBOOK E A EMPRESA CAMBRIDGE ANALYTICA O objeto de estudo e reflexão abordado pelo trabalho é o incidente envolvendo a Cambridge Analytica começou em 2014, quando o professor Aleksandr Kogan, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criou um teste de personalidade no Facebook com o pretexto de conduzir um estudo psicológico. Cerca de 270 mil pessoas fizeram o teste de Kogan, todavia, o sistema permitiu que sua equipe observasse o perfil de 87 milhões de usuários, pois captava as informações de todos os amigos de quem instalou o aplicativo. O diretor de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, afirmou que, dos 87 milhões de perfis violados de forma imprópria com a consultoria Cambridge Analytica, 443.117 são de usuários brasileiros. O número representa uma fatia de 0,5% do total de usuários no mundo que tiveram suas informações repassadas sem consentimento à empresa de inteligência e marketing político britânica. (NEXO, 2018). http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/vazamento-de-dados-do-facebook-e-ainda-maior-do-que-se-imaginava-bu6hno275lu3x659zucdh0ygq http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/vazamento-de-dados-do-facebook-e-ainda-maior-do-que-se-imaginava-bu6hno275lu3x659zucdh0ygq Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1846 Figura 1 - Estima que 87 milhões o nº de usuários teve dados explorados pela Cambridge Analytica, Fonte: G1 SP ,2018 Com o repasse dos dados à Cambridge Analytica, “os resultados básicos obtidos com a pesquisa tinham como finalidade combinar com dados retirados dos perfis dos usuários do facebook para se extrais um perfil característico das pessoas, a quem poderia encaminhar mensagens eleitorais sob medida” (FOLHA DE SP, 2018). A empresa Cambrigde Analytica foi contratada pela campanha de Trump e forneceu maciço e uso não autorizado de dados pessoais do Facebook em prol da eleição. Ao mesmo tempo que usava segmentos demográficos para identificar grupos de eleitores, como a campanha de Clinton, a Cambridge Analytica também fez segmentações usando psicográficos5. O evento envolvendo Facebook e a empresa Cambridge Analytica pôs em pauta questões como a proteção de dados pessoais e fragilidade da privacidade dos cidadãos por empresas de tecnologia. Muitas delas, como as que operam redes sociais, tiram sua receita do comércio dos dados pessoais cedidos pelos usuários que concordam com seus termos e políticas. 11 CONCLUSÕES A proteção da privacidade quanto aos dados pessoais, deve-se constituir preocupação essencial na implementação de produto ou serviço, desde sua concepção. De seu desenho inicial ao oferecimento 5 Os psicográficos são comportamentais – uma maneira de criar uma segmentação por personalidade do usuário. 70632350 1175870 1096666 1079031 789880 622161 562455 443117 427446 311127 ESTADOS UNIDOS FILIPINAS INDONESIA REINO UNIDO MEXICO CANADA INDIA BRASIL VIETNÂ AUSTRALIA 0 20000000 40000000 60000000 80000000 Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1847 ao mercado, recomenda-se a aplicação protetiva aos modelos de negócio que se valham dessas informações. Assim, nesse contexto, a idéia de que apenas normas, leis e regras judiciais são suficientes para coibir a prática ilegal referente a troca de dados pessoais por algum incentivo relevante, é fadada ao fracasso. Tal procedimento necessita ir além, buscar, nos costumes sociais, a conscientização da ilegalidade dessa prática danosa, a qual publica a intimidade e viola a moral. A nós, operadores da Administração, cabe imputar a melhoria dos sistemas protetivos, introduzindo mecanismos capazes de barrar esse rol de atividades invasivas. Já logisticamente, devemos inserir o gerenciamento na conexão entre as camadas representativas das relações de consumo. As violações aparentemente perpetradas pela empresa Cambridge Analytica, conferem a existência do momento ideal para rediscutir não só esse conceito, evocando nesse caso, a necessidade de proteger a privacidade e os dados pessoais numa época em que estes podem ser considerados os ativos mais valiosos de um capitalismo movido a dados. A tutela da proteção de dados possui fundamento constitucional e assume a feição de um direito fundamental, posto que se destina à proteção da pessoa perante interesses provindos de uma multiplicidade de fontes, sejam aquelas situadas na esfera privada como na pública, chegando, hoje, a se projetar como um direito autônomo e que necessita de uma tutela ampla e genérica (DONEDA, 2010, p. 110). Para o Brasil enfrentar a questão da proteção da relação entre partes, em conteúdos privativos, torna-se compreensível a interação dos vários ramos envolvidos, com a indução de práticas assecuratórias, tais como: a adoção de novas normas, a punição efetiva, a gestão do risco nas operações com uso de dados, a informatização de conteúdos de forma consciente, dentre outros parâmetros necessários à conduzir a proteção e segurança eficaz. Deste modo, lutar contra a carência moral do ser humano, que promove mediante o delito, suprir suas necessidades mais pueris, comporta a linha tênue que interliga um mercado informatizado ardil e a segurança da intimidade relativa, comportando a permissiva no caráter da comercialização de dados pessoais, os quais deveriam ser dotados ao menos de extrema estima e respeito. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: maio. 2018. CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/17/politica/1521302431_579678.html?rel=mas Brazilian Journals of Business Braz. J. of Bus., Curitiba, v. 1, n. 3, p. 1834-1849, jul./set. 2019. ISSN 2596-1934 1848 _____________. A sociedade em rede do conhecimento à política. 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