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Guia Plantas Medicinais e Aromaticas 30_6_2022

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adriana pinto

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Governador 
Rodrigo Garcia
Secretário de Agricultura
Francisco Maturro
Secretário-executivo
Adriano Quercia Soares
Chefe de Gabinete
Ricardo Lorenzini
Subsecretário de Agricultura 
Orlando Melo de Castro
Coordenador da CATI
Alexandre Manzoni Grassi
GUIA DE PLANTAS
MEDICINAIS E AROMÁTICAS
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL – CATI
novembro/2022
Eng. Agr. Dra. Maria Cláudia Silva G. Blanco
EDIÇÃO E PUBLICAÇÃO
Departamento de Extensão Rural – Dextru
Centro de Comunicação Rural – Cecor
Diretora: Bárbara Beraquet
Editoras Responsáveis: Cleusa Pinheiro / Graça D’Auria
Revisor: Carlos Augusto de Matos Bernardo
Designer Gráfico: Paulo Santiago
Capa: Mariana Ahnelli
Fotografias: Banco de Imagens CATI
Distribuição: Cecor (CATI)
 BLANCO, Maria Cláudia Silva Garcia.
Guia de Plantas Medicinais e Aromáticas, Campinas, CATI, 2022.
 79p. 29,7cm (Impresso Especial).
CDD 633.88
SUMÁRIO
GUIA DE PLANTAS
MEDICINAIS E AROMÁTICAS
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... i
AS PLANTAS MEDICINAIS E SEUS PRINCÍPIOS ATIVOS ....................................... 1
ÁCIDOS URÔNICOS (GOMAS E MUCILAGENS) ...................................................... 1
TANINOS ................................................................................................................... 2
GLICOSÍDEOS ........................................................................................................... 2
SAPONINAS .............................................................................................................. 3
ALCALOIDES ............................................................................................................. 4
ÓLEOS ESSENCIAIS .................................................................................................. 4
COMPONENTES MINERAIS ..................................................................................... 5
VITAMINAS ............................................................................................................... 6
LITERATURA CONSULTADA ..................................................................................... 6
HORTA MEDICINAL ................................................................................................... 7
RECEITAS MEDICINAIS ............................................................................................... 10
SISTEMA PRODUTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS ..................................................... 13
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14
PRÁTICAS AGRÍCOLAS RECOMENDADAS PARA A PRODUÇÃO DE
PLANTAS MEDICINAIS ................................................................................................ 15
PLANTIO E MANEJO CULTURAL ................................................................................. 19
COLHEITA ................................................................................................................... 23
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 26
PROPAGAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS ............................................................. 27
PROPAGAÇÃO SEXUADA EM PLANTAS MEDICINAIS ............................................ 28
PROPAGAÇÃO ASSEXUADA EM PLANTAS MEDICINAIS ........................................ 29
SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS ............................................................ 33
LITERATURA CONSULTADA ..................................................................................... 34
CONTROLE NATURAL DE MATO, PRAGAS E DOENÇAS NA HORTA MEDICINAL ...... 35
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 36
PRINCIPAIS PRAGAS DA HORTA MEDICINAL ......................................................... 37
ÁCAROS .................................................................................................................... 37
COCHONILHAS ......................................................................................................... 37
FORMIGAS ................................................................................................................ 37
LAGARTAS ................................................................................................................. 37
LAGARTAS-DO-MARACUJÁ ...................................................................................... 38
LARVA-MINADORA .................................................................................................. 38
LESMA E CARACOL .................................................................................................. 38
PULGÕES .................................................................................................................. 38
VAQUINHAS ............................................................................................................. 38
PRINCIPAIS DOENÇAS ............................................................................................. 38
PLANTAS INFESTANTES OU DANINHAS.................................................................. 39
PLANTAS COMPANHEIRAS E PRODUTOS NATURAIS DE CONTROLE ................... 40
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 42
SECAGEM E ARMAZENAMENTO DE PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS ........... 43
SECAGEM CASEIRA .................................................................................................. 46
CONSERVAÇÃO – ATÉ QUANDO GUARDAR? ......................................................... 47
LITERATURA CONSULTADA ..................................................................................... 47
DESCRIÇÃO DE PLANTAS ........................................................................................ 48
ARNICAS .................................................................................................................... 49
ARNICA ...................................................................................................................... 49
ARNICA-BRASILEIRA .................................................................................................. 50
ARNICA-MINEIRA ...................................................................................................... 50
ARNICA-PAULISTA ...................................................................................................... 51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................................... 51
AROEIRA-MANSA OU AROEIRA-PIMENTEIRA ......................................................... 53
ASPECTOS AGRONÔMICOS ....................................................................................... 53
FÓRMULA .................................................................................................................. 54
ORIENTAÇÕES PARA O PREPARO ............................................................................... 55
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 55
vii
BABOSA ..................................................................................................................... 56
ASPECTOS AGRONÔMICOS ........................................................................................ 56
BENEFICIAMENTO ..................................................................................................... 57
USO MEDICINAL ........................................................................................................ 57
RECEITASconsiste na separação de brotações ou perfilhos enraizados da planta- 
-matriz bem desenvolvida/entouceirada. 
 As divisões devem ocorrer, preferencialmente, após o término do período de florescimento 
da planta-matriz, possibilitando o máximo desenvolvimento vegetativo das novas plantas. 
Recomendam-se cortar as folhas e eliminar o excesso de raízes (toalete) no momento do plantio dos 
perfilhos em recipientes ou no campo.
Parte de touceira Perfilho Perfilhos mudas
2.1.4. Rizomas (exemplos: hortelã, mil-folhas, poejo, açafrão-da-terra ou cúrcuma, gengibre).
 Os rizomas são caules subterrâneos que acumulam reservas para a planta. Podem ser 
carnosos − como no açafrão-da-terra e no gengibre − ou delgados − como no poejo e na hortelã. 
Podem ser plantados em local definitivo, sem passar por formação de mudas, entretanto torna-se 
conveniente o preparo de mudas para reposição daqueles que não enraizarem no campo.
Rizomas carnosos: gengibre e cúrcuma
32
Rizomas delgados: hortelãs
2.1.5. Estolões (exemplos: morangueiro, hortelãs).
 São caules que crescem horizontalmente ao solo, cujos “nós” possuem gemas que formam 
raízes e folhas, ou seja, em cada nó é formada uma pequena muda. 
Morangueiro Hortelã pimenta
2.2. Micropropagação
 Além de proporcionar um meio de produzir cópias idênticas de uma planta, a micropropagação 
também proporciona meios para a obtenção de plantas isentas de doenças, especialmente de 
viroses. Isso se deve à descontaminação dos explantes (pedaços de tecido vegetativo da planta), 
às condições estéreis empregadas (micropropagação in vitro) e, principalmente, ao uso da técnica 
de meristemas e ápices vegetativos (explantes de tecido sem diferenciação de células e isentos de 
contaminantes). 
 Após a fase de micropropagação em laboratório, as mudas são colocadas em vasos com 
substrato e aclimatadas em viveiro antes de irem para campo. Essa técnica tem custo elevado, por 
isso é utilizada principalmente para limpeza (eliminação de doenças) de plantas que serão matrizes 
para produção de mudas por meio do sistema convencional, como ocorre, por exemplo, para a 
cultura do morango.
33
Esquema simplificado da micropropação do morangueiro
Cuidados para propagação vegetativa
• Obtenção de propágulos de espécies com identificação botânica.
• Obtenção de propágulos de plantas sadias e produtivas (biomassa e p. a.).
• Produzir mudas em viveiro ou telado (sombreamento 50% - 65%).
• Utilizar substrato adequado.
Para a produção de mudas, tanto por meio de sementes como de propágulos vegetativos, 
deve-se usar substrato adequado em recipientes (tubetes, bandejas, sacos plásticos etc.) e 
produzir em condições de viveiro (sombreamento 50% - 65%).
Oficina agrícola do H. Cândido Ferreira − Campinas (SP) Viveiro Municipal − Itatiba (SP)
3. SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS
 Muitos materiais (terra, húmus, areia, vermiculita etc.) e misturas de diferentes fontes são 
usados como substrato para a germinação de sementes e enraizamento de estacas. Uma mistura 
muito utilizada para semeadura e enraizamento de estacas é a de três partes de terra + duas partes 
de areia + uma parte de húmus ou esterco bem curtido. No caso de sementes miúdas ou exigentes 
quanto às condições ideais para a germinação, é recomendado o uso de substrato industrializado.
 Para a obtenção de bons resultados, as seguintes características devem ser observadas:
• o substrato deve ser suficientemente firme e denso, para manter as estacas e sementes nos 
recipientes (tubetes, sacos, bandejas etc.) durante o enraizamento ou germinação; 
• deve reter umidade suficiente para que as irrigações não precisem ser constantes;
• deve ser poroso, para promover uma drenagem eficiente;
34
• deve ser isento de sementes de ervas, de nematoides e de substâncias tóxicas;
• deve ter baixo nível de salinidade;
• deve poder ser esterilizado sem que suas características sejam alteradas;
• precisa ter uma adequada disponibilidade de nutrientes.
• a acidez do substrato também influencia o enraizamento de algumas espécies. O ideal é a 
manutenção do pH entre 5,5 e 6,5.
4. LITERATURA CONSULTADA
BLANCO, M. C. S. G. e outros. Cultivo de plantas aromáticas e medicinais. Campinas-SP, CATI, 2007 
(Boletim técnico 247).
CAPELLARI Jr. L. e outros. Guia de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. Piracicaba: 
Facile, 2011. 168 p.
CARVALHO, J. M. F. C. e outros. Fatores Inerentes à Micropropagação, Campina Grande, 2006. 28p. 
(Embrapa Algodão. Documentos, 148)
CORREA Jr.; MING, L. C.; SCHEFFER, M. C. Cultivo de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. 
Curitiba: Emater-Paraná. 1991. 162 p.
RODRIGUES, V. G. S. Cultivo, uso e manipulação de plantas medicinais. - Porto Velho: Embrapa 
Rondônia, 2004.
35
CONTROLE NATURAL DE
MATO, PRAGAS E DOENÇAS
36
__________
1 Engenheira agrônoma, Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI/SAA.
2 Eng. Agrônomo Pesq.Cient., Instituto Biológio/SAA.
CONTROLE NATURAL DE MATO, PRAGAS E
DOENÇAS NA HORTA MEDICINAL
Maria Cláudia Silva G. Blanco1
Flávio M. Garcia Blanco2
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, recebemos frequentes dúvidas de como acabar com o ataque de pragas e 
doenças em pequenas lavouras e hortas. Primeiramente, torna-se importante esclarecer que nunca 
acabamos com estes organismos, todavia controlamos sua população para que ela não ocasione 
danos significativos ao desenvolvimento das culturas. A palavra-chave para isso é “convivência”.
Outro ponto relevante é saber que plantas saudáveis são mais resistentes a esses ataques e, por 
isso, o controle começa no solo que irá recebê-las, o qual deve ser vivo, rico em organismos e 
micro-organismos responsáveis pordisponibilizar nutrientes para as plantas, com bom teor de 
matériaorgânica, sem contaminantes químicos (exemplo: agrotóxicos e metais pesados) e biológicos 
(alta concentração de organismos fitopatogênicos).
Após a conscientização a respeito desses dois pontos, podemos iniciar a orientação para um manejo 
integrado com diversas práticas agronômicas, para evitar a proliferação da população dos insetos-
pragas, dos agentes de doenças e do mato formado por plantas espontâneas, as quais surgem no 
sistema e competem com as culturas por luz, água e nutrientes.
1.1. Manejo fitossanitário 
A Horta Medicinal deve ser conduzida em sistemas agroecológicos ou orgânicos de produção, pois 
promovem o bom desenvolvimento das culturas, favorecendo o teor e a composição das substâncias 
bioativas responsáveis pelas propriedades terapêuticas.
O maior equilíbrio do agroecossistema, promovido pelas técnicas do manejo agroecológico, minimiza 
a pressão das populações de insetos, micro-organismos ou plantas capazes de prejudicar as culturas. 
Porémqualquer desequilíbrio no sistema produtivo pode favorecer essas populações, por talmotivo 
o controle fitossanitário deve ser realizado adotando-se um manejo complexo constituídode várias 
práticas.
• Práticas culturais e preventivas
Seleção da área, uso desementes e mudas sadias, rotação de culturas, controle da erosão, adubação 
equilibrada, cobertura do solo, adubação verde, usode biofertilizantes, policultivo com plantas 
companheiras e plantasarmadilhas ou repelentes.
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• Práticas mecânicas
Catação manual de pragas, eliminação de plantas doentes e uso de armadilhas (placas coloridas, 
atrativas e adesivas, luminosas e outras).
• Práticas biológicas
Emprego de inimigosnaturais (predadores eparasitas).
• Práticas químicas
Uso de produtos permitidos pela legislação federal, utilização de substânciasquímicas naturais com 
baixo nível toxicológico, como enxofre, caldas bordalesa e sulfocálcica, sulfato de alumínio e extratos 
de plantas (chás e alcoolaturas de plantas consideradas medicinais, como,por exemplo, camomila e 
cavalinha). Importante lembrar que o aplicador desses produtos deve usar equipamento de proteção 
individual (EPI).
2. PRINCIPAIS PRAGAS DA HORTA MEDICINAL
2.1. Ácaros
São aracnídeos sugadores, na maioriainvisíveis a olho nu. Sua presença é notadapela presença de 
teias na parte inferior das folhas, em brotações novas, flores e frutos. Plantas como o cravo-de-
defunto (Tagetes sp), coentro e alho podem ser repelentes. 
2.2. Cochonilhas
São insetos sugadoresminúsculos, podem ou não ter carapaça e se encontram na parte inferior 
defolhas, ramos, perfilhos e raízes. Sugam a seiva das plantas, excretam substância açucarada e, por 
isso, geralmente atraem formigas. Joaninhas e vespas são seus inimigos naturais.
2.3. Formigas
São insetos que, quando cortadeiras, podem desfolhar drasticamente as culturas. O tanaceto 
(Tanacetumvulgare) é uma planta usada para repelir formigas.
2.4. Lagartas
São a fase jovem das borboletas e mariposas, umas podem ser urticantes, outras verdes da cor da 
folha e, dessa forma, difíceis de serem percebidas. São insetos mastigadores os quais causam grande 
prejuízo para a parte aérea das plantas. 
Para controle, fazer catação manual (utilizar luvas adequadas). O alecrim (Rosmarinusofficinalis) 
pode repelir algumas espécies de lagartas.
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2.5. Lagartas-do-maracujá
Existem duas espécies, uma que vive em grupo (Dione junojuno) e outra solitária (Agraulisvanilae), 
ambas desfolham o maracujazeiro, comprometendo a produção. 
Em áreas pequenas da cultura, recomenda-se a catação manual dos ovos e das lagartas e o plantio 
próximo às matas nativas, para aumentar os inimigos naturais. Alguns percevejos e vespas são 
predadores dessas lagartas.
2.6. Larva-minadora
Na fase jovem, alguns insetos formam galerias nas folhas. Para controle, eliminar as folhas afetadas 
e usar armadilhas amarelas e adesivas. O alho pode repelir esses insetos.
2.7. Lesma e caracol
São moluscos que atacam raízes e folhas. A maior infestação ocorre na época das chuvas e em solos 
com deficiência de drenagem. Seu controle é realizado com uso de armadilhas atrativas (estopas 
embebidas com leite ou cerveja) para captura e posterior eliminação (enterrio profundo ou queima).
2.8. Pulgões
São insetos sugadores de multiplicação muito rápida. Apresentam coloração variada. Sugam, 
preferencialmente, as brotações dos meristemas apicais e a face inferior das folhas. Produzem 
substância açucarada que atrai as formigas. 
As joaninhas são inimigas naturais e podem ser atraídas pelo mentrasto (Ageratumconyzoides). 
Armadilhas adesivas de coloração amarela são utilizadas para seu controle e o cravo-de-defunto 
pode ser plantado em meio àcultura, agindo como repelente.
2.9. Vaquinhas
São besouros pequenos, rajados, que se alimentam das folhas. Mentrasto (A. conyzoides) e erva-
de-santa-maria (Chenopodiumambrosioides) são plantas repelentes. O uso de armadilhas, como as 
placas amarelas adesivas,também é recomendado.
3. PRINCIPAIS DOENÇAS
Os fungos causam as principais doençasnas plantas medicinais, seguidos das bactérias e dos vírus.
O manejo equilibrado da adubação e da irrigação são muito importantes para o controle das 
doenças, também é recomendada a eliminação das plantas doentes e o controle dos insetos vetores 
de viroses.
Plantas medicinais como a cavalinha, rica em sílica, é usada para aumentar a resistência das plantas. 
A perpétua, que é uma planta antiviral, pode ser usada na produção de mudas, sendo este um 
estágio crítico das plantas em relação ao contágio por vírus.
39
4. PLANTAS INFESTANTES OU DANINHAS
São chamadas plantas infestantes ou daninhas as espécies que se desenvolvem no sistema 
produtivo sem terem sido semeadas e que, dependendo da sua quantidade e conforme o estágio 
de desenvolvimento das plantas cultivadas, podem prejudicar, significamente, sua produtividade. 
Por isso, também devem ser controladas, mantendo-se uma população dessas plantas que não 
proporcione grandes danos para as culturas.
Cabe salientar que muitas desssespécies de plantas são medicinais e/ou são atrativas de insetos, 
atuando como armadilhas e companheiras (ex.: mentrasto, erva-de-santa-maria, tanaceto e picão-
-preto).
4.1. Controle recomendado
• Escolher a área para instalação da horta, evitando locais com presença de plantas que podem se 
problemáticas – perenes, como a tiririca (Cyperusrotundus), trapoeraba (Commelinabenghalensis) 
egrama-seda (Cynodondactylon).
• Preferir o sistema de cultivo mínimo ou plantio direto.
• Usar cobertura do solo com palhadas e outros materiais.
• Utilizar mudas, sementes, substratos e cobertura vegetal livres de propágulos destas plantas, 
incluindo o maquinário e a ferramenta.
• Antes do plantio, realizar preparo prévio do solo, permitindo que ocorram os primeiros fluxos de 
germinação dessas plantas e depois eliminar as suas plântulas com uma grade leve ou capina.
• Em áreas já infestadas, realizar plantio de adubos verdes, com corte e incorporação no solo, no 
momento anterior àmaturação de suas sementes.
• Utilizar o espaçamento mínimo permitido (cultivo adensado), para que o sombreamento das 
entrelinhas da cultura ocorra o mais breve possível, controlando o desenvolvimento dessas plantas, 
devido àcompetição por luz.
• Utilizar plantio de plantas em consórcio, ocupando, assim, o solo com outras culturas, ou seja, 
diminuindo o espaço disponível para essas plantas que podem ser danosas.
• Sempre aplicar a adubação e a irrigação próximas ao colo da planta medicinal, favorecendo, dessa 
forma, a sua competição em relação às plantas infestantes.
