Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teoria dos Orbitais Moleculares QUÍMICA A Ciência Central 9ª Edição Química Geral I Profª. Livia Carneiro • A Teoria dos Orbitais Moleculares (TOM) Surgiu como um modelo aprimorado de ligação química, dentro do contínuo esforço para explicar de forma adequada certas propriedades moleculares, por exemplo: - o paramagnetismo do O2 • Orbitais atômicos puros dos átomos na molécula combinam-se para produzir orbitais que são espalhados ou deslocalizados sobre diversos átomos ou mesmo sobre uma molécula inteira. Esses novos orbitais são os orbitais moleculares. Teoria dos Orbitais Moleculares Principais Diferenças: Teoria de Ligação de Valência: • Linus Pauling • Os elétrons de valência estão localizados entre os átomos (ou são pares isolados); • Orbitais atômicos semi- preenchidos sobrepõem-se para formar ligações. Teoria do orbitais moleculares: • Robert Mulliken • Os elétrons de valência são deslocalizados; • Os elétrons de valência estão em orbitais (chamados de orbitais moleculares) que se espalham pela molécula inteira. • Na TOM os elétrons de valência estão sobre toda a molécula (deslocalizados), não pertencem a nenhuma ligação em particular; • No modelo de Lewis e da ligação de valência os elétrons estão localizados em átomos ou entre pares de átomos; • Ao contrário do previsto pela teoria de Lewis e pela TLV: – 1 par de elétrons não é essencial para manter uma ligação. – Ele é apenas o número máximo de elétrons permitido pelo princípio de exclusão de Pauli para um orbital molecular. – Um único elétron é capaz de manter uma ligação embora com energia próxima à metade da energia de 1 par de elétrons. • Os orbitais moleculares são sempre construídos a partir da superposição de orbitais atômicos que pertencem à camada de valência dos átomos da molécula; • O termo técnico usado para adicionar funções de onda é “formar uma combinação linear; • Um orbital molecular provém de uma Combinação Linear de Orbitais Atômicos (CLOA); • Qualquer orbital molecular formado a partir da superposição dos orbitais atômicos é chamado de CLOA, uma combinação ou soma de funções de onda; Orbital Ligante: • Os dois orbitais atômicos (como ondas centradas em núcleos diferentes), podem se combinar construtivamente, indicando uma maior densidade de probabilidade entre os núcleos; um elétron que ocupa um orbital molecular é atraído por ambos os núcleos, tendo menor energia do que quando está confinado em um orbital atômico de um átomo, e como ele concentra a densidade eletrônica entre os dois núcleos, o OM segura os elétrons em uma ligação covalente. • O orbital resultante da combinação de orbitais atômicos que têm a menor energia total é chamado de orbital ligante. Orbital Antiligante: • Dois orbitais atômicos podem se combinar destrutivamente dando origem a uma região com menor amplitude e um nodo entre os dois núcleos. Se um elétron ocupa este orbital, ele é excluído fortemente da região internuclear tendo energia mais alta do que quando ocupa um dos orbitais atômicos. • A combinação de orbitais atômicos que tem a maior energia total é chamada de orbital antiligante. Formação de orbitais moleculares ligantes e antiligantes pela adição e subtração de orbitais atômicos Combinação de OAs 1s para formar OMs σ A sobreposição de orbitais s A molécula de hidrogênio A combinação de dois orbitais atômicos 1s de H forma dois orbitais moleculares (OMs) de H2. No orbital ligante os orbitais combinam-se positivamente, levando a um aumento da densidade eletronica entre os núcleos. No OM antiligante, os orbitais combinam-se negativamente na região da ligação apresentando um nó entre os dois núcleos. A sobreposição de orbitais p Combinação de OAs 2px para formar OMs σ Orbitais moleculares a partir de orbitais atômicos 2p As energias relativas dos orbitais atômicos originais e dos orbitais moleculares ligante e antiligante são representadas na forma de diagramas de níveis de energia dos orbitais moleculares. • Os orbitais moleculares possíveis são construídos a partir dos orbitais atômicos da camada de valência disponíveis. • Os elétrons são acomodados inicialmente no orbital molecular de mais baixa energia e, depois, sucessivamente, nos níveis de energia mais alta; • De acordo com o princípio de exclusão de Pauli, cada orbital molecular pode acomodar até dois elétrons; • Se mais de um orbital molecular de mesma energia estiver disponível, os elétrons os ocupam um a um, adotando spins paralelos (Regra de Hund). A molécula de hidrogênio em um Diagrama de Orbital Molecular • Quando dois OAs se superpõem, formam-se dois Oms. • Conseqüentemente, 1s (H) + 1s (H) deve resultar em dois OMs para o H2: • um tem densidade eletrônica entre os núcleos (OM ligante); • um tem pouca densidade eletrônica entre os núcleos (OM antiligante). • Os OMs resultantes