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Caderno de biodireito

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Aula 01
Prof. Diogo L. Machado de Melo
Bibliografia:
Adriana Maluf - " Curso de Bioetica e Biodireito".
Maria Helena Diniz, Biodireito.
Objeto de estudo do curso:
Limites e amplitude dos avanços biotecnologicos aplicados no ser humano.
Biodireito -> limites que o Direito impõe aos avanços biotecnologicos que estão se do aplicados à pessoa humana.
Exemplo: quais são os limites da relação médico/ paciente. Até que ponto um médico pode impor um determinado tratamento a uma pessoa ?
Aula 02
1. Biodireito X Bioetica:
CF, 5º, IX
- Biodireito
- Bioética: situações persistentes / situações emergentes
2. Princípios básicos
- Premissa: dignidade da pessoa humana/ cláusula geral
- Orgiens: Belmont Report(1978)
A) Beneficência (não maleficência)
B) Justiça
C) Autonomia ( Resolução 1931de 2009 CFM/ lei 10.216. Existe uma específica capacidade para "consentir"?)
Explicação:
Bioetica:
Campo de estudo mais amplo. A Bioetica tem como objetivo a reflexão ética em torno dos avanços da ciência. Trata-se de reflexões filosóficas.
O objeto da Bioetica é mais deontológico ( programas éticos ) sobre o avanço das pesquisas no ser humano.
O termo Bioetica sofrerá necessariamente reflexões filosóficas, culturais e jurídicas. Por isto que, na medida do possível, tiraremos da nossa matéria influências culturais/ religiosas.
Exemplos de questionamentos da Bioetica:
Do ponto de vista ético, é correto um médico selecionar variações genéticas para permitir a reprodução de um ser humano ideal?
--> Bioetica de situações persistentes
--> Bioetica de situações emergentes
Existem situações constantes ( situações persistentes). Exemplo: em que momento surge e se extingue a vida?
As situações não consolidadas ( situações emergenciais) não são abarcadas, normalmente, pelo Biodireito, pois não consegue alcançar.
Biodireito:
Estuda as limitações da ciência do direito, propondo limitações jurídicas, portanto com base no ordenamento, aos avanços da ciência aplicada ao ser humano.
Biodireito não da respostas definitivas, mas procura no ordenamento jurídico como o direito responde àquela situação jurídica debatida ( aplicação tecnológica em um dado ser humano).
Princípios próprios do Biodireito:
O direito não nega o progresso científico ( é direito fundamental, previsto no artigo 5º, inciso IX, CF). Consequentemente, o nosso Estado admite o progresso científico. A grande questão é como contornar a liberdade científica, ponderando este valor com o princípio da dignidade do ser humano? O que deve prevalecer?
Quando o ser humano for utilizado como instrumento neutro de pesquisa científica, isto terá que ser considerado ofensivo à dignidade do ser, humano.
Não da pra conceituar a priori o que é a dignidade da pessoa humana, pois é conceito geral. Mas no Biodireito, ofendera a pessoa humana quando o avanço científico não for utilizado em prol do ser humano.
Trata-se de leitura constitucional do Biodireito.
A competência para julgar ações relativas ao Biodireito é o STF.
Existem princípios mais setorizados ( próprios do Biodireito):
- Autonomia
- Beneficência
- Justiça
- Alteridade
Concepção destes princípios - em 1978, foi nomeada comissão pelo governo dos EUA chamado Belmont Report, para estabelecer regras mínimas para a pesquisa tecnológica na América do Norte. Isto aconteceu porque saiu na People ( revista) uma matéria que falava que determinados médicos controlariam a vida da humanidade, pois faziam manipulação genética, clones, etc.
Está comissão propôs limites básicos para os avanços e pesquisas tecnológicas.
Entretanto, isto não significa que o Biodireito começou nesta data. Começou muito antes, com Hipócrates.
- Beneficência : está no juramento de Hipócrates. Trata-se de que os médicos tem que fazér o bem aos pacientes, no tratamento.  Buscar tratamentos e alternativas indolores, que não causem o mal ao paciente.
- Alteridade: o paciente é uma pessoa, um outro ser humano, não é uma coisa ou objeto de estudo. O paciente deve ser tratado como semelhante e, por isto, não deve-se fazer o mal.
- Justiça: as pesquisas biotecnologicas devem ser distribuídas com justiça. Não se pode concentrar-se somente em uma doença, considerada mais importante. O médico tem que ser justo e empregar os mesmos esforços em todos os tratamentos.
O mesmo vale para os pacientes. O médico tem que tratar todos os pacientes iguais. Equidade no tratamento e na adoção de medidas.
- Autonomia:
Capacidade - capacidade de direito ( sinônimo de personalidade. Segundo o CC, todos aqueles que nascem com vida tem capacidade de direito)  X capacidade de exercício ( aptidão para , por si só, praticar os atos da vida civil. 18 anos ou quando se é emancipado).
O novo CC mudou estas expressões. Atualmente, fala-se em capacidade e personalidade. A capacidade é o instrumento da personalidade.
Autonomia da vontade - no âmbito contratual, é  quando os particulares, detentores de autonomia, podem criar, alterar, extinguir relações jurídicas patrimoniais. É a liberdade para praticar atos contratuais.
A autonomia, no ponto de vista do Biodireito, é o dever médico de respeitar a autonomia do paciente, respeitando suas manifestações ou de seus representantes. O paciente (ou representantes) tem autonomia para estipular o melhor tratamento.
Trata-se de obrigação médica, prevista em resolução do Conselho Federal de Medicina ( Código de ética médica). Os Direitos fundamentais do paciente estão previstos em capítulos próprios deste código.
O código de ética restringe, em alguns dispositivos, está autonomia. ( disposição que prevê que haverá autonomia, salvo quando houver risco de morte).
Segundo o CRM, havendo risco de morte iminente é o paciente se escusar a fazer transfusão de sangue, por exemplo, o médico está autorizado a fazer a transfusão, sem necessidade de decisão judicial.
** Incapacidade transitória: art. 3º, CC/02
Pessoa que sob o efeito de remédios vai fazer cirurgia, por exemplo, é incapaz.
A capacidade de consentir na relação do paciente com médico é diferente da capacidade civil, tal como estabelecida pelo do CC?
A capacidade de paciente sob tratamento sofrido para decidir sobre A ou B é a mesma capacidade regulada pelo CC? No direito português, existe regra própria para estes casos ( capacidade para consentir). Esta é capacidade diferenciada, pois não trata da prática de negócios patrimoniais. Mas, para a prática de negócios jurídicos extrapatrimoniais, que envolvam decisões sobre viver ou morrer, este conceito de capacidade do CC não serve. Por isso, a doutrina portuguesa estabelece requisitos próprios destes tipos de procedimentos, pois evita nulidades é da segurança jurídica aos participantes.
Os elementos desta capacidade de consentir são ( rol exemplificativo);
- terá uma capacidade para consentir no plano Bioetica aquele que for regularmente informado sobre os pros e contras do tratamento
-Paciente e seus representantes deverão ter total informação sobre o estágio da técnica daquele determinado tratamento.
- o paciente deve compreender os fatos ( plena consciência dos fatos).
Esta capacidade de consentir prevista no direito português é válido aqui?
Aula 03
1. Direitos da personalidade
Art. 225. Pp.1º, II.
( Vida, corpo, morto, intelectual, moral etc.)
O direito civil garante como direito básico o direito à personalidade.
O direito à personalidade é inalienável, por isso se fala em cessão, e não em venda do direito à personalidade, pois é intransmissível. Exemplo: pode-se ceder uma imagem a uma revista, e não vendê-la.
O direito à personalidade persegue a pessoa até o final da vida, inclusive há direito à imagem do morto. O direito de produção intelectual do morto é alvo de sucessão aos herdeiros.
O código civil estabelece regras mínimas de direito que seguem a pessoa pelo resto da vida. Quais são as facetas deste direito?
A. Vida ( direito de nascer, a tratamento digno, a acesso à saúde, intimidade, etc).
Qual a diferença entre intimidade eprivacidade? Teoria do círculo concêntrico ( toda pessoa tem direito a espaço, conhecido como "direito de estar só". O direito à intimidade não é possível que ninguém acesse, somente se o autor do direito permitir.
A intimidade é mais restrita do que a privacidade.
- Biosegurança: lei 11.105/05
Esta lei é a nova lei de Biosegurança.
Embrião é pessoa ou objeto? Ou seja, quando se inicia a personalidade?
Juridicamente, há várias vertentes
Corrente do CC ( corrente natalista)--> nascer com vida, ou seja, respirar.
Para os autores de direito civil clássico, a resposta é na corrente natalista. Logo, o nascituro ( ser que está no ventre materno) tem seus direitos protegidos, mas não há personalidade. A personalidade só se inicia com o nascimento com vida. O nascituro é considerado ser condicional, para esta corrente (art. 130, CC/02). O detentor de um direito submetido a uma condição suspensiva tem direito? Não, tem expectativa de direito. O detentor de direitos em potencial podem adotar todas as medidas urgentes para proteger sua expectativa de direito.
X
Esta corrente é criticada pela professora Silmara Juni Chinelato. Ela defende a corrente conceptualista do direito à personalidade. Não há sentido jurídico tratar um embrião como um objeto. No encontro do espermatozóide com o óvulo, transformando-se num potencial embrião, já se considera a personalidade. Portanto, o embrião tem personalidade e, como tal, deve ser protegido no sistema. Reduzir o embrião à coisa é o mesmo que promover o reducionismo da interpretação do princípio da dignididade da pessoa humana.
Todas as pessoas tem capacidade de direito, mas só algumas possuem capacidade para, por si só, praticar atos da vida civil ( capacidade de exercício - só adquirida aos 18 anos ou emancipação). Quando não se tem capacidade, deve-se utilizar representação ( para incapaz) ou assistência ( relativamente incapaz).
Para a corrente conceptualista, da mesma forma que há os direitos de representação, o nascituro pode ser detentor de personalidade e utilizar um representante para resguardar seus direitos. Logo, aguardar o nascimento para se dizer que possui personalidade, não faz sentido.
Para o professor, a corrente natalista conflita com a interpretação do princípio da dignididade da pessoa humana e do direito à vida.
Se o aborto é crime, protegendo a vida, por que o embrião não é considerado vida? Não faz sentido.
Após o julgamento da ADPF do feto anecefalo, esta corrente tende a ser majoritária.
2. Início da vida:
- ciência X direito.
- conceptualista?
- art. 2º, 1609, 1779, 1798
OBS--> lei 11.804/08 ( mulher gravida)
Alimentos gravidicos --> protege a gestante, e não o embrião. Somente reflexamente protege-se o embrião.
Os alimentos se prestarão, em regra, para referendar as necessidades civis daquele que necessita de alimentos. Se for uma criança, deve-se respeitar sua condição de " estar em fase de crescimento".
Alimentos vem do binômio: necessidade X possibilidade X proporcionalidade.
É correto pagar francês para criança? Depende, se o pai pagava antes e continua a ter condições de pagar, sim. Se não, não.
Alimentos necessários --> indispensáveis à sobrevivência. Em tese, são alimentos em quantidade reduzida, é o mínimo. A lei dos alimentos gravidicos confere à mãe, apenas, estes alimentos.
Por isto não é correto fundamentar a tese conceptualista na lei dos alimentos gravidicos.
3. Proteção do nascituro
- 130, CC X 5º, Caput, CF?
- Embrião é pessoa?
- Art.5º, LBS --> é inconstitucional? Excedentario?
Se o embrião é considerado pessoa para a corrente conceptualista, acabou a possibilidade de pesquisa com embriões.
Mas é se for um embrião Excedentario ( sobrou embrião numa inseminação)? Como fica a tutela do embrião na pesquisa biotecnologica?
OBS--> alguns julgados garantem, à luz da corrente conceptualista, alimentos para o nascituro, e não para a mãe, em razão da personalidade do embrião. Tanto é assim, que se ocorrer ofensa ao embrião, pode ele ser indenizado.
Exemplo: rafinha bastos X wanessa Camargo. O advogado da wanessa sustentou abalo moral ( à personalidade) do embrião.
Injuria de ofensa moral  no direito civil --> exemplo: ter o nome negativado e isso foi tornado público. Os tribunais tratam isso da seguinte forma: é tal evidente que gerou dano à pessoa, que é lógico que a pessoa ficou abalada moralmente, não precisando demonstrar o dano ( condenação in re ipsa).
Art. 5º, da lei 11.105/009 ( PROVA)
Caput -> permite união espermatozóide e óvulo pode ser feito em uma pipeta, por exemplo, e pode ser fertilizado.
Mas quando pode ser usado na pesquisa?
- embrião inutilizavel
- embrião Excedentarios ( não utilizados, guarda-se por três anos e, após, pode-se usá-los).
Em qualquer caso, necessário consentimento dos genitores.
Se ferir este artigo, o pesquisador pode ser alvo de investigação criminal.
Este artigo 5º, que permite a manipulação embrionária, é constitucional?
Se adotar a corrente conceptualista, permite-se exame/ pesquisa genética numa pessoa humana.... Isto é constitucional?
Se os pais, os genitores do embrião, falecerem, o que fazer com os embriões excedentarios?
Existe uma resolução (1358/92, do Conselho Federal de Medicina) que proíbe a comercialização ou o descarte dos embriões, impondo a donacao de embriões, bem como o anonimato do doador.
O que fazer com os embriões que sobram? Descarta-los, doá-los, pesquisar, etc?
O artigo 5º é inconstitucional? Depende da corrente que se adota, se adotar a corrente conceptualista é inconstitucional, se adotar a corrente natalista, é constitucional.
Aula 04
Prova: 26/03
Prova 2: 07/5
Reprodução assistida
CF, 227,pp.7º
Lei 9263/96
CC, 1597
Resolução 2013/13 CFM
I. Objetivo
Resolução 2013/13
II. Técnicas
- intra-uterina
- Vitro
- Microinjecao
- Transferência
- Diagnóstico genético ( DGPI)
III. Vedação
Item (4) e (5) da Resolução.
- limite de idade ( 50 anos)
- gravidez de alto risco.
- é proibida a fecundação com qualquer outra finalidade que não a procriação humana.
- é proibida a utilização da reprodução assistida para selecionar o sexo ou qualquer outra característica genética.
IV. Número
Item (6) da resolução.
- o máximo do item de embriões não pode ser superior a 4. Caso o médico implante mais, haverá erro médico ( Resoonsabilidade civil - modalidade de culpa imperícia).
Mulheres com até 35 anos: 2 embriões
Mulheres entre 36 e 39: 3 embriões
Mulheres maiores de 39: 4 embriões.
V. Doação - Requisitos:
OBS --> art. 48, ECA?
Anonimato?
Capítulo 4 da Resolução.
VI. Cessão útero ( barriga de aluguel), ( doação temporário do útero),
- Legitimação
- Família monoparental.
Reprodução assistida é assessoramento técnico/ médico para a reprodução humana. A princípio, está fora da regulamentação do CC, por enquanto, a reprodução assistida voltada aos casais de mesmo sexo. Mas não se pode ignorar que isso foi admitido pelo STF. Então, devemos adaptar a resolução a está questão.
O objetivo da resolução 2013/13 (reprodução assistida) é pautar o comportamento ético da conduta médica, quando da reprodução assistida.
O tema tem tratamento constitucional, que trata de maneira ampla a questão da família/ filiação.
É fundamento do sistema de saúde a promoção da reprodução (?).
