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DIREITO ADMINISTRATIVO AGENTES PÚBLICOS 5 2. AGENTES PÚBLICOS a) Conceito de agentes públicos lato sensu: É expressão ampla que abrange os sujeitos que exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa que age em nome do Estado é agente público, independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem remuneração e transitoriamente (CARVALHO, 2017, p. 769). Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. b) Agentes Públicos de Fato x Agentes Públicos de Direito ▪ Agente público de direito – É aquele que exerce a função pública com vínculo jurídico, formal, válido com o Estado. Há investidura regular nos cargos, empregos e funções públicas. ▪ Agentes públicos de fato – É aquele que exerce a função pública sem vínculo jurídico, formal, válido estabelecido com o Estado, buscando atender o interesse público. Inexiste investidura prévia em cargo, emprego ou função pública. Obs.: O agente público de fato não se confunde com usurpador de função pública. Isso porque o usurpador exerce a função pública de má fé, inclusive incorrendo no crime de exercício irregular da função pública (art. 328, CP), ao passo que o agente público de fato exerce a função pública para satisfazer o interesse público. Os agentes públicos de fato podem se dividir em: (1) Agente de fato putativo – É aquele que exerce a função pública numa situação de normalidade. Não percebe a proibição, e mesmo sem vínculo, exerce a função pública de boa-fé. DIREITO ADMINISTRATIVO AGENTES PÚBLICOS 6 Ex.: Servidor que se aposenta, mas permanece exercendo a função pública se em um determinado dia ele agride um particular na repartição seus atos seriam convalidados e o Estado responderia. (2) Agente de fato necessário – É aquele que exerce a função pública em situações excepcionais, como emergências e calamidades públicas, em colaboração com o Poder Público, como se fossem agentes de direito. Ex: particular que organiza o trânsito quando todos os sinais da via queimam. Os agentes públicos de direito se dividem em: (1) Agente político (2) Particulares em colaboração com o Estado (3) Servidores Públicos 2.1 Agentes Políticos Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São servidores estatutários, que NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os detentores de mandato eletivo, secretários e Ministros de Estado. Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-los como AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a Súmula Vinculante 13 STF (vedação ao nepotismo). Quanto aos membros da magistratura e do Ministério Público, Maria Sylvia Zanella di Pietro ressalta: “É necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma tendência a considerar os membros da Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos. Com relação aos primeiros, é válido esse entendimento desde que se tenha presente o sentido em que sua função é considerada política; não significa que participem do Governo ou que suas decisões sejam políticas, baseadas em critérios de oportunidade e conveniência, e sim que correspondem ao exercício de uma parcela da soberania do Estado, consistente na função de dizer o direito em última instância. Nesse sentido, o STF, no RE 228.977/SP, em que foi relator o Ministro Néri da Silveira, referiu-se aos magistrados como “Agentes políticos, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho