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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 79 
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GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Extensão Rural 
 
 
MÉTODOS DE EXTENSÃO RURAL 
 
 
5.1 INTRODUÇÃO 
 
Após explorar a natureza da comunicação no meio rural, suas modalidades e 
o papel vital que desempenha na disseminação de inovações tecnológicas em áreas 
rurais, o foco se volta agora para a prática, através das técnicas ou abordagens da 
extensão rural. 
As abordagens da extensão rural englobam um leque de estratégias e técni-
cas fundamentais para fomentar o desenvolvimento sustentável e elevar a qualidade 
de vida no campo. Englobando uma variedade de práticas e técnicas, estas aborda-
gens buscam criar uma conexão entre o saber técnico-científico e as comunidades 
rurais, incentivando a adesão a métodos de cultivo mais eficazes, sustentáveis e equi-
tativos. 
A relevância das abordagens da extensão rural é inegável, uma vez que são 
essenciais para impulsionar o desenvolvimento rural abrangente e atenuar as dispari-
dades sociais e econômicas nas áreas agrícolas. Por meio da transferência de sabe-
res técnicos, práticos e sociais aos agricultores e suas famílias, essas técnicas são 
cruciais para ampliar a produção agrícola, otimizar a gestão de recursos naturais, di-
versificar as atividades econômicas do campo e consolidar as associações comunitá-
rias. 
Para alunos de agronomia, o domínio e a implementação das técnicas de ex-
tensão rural são vitais por vários motivos. Primeiramente, elas são instrumentos es-
senciais para enriquecer a educação acadêmica, oferecendo aos estudantes uma vi-
são mais abrangente e prática dos desafios do setor agrícola. Ademais, ao aprimora-
rem a habilidade de se comunicar de maneira efetiva com as comunidades rurais, os 
agrônomos em formação poderão atuar como facilitadores de mudanças, incentivando 
práticas de cultivo mais responsáveis e inclusivas. 
Dentro deste escopo, a presente aula visa aprofundar no estudo das técnicas 
de extensão rural, ressaltando sua significância para o avanço do setor rural e subli-
AULA 5 
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nhando a importância de sua compreensão e aplicação. Ao dominarem essas técni-
cas, os futuros especialistas em extensão rural estarão melhor equipados para enca-
rar os desafios das áreas rurais modernas e contribuir para o desenvolvimento de um 
futuro mais florescente e sustentável para as comunidades do campo. 
 
 
5.2 – CLASSIFICAÇÕES DAS METODOLOGIAS EM EXTENSÃO RURAL 
 
Em todos os âmbitos, existe uma abordagem específica e ferramentas dedi-
cadas, e a extensão rural segue esse princípio. A origem do termo "método" remonta 
ao grego, sendo uma combinação de "meta" (através de) e "hodos" (caminho ou via), 
podendo ser interpretado como o caminho para alcançar um resultado específico. Isso 
implica que há diversas maneiras de atingir um objetivo, não uma única forma. Cien-
tificamente, um método é definido como um processo destinado a encontrar soluções 
para fenômenos ou questões sob investigação. 
As abordagens em extensão rural evoluíram com o tempo, notando-se um 
aumento na relevância das ferramentas participativas. Em contraste, as abordagens 
difusionistas foram dominantes durante a era produtivista da extensão rural. No en-
tanto, na era de renovação da extensão rural, as metodologias participativas se torna-
ram mais proeminentes. Com isso, podemos estabelecer uma classificação inicial des-
sas abordagens em extensão rural em três categorias: difusionistas, participativas e 
mistas. Neste último grupo, encontram-se as abordagens que integram elementos 
tanto difusionistas quanto participativos. Este esquema de classificação é apresentado 
no Quadro 2, destacando as diferenças entre essas categorias. É importante notar 
que, nas abordagens difusionistas, o foco principal é no indivíduo que adota uma nova 
tecnologia, enquanto nas participativas, a ênfase está no engajamento de comunida-
des, grupos ou associações, refletindo uma dinâmica distinta na atuação dos agentes 
de extensão rural entre os dois tipos de abordagens. 
 
 
 
 
 