O código civil estabelece as regras a respeito da filiação, preocupando-se, também, com a questão da presunção de filiação ( filhos na constância do casamento presume-se do casal). O código civil também prevê a inseminação artificial ( auxílio médico para a reprodução), que pode ser de duas modalidades:
- Homóloga ( origem genética é a dos genitores - óvulo é da mãe e espermatozóide é do pai), que pode ser em vida ou post mortem.
- Heteróloga ( cargas genéticas diferentes: ou, na fertilização, há participação de um óvulo estranho ou há participação de espermatozóide estranho), que, igualmente, pode ser feita em vida ou post mortem.
O limite etário para uma pessoa ser submetida a uma inseminação judicialé de 50 anos. A depender da idade, há um limite de óvulos a serem implantados na mulher. Limite estabelecido pela Resolução 2013/13.
Técnicas para a reprodução assistida:
Não precisa saber detalhes.
A mercantilizacao de embriões é vedada pela lei de Biosegurança e Pela Resolução.
Não é estranho ao CC a viabilidade jurídica da filiação Heteróloga ( admitir material genético de pai/ mãe estranho ao casal).
A doação de sêmen ou óvulos não pode ter finalidade comercial.
Os doadores não deverão conhecer a identidade dos receptores e vice e versa.
Art. 48, ECA --> direito à verdade biológica.
Aqueles que são alvo de doação de material genética tem direito à verdade biológica?
Não há resposta na doutrina.
Cessão do útero: barriga de aluguel.
Cessão do útero: barriga de aluguel.
Sim, desde que se empreste a barriga de aluguel ( não pode cobrar) e desde que seja parente ( até 4º grau) da pessoa
Aula 05
1. TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
I. Art. 196, CF
Art. 13 e 14, CC
Lei 9.434/97 ( alterado pela lei 10.212/01)
II. Definição (contrato?)
III. Pós mortem
- morte encefálica
- autorização  ( 2º grau; testemunha)
- indigentes? Não
- lista única - ( cronológico, periclitarão, histórico compatibilidade )
IV. Vivos
- capacidade
- parentes
- outros? (Autorização judicial)
- órgãos duplos / regeneração
- incapaz ( parágrafo 6º)
- gestante (não)
Explicação:
Doação é contrato.
Para doação de órgãos, imperiosa a Gratuidade. O bem jurídico doado está fora do comércio. No nosso sistema jurídico, não é possível vender bens.
Órgão não é um bem à luz do CC, pois está fora da mercantilizacao. Logo, o órgão é direito à personalidade ( extensão do corpo) e, sendo o direito à personalidade inalienável, a doação de órgão é negócio jurídico extrapatrimonial ( negócio jurídico existencial, pois tem como objetivo a promoção da saúde e a manutenção da vida humana). Trata-se a doação de negócio jurídico extrapatrimonial e bilateral ( consentimento de ambas as partes). Logo, não se encaixa no conceito tradicional de contrato.
O artigo 105 e166 CC/02 --> releitura dos requisitos do negócio jurídico, para adaptar à situação de doação de órgãos.
Lei 9.434/97 - lei da doação de órgãos. Foi o primeiro modelo de regulamentação da doação de órgãos. Nesta lei, estabelecia-se o consentimento presumido, logo, se a pessoa não falar nada, presume-se que é doadora de órgãos. Regra --> doador de órgãos.
Diante das inúmeras reclamações, a lei foi alterada.
Atualmente, só é doador de órgãos se houver autorização expressa no momento da sua extração ou se houver testamento ( declaração expressa de ultima vontade) da pessoa. Portanto, não existe mais o sistema de consentimento automático --> vigência dos princípios da autonomia e da beneficência.
Se for post mortem, necessária autorização expressa ( parente de até 2º grau - irmão-, mais duas testemunhas). Trata-se de uma parente que. representando uma pessoa sem condições de consentir, autoriza a futura doação de órgãos.
Se ocorrer doação forçosa, há situação criminosa, passível de responsabilidade civil e penal.
Lei 9.434/97:
- situação alotrópica ( entre pessoas desconhecidas, que não tem mistura genética). A lei de 97 trata deste tipo de situação.