de orbitais s são orbitais OMs . • O OM (ligante) tem energia mais baixa do que OM * (antiligante). Preenchimento dos OMs He2 não existe! A diminuição de energia dos dois elétrons no OM ligante é anulada pelo aumento de energia dos dois elétrons no OM antiligante. Portanto, quando existir o mesmo número de elétrons em orbitais moleculares ligantes e antiligantes, a energia da molécula será um pouco maior que para os átomos isolados, e não haverá formação de ligação. Na TOM a estabilidade de uma ligação covalente está relecionada com sua ordem de ligação, definida como: Orbitais moleculares para Li2 • Cada orbital 1s se combina a outro orbital 1s para fornecer um orbital 1s e um * 1s, ambos dos quais estão ocupados (já que o Li têm configurações eletrônicas 1s2). • Cada orbital 2s se liga a outro orbital 2s, para fornecer um orbital 2s e um orbital * 2s. • As energias dos orbitais 1s e 2s são suficientemente diferentes para que não haja mistura cruzada dos orbitais (i.e. não temos 1s + 2s). Os orbitais 1s não contribuem com a ligação. A ligação simples deve-se à interação dos orbitais de valência 2s nos átomos de Li. Os elétrons do cerne não contribuem significativamente para a ligação na formação da molécula. Diagrama de níveis de energia dos orbitais moleculares das moléculas diatômicas O2 e F2 • O comportamento de uma substância em certo campo magnético fornece uma compreensão clara da distribuição de seus elétrons; • As moléculas com um ou mais elétrons desemparelhados são atraídas para um campo magnético, quanto mais elétrons desemparelhados mais fortes serão as forças de atração. • Esse tipo de comportamento magnético é chamado de paramagnetismo. • As substâncias que não tem elétrons desemparelhados são fracamente repelidas por um campo magnético. Essa propriedade é chamada diamagnetismo. O paramagnetismo do O2 é explicado pela TOM • O comportamento magnético é detectado determinando-se a massa de uma amostra na presença e na ausência de campo magnético: • (a) ausência de campo magnético; • (b) pequena diminuição na massa indica diamagnetismo; • (c) grande aumento na massa indica paramagnetismo. Molécula de O2: como os dois últimos spins estão desemparelhados, seus campos magnéticos não se cancelam, e a molécula deve ser paramagnética – exatamente como observado. A ordem de ligação de O2 é 2. O2 líquido derramado entre os pólos de um eletroimã. Ligações p deslocalizadas • Aparece em moléculas que tem duas ou mais estruturas de ressonância envolvendo ligações p • No caso do benzeno: • existem 6 ligações C-C, 6 ligações C-H, • cada átomo de C é hibridizado sp2 • e existem 6 orbitais p não-hibridizados em cada átomo de C. A deslocalização dos elétrons explica a existência de moléculas com deficiência de elétrons. Como a influência de um par de elétrons se espalha por todos os átomos da molécula, não é necessário que exista um par de elétrons para cada par de átomos. Um número menor de par de elétrons espalhados por toda a molécula é capaz de manter todos os átomos juntos, (ex. B2H6) A TOM explica as absorçõesde luz pelas moléculas orgânicas: Os elétrons muito deslocalizados das grandes moléculas encontradas nas pétalas de flores, nos frutos e vegetais são os grandes responsáveis por suas cores. Como muitos átomos de carbono contribuem com orbitais p para os sistemas p dessas moléculas, existem muitos orbitais moleculares. Orbitais moleculares: HOMO (highest occupied molecular orbital) : orbital molecular ocupado de maior energia LUMO (lowest unoccupied molecular orbital): orbital molecular não ocupado de menor energia A TOM explica as absorções de luz pelas moléculas: Nessas grandes moléculas o orbital HOMO está muito próximo, em termos de energia do orbital LUMO; A energia para excitar um elétron do HOMO para o LUMO é muito pequena; Os fótons da luz visível tem energia suficiente para excitar os elétrons e a absorção da radiação resulta na cor que percebemos Beta- catoreno Em moléculas muito grandes existem muitos níveis de energia próximos e a diferença HOMO- LUMO é muito pequena. Teoria da “nuvem eletrônica” ou “mar de elétrons” • O metal é visualizado como uma rede de cátions metálicos em um „mar‟ de elétrons de valência; • Os elétrons estão confinados ao metal por meio de atrações eletrostáticas aos cátions. Ligação Metálica A ligação metálica pode ser melhor explicada pela TOM • A corrente elétrica nos metais e semicondutores é transportada por elétrons deslocalizados. • O número de elétrons não preenche completamente a banda de orbitais. • Conseqüentemente, os elétrons podem ser promovidos para bandas de energia desocupadas. Modelo do orbital molecular para os metais Em um metal o número de orbitais moleculares é muito grande, o que faz com que os níveis de energia fiquem tão próximos que eles formam uma banda quase contínua.
Compartilhar