• Realizar o controle mecânico por meio de enxadas, cultivadores, roçadeiras, logo após o início do 
plantio, até que a cultura cresça e ocupe os espaços das entrelinhas.
• Não utilizar as roçadeiras quando as plantas infestantes estiverem no estágio de formação de 
sementes, pois pode ocasionar uma chuva de sementes, aumentado significativamente seu 
número no solo.
• NUNCA realizar roçadas em áreas com a presença de tiririca (Cyperusrotundus) egrama-seda 
(Cynodondactylon) na época das chuvas, primavera/verão (região Sudeste), pois acarretará 
aquebra de dormência dos rizomas e estolões, pela ação mecânica das capinas, resultando na 
consequente ‘explosão’ das populações dessas espécies.
40
5. PLANTAS COMPANHEIRAS E PRODUTOS NATURAIS DE CONTROLE
5.1. Plantas companheiras
Plantas como citronela (Cymbopogon winterianus), arruda (Rutagra veolins), mentrasto (Ageratum 
conyzoides), capuchinha (Tropaelum majus) e cravo-de-defunto (Tagetes sp) são exemplos de plantas 
que repelem ou atraem para si insetos e devem ser cultivadas no meio da horta medicinal, ajudando 
no controle de pragas.
O plantio pode ser em faixas, nas bordaduras ou entre os canteiros. Além de protegerem, podem ser 
exploradas economicamente em função de suas qualidades terapêuticas.
5.2. Produtos naturais
A aplicação desses produtos deve ser complementar às práticas preventivas e realizada somente 
quando for necessária, respeitando-se as dosagens, as frequências de aplicação e o uso 
doequipamento de proteção individual (EPI). A seguir, algumas receitas desses produtos naturais.
Chá de cravo-de-defunto
(Tagetes minuta e Tagetes erecta)
Indicação: pulgões, ácaros e algumas lagartas.
Ingredientes:1kg de folhas de cravo-de-defunto, 10 litros de água.
Preparo e aplicação: misturar os ingredientes e fervê-los por meia hora 
ou deixa-los macerando durante dois dias. Coar e pulverizar sobre as 
plantas.
Chá de losna
(Artemisia absinthium)
Indicação: lagartas e lesmas.
Ingredientes: 30 gramas de folhas secas de losna, 1 litro de água.
Preparo e aplicação: misturar os ingredientes e fervê-lospor 10 minutos. 
Para utilizar, adicionar o chá em 10 litros de água e pulverizar no início 
da infestação.
41
Preparado de pimenta
(Capsicum spp)
Indicação: vaquinhas.
Ingredientes: 500 gramas de pimenta vermelha, quatro litros de água, 
cinco colheres de sopa de sabão de coco em pó.
Preparo e aplicação: bater bem as pimentas em liquidificador com 
dois litros de água. Coar o preparado e misturá-lo com sabão em pó, 
acrescentando os dois litros de água restantes. Pulverizar sobre as 
plantas atacadas.
Preparado com pimenta-do-reino
(Piper nigrum)
Indicação: pulgões, ácarose cochonilhas.
Ingredientes: 100 gramas de pimenta-do-reino; 60 gramas de sabão de 
coco, um litro de álcool e um litro de água.
Preparo e aplicação: colocar a pimenta no álcool durante sete dias; 
dissolver o sabão de coco em água fervente; retirar do fogo e acrescentar 
o álcool com pimenta já macerado durantesete dias. Utilizar um copo 
cheio para 10 litros de água, fazendo três pulverizações, uma a cada 
três dias.
Chá de camomila
(Chamomilla recutita)
Indicação: doenças fúngicas de sementeira.
Ingredientes: uma xícara de flores de camomila e um litro de água fria.
Preparo e aplicação: misturar os ingredientes e deixa-losmacerando 
durante um ou dois dias. Pulverizar as plantas da sementeira diariamente, 
de forma preventiva.
Preparado com cavalinha
(Equisetum sp)
Indicação: doenças fúngicas.
Ingredientes: 300 gramas de cavalinha seca, 10 litros de água.
Preparo e aplicação: ferver a cavalinha na água por 10 minutos. Coar e 
efetuar diluição na proporção de 1:10. Aplicar sobre as plantas.
42
Preparado com arruda
(Rutagra veolins)
Indicação: pulgões, formigas.
Ingredientes: 100 gramas de folhas picadas da arruda, um litro de água 
fervente.
Preparo e aplicação: adicionar a água fervente sobre as folhas picadas 
e abafar. Deixar em infusão por 24 horas. Coar, diluir em 10 litros de 
água e pulverizar as plantas atacadas. Para controlar formigas, pode-se 
colocar o filtrado dentro dos formigueiros.
Chá de perpétua
(Alternanthera brasiliana)
Indicação: resistência a viroses.
Ingredientes: 50 gramas de folhas de perpétua, um litro de água 
fervente.
Preparo e aplicação: adicionar a água fervente sobre as folhas picadas e 
abafar. Deixar em infusão até esfriar. Coar, acrescentar um litro de água 
pura e aplicar sobre as mudas das plantas. Repetir a aplicação a cada 
sete dias.
6. CONCLUSÃO
A adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA) – iniciando já no preparo de solo com práticas de 
conservação e de adubação equilibrada, passando pela utilização de sementes e mudas sadias e 
pelo desenvolvimento de um manejo agroecológico, aplicando-se tecnologias apropriadas para cada 
cultura − já garante a produção de plantas sadias e resistentes a possíveis pressões desses agentes 
que podem afetar sua produtividade.
Como muitas plantas medicinais atuam beneficamente na proteção da saúde do agroecossistema, 
o policultivo, incluindo essas espécies companheiras, torna-se fundamental para o controle 
fitossantário da horta medicinal e contribui para uma exploração sustentável.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU Jr., H. (coord.) Práticas de controle de pragas e doenças na agricultura: coletâneade receitas. 
Campinas, SP: EMOPI, 1998.
BLANCO, M. C. S. G. et. al. Cultivo de plantas aromáticase medicinais. Campinas, CATI, 2007. (Boletim 
técnico247).
GELMINI, G. A. Receituário caseiro para controle de pragas. Campinas: CATI, 1998, 29 p. (Impresso 
Especial).
43
Secagem e
ARMAZENAMENTO DE PLANTAS
44
SECAGEM E ARMAZENAMENTO DE
PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS
Eng. Agr. Dra. Maria Cláudia Silva Garcia Blanco
 As plantas aromáticas e medicinais são utilizadas como matéria-prima em várias indústrias 
do setor de alimentos, químico e farmacêutico. O preparo após a colheita das plantas para o uso 
nessas indústrias dependerá do produto final ao qual se destinam. Algumas indústrias se dedicam 
às plantas desidratadas e moídas para serem usadas em alimentos prontos, semi-processados, 
congelados, refrigerados, em chás ou, ainda, na elaboração de extratos, tinturas ou outras 
preparações farmacêuticas.
 Para a obtenção de plantas secas é fundamental que a secagem seja realizada ainda 
na propriedade rural, pois dessa forma se mantém a qualidade do produto colhido por meio da 
paralisação do processo enzimático responsável pelo metabolismo da planta o qual, após a 
colheita, promove sua decomposição. Portanto, a paralisação deste processo por meio da secagem 
é fundamental para a integridade física do material vegetal e para a manutenção dos teores das 
substâncias bioativas que conferem as propriedades aromáticas, condimentares ou medicinais do 
produto final.
 Entende-se por qualidade do produto a preservação ao máximo da cor natural, dos princípios 
ativos e a das características organolépticas da espécie em questão. Para tal, deve-se antes da secagem 
fazer uma seleção do material, eliminando restos de outras plantas presentes e partes inadequadas 
da planta que estejam sujas ou doentes. Também se faz necessário promover a eliminação de terra, 
pedras e outras sujidades. Outro fator primordial é atentar para que plantas aromáticas de espécies 
diferentes não sejam secadas no mesmo dia, evitando-se assim, a contaminação dos aromas.
 A secagem pode ser natural, em local protegido da luz e da poeira, mas bem arejado. Para 
tal, são utilizadas, preferencialmente, bandejas de tela plástica ou de nylon finas ou, ainda, bandejas 
de aço inoxidável. Dependendo do volume do produto, recomenda-se a utilização de exaustores e/
ou desumidificadores que favorecerão a circulação de ar e a dissipação ou a retirada da umidade do 
ambiente, acelerando o processo da secagem natural. Pode-se também usar para tal fim, secadores 
que captam a energia solar.
Captação de energia solar 
45
Desumidificador de ar
 Para o caso de grandes volumes, a recomendação é que se faça a secagem artificialmente, 
utilizando-se secadores a gás, a lenha ou eletricidade com controle de temperatura que não deve ser 
superior a 40oC para folhas e flores e nem superior a 70oC para cascas e raízes. Importante em todos 
os casos é fazer camadas finas, de até 5cm, para não criar condições de mofo.
 O tempo de secagem pode variar até 10 dias, dependendo das características da planta, das 
condições climáticas e do tipo de secador. De um modo geral, reduz-se a 1/3 o peso do material 
colhido e a umidade final máxima permitida fica em torno de 15%, pois a partir deste teor tem início, 
principalmente, o desenvolvimento de fungos. Por outro lado, uma secagem excessiva poderá fazer 
com que a planta se esfarele, comprometendo a qualidade do produto.
Bandejas inoxidáveis para secagem
Secador a gás - Emater-PR
46
Desidratador elétrico ou a gás
 A embalagem mais adequada para o acondicionamento e a conservação do produto seco é a 
de polietileno atóxico, que deverá ser fechado hermeticamente. Cada embalagem deve possuir um 
rótulo contendo: o nome do produtor, os nomes botânico e comum da planta, a parte colhida (folha, 
flor, ramos etc.), a data da colheita, a temperatura e período de secagem e o peso do produto final.
 O armazenamento do produto seco na propriedade deve ser em local adequado: escuro, 
limpo e periodicamente desinfetado. As embalagens devem ser colocadas sobre estrados e o tempo 
de armazenamento deve ser o menor possível, evitando-se contaminações e perdas normais no teor 
das substâncias bioativas advindas com o passar do tempo e capazes de depreciar o produto a ser 
comercializado.
 Para o transporte a longas distâncias é recomendado que a embalagem de polietileno seja 
revestida por outra de papel tipo ‘Kraft’ para evitar a incidência de luz no produto, capaz de alterar 
sua coloração e diminuir seu valor comercial.
1. SECAGEM CASEIRA
 Muita gente produz ervas aromáticas e medicinais em quintais, jardins e até mesmo em 
vasos e quando chega a época de colheita precisam realizar a secagem para poderem usá-las ao 
longo do tempo, conforme a necessidade. Como o volume é pequeno, o recomendado é a realização 
da secagem natural, adotando-se os seguintes cuidados:
• Escolha de local adequado, arejado, à sombra e protegido (ex.: área de serviço, varanda coberta 
ou local similar);
• Fazer a separação das partes das plantas a serem secas (ex.: separar folhas e flores dos ramos e 
secar cada parte da planta separadamente).
• Utilizar peneiras ou assadeiras e nestas dispor as plantas em camadas de até 3cm, revolvendo-as 
periodicamente); sacos/sacolas de papel; sacos de “filó” (estes devem ser penduradosem varais 
em local com boa circulação de ar) ou outros tipos de recipiente que permitam que o ar circule e 
a umidade seja dissipada;
47
• Logo ao término da secagem, acondicionar em vidros ou sacos de polietileno bem fechados para 
manter o material seco e guardar em local escuro, ao abrigo da luz, evitando a oxidação do produto.
2. CONSERVAÇÃO – ATÉ QUANDO GUARDAR? 
 A manutenção da qualidade da planta seca depende de vários fatores, que vão desde a forma 
como foi cultivada, as condições de colheita e de secagem entre outros aspectos. É recomendável 
que neste processo sejam observadas as características do produto como cor, aroma, sabor, assim 
como a presença de mofo ou de insetos. Havendo alteração significativa das características em 
relação ao produto obtido logo após o término da secagem ou a ocorrência de fungos ou insetos o 
produto deve ser descartado, pois ficará impróprio para o consumo.
3. LITERATURA CONSULTADA
BLANCO, M.C.S.G. e outros. Cultivo de plantas aromáticas e medicinais. Campinas-SP, CATI, 2007 
(Boletim técnico 247).
CORREA Jr., C.; MING, L. C.; SCHEFFER, M. C. Cultivo de plantas medicinais, aromáticas e 
condimentares. 1 ed. Curitiba: EMATER-Paraná. 1991. 162 p.
48
Descrição de
PLANTAS
49
DESCRIÇÃO
DE PLANTAS
Maria Cláudia Silva G. Blanco1
maria.blanco@sp.gov.br
ARNICAS
A identificação botânica das espécies medicinais é muito importante, pois muitas plantas diferentes 
possuem o mesmo nome comum, geralmente adotado por razão de usos semelhantes.
Um exemplo típico é o das plantas denominadas ‘arnicas’. Neste guia descrevemos a identificação e 
as principais características de algumas delas na tentativa de elucidar os frequentes questionamen-
tos que os extensionistas rurais recebem acerca destas plantas medicinais.
1. ARNICA
Arnica montana L.
Conhecida como arnica europeia, arnica-da-montanha, ar-
nica-verdadeira. É uma planta herbácea de 20cm a 60cm 
de altura, com as folhas basais dispostas em roseta e flores 
amarelas reunidas em capítulos isolados sobre um caule 
ereto.
É nativa em regiões montanhosas do norte da Europa e 
não é cultivada no Brasil. Planta medicinal de uso tradi-
cional, fazendo parte de várias farmacopeias, inclusive da 
brasileira, nas formas de preparação extemporânea (chá), 
tintura, gel e pomada.
Ações farmacológicas: anti-inflamatória, analgésica, antis-
séptica e cicatrizante.
Composição química: óleos essenciais, lactonas, taninos, ácidos fenólicos, flavonoides e outros.
Partes usadas: flores.
Usos: contusões, traumatismos, entorses, distensões musculares e dores reumáticas, por meio de 
uso tópico. Também é usada em fitocosméticos e na homeopatia.
__________
1 Engenheira agrônoma, Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI/SAA
50
2. ARNICA-BRASILEIRA
Solidago chilensis Meyen
É conhecida também como arnica, arnica-do-campo, arnica-silvestre, 
erva-lanceta, erva-de-lagarto, espiga-de-ouro, macela-miúda, rabo-de-
--rojão.
É um subarbusto de 0,8m a 1,2m de altura, ereto, perene, entouceirado, 
rizomatoso, com folhas simples, alternas, ásperas ao tato. Capítulos 
florais pequenos, de cor amarela, reunidos em inflorescências na 
extremidade dos ramos.
É nativa da parte meridional da América do Sul, incluindo o Sul e o 
Sudeste do Brasil.
Trata-se de planta de crescimento vigoroso e persistente em pastagens, 
beiras de estrada e terrenos baldios. Multiplica-se por sementes e prin-
cipalmente pelos rizomas.
Composição química: flavonoides, quercetina, taninos, saponinas, resinas e óleo essencial.
Partes usadas: folhas, flores e rizomas.
Uso popular: contusão, escoriações e traumatismos. Uso tópico.
Uso tópico: termo usado quando o uso é externo. É geralmente administrada na forma de 
compressa, banho, cataplasma, tintura, pomada, unguento, gel. Seu uso é localizado na parte 
do corpo afetada, após higienização prévia do local.
Curiosidade: no Brasil, uma preparação muito popular à base de arnica é a garrafada, por isso, 
muitas vezes, a denominação ‘arnica’ é usada para a garrafada, a qual pode ter, também, outras 
plantas adicionadas.
3. ARNICA-MINEIRA
Lychnophora pinaster M.
É também conhecida, popularmente, como arnica-de- 
-minas, arnica-do-cerrado, arnica-do-campo, candeia, 
candeião e canela-de-ema.
É um arbusto que pode atingir até 3m de altura; possui 
folhas rígidas aciculares dispostas em espiral ao redor 
de um caule circular. Sua inflorescência é um capítulo de 
flores hermafroditas e tubulosas com cores variadas (lilás, 
púrpura e branca), fruto tipo aquênio.
A planta é restrita (endêmica) em algumas localidades de Minas Gerais e vive em ambientes acima 
de 900m de altitude, como campos rupestres, campos sujos e campos limpos de altitudes de regiões 
de Cerrado do Alto do Rio Grande. É considerada vulnerável à extinção.
51
Lychnophora pinaster é muito próxima de Lychnophora ericoides, 
sendo a separação entre elas difícil. Ambas são bastante polimór-
ficas em porte, diâmetro dos ramos, forma, comprimento e 
largura das folhas. 
Alguns autores as consideram a mesma espécie e outros como 
espécies diferentes. A primeira é endêmica de Minas Gerais e a 
outra, conhecida como arnica-da-serra, ocorre em Minas Gerais, 
Goiás e na Bahia.
Partes usadas: ramos, folhas e flores.
Uso popular: contusão, inchaço, inflamação, hematomas, trau-
matismos, picadas de inseto e varizes. Uso tópico, não deve ser 
usada internamente.
Composição química: flavonoides, friedelina, quercetina, áci-
do lienofoico (derivado do cariofileno), 15-desoxigoiazenolídeo 
(lactonases quiterpênica), glicosídeo.
4. ARNICA-PAULISTA
Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass
É conhecida também como arnica, arnica-do-mato, couvinha, 
couve-cravinho, cravorana.
É uma erva anual, com até 1,2m de altura, bem ramificada, 
com folhas membranáceas, elípticas, de cor cinza-azulada, aro-
máticas e com margens crenadas. Inflorescências em capítulos 
alongados, esbranquiçados, solitários e com flores discretas.
Nativa nas regiões tropicais do Brasil. Cresce espontaneamente 
em terrenos lavrados, pomares e terrenos urbanos. Bem 
popular no Estado de São Paulo. Propaga-se exclusivamente 
por sementes.
Composição química: flavonoides, taninos e alcaloides.
Partes usadas: folhas e planta inteira.
Uso popular: contusões, hematomas, traumatismos e picadas de inseto. Uso tópico.
5. LITERATURA CONSULTADA
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmaco-
peia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p.
HARAGUCHI, L. M. M.; CARVALHO, O. B. (Org.). Plantas Medicinais: do curso de plantas medicinais. 
São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, 2010. 248p.
52
KINUPP, V. F., LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. São Paulo: Ins-
tituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de Estudos da Flora, 2002.
RODRIGUES, V. E. G., CARVALHO, D. A. Plantas medicinais no domínio dos cerrados. Lavras: UFLA, 
2001. 180 p. il.
53
AROEIRA-MANSA OU
AROEIRA-PIMENTEIRA
A aroeira-vermelha é uma espécie perenifólia que, quando jo-
vem, apresenta de 5m a 10m de altura e diâmetro à altura do 
peito (DAP) entre 20cm e 30cm. Os indivíduos adultos chegam 
a alcançar 15m de altura e 60cm de DAP.
Família: Anacardiaceae.
Nome científico: Schinus terebinthifolius Raddi.