- situação de transplante entre conhecidos --> a lei de 97 cuida deste tipo de situação.
- situação de autotransplante ( enxertos) --> a lei de 97 não regula este tipo, pois basta o consentimento do próprio contratante ( princípio da autonomia).
- situação de xenotransplante ( utilização de material animal no transplante para humanos --> a lei de 97 não cuida disso)
A lei de 97 cuida de duas situações específicas de transplante de órgãos: inter vivos e post mortem.
A. Post mortem:
Requisitos:
- Morte encefálica ( paralisação dos impulsos vitais, gerando a insuficiência múltipla dos órgãos). Quem determinará a morte encefálica é o laudo médico.
- Autorização expressa do parente ( cônjuge, ascedente, descendente ou irmão) + duas testemunhas.
E se a pessoa não tiver nenhum parente ou não for identificada? Não será admitido o uso do órgão.
Indigente não pode ser alvo de doação de órgãos.
A lista de doação é única e nacional, regulada pelo SUS, com critérios estabelecidos ( cronologia periclitarão, historicocompatibilidade).
B. Inter vivos:
Requisitos:
- doação de órgãos duplos ou aptos a se regenerarem. Exemplo: fígado, medula,rim.
- capacidade para doação
- só se admite a doação para parentes ( até colateral até 4º grau) ou para desconhecidos, desde que com autorização judicial.
OBS: a doação somente é permitida se não causar risco ao doador.
OBS: a doação de medula óssea é a única exceção ( pode-se doar para desconhecidos, sem autorização judicial).
Para incapazes ou menores, necessária a autorização dos representantes legais.
É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes do corpo, exceto quanto à medula óssea.
- a promessa de doação de órgãos inter vivos, caso não seja cumprida, não gera direito à indenização, por se tratar de direito extrapatrimonial.
- a morte de pessoa constante da lista ún
ica do SUS não gera direito à indenização ( responsabilidade do Estado), visto que somente tem expectativa de direito à doação. OBS: caso a lista seja fraudada, aí pode se discutir a responsabilidade ( indenização).
Aula 06
Trabalho em sala de aula
Questão 01:
 - autonomia privada.
Principio da autonomia - respeitar a posição do paciente ( paciente aceitar, discutir, compreender o que se está fazendo )
Princípio da autonomia privada - é mais amplo do que o princípio da autonomia. Trata-se da pessoa, com liberdade para, dentro do ambiente privado, fazer aquilo que bem entender.
No direito civil, a autonomia privada = liberdade contratual.
Mas a teoria geral do direito civil prega a autonomia privada como conceito mais amplo. A pessoa não tem mais autonomia para celebrar negócios jurídicos, tem também autonomia para praticar mais atos,como se submeter a um tratamento de reprodução assistida ( que gerará material humano).
O conceito de autonomia privada do direito civil pode ser aplicado noBiodireito? Precisa de adaptação para se aplicar no Biodireito.
No plano do Biodireito, muitas vezes este conceito clássico de uma visao patrimonialista do direito privado não é o suficiente para as questões doBiodireito, como aceitação de doação de órgãos, tratamento embrionário, etc.
Na resolução do CFM 2013/2013, a paciente tem que consentir para o tratamento.  O consentimento do paciente não pode ser interpretado da mesma forma que o pacta sunt servanda, pois o objeto desta relação jurídica é a dignidade da pessoa humana. Logo, a pessoa não pode abrir mão de uma vida futura, por simples consentimento.
O consentimento não é suficiente para a mitigação dos riscos. O consentimento informado não isenta a responsabilidade civil o médico.
Pode a parte deixar como ato de ultima vontade declarar sua intenção inequívoca a doação de órgãos, mas a família é contrária à doação?
Questão 02:
- Autorização judicial:
Autorização judicial que autorizou a eliminação fetal.
Argumento para autorizar o médico a fazer este procedimento é o risco à gestante. Havendo risco à gestante, se está diante de um " aborto" legal.
