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Aluno: Valdir silva da Conceição RESENHA O DISCURSO DO MÉTODO – RENÊ DESCARTES PRIMEIRA PARTE A primeira parte é relativa à sua descrição sobre o bom senso ou razão, que é característico e inato em todos os indivíduos, independente da sua classe social, sendo que todos possuem bom senso na mesma magnitude, não havendo nenhum ser humano com um teor de bom senso diferente dos outros. As opiniões são diferentes porque as vias de pensamento são diversificadas, não pela diferença de razoabilidade ou consideração sobre a igualdade das coisas, pois, todos são capazes de distinguir o verdadeiro do falso. Ele cita que as maiores almas são capazes dos maiores vícios assim como das maiores virtudes, concluindo que os que caminham devagar podem avançar muito mais se seguirem o caminho correto em detrimento dos mais velozes que tendem a se afastar do caminho correto. Ele humildemente jamais presumiu que o seu espírito fosse mais perfeito do que os homens comuns, tendo desejado ter o pensamento pronto ou a imaginação tão nítida como foi percebido em outras pessoas. Ele cita que a diferença entre os animais e os homens está na razão ou no senso, havendo mais e menos nos acidentes e não nas formas ou naturezas dos indivíduos da mesma espécie. Ele se encontrou na juventude por mera sorte, de forma a levá-lo a desenvolver métodos capazes de fornecer caminhos para o aumento do seu conhecimento e elevá-lo aos pouco a um patamar superior a mediocridade do seu espírito na curta duração da sua vida. Ele colheu frutos devido a sua inclinação para a desconfiança do que pela presunção, concluindo com o seu olhar filosófico que as diversas ações e empreendimento dos homens lhe pareçam inútil e vã, ficando satisfeito com o seu progresso na busca da verdade, com esperança renovada no futuro, principalmente devido a sua escolha ocupacional. Ele fica na dúvida se realmente a sua escolha é verdadeira, pois, ele pode ter tomado o cobre pelo ouro ou o vidro pelo diamante. Ele desconfia quanto aos pensamentos favoráveis das outras pessoas no que diz respeito a ele. Ele faz o discurso com o objetivo de ter um feedback das pessoas de forma a instruir-se de forma a acrescentá-la as que possam lhe servir. O seu objetivo não foi ensinar o método que as pessoas devem seguir, mas simplesmente mostrar a sua condução de vida, sendo que o seu escrito foi proposto como uma fábula ou uma história, podendo ser seguido ou não pelas pessoas, desejando que seja útil para as pessoas e não nocivo. Ele foi alimentado pelas letras desde a infância, sendo persuadido pelos professores a adquirir um conhecimento claro e seguro do que é útil para a sua vida, além do seu imenso desejo de aprender. Quando terminou o seu ciclo de estudos ocorreu uma mudança drástica de opinião, devido as suas dúvidas e erros, achando que não havia tirado tanto proveito dos seus estudos, descobrindo-se cada vez mais ignorante, apesar de estar estudando numa das celebres escola da Europa, com os maiores sábios, porém, ele duvidava se existia algum na face da terra, pois, o seu aprendizado era igual ao de qualquer outra pessoa que estudava no local, não se contentando com as ciências que eram ensinadas e nem com os livros que lera. Ele percebera que conhecia os juízos que os outros faziam dele e não notava que os outros o consideravam inferior aos seus condiscípulos, que um dia se tornariam substitutos dos mestres. Ele percebeu a florescência e a fertilidade do século em bons espíritos, igual aos precedentes, levando-o a julgar os outros e perceber que não havia doutrina alguma no mundo. Ele apreciava os exercícios feitos na escola e via importância no aprendizado dos idiomas era fundamental e essencial para a leitura dos livros antigos e que quando lidos com discernimento ajudam a formar juízo e que a leitura dos bons livros equivalia a uma conversa com os seus autores ou a uma viagem aos séculos passados, pois, essa leitura reflexiva mostra apenas os melhores pensamentos de seus autores, sabendo os costumes de vários povos para comparar com o da sua realidade, para não pensar que tudo que é contra o seu pensamento seja ridículo ou contra a razão, como pensam os que não procuram se inteirar da realidade vivida pelos antigos. Ele diz que não se deve viajar muito no tempo passado, porque pode se tornar um estrangeiro no seu país ou então se for curioso demais com o passado pode ficar ignorante com o presente. Ele acreditava que a eloquência e a poesia eram mais dons de espírito do que frutos do estudo. Os que têm raciocínio forte, tornando-os claros e inteligíveis são melhores na persuasão. Já as pessoas que tem invenções mais agradáveis poderiam ser melhores poetas. Ele tinha o prazer de estudar as matemáticas, que só eram utilizadas nas artes mecânicas, não tinham nenhum outro tipo de construção, apesar dos seus fundamentos sólidos. Ele revenerava a teologia com o único propósito de ganhar o céu como qualquer outro mortal, as verdades reveladas estão acima da nossa inteligência, sendo que para ser bem sucedido no seu exame necessitava de ajuda do céu e ser mais que um homem. A filosofia possuía o dom de causar duvidas e ele não esperava se sair melhor do que os outros, devido a sua gama de interpretação executadas por pessoas doutas, não podendo haver mais de uma verdadeira, sendo que ele reputava como falso tudo que era verossímil. As outras ciências ele não enxergava nada sólido para ser construído, porque seus fundamentos eram pouco firme. Ele não tinha interesse em aprendê-las, mesmo com os ganhos proporcionados, principalmente porque ele era rico e não havia necessidade de exercer os seus ofícios e nem desejava ter um falso título. Ele não dava valor às más doutrinas como alquimia, astrologia ou magia. Quando ele completou a idade para se livrar dos professores, parou de estudar letras ou qualquer outra ciência e saiu pelo mundo viajando para conviver com as pessoas, experimentar a si próprio e recolher várias experiências, refletindo sobre as coisas, raciocinando sobre os assuntos que lhe diz respeito, tirando proveito de tudo, aproximando-se do senso comum, o que não poderia ser feito se tivesse trancado em um gabinete, utilizando o seu imenso desejo de aprender a distinguir o verdadeiro do falso, enxergar claramente as suas ações e caminhar com segurança. Após estudar no livro do mundo, ele resolveu estudar a si mesmo, escolhendo deliberadamente o caminho que deseja seguir, o que deu melhor resultado. REFERÊNCIAS: CASTILHO, Fausto. Meditações sobre filosofia primeira: Descartes. Coleção Multilíngue de Filosofia Unicamp. Ed. Unicamp
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