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Quadro 2 – Classificação das metodologias em Ater segundo o tipo de abordagem. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
A segunda maneira de classificar as abordagens na Assistência Técnica e 
Extensão Rural (ATER) é pelo seu nível de complexidade. De um lado, temos as me-
todologias simples, e de outro, as complexas. Conforme delineado no Quadro 3, as 
metodologias simples são aquelas aplicadas de forma isolada, sem a necessidade de 
incorporar outros métodos para sua execução. Por exemplo, considere a realização 
de uma visita técnica a um produtor agrícola. O processo envolve simplesmente noti-
ficar o produtor com antecedência por meio de telefone, e-mail ou mensagem eletrô-
nica (como WhatsApp) e comparecer na data marcada. Por outro lado, a organização 
de um curso ou uma demonstração prática exige uma série de etapas adicionais, 
como o convite aos produtores, a organização das atividades e a preparação de ma-
terial promocional, entre outros aspectos. Enquanto as metodologias simples podem 
ser executadas independentemente, as complexas requerem a combinação com ou-
tras ações para que sejam efetivamente implementadas e atinjam seus objetivos es-
tabelecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 3 – Classificação das metodologias em Ater segundo o grau de complexidade. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
Uma outra maneira de categorizar as abordagens em Assistência Técnica e 
Extensão Rural (ATER) diz respeito ao seu alcance, cobertura ou abrangência, con-
forme ilustrado no Quadro 4. Estas se dividem em metodologias de alcance individual, 
grupal e indefinido. As metodologias de alcance individual são aquelas focadas em 
um único indivíduo ou estabelecimento rural específico. Por exemplo, isso pode incluir 
uma visita personalizada a uma propriedade, uma entrevista individual com um pro-
dutor, ou um encontro casual entre o agente de ATER e um membro do público-alvo. 
Por sua vez, o alcance grupal é caracterizado por iniciativas destinadas a gru-
pos ou coletividades. Isso poderia envolver, por exemplo, um curso oferecido a uma 
associação de produtores de ovinos, uma excursão de horticultores a um centro de 
pesquisa localizado em outra região do município, do estado ou mesmo fora do país. 
Assim, diversas atividades podem exemplificar o alcance grupal, evidenciando o es-
forço de atender às necessidades de comunidades ou grupos específicos dentro do 
contexto da extensão rural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 4 – Classificação das metodologias em Ater segundo o alcance. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
O alcance indefinido, conforme sugerido pela nomenclatura, refere-se à situ-
ação em que é incerto o número de pessoas impactadas. Este cenárioocorre, por 
exemplo, quando se participa de um programa de rádio ou televisão que fornece ori-
entações sobre tipos específicos de cultivo, práticas ou atividades agropecuárias de 
maneira periódica. Seria desafiador, se não impossível, determinar quantas pessoas 
realmente assistiram ao programa e absorveram as informações transmitidas. Embora 
essa abordagem tenha o potencial de disseminar informações amplamente, é impor-
tante notar que o conteúdo deve ser de natureza geral, considerando que se destina 
a um público heterogêneo com variados graus de conhecimento sobre o tema - abran-
gendo desde indivíduos leigos ou desinteressados até aqueles mais instruídos na ma-
téria. 
 
 
5.3 ALGUNS MÉTODOS CLÁSSICOS UTILIZADOS PELA EXTENSÃO RURAL 
 
5.3.1 Visita e contato 
 
A visita é um dos mais consagrados métodos usados pela extensão rural, por 
meio do qual o extensionista vai ao encontro do seu público na casa do produtor ou 
da família rural, estabelecendo um processo de comunicação face a face, pessoal e 
direta. Essa interação é geralmente precedida por algum aviso do extensionista agen-
dando a visita. 
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A visita representa um dos métodos mais tradicionais adotados pela extensão 
rural, caracterizando-se pelo encontro presencial do extensionista com seu público-
alvo no local de residência do produtor ou da família rural. Essa abordagem promove 
uma comunicação pessoal e direta, frequentemente iniciada por um agendamento 
prévio feito pelo extensionista. 
Durante uma visita, o diálogo entre o agente de extensão e o público ocorre 
em um ambiente privado (o estabelecimento rural), propiciando um espaço onde as 
questões podem ser discutidas e examinadas com privacidade. Isso permite que o 
produtor e sua família se sintam confortáveis para compartilhar suas opiniões, uma 
vez que estão em seu próprio território. 
Diferenciando-se do contato casual, a 
visita é um procedimento que exige planeja-
mento mínimo, ao contrário das interações es-
pontâneas ou não planejadas que podem 
ocorrer, por exemplo, quando um agricultor en-
contra um agente de extensão na sede do mu-
nicípio e engaja em uma conversa informal tro-
cando informações gerais. 
Como qualquer método utilizado na ATER, a visita possui seus prós e contras. 
Sua principal vantagem reside na capacidade de facilitar uma interação direta e in-
tensa, minimizando significativamente as falhas de comunicação. Contudo, trata-se 
de um método dispendioso, que demanda não apenas tempo considerável para a pró-
pria visita, mas também para o deslocamento entre o escritório e a propriedade rural. 
Considerando um município com 8.075 estabelecimentos rurais, dos quais 
83% são de natureza familiar, levanta-se a questão sobre quais seriam os recursos 
necessários em termos de equipe técnica, veículos e combustível para que o escritório 
local da EMATER possa atender a esse vasto número de famílias rurais. Não se ar-
gumenta contra a realização de visitas, mas enfatiza-se a necessidade de empregar 
esse método com criteriosa avaliação e discernimento, especialmente considerando 
que a extensão rural, seja através de entidades oficiais ou privadas, é sustentada por 
recursos públicos que devem ser geridos com extrema prudência. 
 