Há responsabilidade médica no caso de implantação superior dos embriões indicados pelo CRM? A responsabilidade pode ser tanto do laboratório que praticou a inseminação quanto do médico. A responsabilidade do médico, a resolução 2013 indica os números mínimos que o médico deve implantar. Configurado o erro ( imprudência ou imperícia) o médico pode ser resoonsabilizado.
Há relação de consumo ( fornecedor / consumidor)? Pode ser que sim. A relação de consumo pode se configurar com o laboratório ou com o médico. O CDC estipula que o fornecedor pode ser tanto pessoa física quanto jurídica.
É possível admitir a redução embrionária em decorrência da dificuldade financeira de se criar os fetos/ bebês?
aula 07
prova
aula 08
Responsabilidadecivil medica 
1; contexto:
Responsabilidade é a resposta que o ordenamento dá ao dano ocorrido. Contexto envolve serviço médico prestado a uma pessoa humana. Responsabilidade civil (em alguns países chamado de “direitos de dano”): vamos tratar só da objetiva, isto é, a que independe de culpa.
2. atores:
Atividades do médico, do hospital, das clínicas, equipe médica.... são inúmeros atores, todos pertencentes ao serviço medico.
3. obrigações do meio x resultado:
O serviço medico envolve atividade de meio, ou seja, o médico, na sua atuação, vai praticar todos os esforcos necessários e indispensáveis para alcançar o melhor tratamrnto.
Obrigação de resultado: agente se obriga ao resultado, sob pena de inadimplemento da obrigação acordada.
A atividade médica, tal qual a do advogado, envolve obrigação de meio. Isto significa que cabe ao médico desenvolver esforços para se chegar ao resultado, e não que o médico tem o dever de chegar ao resultado.
A juris atualmente tem admitido, em algumas situações, que a atividade medica é de resultado, e não de meio. Isto ocorre, mormente, nas situações de intervenção estética desnecessária (plásticas).
Na obrigação de meio também há inadimplemento, pois na obrigação de meio também se aplica a boa fé objetiva (padrão standart de comportamento, que envolve honestidade e probidade na atuação das partes no caso concreto). Caso o médico não atue com boa fé objetiva poderá ser responsabilizado.
O serviço médico é atividade de consumo. Portanto, a relação médico x paciente envolve a relação de consumo e, por conseguinte, aplica-se o CDC. Entretanto, a imputação da responsabilidade civil do médico tem outros requisitos diferentes dos requisitos necessários à imputação da responsabilidade civil do hospital.
Responsabilidade civil do hospital /clínica em relação ao paciente= é objetiva. Aplica-se o artigo 14,§4º,CDC. OBS: o fato de ser uma repsonsabilidade objetiva não significa que a responsabilização será facilitada.
Responsabilidade civil do médico em relação ao paciente = é subjetiva, pois...(não peguei).
Para existir responsabilidade, é necessário:
Dano (prejuízo ou ofensa a uma bem juridicamente tutelado)
Nexo de causalidade ( teoria moderna sobre o nexo = “teoria da causalidade adequada” considera outros fatores que não o causador do dano direto, isto é, o causador que, aparentemente, é o mais próximo).
Existência de culpa importante: depende da relação jurídica. Se for uma relação medico x paciente, exige-se culpa (responsabilidade subjetiva). Se for relação paciente x hospital, em regra, não se exige culpa (responsabilidade objetiva – aplicação do CDC). A culpa é entendida como negligencia, imperícia e negligencia. 
OBS: na hipóteses de profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados), a culpa deverá ser verificada, para haver a responsabilização do profissional. 
Aula 09
Faltei 
Aula 10
Trabalho sobre testamento vital
Aula 10:
Aborto (esta matéria não cairá na prova)
PROVA:
Testamento vital
Princípios
Lei de doação de órgãos
Responsabilidade civil (prof. Deu exemplo em sala: responsabilidade objetiva pode existir no serviço medico? Sim, entre paciente x clínica/hospital, neste caso, aplicar-se-á o CDC)
Terminativas da vida
ADPF (???)

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