Nomes populares: aroeira-mansa, aroeira-da-praia, aroeira- 
-vermelha, aroeira-pimenteira, aroeira-de-remédio.
Folhas: compostas, imparipinadas, trifoliadas, com ráquis alada, com 8-11 folíolos membranáceos, 
ápice agudo e base obtusa.
Flores: tanto as flores masculinas como as femininas são actinomorfas, pentâmeras, díclinas, com 
cinco sépalas verdes, cinco pétalas brancas e disco nectarífero amarelo-ouro. 
Frutos: drupáceos, globosos. Utilizados como substitutos da pimenta-do-reino. Com sabor suave, 
levemente apimentado, sendo utilizados grãos inteirosou moídos.
Floração: setembro-janeiro.
Frutificação: janeiro-julho.
Polinização: abelhas e pequenos insetos.
Dispersão: zoocórica, por aves e formigas.
Paisagístico: árvore ornamental, com flores brancas e frutos vermelhos, pode ser usada com suces-
so na ornamentação das cidades.
Utilização: espécie da qual se extraem compostos utilizados como inseticidas e em perfumes. Sua 
madeira é usada como mourões para pomares, construção civil, palanques. Para a apicultura, a flo-
rada abundante oferta grande quantidade de pólen e uma produção significativa de néctar para a 
entomofauna, muito visitada por abelhas (Apis mellifera).
Apícola: as flores da aroeira-vermelha são melíferas.
Ocorrência: em várias formações vegetais de Pernambuco, até o Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
1. ASPECTOS AGRONÔMICOS
Fazer a semeadura logo após coleta das sementes, sem qualquer tratamento, em canteiros a pleno 
sol, contendo substrato argiloso. Quando o recipiente for tubete plástico de 280cm³, pode-se usar 
como substrato uma mistura de solo com composto orgânico, na proporção de 1:1. Recomendam-
-se colocar, no mínimo, duas sementes por recipiente. As mudas estarão aptas para irem ao campo, 
aproximadamente, 120 dias após a semeadura. 
54
Quando houver previsão de estiagem, recomendam-se colocar na cova 2,5g de hidrogel hidratado 
por cova, diluído em 1L de água.
Os espaçamentos devem ser sempre quadrados, variando de 4,5m x 4,5m até no máximo 6m x 6m.
Como a produção de frutos é dependente da floração dos indivíduos masculinos, recomenda-se que 
plantios destinados a esse objetivo contemplem um maior número de plantas masculinas, entre 
10% a 15% do total das árvores plantadas. É importante destacar que plantas masculinas não devem 
ser podadas, até porque não são produtivas.
Colheita e corte dos galhos: envolvem duas etapas. Na primeira, é feito o corte do terço externo 
dos galhos mais finos, onde ocorre a maior produção de frutos. O corte é realizado em bisel, com 
auxílio de facão bem afiado ou de tesoura de poda. Na segunda etapa, os galhos mais grossos são 
cortados com o auxílio de facão e/ou serrote florestal. Após os cortes, são feitas a catação de frutos 
e a derriça dos galhos. 
Nas áreas de plantio, após o procedimento da derriça, que encerra a colheita em si, os galhos 
que permaneceram nas árvores são desfolhados, deixando a árvore totalmente desnuda, o que 
localmente se chama “suruca”. Todos os resíduos descartados − como galhos, folhas e frutos verdes 
− são espalhados próximo das árvores e nas ruas de plantio ou podem ser utilizados para fins 
medicinais após seleção de partes sem danos e sujidades.
Composição química: catequinas, esteroides, chalconas, flavonas e terpenos.
Uso medicinal: a casca tem propriedades depurativas, é usada contra afecções uterinas em geral. 
Utilizada no tratamento de diarreias e nas hemoptises. O chá da casca é utilizado contra dor ciática, 
gota, reumatismo e infecções bacterianas como edema do tipo erisipela. A casca cozida também é 
usada para banhos contra edemas das pernas. 
Os ramos são utilizados no tratamento de doenças respiratórias e doenças das vias urinárias. 
As folhas têm propriedades balsâmicas usadas na forma de infusão, banhos tônicos e loções no 
tratamento de úlceras, erupções e feridas. Dos folíolos obtêm-se substâncias cicatrizantes; os frutos 
têm propriedades diuréticas.
O cozimento das folhas com folhas de batatas é usado para gargarejos e afecções das cordas vocais.
Curiosamente, todas as partes dessa árvore possuem fins medicinais.
A aroeira-mansa (Schinus terebinthifolius Raddi) é uma das plantas da Farmacopeia Brasileira, 
constando do Formulário de Fitoterápicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da 
seguinte forma:
2. FÓRMULA
Componentes Quantidade 
cascas do caule secas 1g
água q.s.p. 150mL
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3. ORIENTAÇÕES PARA O PREPARO
Preparar por decocção, considerando a proporção indicada na fórmula. 
Advertência: em caso de aparecimento de alergia, suspender o uso. 
Indicações: anti-inflamatório e cicatrizante ginecológico. 
Modo de usar: uso externo. Fazer banho de assento, de três a quatro vezes ao dia.
4. LITERATURA CONSULTADA
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmaco-
peia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p.
COLETTO, L. M. M., PEREIRA, B. M. R., CARDOSO Jr., E. L. C. Plantas medicinais nativas dos remanes-
centes florestais do oeste do Paraná. Foz do Iguaçu: Itaipu Binacional, 2009.
Cultivo da aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius Raddi) para produção de pimenta-rosa. [re-
curso eletrônico] / Edinelson José Maciel Neves ... [et al.]. - Colombo: Embrapa Florestas, 2016.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de estudos da Flora, 2002.
56
BABOSA 
Originária da África, a babosa pertence à família botânica Xanthorrhoeaceae. Seu nome botânico 
Aloe vera L. se origina do hebraico halal, que significa amargo, e da palavra vera do latim, que signi-
fica verdadeira. Sinonímia: Aloe barbadensis Mill.
A babosa tem vários nomes comuns, dependendo da região, pode ser conhecida como aloé, babosa-
grande, babosa-medicinal, erva-de-azebre, caraguatá, aloé-do-cabo.
Aclimatada no Brasil há mais de 100 anos, é encontrada em muitos jardins e quintais e é explorada 
comercialmente para extração das substâncias bioativas: aloína (composto antraquinônico) e 
mucilagem (polissacarídeo aloeferon). Em sua composição, também contém sais minerais (K, Na, 
Cl, Ca, Mn, mg, Cu, P, Fe) e vitaminas (A, B1, B2, B6, C, E).
A babosa é uma planta herbácea que atinge até um metro de altura, com folhas grossas, suculentas 
(parênquima de reserva), marginadas por espinhos, dispostas em roseta e presas num caule curto. 
As flores são tubulosas e de cor amarelada.
Cresce em regiões de clima tropical e subtropical secos. É uma planta heliófita e xerófita, não tole-
rando ventos frios e geadas.
1. ASPECTOS AGRONÔMICOS
A sua propagação ocorre por meio de rebentos ou brotações laterais que podem ser plantadas dire-
to no local definitivo ou em recipientes para enraizamento das mudas em viveiro. A época de plantio 
vai de setembro a fevereiro e a planta tem preferência por solos arenosos ou areno-argilosos, per-
meáveis, bem drenados, com boa M.O.% e com pH em torno de 7. 
A babosa deve ser cultivada em locais que fiquem a pleno sol, no espaçamento de 0,5m – 1m X 
0,5m – 1m. A adubação de plantio se faz com 1kg de composto + 150g de fosfato natural por planta. 
É necessária uma irrigação diária nos três primeiros meses para “pegamento” das mudas e depois 
basta irrigar uma vez por semana ou uma vez a cada 15 dias, conforme a região.
Um dos cuidados é realizar a ‘amontoa’ para favorecer a brotação lateral e adubação de cobertura 
com composto orgânico. Retirar os perfilhos quando atingirem entre 10cm e 15cm, para não com-
petirem com a planta-mãe.
57
As folhas são as partes usadas da planta e devem ser colhidas nas épocas de outono e inverno. A co-
lheita ocorre após um ano de idade da cultura (plantas adultas) e de plantas não floridas. Devem-se 
colher as folhas externas com 50cm a 60cm (cinco ou seis folhas), da parte de baixo da planta, usan-
do um instrumento afiado (cinco a seis folhas/planta). Para usar na forma fresca, retirar a mucilagem 
logo após colheita, evitando a oxidação.
Produtividade: cerca de 70t/ha de folhas adultas frescas. 
2. BENEFICIAMENTO
A extração industrial do gel envolve mesa de lavagem, separação do látex, desfibrador, prensa e 
evaporadores. 
Todos os equipamentos que mantêm contato com as folhas e o gel devem ser de aço inoxidável, para 
evitar oxidação. 
FLUXOGRAMA INDUSTRIAL
3. USO MEDICINAL
A babosa é utilizada tanto pela indústria de cosméticos quanto pela farmacêutica devido às suas ati-
vidades farmacológicas como cicatrizante, anti-inflamatória, antimicrobiana, antisséptica, antialérgi-
ca, bem como pelaação imunomoduladora. A babosa é planta da Farmacopeia Brasileira, constando 
do Formulário de Fitoterápicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo indicada 
para uso externo como cicatrizante nos casos de ferimentos leves, desordens inflamatórias na pele, 
incluindo queimaduras (de 1.o e 2.o graus), escoriações e abrasões. O gel fresco das folhas pode ser 
usado puro ou incorporado a um gel base até a homogeneização completa e deve ser aplicado nas 
áreas afetadas até três vezes ao dia. 
Alguns cuidados devem ser tomados para não rasgar a casca verde, que pode contaminar o gel com 
exsudato de folha, de coloração amarelada e rica em heterosídeos antracênicos.
Preparações caseiras com babosa – Aloe vera
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4. RECEITAS
Oficina do minicurso sobre babosa da XIV Semana de Fitoterapia Prof. Walter R. Accorsi, 
Campinas (SP)
1. SABONETE EMOLIENTE E HIDRATANTE
Ingredientes
• 1 quilo de base glicerinada transparente ou branca.
• 2 colheres de sopa de lauril líquido (lauril éter sulfato de sódio de 27% a 30%). É um produto 
tensoativo e que produz espumas.
• 2 colheres de sopa de mel puro.
• 3 colheres de sopa de gel de babosa (folha de babosa - Aloe vera, somente gel transparente, sem 
a casca e sem o suco amarelo).
• 20 gotas de óleo essencial. 
• Borrifador (spray) com álcool.
Preparo no fogão
Corte a base glicerinada em pedaços pequenos para derreter bem em banho-maria. Não deixe ferver 
ou cozinhar; retire do fogo.
Misture em um recipiente separado, o gel de babosa, o mel, o óleo essencial e o lauril líquido. 
Quando a base glicerinada estiver em temperatura suportável na mão, acrescente a mistura, mexa 
e coloque nas forminhas. O spray com álcool é aplicado para evitar a formação de bolhas. Após 
endurecer, tire das formas, embrulhe com filme plástico e coloque etiqueta.
Modo de usar: para lavar o corpo ou as mãos ressecadas.
2. GEL CONGELADO – contra queimaduras, assaduras e fissura anal
Ingredientes
• Folha fresca de babosa (de planta adulta, + 50cm).
Preparo
Pegue uma seringa descartável de 5mL e corte o bico.
Tire os espinhos da folha de babosa, lave-a na água corrente e deixe escorrer a resina amarela por 
umas seis horas.
Corte em pedaços de 5cm e introduza a seringa no gel transparente tirando pedaços cilíndricos de 
gel. Enrole cada pedaço em papel-alumínio e guarde no congelador até a hora do uso.
Modo de usar: como supositório (para maiores de 12 anos) no tratamento de fissuras anais. Para o 
caso de queimaduras e assaduras, passar o gel congelado ou fresco diretamente no local lesionado.
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Nota: existem outras espécies de babosa encontradas no Brasil. 
Destaca-se a Aloe arborescens, comum no sul do país, a qual 
tem um porte arbustivo e ramificado, flores vermelhas e menor 
produção de mucilagem (gel) e por isso não tem o mesmo 
interesse comercial e industrial como o da espécie Aloe vera. Aloe arborescens
5. LITERATURA CONSULTADA
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmaco-
peia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de estudos da Flora, 2002.
SAA-CATI – oficina do minicurso sobre babosa da XIV Semana de Fitoterapia Prof. Walter R. Accorsi, 
Campinas – SP. 2016.
 SILVA JÚNIOR, A. A. Plantas bioativas – Babosa de botica (Aloe vera). Epagri: Agropec. Catarin., 
v.19, n.1, mar. 2006.
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CIDREIRAS
O nome cidreira é utilizado para várias espécies de plantas e, na maioria das vezes, pelo motivo de as 
tais terem ações calmantes ou sedativas semelhantes às da erva-cidreira Melissa officinalis, planta 
medicinal de várias farmacopeias, especialmente da Europa, sendo utilizada, desde a Antiguidade, 
na medicina tradicional e, até hoje, na medicina moderna. Por isso, muitas pessoas a chamam 
também de cidreira-verdadeira.
Os nomes comuns, no entanto, variam conforme a cultura de cada local e adjetivos como falso ou 
verdadeiro e nomes iguais para diferentes espécies apenas indicam que há uma espécie base que 
tem uso mais antigo e ações mais estudadas que inspiram o nome popular de outras plantas usadas 
de forma semelhante ou para o mesmo fim terapêutico. 
No caso das cidreiras, a opção foi por selecionar três espécies mais utilizadas pela população 
brasileira, destacando sua identificação botânica, seu cultivo e os usos terapêuticos na saúde e pela 
alimentação.
1. ERVA-CIDREIRA
Melissa officinalis L.
A erva-cidreira Melissa officinalis L. é de origem 
europeia e foi trazida ao Brasil pelos colonizadores, 
sendo uma planta das Farmacopeias de vários países 
da Europa.
Planta herbácea de até 60cm de altura, perene, 
aromática, ramificada desde a base, com folhas rugo-
sas, de 3cm a 6cm de comprimento e coberta por 
tricomas glandulares, cujas flores são em racemos e 
de cor creme (dificilmente floresce no Brasil).
Princípios ativos: óleos voláteis (citral, citronelal, citronelol, linalol, geraniol, neral etc.), taninos, 
flavonoides e ácidos fenólicos.
Nomes comuns: melissa, cidreira-verdadeira, cidreira.
Recomendações para plantio da Melissa officinalis
Necessidade de luz Necessidade de água Espaçamento Propagação Observações
Pleno sol ou
meia-sombra.
Regas moderadas. 0,6m x 0,4m. Mudas por sementes 
ou estacas.
Mudas prontas para 
plantio com cerca de 
10cm de altura. 
Gosta de clima 
ameno, mas não 
tolera geadas.
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Recomendações para colheita e pós-colheita da Melissa officinalis
Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Folhas. A partir de seis meses da 
semeadura.
Usada fresca ou seca à 
sombra ou em secador a 
35oC.
Corte feito a 10cm acima 
do solo.
1.1. Uso medicinal e preparações caseiras
com erva-cidreira 
Melissa officinalis
1. CHÁ DE CIDREIRA – Antiespasmódico, digestivo, ansiolítico e sedativo leve.
Ingredientes
• 1 a 4g de folhas secas (1 a 3 colheres de chá).
• 150mL de água potável e filtrada.
Preparo
Por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta e abafar por 15 minutos e coar.
Modo de usar: indivíduos acima de 12 anos de idade − tomar 150mL do infuso, logo após o preparo, 
de duas a três vezes ao dia. 
Advertências: não deve ser utilizado nos casos de hipotireoidismo. Cuidado, pois pode baixar a 
pressão arterial.
2. SUCO DE ABACAXI COM ERVA-CIDREIRA – Função: o abacaxi tem propriedades digestivas e é 
também rico em vitamina C, que auxilia no fortalecimento do sistema imunológico. A erva-cidreira 
tem propriedades calmantes e relaxantes.
Ingredientes
• 1 pedaço de abacaxi. 
• 1 ramo de erva-cidreira.
• 2 cubos de gelo.
• 300mL de água. 
Preparo
Bater tudo no liquidificador. Não precisa ser coado.
2. CIDREIRA-BRASILEIRA 
Lippia alba (Mill.) N. E. Br. Ex Britton & P. Wilson
A cidreira nativa do Brasil apresenta ampla variedade genética em suas populações, por isso, foi 
classificada em vários tipos botânicos separados em função de suas características morfológicas e 
químicas, sendo três os tipos mais comuns. 
62
1. Com folhas largas e ásperas, inflorescências com até 
oito flores liguladas externas em torno de flores centrais 
fechadas e óleo essencial rico em citral e mirceno. 
Indicação: calmante e antiespasmódica.
2. Com folhas e ramos mais delicados que o tipo 1, disco 
central de flores rodeado de três a cinco flores liguladas e 
óleo essencial rico em citral e limoneno. 
Indicação: calmante, antiespasmódica, sedativa e ansiolítica.
3. Morfologicamente parecido com o tipo 2, porém com 
óleo essencial rico em carvona e limoneno. 
Indicação: mucolítica facilitadora da expectoração de 
secreções. 
Nomes comuns: cidreira-de-rama, lipia, cidreira em rama, cidreira-do-brasil, melissa-de-mulher.
Princípios ativos: óleo essencial, saponinas, taninos, flavonoides e alcaloides.
Recomendações para plantio da Lippia alba
Necessidade de luz Necessidade de água Espaçamento Propagação Observações
Pleno sol. Regas moderadas. 1m x 0,5m. Estacas com
três nós.
Podeser plantada diretamente 
no canteiro ou em viveiro 
(mudas).
Recomendações para colheita e pós-colheita da Lippia alba
Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Folhas e ramos floridos. A partir de cinco a seis 
meses após o plantio.
Usada fresca ou seca em 
secador a 40oC.
Até duas colheitas anuais. 
Cortes de 10cm a 20cm do solo.
2.1. Uso medicinal e preparação caseira
com cidreira-brasileira 
Lippia alba
1. CHÁ DE CIDREIRA – calmante, digestivo, contra cólicas e flatulência (Formulário de Fitoterápicos. 
Anvisa, 2011)
Ingredientes
• 1g a 3g de folhas secas (1 a 3 colheres de chá).
• 150mL de água potável e filtrada.
Preparo
Por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta e abafar por 15 minutos e coar.
63
Modo de usar: indivíduos de três a sete anos de idade – tomar 35mL do infuso, logo após o preparo, 
de três a quatro vezes ao dia.
Entre sete e 12 anos de idade: tomar 75mL do infuso, logo após o preparo, de três a quatro 
vezes ao dia. 
Acima de 12 anos de idade: tomar 150mL do infuso, logo após o preparo, de três a quatro 
vezes ao dia. 
Maiores de 70 anos de idade: tomar 75mL do infuso, logo após o preparo, de três a quatro 
vezes ao dia.
Advertência: doses acima das recomendadas podem causar irritação no estômago e queda de 
pressão. 
3. CAPIM-CIDREIRA
Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.
O capim-cidreira é nativo da Ásia tropical, 
especialmente da Índia.
É planta herbácea, perene, aromática, cresce 
em forma de moita, estolonífera, com folhas 
amplexicaules linear-lanceoladas, com tricomas 
nas margens. Inflorescências do tipo panícula, 
de cor amarela (não floresce no Brasil).
Nomes comuns: capim-cidreira, capim-limão, chá-de-estrada, capim santo, erva-príncipe (Portugal).
Princípios ativos: óleo essencial (citral, geraniol, metileugenol, mirceno, citronelal).
Recomendações para plantio do Cymbopogon citratus
Necessidade de luz Necessidade de água Espaçamento Propagação Observações
Pleno sol. Regas moderadas e 
frequentes.
1m x 0,5m. Divisão de touceira. Prefere solos areno-argilosos.
Recomendações para colheita e pós-colheita do Cymbopogon citratus
Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Folhas. A partir de seis 
meses após o 
plantio.
Usado fresco ou seco à 
sombra ou a 40oC.
Corte na altura de 10cm do solo. De dois a três 
cortes anuais. O óleo essencial é extraído por 
meio da destilação das folhas.
64
3.1. Uso medicinal e preparação caseira
com capim-cidreira 
Cymbopogon citratus
1. CHÁ DE CAPIM-CIDREIRA – cólicas intestinais e uterinas, calmante suave e contra ansiedade e 
insônia leves.
Ingredientes
• 3g de folhas secas
• 150mL água potável e filtrada
Preparo
Por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta, abafar por 5 a 10 minutos e coar.
Modo de usar: para indivíduos maiores de 12 anos de idade – tomar 150mL, cinco minutos após o 
preparo, de duas ou três vezes ao dia.
Advertência: pode aumentar o efeito de outros calmantes.
2. SUCO DE CAPIM–CIDREIRA COM LIMÃO (calmante)
Ingredientes
• 6 folhas compridas de erva-cidreira (capim-santo).
• 1 xícara (café) de suco de limão.
• açúcar a gosto.
• água filtrada gelada (até completar o copo do liquidificador + 1,5L).
Preparo
Bater a erva-cidreira com água no liquidificador.
Coar em pano ou peneira fina.
Colocar o suco de limão e bater mais.
Adoçar com o açúcar. Servir gelado.
3. DOCINHO DE CAPIM-CIDREIRA (relaxante)
Ingredientes 
• 1 xícara de chá de leite (desnatado ou integral).
• 25 folhas de capim-cidreira (aproximadamente).
• 1 lata de leite condensado.
• 1 colher de maisena ou 1 colher de leite em pó.
• 1 colher de sopa de manteiga.
• Açúcar cristal ou coco ralado, para enrolar os 
docinhos.
Preparações com capim-cidreira em oficina de 
plantas medicinais na zona rural de Nazaré Paulista.
65
Preparo 
Bater no liquidificador a cidreira com o leite. Em uma peneira, coe a mistura, acrescente a maisena 
ou o leite em pó e dissolva. Coloque em uma panela com o leite condensado e a margarina, apure 
até dar o ponto (desprender do fundo da panela), em fogo baixo.
Depois da mistura fria, enrole e passe em açúcar cristal fino ou coco ralado. Coloque em forminhas 
de papel para servir.
Observação: preparações com açúcar não podem ser consumidas por diabéticos. 
4. LITERATURA CONSULTADA
BLANCO, M. C. S. G. e outros. Cultivo de plantas aromáticas e medicinais.
Campinas-SP, CATI, 2007 (Boletim Técnico 247).
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia 
Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de Estudos da Flora, 2002.
Medicina Verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu (SP): 
Agricultores/Lin Chau Ming; Coord. Marcio G. campos. Botucatu: Prefeitura Municipal de Botucatu: 
Universidade Estadual Paulista, 2015. 46 p.
PEREIRA, A. M. S. Manual prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais. Ribeirão Preto, 
UNAERP, 2011.
SAA-CATI. Apostila da aula prática de plantas medicinais do Módulo 2 da capacitação em plantas 
aromáticas e medicinais da Rede CATI. 2015.
66
ERVA-BALEEIRA
Varronia curassavica Jacq.
Folhas Flores Frutos
A partir de uma preparação caseira da erva-baleeira, utilizada numa contusão pelo empresário 
Victor Siaulys, do Laboratório farmacêutico Aché, foram iniciados no Brasil, no Centro Pluridisciplinar 
de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA-Unicamp), estudos das ações terapêuticas 
desta planta, culminando no desenvolvimento do primeiro fitomedicamento brasileiro, a pomada 
acheflan. Esta conquista prova o quanto o conhecimento popular sobre plantas medicinais pode ser 
importante para a Indústria farmacêutica, para a pesquisa nacional, bem como para a conservação 
da biodiversidade brasileira.
Família: Boraginaceae
Gênero: Varronia 
Espécie: Varronia curassavica Jacq.
Sinonímias: Varronia verbenacea (DC.) Borhidi, Cordia verbenacea DC
Nomes populares: Erva-baleeira, catinga-de-barão, maria-milagrosa, salicínia, erva-preta.
Ocorrência: Planta da Mata Atlântica, distribuída ao longo da região costeira do Brasil. 
Descrição botânica: Arbusto perene, ereto, muito ramificado, aromático, com a extremidade dos 
ramos um tanto pendentes, hastes revestidas por casca fibrosa, de 1,5-3m de altura.
Folhas: Simples, alternas, ásperas, aromáticas, bordas denteadas, de coloração verde-escura, com 
5-9cm de comprimento. 
Inflorescência: Flores pequenas, brancas, dispostas em inflorescências racemosas terminais, de 10-
15cm de comprimento.
Floração e Frutificação: Pode ocorrer durante o ano todo, principalmente nos meses mais quentes 
da primavera/verão.
Polinização: Insetos – abelhas, vespas e besouros.
Frutos: Os frutos são pequenos, tipo cariopse esférica, de cor vermelho-escura. Atrai muitos 
passarinhos que realizam a dispersão das sementes.
67
Observação: importante fonte de recursos florais, principalmente 
para abelhas e vespas, pelo seu longo período de florescimento.
1. ASPECTOS AGRONÔMICOS
PROPAGAÇÃO
A propagação ocorre por estacas de ponteiro (+ 10cm) ou por sementes, após retirada do arilo 
em água. Deve ser semeada em sacos plásticos contendo substrato de solo, areia e esterco na 
proporção 3:2:1 e a 1cm de profundidade. Após três meses de viveiro, as mudas ficam prontas para 
o transplante no campo.
Espaçamento: 1,6m x 0,5 metros.
Colheita: As folhas devem ser colhidas pela manhã, efetuando-se o corte acima de 40cm do solo. 
A época de colheita vai de maio até novembro, ocorrendo a partir de seis a 12 meses do plantio; e, 
depois, a cada quatro meses.
Extração de óleo essencial (OE): destilação por arraste a vapor.
Secagem: Natural, à sombra, em local arejado e protegido (pequena quantidade) ou em secador a 
35oC.
Composição química: Flavonoides (artemetina), alantoína, açúcares e óleo essencial. O óleo 
essencial é composto principalmentepor mono e sesquiterpenos e seus principais constituintes são 
α-pineno, trans-cariofileno, allo aromadendreno e também α-humuleno que é o marcador padrão 
para o fitomedicamento. 
2. USO MEDICINAL
A erva-baleeira possui propriedades antiinflamatórias naturais. Diferentes espécies deste gênero 
botânico são usadas na medicina popular como agente antinflamatória em todas as regiões tropicais 
e subtropicais do mundo.
Na medicina tradicional, suas folhas são usadas como antirreumáticas, antinflamatórias, analgésicas, 
antiartríticas, tônicas, antiulcerogênicas, redutoras de edemas e contra dores musculares e das 
costas, em diferentes formas de preparo, tais como extrato alcoólico (popular garrafada), decocção 
e infusão (via oral ou tópica em compressas) ou ainda em cataplasmas.
O Formulário Nacional Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira descreve o uso tópico das folhas de 
Varronia verbenacea como antinflamatório por meio de duas formulações:
68
A. FORMA DE INFUSO, COMO COMPRESSA
FÓRMULA
Componentes Quantidade 
folhas secas 3g 
água q.s.p. 150mL
Preparo: Preparar por infusão considerando a proporção indicada na fórmula.
Modo de uso: Uso externo. Aplicar compressa na região afetada, duas ou três vezes ao dia.
Advertência: Em caso de aparecimento de alergia, suspender o uso. 
Indicação: Antinflamatório.
B. FORMA DE GEL, USO TÓPICO
FÓRMULA
Componentes Quantidade 
Extrato hidroetílico das folhas 10mL
Gel base q.s.p. 100g
Preparo: Preparar o extrato hidroetílico de folhas secas por percolação, utilizando como líquido 
extrator álcool etílico a 70%, seguindo a RDE 1:2. Transferir o extrato hidroetílico para recipiente 
adequado. Incorporar no gel base e misturar até homogeneização completa.
Modo de uso: Uso externo. Aplicar nas áreas afetadas, três vezes ao dia.
Advertência: Em caso de aparecimento de alergia, suspender o uso. 
Indicação: Antinflamatório.
3. LITERATURA CONSULTADA
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia 
Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2 ed., 2021.217p.
MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu 
(SP). Botucatu: Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, 46p.
69
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de Estudos da Flora, 2002.
PANIZZA, S. T.; VEIGA, R. S. ; ALMEIDA, M. C. Uso tradicional de plantas medicinais e fitoterápicos. 
1. ed. São Luis: Conbrafito, 2012. 267p.
PEREIRA, A. M. S. Manual prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais. Ribeirão Preto, 
UNAERP, 2011.
70
ERVAS-DOCES
Muitas plantas possuem nomes comuns ou populares iguais, apesar de serem plantas de espécies 
diferentes. Por isso, é comum ocorrerem dúvidas em relação à sua identificação. As ervas-doces são 
um bom exemplo. 
No Brasil, temos duas plantas conhecidas como erva-doce, a Pimpinella anisum L.,de origem asiática 
e sem cultivo expressivo no Brasil, sendo, portanto, produto essencialmente importado, e aquela 
também conhecida por funcho, que possui duas variedades cultivadas em várias regiões brasileiras, 
uma delas a Foeniculum vulgare Miller subsp. vulgare var. vulgare, para produção de frutos para 
uso aromático e medicinal, e outra, a Foeniculum vulgare Miller subsp. vulgare var. dulce (Miller) 
Thellung, cujo bulbo − ou cabeça − é comercializado como hortaliça. 
Uma terceira espécie, que conhecemos como anis ou anis-estrelado (Iliciumverum Hook.f.), pode 
também causar confusão, pois, na Europa, a planta conhecida como anis é a Pimpinella anisum L., 
aqui denominada de erva-doce.
Este guia tem o intuito de elucidar as diferenças dessas plantas, auxiliando na sua identificação 
botânica e nos usos corretos de cada uma. No caso do funcho, também são descritas informações 
técnicas de cultivo, para sua adequada produção.
1. ERVA-DOCE
Pimpinella anisum L.
Família: Apiaceae.
Nomes populares: erva-doce, anis, anis-verde, pimpinela- 
-branca.
Planta tradicional da culinária e medicina europeia e asiática, 
a erva-doce é de clima temperado. Sua produção no Brasil é 
inexpressiva, sendo encontrada, especialmente, no Sul do País.
 
Flores Frutos
71
Origem: Ásia, regiões temperadas.
Descrição botânica: erva aromática, ereta, que atinge até 50cm de altura. As folhas são compostas 
de formas variadas e fendidas. As flores pequenas, de cor branca, são dispostas em umbelas com-
postas. Os frutos são ovoides, com dois aquênios, de sabor adocicado e aromático.
Composição química: óleo essencial (anetol – 90 a 95%), glicosídeos, cumarinas, flavonoides e es-
teroides.
Uso alimentício: os frutos são usados como aromatizantes de bebidas e de preparações culinárias, 
como doces e artigos de panificação. 
Uso medicinal: o fruto é usado como digestivo, contra perda de apetite, cólicas, resfriado, tosse, 
febre e bronquite e como estimulante da lactação. 
É uma planta da farmacopeia brasileira, sendo indicada como antidispéptica e antiespasmódica, na 
forma de chá por infusão (7g de frutos secos e amassados para 150mL de água fervente).
Observação: as folhas da erva-doce e do funcho também podem ser usadas na 
forma de chá, porém são menos aromáticas que os frutos, tornando a bebida 
mais suave.
2. FUNCHO
Foeniculum vulgare Mill.
Família: Apiaceae.
Nomes populares: erva-doce, erva-doce-de-cabeça, falsa 
erva-doce, falso anis, funcho-italiano, funcho-vulgar, erva-doce-
-brasileira, fiolho, entre outros.
Possui inúmeras variedades e cultivares, sendo que a variedade 
dulce é hortícola e forma “cabeça”, que é o produto comercial.
 
Flores Frutos Bulbo ou cabeça
72
Origem: Europa mediterrânea, sendo cultivada em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Descrição botânica: erva anual ou bienal, aromática, formação levemente entouceirada e que atin-
ge entre 40cm e 90cm de altura. As folhas são compostas pinadas, de formas variadas, dependendo 
da cultivar ou variedade. As flores são pequenas, hermafroditas, de cor amarela, dispostas em um-
belas compostas. Os frutos são oblongos, com dois aquênios aromáticos.
Composição química: óleo essencial (anetol – 60 a 95%, funchona, foeniculina, metilchavicol, entre 
outros), cumarinas, flavonoides e esteroides.
Uso alimentício: os frutos são usados como aromatizantes de bebidas e de preparações culinárias, 
como doces e artigos de panificação. O bulbo ou cabeça, da variedade hortícola, é usado em saladas, 
quiches etc.
Uso medicinal: o fruto é usado principalmente como digestivo, carminativo (contra gases intesti-
nais), antiespasmódico, para estimular a lactação e como expectorante. 
É planta da Farmacopeia Brasileira, sendo indicada como auxiliar no tratamento sintomático de 
queixas gastrintestinais leves, tais como cólicas, distensão abdominal e flatulência, na forma de chá 
por infusão (7g de frutos secos para 150mL de água fervente). Como auxiliar no alívio de sintomas 
dispépticos, antiespasmódico e antiflatulento, é usado na forma de tintura por percolação (10g e 
frutos secos para 100mL de álcool etílico 40% q.s.p.). 
2.1. ASPECTOS AGRONÔMICOS
Propagação: sementes, por meio de semeadura em linhas no local definitivo (de 3kg a 5kg de se-
mentes/ha) ou produção de mudas em recipientes.
Época de plantio: ano todo, em regiões de clima ameno; de março a abril, em regiões mais quentes. 
O plantio deve ser feito em locais a pleno sol.
Espaçamento: 1,2m x 0,8m.
Desenvolve-se melhor em regiões de clima ameno, em plantio a pleno sol e em solos bem drenados, 
profundos, leves e férteis. 
Adubação: a adubação nitrogenada aumenta o teor de óleos essenciais, por isso, recomenda-se 
aplicar no plantio 10kg/ha de N e, em cobertura, 50kg/ha de N, parcelando em duas vezes, aos 20 e 
aos 60 dias após o plantio, repetindo nos anos seguintes. Fontes de N sugeridas: composto orgânico, 
torta de mamona, estercos bem curtidos.
Doenças: pode ocorrer podridão bacterianae doenças fúngicas por Fusarium, Phytium, Cercospora 
e Alternaria.
Pragas: suscetível ao ataque de pulgões e cochonilhas.
Colheita: em torno do quinto mês, quando os frutos estão com os aquênios bem desenvolvidos e de 
coloração esverdeada a parda. Logo após a colheita, devem ser colocados para secar, pendurados ou 
sobre tela a sombra ou, quando necessário, no secador no máximo a 35oC.
Rendimento: de 0,8 a 2 toneladas de frutos secos/ha.
73
3. ANIS-ESTRELADO
Illicium verum Hook.f.
Família: Magnoliaceae.
No Brasil, a planta Ilicium verum é conhecida como anis- 
-estrelado; porém, no resto do mundo, a denominação anis ou 
anis-verde é dada à planta Pimpinella anisum, que, no Brasil, 
é chamada de ‘erva-doce’.
Origem: China e Vietnã. Não é cultivada no Brasil, sendo 
importada principalmente da Europa e Ásia.
Descrição botânica: o anis-estrelado é uma árvore que pode chegar até 18m de altura em estado 
nativo, mas, em cultivos, procura-se manter a planta com um porte bem mais baixo, entre 3m e 4m. 
Possui folhas largas e de verde intenso. As flores, solitárias, são hermafroditas, e a coloração vai de 
branca até vermelha. Os frutos têm o formato de estrela, consistindo em oito carpelos arranjados 
em torno de um centro. Cada carpelo é rígido, com o formato de barca, contendo cada um uma se-
mente marrom, ovoide, brilhante e muito aromática, ou seja, rica em óleo essencial.
Composição química: óleo essencial (anetol, felandreno, safrol, terpinol, 1,4 cineol).
Uso alimentício: aromatizante de bebidas e preparações culinárias.
Uso medicinal: usado principalmente como digestivo, carminativo e antiespasmódico. Também foi 
utilizado para fabricação do medicamento Tamiflu, indicado como antiviral.
4. LITERATURA CONSULTADA
BLANCO, M. C. S. G. et al. Cultivo de plantas aromáticas e medicinais. Boletim Técnico 247, Campi-
nas-SP, CATI, 2007.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmaco-
peia Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p.
HARAGUCHI, L. M. M.; CARVALHO, O. B. (Org.). Plantas Medicinais: do curso de plantas medicinais. 
São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, 2010. 248p.
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de Estudos da Flora, 2002.
74
MING, L. C. Medicina verde: programa municipal de plantas medicinais e fitoterápicos de Botucatu 
(SP). Botucatu: Prefeitura Municipal de Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2015, 46 p.
Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Illicium_verum
75
GUACOS
Mikania glomerata Spreng e
Mikania laevigata Sch. Bip. ex Baker
Mikania laevigata
Mikania glomerata
No bioma brasileiro da Mata Atlântica ocorrem duas espécies de guaco, cujas propriedades medi-
cinais foram comprovadas e, por isso, as duas espécies foram incluídas na Farmacopeia Brasileira. 
Ambas possuem ação broncodilatadora, sendo indicadas como expectorante, e têm como princípio 
ativo principal a cumarina.
Família: Asteraceae.
Gênero: Mikania.
Espécies: Mikania laevigata Sch. Bip. ex Baker e Mikania glomerata Sprengel.
Nome popular: guaco, guaco-de-cheiro, guaco-trepador, cipó-catinga, cipó-sucuriju, coração-de- 
-jesus, erva-de-cobra.
76
1. DESCRIÇÃO BOTÂNICA
Ambas as espécies são subarbustos trepadores perenes, de grande porte, possuindo ramos 
lenhosos, cilíndricos, ramificados e glabros. As folhas são opostas, ovaladas, de consistência 
rígida, pecioladas, simples, com três a cinco nervuras bem evidentes, carnosas, na cor verde- 
-brilhante na parte superior. 
Para ter certeza sobre a qual espécie pertence, basta observar as características e as diferenças entre 
as folhas de cada planta.
Principais diferenças genéticas e morfológicas entre as duas espécies de guaco.
Características M. glomerata M. laevigata
Genéticas 2n = 36 2n = 38
Morfológicas Folhas têm medidas de 
comprimento e largura muito 
próximas, com base hastada 
e os dentes laterais muito 
evidentes.
Folhas de comprimento maior 
que a largura (ou seja, mais 
compridas e estreitas do que 
as de M. glomerata), base 
não hastada e dentes laterais, 
quando presentes, pouco 
evidentes.
Flores: branco-creme, reunidas em capítulos.
Floração: julho e agosto.
Polinização: abelhas.
Ocorrência: nativa da região Sul do Brasil, sendo cultivada em outros estados.
Composição química: cumarina (princípio ativo principal), ácidos cafeoilquínicos (clorogênico e di-
cafeoilquínico), terpenos (ácido caurenoico).
2. ASPECTOS AGRONÔMICOS
Planta trepadeira, sendo recomendável 
conduzir em espaldeira ou latada no 
sentido N/S. 
Para a produção de mudas, utilizar 
estacas medianas ou basais com três 
gemas ou nós e um par de 1/2 folhas. 
Enterrar duas gemas ou dois nós da 
estaca e deixar uma gema para fora com 
um par de folhas cortadas ao meio.
77
Espaçamento: 1m – 1,5m x 2m.
Desenvolve-se bem em solos com muita matéria orgânica e tolera solos ácidos. 
Adubação de plantio: 2kg de composto + 150g de fosfato natural + 300g de cinza vegetal por planta.
Adubação de cobertura: realizar anualmente com composto e cinzas na dosagem do plantio. 
Pode ser cultivado a pleno sol ou à meia-sombra, sendo que o sombreamento favorece a produção 
de cumarina, o que indica que seu plantio em Sistema Agroflorestal (SAF) é positivo e recomendado.
Irrigação: realizada em dias alternados; planta exigente em água.
Doenças: já foi documentada a ocorrência de antracnose (Colletotrichum spp), doença fúngica que 
ocasiona manchas nas folhas, e do fungo Macrophomina sp., típico de solo, que ocorre em rebolei-
ras, prefere período de pouca chuva e as temperaturas elevadas infectam a raiz da planta, que seca 
e morre.
Pragas: podem ocorrer larvas formadoras de galhas nas folhas e lagartas nas inflorescências.O con-
trole das doenças e pragas deve ser natural, com práticas preconizadas pelo sistema orgânico ou 
agroecológico de produção.
Colheita: a partir de oito a 12 meses do plantio. E depois, a cada seis meses. Colher 60% de ra-
mos das brotações secundárias (mais novas) e na pré-floração, pois os maiores teores de cumarina 
(principal princípio ativo e mais significativo) são observados, segundo Castro et al. (2006), em fo-
lhas jovens (5,2mg.g-1 de matéria seca), seguidos por flores (1,04mg.g-1 de matéria seca), caules 
(1,05mg.g-1 de matéria seca) e raízes (0,11mg.g-1 de matéria seca). 
Rendimento anual: entre 1,5 e 2,5 toneladas/ha de massa seca. 
A secagem deve ser realizada em secador a 45oC, por 36 horas.
Uso medicinal: age em gripes e resfriados, bronquites alérgica e infecciosa e como expectorante. 
Tem ação broncodilatadora confirmada pela Central de Medicamentos (Ceme), fazendo parte da 
Farmacopeia Brasileira e da RDC 10/2010, que trata das drogas vegetais.
É uma das plantas selecionadas pelo Projeto Farmácia Viva de Campinas/Sistema Único de Saúde 
(SUS), com as seguintes orientações contidas na cartilha municipal, conforme indicações da Anvisa, 
segundo o Formulário dos Fitoterápicos (2011):
Nome científico: Mikania laevigata Sch. Bip. Ex Baker.
Nome popular: guaco-de-cheiro.
Parte utilizada: folhas.
Constituintes principais: cumarina (princípio ativo principal), ácidos cafeoilquínicos (clorogênico e 
dicafeoilquínico), terpenos (ácido caurenoico).
Indicações: alívio sintomático de afecções produtivas das vias aéreas superiores (expectorante e 
broncodilatador). 
78
Uso interno: infusão - uma colher de sopa (3g) de folhas secas para uma xícara de chá (150mL) de 
água. Acima de 12 anos de idade: duas vezes ao dia, logo após o preparo.
RECEITA DE XAROPE CASEIRO
• 25 folhas frescas picadas para uma e ½ xícara de chá (255g) de açúcar e uma xícara de chá (150mL) 
de água. Em calor brando (60°C a 80°C), preferencialmente em banho-maria, dissolver o açúcar 
na água até formar uma calda fina; em seguida, colocar as folhas, misturar e tampar. Ao levantar 
fervura, desligar o fogo e deixar em repouso por uma hora tampado.Coar. Colocar em recipiente 
higienizado, de preferência em vidro âmbar. Armazenar em geladeira ou em local fresco. Essa pre-
paração não pode ser usada por mais de sete dias e deve-se verificar frequentemente se o xarope 
não fermentou (azedou). Crianças de três a seis anos de idade: tomar uma colher de chá (5mL), 
duas vezes ao dia. Crianças de sete a 12 anos: tomar uma colher de sobremesa (10mL), três vezes 
ao dia. Acima de 12 anos: tomar uma colher de sopa (15mL), três vezes ao dia. Agitar antes de usar.
Atenção: contraindicado a pacientes portadores de diabetes mellitus, gestantes, 
lactantes e crianças menores de dois anos de idade.
Cuidados: não utilizar em caso de tratamento com anticoagulante. A utilização 
pode interferir na coagulação sanguínea. Doses acima das recomendadas podem 
provocar vômitos e diarreia.
RECEITAS DE PREPARAÇÕES CASEIRAS COM GUACO
Algumas preparações caseiras com guaco foram testadas na Cozinha Experimental da Departamento 
de Extensão Rural (Dextru/CATI/SAA) e podem ser conferidas via links:
1. Xarope de guaco com açúcar
https://www.youtube.com/watch?v=IpjWh5FqO_8
2. Xarope de guaco com mel
https://www.youtube.com/watch?v=PQ9Mw2vhRSQ
3. Bala de guaco com mel (contra tosse)
https://www.youtube.com/watch?v=zz8mhUgetms
3. LITERATURA CONSULTADA
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia 
Brasileira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011. 126p.
CASTRO, E. M. et al. Coumarin contents in young Mikania glomerata plants (Guaco) under different 
radiation levels and photoperiod. Acta Farmacêutica Bonaerense, v. 25, n. 3, p. 387-92, 2006.
COLETTO, L. M. M., PEREIRA, B. M. R., CARDOSO Jr., E. L. C. Plantas medicinais nativas dos remanes-
centes florestais do oeste do Paraná. Foz do Iguaçu: Itaipu Binacional, 2009.
79
LORENZI, H. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. São Paulo: Instituto 
Plantarum de estudos da Flora, 2002.
PEREIRA, A. M. S. Manual prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais. Ribeirão Preto, 
UNAERP, 2011.
SUS - Prefeitura de Campinas. Cartilha de plantas medicinais, Campinas, 2019..................................................................................................................... 58
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 59
CIDREIRAS ................................................................................................................. 60
ERVA-CIDREIRA .......................................................................................................... 60
CIDREIRA-BRASILEIRA ................................................................................................ 61
CAPIM-CIDREIRA ....................................................................................................... 63
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 65
ERVA-BALEEIRA ........................................................................................................ 66
ASPECTOS AGRONÔMICOS ....................................................................................... 67
USO MEDICINAL ....................................................................................................... 67
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 68
ERVAS-DOCES ............................................................................................................ 70
ERVA-DOCE ................................................................................................................ 70
FUNCHO .................................................................................................................... 71 
ASPECTOS AGRONÔMICOS ........................................................................................ 72
ANIS-ESTRELADO ....................................................................................................... 73
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 73
GUACOS .................................................................................................................... 75
DESCRIÇÃO BOTÂNICA .............................................................................................. 76
ASPECTOS AGRONÔMICOS ....................................................................................... 76
LITERATURA CONSULTADA ........................................................................................ 78
APRESENTAÇÃO
A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) já vinha trabalhando, desde a década de 1990, 
em projetos com plantas medicinais e aromáticas junto aos produtores rurais, grupo de mulheres 
e de jovens, em arranjos produtivos locais e em parceria com órgãos municipais das áreas da 
agricultura, saúde e educação. Durante todo esse período, continuamos a receber várias perguntas 
deste público conquistado ao longo dos anos, tanto em relação à identificação botânica das espécies 
quanto ao sistema de cultivo, aos tipos de beneficiamento, à obtenção das substâncias bioativas e 
até mesmo sobre o uso seguro dessas plantas. 
Diante disso, vimos a necessidade de atender a essas demandas e, para sistematizar, foram criados 
diversos informes técnicos em resposta às dúvidas. Recentemente, selecionamos os mais frequentes 
com o objetivo de elaborar uma coletânea com estas informações. Assim nasceu o presente Guia 
sobre Plantas Aromáticas e Medicinais. Um Guia porque ele está sendo disponibilizado de forma 
on-line no site da instituição e contará com a possibilidade de ser frequentemente atualizado com o 
acréscimo de novos informes.
Esperamos que este Guia seja útil a todos os públicos interessados em saber mais sobre as plantas 
medicinais e aromáticas e, com a facilidade de ser encontrado em nosso site, se torne bastante 
utilizado. Outras dúvidas e/ou sugestões podem contribuir para que este Guia tenha cada vez mais 
informações. Trata-se de mais um material com a qualidade da CATI para consulta de técnicos, 
produtores e da população em geral, interessados em cultivar essas espécies visando à atividade 
econômica ou apenas para adquirir saúde por meio de sua utilização correta.
Boa leitura, bom entretenimento e bons conhecimentos, porque a troca e a disseminação de 
informações são sempre bem-vindas, fundamentais e saudáveis!
Maria Cláudia Silva G. Blanco
Engenheira agrônoma (CATI/SAA)
ix
As Plantas Medicinais e
SEUS PRINCÍPIOS ATIVOS
1
AS PLANTAS MEDICINAIS E
SEUS PRINCÍPIOS ATIVOS
Eng. Agr. Dra. Maria Cláudia Silva Garcia Blanco
 As plantas medicinais são aquelas que vêm sendo usadas, no decorrer da história da 
humanidade, para prevenir e curar dores e males que afetam a saúde e o bem-estar. Produzem 
substâncias químicas capazes de agir no nosso organismo proporcionando saúde, alívio de sintomas 
e cura de diversas doenças. Essas substâncias são denominadas princípios ativos ou substâncias 
bioativas. 
 Existem muitos princípios ativos conhecidos e classificados, mas, uma vez que a biodiversidade 
das plantas ainda tem muito a ser estudada, acredita-se que novos princípios ativos serão descobertos 
e descritos conforme o avanço da ciência. Comentamos, a seguir, sobre os principais grupos destas 
substâncias produzidas pelas plantas medicinais.
1. ÁCIDOS URÔNICOS (GOMAS E MUCILAGENS)
 As gomas são constituídas de polissacarídeos e ácido urônico. Formam soluções adesivas 
quando são colocadas em água quente. As soluções aquosas são neutras ou ligeiramente ácidas e 
possuem propriedades emulsionantes e estabilizantes.
 As mucilagens são semelhantes às gomas do ponto de vista químico, mas com água formam 
uma solução coloidal viscosa e não adesiva. Possuem ação anti-inflamatória da mucosa, pois 
formam uma camada protetora, diminuindo as irritações locais. Em contato com a água aumentam 
de volume, manifestando um efeito laxativo. As mucilagens não devem sofrer ebulição prolongada, 
pois o calor diminui a atividade biológica. Exemplos de plantas produtoras de ácidos urônicos: 
tanchagem (Plantago sp), babosa (Aloe sp), folha-da-fortuna (Bryophyllum pinnatum).
 A tanchagem é uma planta medicinal 
contemplada em várias farmacopeias, inclusive a 
brasileira, onde a Plantago major é indicada como 
auxiliar no tratamento sintomático de irritações orais 
e da faringite associada à tosse seca, sendo bastante 
recomendada pelos dentistas e conhecida como 
planta protetora das mucosas, devido às propriedades 
emoliente e anti-inflamatória de sua mucilagem.
 É considerada uma planta alimentícia não 
convencional (PANC), sendo cultivada e consumida 
como hortaliça em diversas regiões do Brasil no preparo 
de refogados, sopas e saladas.
2
 A folha-da-fortuna é usada na medicina popular como 
cicatrizante e contra acidez estomacal e gastrite. É considerada 
uma PANC.
 O suco verde feito com suas folhas batidas com sucos de 
frutas ou com legumes, verduras e/ou frutas é recomendado por 
ser nutritivo e funcional, por causa dos princípios ativos disponíveis. 
Também é uma planta bastante ornamental em virtude do formato 
de suas folhas e da beleza das inflorescências.
2. TANINOS
 São substâncias encontradas na maioria das plantas medicinais. Sua propriedade terapêutica 
resulta da adstringência que se manifesta por uma retração do tecido lesado e precipitação de 
proteínas, formando uma camada protetora que possibilita o processo de cicatrização, associado 
a uma ação hemostática e antidiarreica. São bastante solúveis no álcool e na água. Não devem 
sofrer fervura prolongada e podem ser usados externa ou internamente. Exemplos de plantas 
que produzem tanino: goiabeira (Psidium guajava), espinheira-santa (Maytenus sp), barbatimão 
(Stryphnodendron adstringens).
 A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) é 
uma planta nativa da Mata Atlântica do Brasil e uma 
das primeiras plantas estudadas pela Central de 
Medicamentos na década de 1990, obtendo-se, nos 
estudos clínicos, excelentesresultados contra gastrite 
e na cicatrização de úlcera gástrica. Faz parte da 
Farmacopeia Brasileira e é uma das principais plantas 
recomendadas pela Fitoterapia no Sistema Único de 
Saúde (SUS), pois é segura, eficaz e usada na forma de 
chá.
3. GLICOSÍDEOS
 São substâncias compostas por uma fração de açúcar e outra não açúcar, denominada 
genina. De acordo com a estrutura da genina, os glicosídeos são classificados em cardiotônicos, 
antraquinônicos, sulfurados, salicílicos, flavonoides, cianogenéticos e cumarínicos. Com amplo 
espectro de ação terapêutica e em alguns casos, podendo ser tóxicos para o organismo do homem, 
exigem maior cuidado ao serem utilizados. Exemplos de plantas produtoras: babosa (Aloe sp), guaco 
(Mikania glomerata, M. laevigata), calêndula (Calendula officinalis), soja (Glicine max) e uva.
3
 A calêndula possui flavonoides, carotenoides 
(substâncias bioativas antioxidantes que conferem a 
pigmentação do amarelo ao vermelho), óleo essencial, 
mucilagens, saponinas e resinas. Indicada contra vários 
males, na Farmacopeia Brasileira é recomendada como 
auxiliar no tratamento de inflamações da mucosa oral 
e orofaringe e nas inflamações leves da pele, como 
queimaduras de sol e assaduras.
 Os flavonoides atuam como antioxidantes, anti-inflamatórios, antitumorais, entre outras 
ações terapêuticas e podem estar associados a pigmentos. As antocianinas são flavonoides que 
conferem a coloração azul, roxa ou violeta para frutas e flores, como a uva, amora e a berinjela e 
atuam principalmente como antioxidantes. A isoflavona da soja é um outro exemplo de flavonoide 
e possui ação hormonal.
4. SAPONINAS
 Substâncias que, quando agitadas com água, fazem espuma persistente e que não se 
desfaz rapidamente. Suas principais ações terapêuticas são: expectorante, diaforética, depurativa 
e especialmente aceleradora da absorção pelo organismo de outro princípio ativo associado a ela. 
Exemplos de plantas produtoras de alcaloides: salsaparrilha (Smilax sp); ginseng brasileiro ou fáfia 
(Pfaffia glomerata e P. paniculata).
 As raízes de salsaparrilha possuem propriedades 
depurativas do sangue e são usadas como remédio caseiro 
contra reumatismo, gota e artrite. Estudos indicam que a 
salsaparrilha atua evitando problemas de pele, como acne e 
psoríase.
 A fáfia é conhecida também 
como ginseng-brasileiro porque é 
planta nativa do Brasil e possui ações 
terapêuticas semelhantes ao ginseng 
oriental. Suas raízes são usadas na 
medicina popular como tônica do 
organismo atuando contra estresse, 
cansaço físico e mental e como 
afrodisíaca. Pessoas hipertensas 
devem usar com supervisão médica.
4
5. ALCALOIDES
 Geralmente, toda planta que contém alcaloide é amarga. Os alcaloides são compostos 
orgânicos nitrogenados que muitas vezes apresentam ação terapêutica pronunciada que pode estar 
associada a uma elevada toxicidade, sendo que vários alcaloides atuam no sistema nervoso central. 
Por isso, as plantas que contêm alcaloides com potencial tóxico devem ser usadas sob controle 
médico. Exemplos de plantas produtoras: jaborandi (Pilocarpus microphyllus); café (Coffea sp); 
trombeteira (Datura stramonium).
 O jaborandi é uma planta nativa do Brasil que 
produz a pilocarpina, alcaloide importante para a indústria 
farmacêutica na fabricação de colírio contra glaucoma. 
Quase foi extinta, pois sofreu um extrativismo desenfreado 
antes do estabelecimento de seu manejo sustentável ou 
cultivo. A pilocarpina ainda não é totalmente sintetizada 
em laboratório e, portanto, só é obtida sendo extraída 
diretamente da planta.
6. ÓLEOS ESSENCIAIS
 São misturas de substâncias orgânicas muito voláteis, de consistência semelhante ao óleo. São 
insolúveis em água e solúveis em álcool. As plantas que os produzem são denominadas aromáticas. 
São extraídos das plantas, principalmente pelo processo de destilação por arraste de vapor ou por 
hidrodestilação.
 A maioria dos óleos essenciais (OE) possui aroma agradável, o que faz com que muitas 
plantas aromáticas sejam utilizadas como temperos, na aromatização de ambientes e na fabricação 
de perfumes. Suas propriedades terapêuticas são muito variadas e dentre elas temos as ações: 
antisséptica, antiparasitária, expectorante, diurética, depurativa, antiespasmódica, emenagoga, 
antiviral, carminativa, estomáquica, analgésica, antirreumática e anti-inflamatória. 
 A aromaterapia é um tipo de terapêutica que utiliza estes óleos essenciais de várias formas 
como para inalação, massagem etc. Exemplos de plantas aromáticas: capim-cidreira – Cymbopogon 
citratus (citral), hortelã – Mentha piperita (mentol), erva-baleeira – Varronia curassavica 
(α-humuleno), alecrim – Salvia rosmarinus (cânfora, 1,8 cineol), tomilho – Thymus vulgare (timol), 
alfazema – Lavandula angustifolia (linalol e acetato de linalila).
 O alecrim é uma planta multifuncional, presente 
na cultura de diversas populações; é usado em rituais 
como benzimentos e purificações. Seu OE possui inúmeras 
propriedades importantes para as indústrias farmacêuticas, de 
alimentos e bebidas, de sanitizantes, higiene e limpeza, bem 
como para a perfumaria e cosmética.
É usado na culinária, na fitoterapia e na aromaterapia. Dentre 
os benefícios medicinais, destacam-se as ações antioxidante, 
antimicrobiana, cardiotônica, estimulante da memória, 
estomáquica, antiespasmódica e contra males respiratórios. 
Na Farmacopeia Brasileira, é indicado contra problemas 
espasmódicos do trato gastrointestinal.
5
 A erva-baleeira é planta nativa da Mata Atlântica 
e está na Farmacopeia Brasileira. A partir de seu OE foi 
desenvolvido o primeiro fitomedicamento totalmente 
brasileiro numa parceria entre a Universidade Estadual 
de Campinas (Unicamp) e o laboratório nacional Aché. 
Seu OE é anti-inflamatório e formulações como chá das 
folhas, pomadas e unguentos são usadas externamente 
no tratamento de processos inflamatórios, em contusões e 
entorces.
7. COMPONENTES MINERAIS
 Os minerais são indispensáveis aos processos vitais do organismo humano, atuam na 
atividade enzimática, fazem parte de tecidos e outros componentes do corpo humano, como o 
cálcio, fundamental para a formação de ossos e dentes, o fósforo, essencial para o sistema nervoso, 
e o ferro, cuja ausência no sangue provoca anemia. Exemplos de plantas ricas em minerais: ora-pro-
-nóbis (Pereskia aculeata), dente-de-leão (Taraxacum officinale), bertalha (Basella alba).
 O dente-de-leão é uma planta da medicina tradicional 
usada na fitoterapia de diversos povos. Também é uma PANC, 
consumida como remineralizante. Na fitoterapia, suas raízes 
e folhas são usadas contra distúrbios digestivos e como 
diurético, as raízes para afecções de pele e suas flores para 
inapetência. Na culinária, as folhas jovens são usadas em 
refogados, omeletes, sopas, pães etc. 
 Na Farmacopeia Brasileira, é indicado como auxiliar 
no alívio de sintomas dispépticos, tais como sensação de 
plenitude, flatulência e digestão lenta e auxiliar no aumento 
do fluxo urinário.
 A bertalha também conhecida como espinafre 
tropical e espinafre-da-índia é planta alimentícia não 
convencional (PANC) muito apreciada pelo sabor suave 
e textura tenra das folhas. Por causa da sua riqueza 
mineral (Ca, Fe, Zn, P, K, Mg) e presença de vitaminas A e 
C, são nutritivas e funcionais, podendo ser consumidas 
em omeletes, refogados, bolinhos e outras receitas 
substituindo o espinafre. As folhas novas podem ser 
consumidas cruas compondo saladas.
 Seus frutos possuem o pigmento betalaína 
(antioxidante) e podem ser consumidos in natura ou 
batidos em sucos.
6
8. VITAMINAS
 São substâncias não produzidas pelo organismo humano, porém essenciais para o crescimento 
e a manutenção da saúde, sendo que sua ausência provoca várias enfermidades. São fornecidas 
por plantas e alimentos, de preferência frescos e crus; quando houver necessidade de cozimento, 
deve ser feito no vapor, com pouca água. Exemplos: capuchinha (Tropaeolum majus); tanchagem 
(Plantago sp); acerola (Malpighiapunicifolia).
 Planta medicinal e alimentícia não convencional, a 
capuchinha é rica em vitamina C e flavonoides presentes 
especialmente na pigmentação de suas flores. As folhas e 
flores possuem sabor picante que lembra o do agrião e são 
consumidas em saladas, patês, bolinhos e refogados. 
 O fruto verde pode ser usado em conservas, sendo 
chamado de falsa-alcaparra. Prefira consumi-la crua 
para aproveitar melhor a vitamina C e utilize suas flores 
enfeitando e enriquecendo as saladas. Na fitoterapia, é 
indicada contra afecções pulmonares, como diurética, 
desinfetante das vias urinárias e para prevenção de queda 
de cabelo e fortalecimento do couro cabeludo.
 Os frutos da acerola, também conhecida como cereja-
-das-antilhas, possuem elevado teor de vitamina C, podendo 
chegar a até 5.000 miligramas por 100 gramas de polpa (1 a 
5g/100mL de suco puro). Teores que podem vir a ser 100 
vezes superiores ao da laranja ou 10 vezes maiores do que os 
da goiaba e do caju. Por isso, é uma das plantas do Projeto 
Farmácia Viva do Ceará, idealizado pelo Prof. Dr. Francisco José 
de Abreu Matos. 
 A vitamina C aumenta a resistência contra infecções 
e sua ação antioxidante retarda o envelhecimento. Um copo 
de suco de acerola, recentemente preparado, fornece a 
quantidade diária de vitamina C para manter o nível normal 
desta vitamina para um indivíduo adulto; por isso, deve ser 
consumido regularmente.
9. LITERATURA CONSULTADA
CORREA Jr.; MING, L. C.; SCHEFFER, M. C. Cultivo de plantas medicinais, aromáticas e condimentares. 
Curitiba: Emater-Paraná. 1991. 162 p.
MATOS, Francisco José de Abreu. Plantas Medicinais; guia de seleção e emprego de plantas usadas 
em fitoterapia e no nordeste do Brasil, Fortaleza, ÍCONE, 1988. VOL II
PANIZZA, S. Plantas que curam - cheiro de mato. São Paulo: IBRASA, 1997.
7
Horta
MEDICINAL
8
Maria Cláudia Silva Garcia Blanco 1
Beatriz Cantusio Pazinato 2
Cultivar saúde implica cuidar do corpo, da mente e do espírito. Nesse sentido, a prática de plantar 
e manejar uma horta é uma terapia para se obter essa saúde integral, pois produz alimentos e re-
médios, promove atividades saudáveis para o corpo com a importante exposição ao sol, principal 
fonte de vitamina D, e proporciona momentos de reflexão, meditação, contemplação e de sensações 
(aromas e sabores) que beneficiam a mente e o espírito.
Ter uma horta medicinal pode significar ter plantas medicinais cultivadas junto com hortaliças ou 
no meio do pomar, no jardim ou no quintal ou até mesmo em recipientes como vasos, garrafas PET, 
caixotes, entre outros.
Para iniciar essa atividade produtiva deve-se, primeiramente, conhecer um pouco sobre cada planta 
medicinal que se pretende cultivar:
• sua identificação botânica;
• seu tipo de crescimento ou porte (erva, arbusto, trepadeira, árvore etc.); 
• sua necessidade de luz (pleno sol, meia sombra ou sombra);
• sua necessidade de água (regas abundantes, regas moderadas, frequentes ou pouca água).
Com essas informações, escolher o tipo e tamanho do recipiente (quanto maior o porte da planta, 
maior o recipiente); o local adequado de incidência solar e o modo e a frequência das regas, que vai 
depender da época do ano, da textura do solo e das necessidades de cada tipo de planta.
Após isso, devemos preparar o solo para receber as sementes ou mudas que precisam ser sadias e 
de boa procedência. 
__________
1 Engenheira agrônoma, Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI/SAA.
2 Nutricionista, Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI/SAA.
HORTA
MEDICINAL
Uma farmácia viva ao seu lado
9
• Para cultivo direto no solo: fazer canteiros com cerca de 30cm de altura para proporcionar a 
drenagem, utilizar 100g/m2 de calcário para correção da acidez do solo e cerca de 3 a 5kg/m2 de 
húmus ou composto orgânico para adubar e proporcionar boa textura ao solo. 
• Para cultivo em recipientes: utilizar uma mistura de terra, composto orgânico/húmus ou torta de 
mamona nas seguintes proporções:
 terra : húmus = 1 : 1 ou
 terra : torta de mamona = 3 : 1 ou
 terra : areia : húmus = 1 : 1 : 1, quando a terra for muito argilosa. 
Ao montar os vasos, colocar no fundo pedriscos, cacos ou argila expandida para drenar o excesso 
de água. 
Após colocar a mistura de terra, fazer a semeadura que deve ser realizada na profundidade exigida; 
quanto menor a semente, mais superficial é a semeadura. No caso de mudas, retirar do recipiente e 
colocá-las em buracos na terra, apertando levemente com as mãos ao seu redor. 
As mudas podem ser adquiridas no mercado ou produzidas em recipientes como copinhos ou sacos 
plásticos, em local sombreado (viveiro) por meio de sementes, estacas de galhos ou a partir de ou-
tras estruturas propagativas como os rizomas e os rebentos, dependendo de cada planta.
Para completar, regar bem sem encharcar e cobrir o solo do canteiro ou do vaso com capim seco, 
casca de arroz ou outra cobertura, evitando a erosão e os respingos de terra nas plantas quando 
forem regadas.
Adubar com composto orgânico ou torta de mamona a cada dois ou três meses, para o bom desen-
volvimento das plantas.
É importante evitar o contato de animais domésticos em sua Farmácia Viva. 
Colher sempre usando instrumentos limpos e afiados, na época certa e do modo adequado.
Seguem informações sobre seis plantas medicinais que não podem faltar em sua horta medicinal.
Recomendações para plantio
Planta medicinal Necessidade 
de luz
Necessidade
de água *
Espaçamento e
propagação Observações
Alecrim
Rosmarinus
officinalis L
Pleno sol. Regas moderadas. 1m x 0,6m.
Mudas por ementes ou 
estacas apicais com 10cm 
a 15cm.
Arbusto aromático e perene. 
Transplantar quando a muda 
tiver de 20cm a 25cm.
Babosa 
Aloe vera (L.) 
Burm. f.
Pleno sol. Pouca água. 1m x 0,6m.
Rebentos.
Erva perene. Os rebentos 
podem ser plantados
diretamente no local
definitivo.**
Boldo 
Plectranthus 
barbatus Andrews
Pleno sol. Regas moderadas. 1m x 0,5m.
Estacas com três nós.
Arbusto perene. Pode ser
plantado diretamente
no local definitivo ou em
viveiro (mudas).
Capim-cidreira 
Cymbopogon 
citratus (DC.)
 Stapf
Pleno sol. Regas moderadas. 1m x 0,5m.
Divisão de touceira.
Erva aromática. Prefere
solos areno-argilosos.
Pode ser plantada 
diretamente no local efinitivo.
10
Planta medicinal Necessidade 
de luz
Necessidade
de água *
Espaçamento e
propagação Observações
Hortelã comum
Mentha x villosa L.
Pleno sol ou 
meia-sombra.
Regas moderadas. 0,3m x 0,3m.
Estolões ou rizomas com 
10cm ou sementes.
Erva aromática perene.
Mudas são produzidas em 
viveiro. Prefere solo orgânico.
Manjericão 
Ocimum
basilicum L.
Pleno sol. Regas moderadas. 0,6m x 0,25m.
Sementes ou estacas 
apicais com 10cm a 15cm.
Erva aromática perene.
Plantio de sementes ou 
mudas na primavera.
Planta muito visitada por
abelhas (melífera). Podem-se 
cortar as primeiras florações 
para aumentar o número de 
folhas e o ciclo da planta.
* Verificar a aparência da planta: se estiver murcha, precisa de mais água. Nunca encharcar o solo, pois as raízes podem 
apodrecer.
** local definitivo = canteiro, vaso ou outro recipiente.
Recomendações para colheita e pós-colheita
Planta medicinal Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Alecrim Folhas Primeira colheita 
após um a dois anos 
do plantio, quando 
bem formado.
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 40oC.
Pode-se colher duas vezes/ano 
no outono (metade superior da 
planta) e na primavera (a 50cm 
do solo) ou uma vez por ano na 
primavera (a 15cm do solo).
Babosa Folhas maiores
que 50cm
A partir de um ano 
do plantio, após 
primeira florada.
Usada fresca, manter 
refrigerada.
Colher cinco ou seis folhas
externas/planta. Após colheita, 
fazer amontoa (chegar terra no 
pé da planta).
Boldo Folhas A partir de quatro 
a seis meses do 
plantio.
Usada fresca ou seca 
em secador a 40oC.
Colheitas a cada quatro meses. 
Durante a secagem, revolver as 
folhas a cada duas horas.
Capim-cidreira Folhas A partir de seis 
meses do plantio.
Usada frescaou seca 
à sombra ou a 40oC.
Corte na altura de 10cm do solo. 
Dois a três cortes anuais.
Hortelã comum Parte aérea A partir de três 
meses do plantio.
Usada fresca ou seca 
ao natural ou em 
secador a 40oC.
Cortar a 5cm do solo. Até quatro 
cortes anuais, conforme o 
desenvolvimento.
Manjericão Folhas Após dois a quatro 
meses do plantio.
Usada fresca ou seca 
a sombra ou em 
secador a 40oC.
Cortes realizados a 15cm do 
solo, colher preferencialmente 
de manhã.
1. RECEITAS MEDICINAIS
1. CHÁ DAS FOLHAS DE ALECRIM – anti-inflamatório, antisséptico, cicatrizante, antioxidante e 
contra má digestão e distúrbios circulatórios.
Ingredientes
• 2g de folhas secas ou uma colher de chá de folhas frescas.
• 150mL de água potável e filtrada.
11
Preparo
Por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta, abafar por 15 minutos e coar.
Modo de usar: uso interno acima de 12 anos de idade: tomar 150mL do infuso, 15 minutos após o 
preparo, três a quatro vezes entre as refeições. Uso tópico ou externo: aplicar no local afetado duas 
vezes ao dia.
Advertências: não usar em pessoas com gastroenterites e histórico de convulsões. Não utilizar em 
gestantes. Doses acima das recomendadas podem causar nefrite e distúrbios gastrointestinais. Não 
usar em pessoas alérgicas ou com hipersensibilidade ao alecrim. 
2. GEL CONGELADO DE BABOSA – contra queimaduras e assaduras.
Ingredientes
• Folha fresca de babosa (de planta adulta, +- 50cm).
Preparo
Tire os espinhos da folha de babosa, lave-a na água corrente e deixe escorrer a resina amarela por 
umas seis horas. Retire toda a casca e corte a massa de gel transparente em pedaços de dois a três 
centímetros enrolando cada pedaço em papel alumínio, e guarde no congelador até o momento 
do uso.
Modo de usar: para o tratamento de queimaduras e assaduras, passar o gel congelado ou fresco 
diretamente no local lesionado.
3. CHÁ DE BOLDO – digestivo e contra mal-estar ocasionado por intoxicação alcoólica
Ingredientes
• 1g a 3g de folhas secas ou uma folha fresca.
• 150mL de água potável e filtrada.
Preparo
Com folhas secas ─ preparar por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta e abafar 
por 15 minutos e coar. Com folha fresca - preparar por maceração, ou seja, picar e socar a folha, 
acrescentar água fria e deixar macerando (“de molho”) por alguns minutos.
Modo de usar: tomar 150mL duas ou três vezes ao dia, logo após o preparo. Atenção: somente para 
maiores de 12 anos de idade.
Advertências: não indicado para gestantes, lactantes, crianças e pessoas com hepatite ou 
obstrução das vias biliares e hipotensas (seu uso pode diminuir a pressão arterial). Doses acima das 
recomendadas e por período de tempo maior podem causar irritação no estômago. 
4. CHÁ DE CAPIM-CIDREIRA ─ cólicas intestinais e uterinas, calmante suave e contra ansiedade e 
insônia leves.
Ingredientes
• 3g de folhas secas.
• 150mL água potável e filtrada.
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Preparo
Por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta, abafar por 5 a 10 minutos e coar.
Modo de usar: para maiores de 12 anos de idade ─ tomar 150mL, cinco minutos após o preparo, de 
duas a três vezes ao dia.
Advertência: pode aumentar o efeito de outros calmantes.
5. PÓ DE HORTELÃ ─ antiparasitário (ameba e giárdia)
Ingredientes
• Folhas de hortelã.
Preparo
Secar à sombra ou em secador a 40oC e triturar até a forma de pó.
Modo de usar: usar o pó na dose de 1/2 colher de café, três vezes ao dia, durante cinco dias. Pode 
ser misturado ao mel ou amassado com frutas. Para menores de 12 anos de idade: usar 1/4 da co-
lher de café do pó.
Observação: o tratamento deve ser repetido após 10 dias, devendo-se observar, durante e depois, 
os cuidados na higiene pessoal e de toda família.
6. CHÁ DAS FOLHAS DE MANJERICÃO ─ contra distúrbios digestivos e sintomas da gripe e antioxidante
Ingredientes
• 3g de folhas ou uma colher de sobremesa. 
• 150mL de água potável e filtrada.
Preparo
Por infusão, acrescentando a água fervente sobre a planta, abafar por 15 minutos e coar.
Modo de usar: tomar uma xícara (150mL) antes das principais refeições ou de duas a três vezes ao 
dia para combater os sintomas de gripes.
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Sistema
PRODUTIVO
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1 Engenheira agrônoma Dr.a, Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI/SAA
SISTEMA PRODUTIVO DE
PLANTAS MEDICINAIS
Eng. Agr. Dra. Maria Cláudia Silva Garcia Blanco 1
1. INTRODUÇÃO
As plantas medicinais têm um diferencial em sua produção, já que o interesse comercial ou terapêutico 
do seu produto é em função da sua composição química, ou seja, da quantidade e qualidade dos 
princípios ativos (p.a.) ou substâncias bioativas contidos nas partes da planta a serem utilizadas.
Exemplos:
Cultura Produto colhido Princípio ativo
Camomila – Chamomilla recutita Flores Óleo essencial
Cúrcuma – Curcuma longa Rizomas Curcuminoides
Guaco – Mikania laevigata Folhas Cumarina
Diante disto, o sistema produtivo empregado, além de propiciar um bom rendimento de biomassa 
(folhas, flores, raízes etc.), deve também potencializar a composição química da planta medicinal; 
por isso, as práticas agronômicas adotadas devem priorizar uma nutrição muito rica, a qual forneça 
nutrientes importantes para a produção de biomassa e de princípios ativos e que fortaleça a cultura 
para que, caso ocorra alguma intempérie, proporcionando doenças ou pragas, estas possam ser 
controladas com práticas menos impactantes e que não utilizem agrotóxicos, pois estes são compostos 
químicos que, em contato com as plantas, podem alterar seu metabolismo e, consequentemente, as 
substâncias químicas por elas produzidas. 
A produção de biomassa é resultado do metabolismo primário (de crescimento) das plantas. 
Já os princípios ativos dependem de metabólitos gerados pelo metabolismo primário, mas são 
produzidos, em sua maioria, pelo metabolismo secundário (de regulação fisiológica e de resposta a 
estímulos ambientais), responsável pela proteção contra agentes externos nocivos, pela atração de 
polinizadores, entre outras respostas aos processos de relacionamento entre plantas e ambiente. É 
importante que o sistema produtivo possibilite o equilíbrio entre esses metabolismos, favorecendo 
a produtividade e qualidade desejadas.
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A produção natural e a agroecológica ou orgânica são as mais recomendadas para o cultivo das 
espécies medicinais, pois se destacam pelo cuidado especial com o preparo do solo, sua estrutura 
física, química e biológica e por não utilizarem agrotóxicos. São sistemas produtivos que proporcionam 
maior equilíbrio entre os metabolismos primário e secundário, favorecendo a produtividade da 
cultura medicinal.
Havendo interesse na certificação orgânica da produção, agregando maior valor 
ainda ao produto medicinal, o produtor deve seguir a legislação brasileira:
Lei n.o 10.831, de 23 de dezembro de 2003, e suas normativas e portarias publicadas.
2. PRÁTICAS AGRÍCOLAS RECOMENDADAS PARA A PRODUÇÃO 
DE PLANTAS MEDICINAIS
2.1. Material de propagação e produção de mudas 
É importante o uso de sementes ou propágulos vegetativos de boa procedência e isentos de pragas, 
de doenças e de substâncias tóxicas; bem como o uso de sementes orgânicas, quando disponíveis 
no mercado, e de substratos indicados para agricultura natural. 
Para a produção de mudas, uma mistura de substrato recomendada é com a proporção 3:2:1 de 
terra: areia: húmus ou composto orgânico. As mudas são produzidas em telados com sombreamento 
entre 50 % e 65 %. As principais formas de propagação são apresentadas no capítulo Propagação de 
Plantas Medicinais deste Guia (pág. 28).
Viveiro de plantas medicinais da CATI, Campinas (SP)
2.2. Preparo e manejo do solo
2.2.1. Escolha da área: para o cultivo de plantas medicinais, escolher área com solo isento de 
contaminantes microbiológicos e químicos e com disponibilidade de água de boa qualidade.
2.2.2. Descompactação do solo: eliminação de camadas compactadas para aumento da aeração 
e da infiltração de água no solo. Em grandes áreas, pode ser feitamecanicamente por meio da 
escarificação, que é o rompimento da camada compactada do solo, até no máximo 25cm a 30cm ou 
por meio da subsolagem, quando a profundidade for superior a 30cm – 35cm.
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A maneira ideal para resolver o problema da compactação do solo seria por meio do manejo cultural, 
adotando-se a rotação de culturas com adubos verdes de sistemas radiculares profundos e capazes 
de romper a camada impermeável do solo, solucionando, assim, problemas da sua compactação. 
2.2.3. Conservação do solo: realizar, obrigatoriamente, todas as práticas necessárias para a 
conservação do solo da área, evitando a erosão. Curvas de nível ou cordões vegetados podem 
receber capins medicinais e aromáticos de interesse comercial, cujas raízes permitem a contenção 
do solo e a infiltração da água, evitando erosão (exemplos: capim-cidreira e citronela).
2.2.4. Fertilidade do solo: realizar análise química do solo para diagnosticar as correções necessárias 
a serem sanadas com a calagem e adubação de plantio. 
Uma das correções indicadas é em relação à acidez do solo por meio da calagem, ou seja, adição de 
calcário na área, aumentando, quando necessário, a saturação de bases (V%) para 60 % a 70 %. A 
calagem deve ser realizada três meses antes do plantio.
Nem sempre encontramos em literatura técnico-científica recomendações de adubação para 
todas as culturas medicinais; por isso, é necessário analisar o solo da área de produção e estudar 
as características das plantas e, com a ajuda de um técnico da área agrícola, conseguir uma 
recomendação de adubação adequada.
A fertilidade do solo, no sistema agroecológico, pode ser corrigida com fosfato natural, pó de rocha, 
adubos orgânicos de diversos tipos como húmus de minhoca, composto orgânico, tortas vegetais, 
entre outros.
Na tabela 1, apresentamos a recomendação de adubação orgânica para grupos de hortaliças, 
que pode ser utilizada para algumas culturas medicinais herbáceas, quando não houver outra 
recomendação técnica específica para as mesmas. A adubação orgânica deve ser realizada 20 dias 
antes do plantio da cultura.
Cabe destacar que os estercos devem ser bem curtidos e de boa procedência e utilizados somente 
no plantio, pois em cobertura podem ocasionar alguma contaminação microbiológica no produto 
colhido.
Tabela 1 – Recomendação de adubos orgânicos para o cultivo de hortaliças (em kg/m2)
Grupo de hortaliças Composto orgânico ou
esterco bovino
Esterco de galinha/frango,
suínos e ovinos Torta de mamona
Folhosas 2 - 4 0,5 - 1 0,1 – 0,2
Frutos 2 - 4 0,5 - 1 0,1 – 0,2
Bulbos e raízes 1 - 2 0,25 – 0,5 0,02 – 0,05
Fonte: cartilha da 3.a Semana da Agricultura Orgânica de Campinas, 2002
Composto orgânico: é um adubo humificado produzido pela fermentação natural 
de resíduos orgânicos, processo denominado de compostagem. Na página da CATI, 
está disponibilizado um fôlder técnico sobre compostagem: 
https://www.cati.sp.gov.br/portal/themes/unify/arquivos/produtos-e-servicos/
cartilhas-e-folderes/Compostagem/Compostagem.pdf
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2.2.5. Adubação verde: é uma prática agrícola que consiste no plantio de culturas específicas 
(geralmente leguminosas) em rotação, sucessão ou consorciação com as culturas principais, para 
serem incorporadas ou não ao solo, visando à melhoria de suas características físicas, químicas e 
biológicas. Também beneficia as culturas em vários aspectos como na redução da ocorrência de 
plantas infestantes, no controle ou na repelência de algumas pragas e na maior disponibilidade de 
água e de nutrientes, especialmente o nitrogênio.
É importante enfatizar que os adubos verdes são incorporados à área quando ainda imaturos, no 
estágio em que estão com alta biomassa e desprovidos de sementes viáveis, ou seja, do início de sua 
fase reprodutiva (florescimento), até no máximo o início da frutificação. Na Tabela 2, apresentamos 
a relação de adubos verdes recomendados para anteceder o cultivo de plantas medicinais por época 
de plantio.
Tabela 2 – Recomendação de espécies de adubos verdes para culturas conforme a época do ano.
Culturas Adubos verdes Épocas de plantio do adubo verde
De primavera – verão Aveias branca e preta, chícharo, ervilhacas e 
tremoço branco Outono – inverno
De outono – inverno Crotalárias, girassol, guandu, milho, milheto e 
sorgo-forrageiro Verão – outono
Fonte: Boletim Técnico 249 – CATI, 2009
A base do cultivo orgânico é o preparo do solo: adubos orgânicos de excelência 
devem ser incorporados ao solo visando à qualidade (física, química e biológica) 
necessária para a implantação das culturas. Destacam-se o composto orgânico e 
os adubos verdes por permitirem menor infestação de ervas não desejáveis e de 
micro-organismos patogênicos do que os estercos de animais, os quais devem ser 
usados somente quando bem curtidos.
2.2.6. Formação de canteiros: para espécies herbáceas – como ervas aromáticas e medicinais de 
pequeno porte como tanchagem, capuchinha, calêndula, hortelãs – é comum o plantio em canteiros. 
Em pequenas áreas, para formação de canteiros, é necessário o afofamento do solo com enxadão 
e posterior levantamento dos canteiros com cerca de 30cm de altura e um metro de largura. O 
comprimento do canteiro varia conforme o tamanho da área. Em grandes áreas, o preparo dos 
canteiros é mecanizado. 
Passo a passo para formação do canteiro
Passo 1: demarcação do canteiro
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Passo 2: afofamento e elevação do solo
Passo 3: nivelamento do canteiro
Passo 4: contenção das laterais do canteiro
A contenção das laterais auxilia na manutenção do formato e da altura dos canteiros. Pode ser 
realizada com tábuas, tijolos, garrafas PET ou apenas “batendo” a enxada nas laterais para compactar 
e conter o desmonte do canteiro.
2.2.7. Cultivo mínimo: é uma prática que reduz uma ou mais operações de preparo do solo. Procura- 
-se não revolver ou tombar o solo, por isso uma das operações que é suprimida é a aração. Uma 
recomendação para este tipo de cultivo é o plantio em sulcos em cima da palhada dos adubos 
verdes.
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2.3. PLANTIO E MANEJO CULTURAL
Após o preparo do solo, as práticas de plantio podem ser realizadas seguindo as recomendações 
técnicas para cada cultura.
2.3.1. Espaçamento entre linhas e entre plantas: depende do porte da cultura e da fertilidade do 
solo. Quanto maior a planta e mais fértil o solo, maiores distâncias devem ser adotadas. Atualmente, 
pode ser adotado, em alguns casos, o cultivo adensado, diminuindo o espaçamento entre plantas. 
Esta prática permite que as entrelinhas se fechem mais rapidamente, diminuindo a formação de mato, 
porém o adensamento pode proporcionar um microclima úmido que pode favorecer a ocorrência 
de doenças. A observação técnica e do produtor torna-se importante na adoção de espaçamentos 
adequados para cada cultura.
2.3.2. Época de plantio: respeitar a época de plantio recomendada para cada cultura. Existem 
plantas que podem ser cultivadas o ano inteiro, desde que haja irrigação na área, outras precisam 
de temperaturas específicas (de frio ou de calor) para que seus propágulos germinem ou brotem, 
sendo, portanto, propagadas (semeadura ou produção de mudas) no outono-inverno ou primavera- 
-verão, conforme a necessidade da espécie.
2.3.3. Condução da cultura: as plantas medicinais que são trepadeiras (ex.: guaco e maracujá) 
precisam de tutores para sua condução. Dentre os tipos de tutores, os mais comuns são as espaldeiras, 
latadas e os caramanchões.
Maracujá conduzido em espaldeira
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2.3.4. Plantio em faixas: a produção agroecológica valoriza a biodiversidade do sistema, por isso é 
recomendada a realização de policultivos que, para facilitar as operações de plantio e de manejo, 
podem ser cultivados em faixas.
 Policultivo em faixas de alecrim e capim-cidreira. Projeto Aromas do Vale, Região do Vale do Paraíba (SP)
Foto: Sandra Maria Pereira da Silva
2.3.5. Cobertura do solo ou mulching: a cobertura do solo dos canteiros pode ser feita com diversos 
tipos de palhadas (bagacilho de cana, capim Napier, aparasde podas e de grama, entre outros). 
Dentre os benefícios desta cobertura citamos a diminuição da matocompetição, a manutenção da 
umidade e da estabilização da temperatura do solo.
Cobertura do solo em cultivo de alecrim
2.3.6. Irrigação: reduzir ao máximo o consumo de água de irrigação é uma das prioridades na adoção 
de Boas Práticas Agrícolas, por isso, manter a cobertura do solo e usar sistema de irrigação por 
gotejamento ou por microaspersão são práticas que devem ser adotadas. Outra medida é observar 
as necessidades hídricas de cada cultura, irrigando somente quando for necessário.
2.3.7. Adubação de cobertura: para as culturas herbáceas recomenda-se adubar com composto 
orgânico (1kg/m2) ou torta de mamona (0,3-0,5kg/m2) a cada dois a três meses, para o bom 
desenvolvimento das plantas. Para culturas arbustivas e arbóreas, recomenda-se repetir a adubação 
de plantio anualmente, ou conforme indicação técnica específica.
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2.3.8. Rotação de culturas: plantar adubos verdes ou outras culturas de forma alternada ou em 
sucessão a cultura medicinal, respeitando o intervalo de dois a quatro anos entre plantios de uma 
mesma espécie no mesmo local. Um dos benefícios da rotação de culturas é a manutenção da 
sanidade do sistema produtivo pela redução de agentes patogênicos ou infestantes.
2.3.9. Manejo fitossanitário ou controle de pragas e doenças: o maior equilíbrio do sistema solo 
– água – ambiente, adquirido com as técnicas do manejo natural, agroecológico ou orgânico ou 
com a adoção de Boas Práticas Agrícolas, minimizam a pressão das populações dos organismos 
fitopatogênicos; mas, de qualquer forma, as culturas sempre estão sujeitas ao ataque de pragas 
e doenças. O controle das pragas e doenças deve ser realizado adotando-se um manejo complexo 
constituído de várias práticas, por isso dedicamos um capítulo exclusivo para este tema neste Guia 
de Plantas Medicinais (pág. 35).
Na Tabela 3, são apresentadas algumas recomendações técnicas para plantio e manejo de espécies 
medicinais de interesse comercial ou fitoterápico.
Tabela 3 – Recomendações para plantio e manejo de algumas espécies medicinais.
Planta medicinal Necessidade 
de luz
Necessidade 
de água*
Espaçamento e 
propagação Observações
Açafrão-da-terra ou 
Cúrcuma
Curcuma longa L.
Pleno sol. Regas 
moderadas.
0,7m x 0,3m.
Rizomas com três 
gemas.
Erva rizomatosa, prefere solos 
arenosos e bem drenados. Pode 
ser plantada diretamente no local 
definitivo** em sulcos de 10 a 15cm 
de profundidade cobertos com 5cm a 
10cm de terra ou em viveiro (mudas).
Alecrim
Rosmarinus 
officinalis L.
Pleno sol. Regas 
moderadas.
1m x 0,6m.
Mudas por sementes 
ou estacas apicais 
com 10cm a 15m.
Arbusto aromático e perene. Não 
tolera solo encharcado. Transplantar 
quando a muda tiver de 20cm a 
25cm.
Alfavaca-cravo
Ocimum 
gratissimum L.
Pleno sol. Regas 
moderadas.
0,8m x 0,4m.
Sementes ou estacas 
apicais com 10cm a 
15cm.
Planta perene. Plantio de sementes 
ou mudas na primavera.
Podem-se cortar as primeiras 
florações para aumentar o número de 
folhas.
Arruda
Ruta graveolens L.
Pleno sol. Regas 
moderadas e 
frequentes. 
0,6cm x 0,5m.
Sementes e estacas 
de ramos.
Pode ser plantada em canteiros 
ou em vasos. Produzir mudas em 
viveiro. Prefere solos orgânicos e bem 
drenados.
Babosa
Aloe vera (L.) 
Burm.f.
Pleno sol. Pouca água. 0,5-1m X 0,5-1m
Rebentos
Erva perene. Os rebentos podem 
ser plantados diretamente no local 
definitivo.
Bálsamo
Sedum 
dendroideum Moc. 
& Sessé ex DC
Pleno sol ou
meia-sombra.
Regas 
moderadas. 
0,3cm x 0,3m
Estaca dos ramos 
(15cm, enterrando 
duas gemas no 
substrato) ou folhas e 
brotações laterais.
Planta perene. Prefere solos com 
muita matéria orgânica, não tolera 
solo encharcado e tolera seca e 
geada.
Boldo
Plectranthus 
barbatus Andrews
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
1m x 0,5m. Estacas 
com três nós.
Arbusto perene. Pode ser plantado 
diretamente no local definitivo ou em 
viveiro (mudas). 
Capim-limão
Cymbopogon 
citratus (DC.) Stapf 
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
1m x 0,5m.
Divisão de touceira.
Erva aromática. Prefere solos 
areno-argilosos. Pode ser plantada 
diretamente no local definitivo.
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Planta medicinal Necessidade 
de luz
Necessidade 
de água*
Espaçamento e 
propagação Observações
Capuchinha
Tropaeolum majus 
L.
Meia-sombra e 
pleno sol.
Regas 
moderadas e 
frequentes. 
0,5m x 0,6m.
Sementes ou estacas 
dos ramos.
Planta anual. Mudas produzidas 
em viveiro, por sementes, estarão 
prontas para plantio em local 
definitivo quando tiverem quatro a 
seis folhas definitivas e por estaca 
quando tiverem quatro folhas bem 
desenvolvidas.
Cidreira brasileira
Lippia alba (Mill.) 
N.E.Br. 
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
1m x 0,5m.
Estacas com três nós.
Arbusto pendente, aromático 
e perene. Pode ser plantado 
diretamente no local definitivo.
Dente-de-leão
Taraxacum 
officinale Weber ex 
F.H.Wig.
Pleno sol ou
meia-sombra.
Regas 
moderadas e 
espaçadas.
0,3m x 0,3m.
Sementes e divisão de 
touceira.
Erva perene. Prefere solos leves e 
bem drenados. As sementes precisam 
de luz para germinar, por isso não 
podem ser enterradas. Mudas 
prontas após dois meses.
Erva-baleeira
Varronia 
verbenácea Jacq.
Pleno sol e
meia-sombra. 
Regas 
moderadas. 
1,6m x 0,5m.
Mudas por sementes 
ou estacas de 
ponteiro.
Arvoreta aromática. Necessidade de 
irrigação somente até completar seis 
meses.
Erva-de-santa- 
-maria
Chenopodium 
ambrosioides L.
Pleno sol. Regas 
moderadas e 
frequentes.
0,3m x 0,5m.
Sementes.
Semeadura bem superficial. Muda 
pronta apos 40 dias, com cerca de 
5cm.
Fáfia
Pfaffia glomerata 
(Spreng.) Pedersen
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
1m x 0,5m.
Estacas com dois a 
três nós ou sementes.
Planta perene. Estacas mais 
próximas da base da planta são 
mais recomendadas para formação 
de mudas. Na semeadura, cobrir as 
sementes com uma camada fina de 
areia.
Funcho
Foeniculum vulgare 
Mill.
Pleno sol. Regas 
moderadas.
1,2m x 0,8m.
Sementes.
Erva aromática perene ou bienal. 
Pode ser semeada diretamente no 
local de cultivo. Plantar longe do 
coentro.
Gengibre
Zingiber officinale 
Roscoe
Pleno sol ou
meia-sombra.
Regas 
moderadas. 
1m x 0,4m.
Rizomas de 5cm a 
10 cm com gemas 
túrgidas.
Erva rizomatosa e aromática, prefere 
solos arenosos e bem drenados. Pode 
ser plantada diretamente no local 
definitivo, em sulcos de 10cm a 15cm 
de profundidade cobertos com 5cm a 
10cm de terra.
Guaco
Mikania laevigata
Sch.Bip. ex Baker
Pleno sol e
meia-sombra.
Regas 
moderadas. 
1-1,5m x 2m.
Estacas medianas ou 
basais com três gemas 
e um par de folhas 
cortadas ao meio.
Planta trepadeira, conduzir em 
espaldeira ou cerca no sentido N/S. 
Para produção de mudas, enterrar 
duas gemas da estaca e deixar uma 
gema para fora, com um par de folhas 
cortadas ao meio.
Hortelã comum
Mentha x villosa L. 
e Mentha crispa
Pleno sol ou
meia-sombra. 
Regas 
moderadas. 
0,3m x 0,3m.
Estolões ou rizomas 
com 10cm ou 
sementes.
Erva aromática perene. Mudas são 
produzidas em viveiro. Prefere solo 
orgânico.
Lavanda
Lavandula dentata
Pleno sol. Pouca água. 0,3m x 0,3m.
Sementes ou estacas 
de 10cm e deixar 
três a cinco folhas 
cortadas ao meio na 
ponta da estaca.
Erva aromática perene. Não tolera 
solos encharcados.
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Planta medicinal Necessidade 
de luz
Necessidade 
de água*
Espaçamento e 
propagação Observações
Malvarisco
Plectranthus 
amboinicus (lour.) 
Spreng
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
0,5m x 0,5m.
Estacas de galho com 
três nós.
Erva perene e aromática. Deve ser 
renovada anualmente para melhor 
desenvolvimento.
Manjericão
Ocimum basilicum 
L.
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
0,6m x 0,25m.
Sementes ou estacas 
apicais com 10cm a 
15cm.
Plantio de sementes ou mudas na 
primavera. Planta muito visitada por 
abelhas (melífera).
Podem-se cortar as primeiras 
florações para aumentar o número de 
folhas e o ciclo da planta.
Melissa ou
erva-cidreira
Melissa officinalis L.
Pleno sol oumeia-sombra.
Regas 
moderadas. 
0,6m x 0,4m.
Mudas por sementes 
ou estacas.
Erva aromática e perene. Mudas 
prontas para plantio com cerca de 
10cm de altura. Gosta de clima 
ameno, mas não tolera geadas.
Perpétua
Alternanthera 
brasiliana (L.) O. 
Kuntze
Pleno sol. Regas 
moderadas. 
0,7m x 0,7m.
Estacas com três nós.
Planta perene. Pode ser plantada 
diretamente no canteiro.
Poejo
Mentha pulegium 
L.
Meia-sombra. Regas 
moderadas e 
frequentes. 
0,50m x 0,30m.
Rizomas com 10cm.
Planta perene. Mudas produzidas em 
viveiro, prontas após 40 dias.
* Verificar a aparência da planta: se estiver murcha, precisa de mais água. Nunca encharcar o solo, pois as raízes podem apodrecer.
** local definitivo = canteiro, sulco, vaso ou outro recipiente.
3.4. COLHEITA 
A colheita deve ser realizada de forma cuidadosa, rejeitando as plantas (ou partes delas) que 
estiverem doentes e/ou com ataque de insetos. Plantas com muitas partículas de solo aderidas 
também devem ser descartadas.
O ponto de colheita é definido pela época de máxima produção do binômio “biomassa - princípio 
ativo”, observando-se a parte da planta a ser colhida (folhas, flores, frutos, sementes etc.) e as 
recomendações técnicas para cada espécie. 
De um modo geral, não havendo indicação técnica específica, para se obter maior produção de 
biomassa e princípio ativo, recomendam-se colher:
• flores – quando recém-abertas;
• folhas e plantas inteiras – na pré-floração (flores em botão);
• cascas e raízes – no outono e início de inverno, de plantas adultas;
• frutos – quando bem maduros;
• sementes – quando bem desenvolvidas.
Outros cuidados importantes são colher com tempo seco e após a seca do orvalho e utilizar 
ferramentas adequadas, limpas e afiadas, que não danifiquem o material colhido e nem as plantas 
no campo que produzem mais de um corte, para que permaneçam sadias, desenvolvendo-se bem 
para próxima colheita.
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Após a colheita, o material deve ser levado a um local protegido para se realizarem a limpeza e 
seleção, retirando partes indesejáveis e material inadequado; a seguir, pode ser encaminhado para 
higienização e embalagem quando for produto fresco ou para secagem, caso precisar ser conservado 
para comercialização ou utilização futura. 
A Tabela 4 descreve informações úteis referentes à colheita e pós-colheita de algumas culturas 
medicinais, destacando a secagem, por ser o principal processo de beneficiamento visando à 
conservação do produto por um prazo maior de tempo. 
A secagem é uma prática importante, pois se mal-realizada, pode ocorrer perda de todo o teor 
de princípio ativo existente na planta. Neste Guia, há um capítulo exclusivo sobre esta temática, 
incluindo dicas para realização da secagem caseira. 
Tabela 4 – Recomendações técnicas para colheita e pós-colheita de algumas espécies medicinais.
Planta medicinal Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Açafrão-da-terra ou 
Cúrcuma
Curcuma longa L.
Rizomas. A partir de 10 a 12 
meses do plantio. 
Quando as folhas 
secam. 
Usado fresco ou seco 
ao sol ou em secador 
a 60oC.
Os rizomas devem ser lavados 
e fatiados antes da operação 
de embalagem ou secagem.
Alecrim
Rosmarinus 
officinalis L.
Folhas. Primeira colheita 
após um a dois anos 
do plantio, quando 
bem formado.
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 40oC.
Podem-se colher duas vezes/
ano no outono (metade 
superior da planta) e na 
primavera (a 50cm do solo) 
ou uma vez por ano na 
primavera (a 15cm do solo).
Alfavaca-cravo
Ocimum 
gratissimum L.
Folhas ou 
toda parte 
aérea. 
Após cinco a seis 
meses após o plantio, 
na pré-floração. 
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 40oC.
O óleo essencial 
pode ser extraído por 
destilação.
Colher de manhã, 
preferencialmente entre 11 
e 13 horas para obter maior 
teor de eugenol (analgésico).
Colher pela manhã, logo após 
a seca do orvalho ou próximo 
às 17 horas para obter maior 
teor de 1,8 cineol (ação 
expectorante).
Arruda
Ruta graveolens L.
Ramos. Após um ano do 
plantio, quando os 
ramos estiverem na 
pré-floração (com 
botões).
Usada fresca ou seca 
ao natural ou em 
secador a 40oC.
Pode ser colhida duas vezes 
no ano. 
Babosa
Aloe vera (L.) Burm.f.
Folhas 
maiores que 
50 cm.
A partir de um ano 
do plantio, após a 
primeira florada. 
Usada fresca, manter 
refrigerada.
Colher cinco a seis folhas 
externas/planta. Após 
colheita, fazer amontoa 
(chegar terra no pé da 
planta).
Bálsamo
Sedum dendroideum 
Moc.& Sessé ex DC
Folhas. A partir de 10 a 12 
meses do plantio. 
Usada fresca, 
podendo após 
lavagem e antes do 
uso, deixar secar 
por seis horas, para 
diminuir o teor de 
água nas folhas.
Corte a 10cm do solo, em 
estações não chuvosas.
Boldo
Plectranthus 
barbatus
Andrews
Folhas. A partir de quatro a 
seis meses do plantio. 
Usada fresca ou seca 
em secador a 40oC.
Colheitas a cada quatro 
meses.
Durante a secagem, revolver 
as folhas a cada duas horas.
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Planta medicinal Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Capim-limão
Cymbopogon 
citratus (DC.) Stapf 
Folhas. A partir de seis meses 
do plantio.
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 40oC.
Corte na altura de 10cm 
do solo. Dois a três cortes 
anuais. 
Capuchinha
Tropaeolum majus L.
Folhas, flores 
e frutos.
A partir de 50 dias 
do plantio, em plena 
floração ou frutos 
ainda verdes.
Usada fresca. A colheita perdura até cerca 
de 100 dias. Deixar um 
pedaço da área para colheita 
de sementes.
Cidreira brasileira
Lippia alba (Mill.) 
N.E.Br. ex P. Wilson 
Folhas 
e ramos 
floridos.
A partir de cinco a 
seis meses do plantio. 
Usada fresca ou seca 
em secador a 40oC.
Até duas colheitas anuais. 
Cortes a 10-20cm do solo.
Dente-de-leão
Taraxacum officinale 
Weber ex F.H.Wig.
Folhas e 
raízes.
Folhas na época 
do início do 
florescimento e raízes 
após dois anos do 
plantio.
Folhas – frescas.
Raízes – frescas ou 
secas em secador a 
40oC.
As raízes devem ser colhidas 
na lua minguante e devem 
ser bem lavadas antes da 
secagem.
Erva baleeira
Varronia verbenacea 
(DC.) Borhidi.
Folhas. A partir seis meses do 
plantio e, depois, a 
cada quatro meses. 
Usada fresca ou seca 
ao natural ou em 
secador a 35oC.
Colher a parte aérea a 40cm 
do solo.
Erva-de-santa-maria
Chenopodium 
ambrosioides L.
Folhas. No início do 
florescimento.
Usada fresca. Colher a 15cm acima do solo.
Fáfia
Pfaffia glomerata 
(Spreng.) Pedersen
Raízes. A partir de um a dois 
anos do plantio.
Secagem ao sol ou 
em secador a 65oC.
Colheita no final do inverno. 
Lavar bem as raízes, fatiar 
ou rasurar e levar para secar. 
Para obter pó, usar moinhos 
de faca.
Funcho
Foeniculum vulgare 
Mill.
Frutos. A partir de quatro 
a seis meses da 
semeadura.
Secar as hastes com 
frutos à sombra ou 
em secador a 35oC.
Colher as hastes com frutos 
ainda verdes, começando a 
ficar pardo-acinzentados.
Gengibre
Zingiber officinale 
Roscoe
Rizomas. A partir de sete 
a nove meses do 
plantio. 
Usado fresco ou seco 
ao sol ou secador a 
50oC.
Colher quando as folhas 
ficarem amarelas. Lavar bem 
os rizomas para tirar a terra e 
fatiar antes da secagem.
Guaco
Mikania laevigata 
Sch.Bip. ex Baker
Folhas e 
ramos.
A partir de oito 
meses do plantio; e 
depois, a cada seis 
meses.
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 45oC.
Colher 60% de ramos das 
brotações secundárias na 
pré-floração. 
Hortelã comum
Mentha x villosa L.
Parte aérea. A partir de três meses 
do plantio. 
Usada fresca ou seca 
ao natural ou em 
secador a 40oC.
Cortar a 5cm do solo. 
Até quatro cortes anuais, 
conforme o desenvolvimento.
Lavanda
Lavandula dentata
Folhas e 
flores.
Folhas – na pré- 
-floração.
Flores – na floração.
Usada fresca ou seca 
ao natural ou em 
secador a 45oC.
Colher as folhas de ramos 
laterais a 15cm do solo, 
até 1/3 do volume total da 
planta.
Malvarisco
Plectranthus 
amboinicus (lour.) 
Spreng
Folhas. A partir de três meses 
do plantio. 
Usada fresca. Colher as folhas mais velhas. 
Até quatro colheitas anuais.
Manjericão
Ocimumbasilicum L.
Folhas. Após dois a quatro 
meses do plantio. 
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 40oC.
Cortes realizados a 
15cm do solo; colher 
preferencialmente de manhã.
Melissa ou erva- 
-cidreira
Melissa officinalis L.
Folhas. A partir de seis meses 
da semeadura.
Usada fresca ou seca 
à sombra ou secador 
a 35oC.
Corte feito a 10cm acima do 
solo.
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Planta medicinal Parte colhida Época de colheita Pós-colheita Observações
Perpétua
Alternanthera 
brasiliana (L.) O. 
Kuntze
Folhas e 
flores.
A partir de dois a três 
meses do plantio. 
Usada fresca ou seca 
à sombra ou a 40oC.
Várias colheitas, cortes 
anuais. 
Poejo
Mentha pulegium L.
Parte aérea. A partir de dois a três 
meses do plantio.
Usada fresca ou seca 
ao natural ou em 
secador a 40oC.
Pode ser colhida 
mensalmente.
3. LITERATURA CONSULTADA
BIASI, L. A., DESCHAMPS, C. Plantas aromáticas – do cultivo à produção de óleo essencial. Curitiba: 
Layer Studio Gráfico e Editora Ltda, 2009.
BLANCO, M.C.S.G. et. al. Cultivo de plantas aromáticas e medicinais. Campinas, CATI, 2007. (Boletim 
técnico 247).
Cartilha da 3.a Semana da Agricultura Orgânica de Campinas. Campinas, 2002.
Anais do Seminário de Agricultura Orgânica & Familiar. Coordenadora Assistência Técnica Integral. 
Campinas nov. 2001.
CORREA J. R. C., MING, L. C., SCHEFFER, M. C. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e 
aromáticas. 1 ed. Curitiba: Emater – Paraná, 1991. 162 p.
HERTWIG, I. F. V. Plantas aromáticas e medicinais: plantio, colheita, secagem, comercialização. 2 ed. 
São Paulo: Ícone, 1991. 414 p.
PEREIRA, A. M. S. Manual prático de Multiplicação e Colheita de Plantas Medicinais. Ribeirão Preto: 
UNAERP, 2011. 280 p.
SILVA JUNIOR, A. A. Essentia herba – Plantas bioativas. Florianópolis: Epagri, 2003. (volumes 1 e 2).
WUTKE, E. B. e outros. Adubação Verde no Estado de São Paulo. Campinas, Coordenadoria de 
Assistência Técnica Integral – CATI, 2009. 89 p. (Boletim Técnico 249)
27
Propagação de
PLANTAS
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PROPAGAÇÃO DE
PLANTAS MEDICINAIS
Eng. Agr. Dra. Maria Cláudia Silva Garcia Blanco
 A propagação de plantas é o primeiro passo para iniciar um sistema produtivo de qualquer 
cultura, mas, no caso das plantas medicinais, logo nos vêm à cabeça onde e como conseguir sementes 
e mudas, pois muitas delas não são encontradas facilmente no mercado agropecuário.
 Portanto, a produção de sementes e mudas se torna um gargalo desta cadeia produtiva, 
sendo considerada um problema para os produtores e uma oportunidade para os viveiristas de 
plantas. 
 Assim sendo, dominar a arte da propagação de plantas se torna essencial para o sucesso 
do empreendimento agrícola, seja para produção de culturas medicinais ou para a implantação de 
viveiro de mudas. 
PROPAGAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS
 A propagação de plantas pode ser realizada por meio de várias técnicas agronômicas e 
utilizando diversas estruturas ou propágulos reprodutivos como as sementes (propagação sexuada) 
e as estruturas vegetativas dotadas de gemas reprodutivas (propagação assexuada ou vegetativa).
1. PROPAGAÇÃO SEXUADA EM PLANTAS MEDICINAIS
1.1. Espécies silvestres 
 No caso de espécies não domesticadas e/ou não melhoradas por tecnologias agronômicas 
(melhoramento genético), a propagação por meio de sementes multiplica uma população com 
variabilidade genética (indivíduos diferentes entre si e em relação aos seus pais), o que dificulta o 
cultivo por causa da desuniformidade populacional (indivíduos com desenvolvimento vegetativo 
e com potenciais produtivos de bioativos diferentes), desfavorecendo a estimativa da produção 
almejada. 
 Exemplo: espécies nativas de polinização cruzada, cujas sementes são obtidas na mata ou no 
campo. Nesse caso, muitas vezes o produtor tem que obter os propágulos na mata da propriedade, 
o que requer cuidados especiais.
Cuidados na propagação e coleta de sementes de espécies silvestres
• Obter sementes de espécies com identificação botânica.
• Colher de plantas sadias e produtivas em relação à biomassa e ao princípio ativo (p. a.). 
• Colher com tempo seco (baixa umidade).
• Observar se há necessidade de quebra de “dormência” para germinação; se sim, realizar o 
tratamento necessário. 
• Observar se há exigência em relação à luz para germinação, indicando que a semeadura tem que 
ser superficial e sem cobrir as sementes (ex.: tanchagem e embaúba).
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Dormência
A dormência de sementes pode ser física (por impermeabilidade do tegumento) ou 
fisiológica (por imaturidade ou presença de inibidores).
Tratamentos 
• Escarificação mecânica: lixar ou cortar o tegumento sem danificar o embrião.
• Escarificação química: usar ácido sulfúrico e água quente.
• Estratificação: por meio de umidade + alta ou baixa temperatura.
1.2. Espécies agronômicas
 No caso das sementes de plantas geneticamente melhoradas – as quais são variedades 
agronômicas, cultivares ou híbridos –, ocorre germinação uniforme, pois as sementes não apresentam 
dormência e as características morfológicas e fisiológicas apresentam semelhança. Assim, os 
indivíduos se desenvolvem e atingem a maturação ao mesmo tempo, facilitando os processos de 
manejo cultural e de colheita, o que possibilita maior garantia na estimativa de produção. 
 Exemplo: cultivares de camomila, manjericão e outras espécies comercializadas por empresas 
de sementes.
População sem variabilidade genética
População com variabilidade genética
2. PROPAGAÇÃO ASSEXUADA EM PLANTAS MEDICINAIS
 Por meio de partes ou estruturas da planta que possuem gemas vegetativas. Neste tipo 
de propagação, os novos indivíduos são idênticos à planta-mãe (clones), o que proporciona 
produtividade uniforme de biomassa e de princípios ativos. Porém a falta de variabilidade genética 
pode vir a ser um problema, aumentando o risco de danos e perdas de produtividade caso ocorram 
mudanças climáticas adversas, patógenos ou pragas que prejudiquem a cultura.
2.1. Principais propágulos vegetativos
2.1.1. Estacas de galhos ou ramos (guaco, malvarisco e alecrim), estacas de folhas (folha-da-fortuna) 
ou de raiz (casos raros como o exemplo da espinheira-santa, que também é propagada por 
sementes).
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Estacas de ramos
 A coleta das estacas de ramos deve ser nas primeiras 
horas do dia para evitar perda excessiva de água. As estacas 
semilenhosas e herbáceas devem apresentar folhas na parte 
superior, o corte da estaca deve ser feito imediatamente abaixo 
de um nó. 
 Quando as folhas da estaca forem muito grandes, deve- 
-se cortá-las ao meio, no sentido transversal à nervura principal, 
visando diminuir a transpiração. O comprimento das estacas 
normalmente é em torno de 7cm a 15cm, mas varia bastante 
conforme a espécie.
 Vários produtos químicos, denominados fitorreguladores 
ou hormônios de enraizamento, foram desenvolvidos para 
estimular o enraizamento mais rápido em estacas de galhos. Entre 
eles, podemos destacar as auxinas, como o ácido-indolacético 
(AIA), ácido indolbutírico (AIB) e ácido naftalenoácetico (ANA).
Estacas de folhas
 Em relação às estacas de folhas, essas são 
destacadas da planta-matriz e deixadas sobre ou 
parcialmente enterradas com o pecíolo para baixo em 
recipiente com areia, até a formação da parte aérea 
e sistema radicular (brotações) nas gemas, as quais, 
na folha da fortuna, se encontram ao redor de toda 
margem da folha.
 As brotações são destacadas e, 
posteriormente, colocadas em recipientes 
com substrato até atingirem porte ade-
quado para o transplante no campo.
2.1.2. Rebentos (exemplo: babosa).
 Os rebentos brotam da planta-mãe 
ou planta-matriz e são destacados para 
formar uma nova planta. Os maiores e 
bem desenvolvidos podem ser plantados 
em local definitivo, porém é conveniente o 
preparo de mudas em saquinho ou outro 
recipiente para reposição daqueles que não 
enraizarem no campo. Os menores, com 
pouca emissão de raízes, devem passar 
pela formação de mudas em viveiro.
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2.1.3. Divisão de touceira (exemplos: capim-cidreira e citronela).
 A divisão de touceira

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