 
Figura 9 – Visita técnica. 
Fonte: Acervo fotográfico EMATER/RS. 
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5.3.2 Reunião 
 
A reunião, um método grupal amplamente adotado pela extensão rural, en-
volve o agrupamento de pessoas para discutir questões técnicas ou de outra natureza 
em um espaço específico, sob a liderança do agente de extensão rural ou de outra 
pessoa. Embora pareça simples definir uma reunião dessa forma, é necessário con-
siderar aspectos críticos como: o propósito da reunião, os objetivos a serem atingidos, 
o público-alvo, a escolha do dia, horário e local mais propícios, e os recursos a serem 
utilizados. É fundamental questionar se o facilitador tem um conhecimento básico so-
bre o grupo e se os participantes já se conhecem entre si. Estas são apenas algumas 
das inúmeras questões importantes, destacando-se que a atividade extensionista re-
quer planejamento cuidadoso, distanciando-se da improvisação e da falta de prepara-
ção. 
 
Figura 10 – Reunião. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
Paulo Freire, renomado educador brasileiro, destacou a importância da pala-
vra, do trabalho e da ação-reflexão na formação dos indivíduos, afirmando que não é 
no silêncio, mas nessas práticas que os homens se constroem. A reunião, portanto, é 
uma prática de interação direta em busca de soluções para problemas, de melhorias 
na qualidade de vida, de troca de informações e de estabelecimento de acordos que 
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beneficiem todos os participantes. Mesmo com foco técnico, é essencial que a reunião 
permita o acesso claro e eficiente à informação, considerando que a maioria das pes-
soas no meio rural possui educação formal limitada, e algumas não sabem ler ou es-
crever. No entanto, esses indivíduos, verdadeiros "heróis anônimos", são responsá-
veis por produzir uma parcela significativa dos alimentos que consumimos. O compro-
misso é fornecer a essas pessoas as informações de maneira acessível, superando 
barreiras de compreensão. 
A reunião é, sem dúvida, uma oportunidade para o agente de extensão estrei-
tar ou reforçar laços com comunidades, associações e grupos variados, incluindo jo-
vens, artesãos, mulheres, povos indígenas e quilombolas, visando construir um futuro 
promissor por meio da união de esforços e da harmonização de interesses. Muitas 
vezes, esses encontros podem abordar temas controversos, exigindo do facilitador 
habilidades para gerenciar tensões e conflitos, com o objetivo de alcançar um con-
senso entre os participantes. 
Como método, a reunião serve a vários propósitos dentro da extensão rural, 
ilustrados por objetivos como: 
a) Fomentar o senso de coletividade e incentivar a cooperação entre os mem-
bros; 
b) Aumentar a percepção sobre problemas compartilhados ou similares, pro-
movendo a sensibilização e a mobilização; 
c) Consolidar as estruturas organizacionais já existentes; 
d) Organizar e motivar ações coletivas, engajando a comunidade ou grupos 
específicos; 
e) Estimular o interesse dos participantes em temas gerais ou particulares. 
 
A reunião apresenta diversas vantagens em comparação a outros métodos 
adotados na extensão rural, destacando-se por: 
a) Alcançar um número maior de pessoas de uma só vez, o que a torna uma 
opção mais econômica do que realizar visitas individuais a propriedades 
rurais; 
b) Estreitar os laços de confiança entre o público e o extensionista, quando 
conduzida eficazmente; 
c) Encorajar o envolvimento ativo de todos na busca por soluções; 
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d) Unificar a compreensão acerca de problemas comuns, conscientizando os 
participantes. 
 
Contudo, como qualquer outro método, a reunião apresenta suas limitações: 
a) Necessita de um planejamentocuidadoso antecipadamente; 
b) Exige do extensionista competência para gerir o encontro de maneira efi-
caz; 
c) Requer engajamento pleno dos participantes para ser eficaz; 
d) Pode demandar uma quantidade significativa de tempo dos envolvidos; 
e) Pode não proporcionar a todos os presentes a chance de expressarem 
suas opiniões ou preocupações. 
 
Estes pontos destacam a importância de uma preparação meticulosa e de 
habilidades interpessoais por parte do extensionista para maximizar os benefícios de 
uma reunião, ao mesmo tempo em que se minimizam suas possíveis desvantagens. 
A questão da limitação em que nem todos conseguem se expressar durante 
uma reunião nos leva a considerar aspectos essenciais. Primeiramente, trata-se do 
desafio enfrentado por algumas pessoas que, por diversos motivos, como timidez, 
receio ou introspecção, sentem-se inibidas para participar ativamente, seja contribu-
indo com suas ideias, engajando-se nas discussões ou até mesmo absorvendo os 
conhecimentos e informações que se pretende disseminar entre todos os presentes. 
Para superar essa barreira, é possível recorrer a várias técnicas de dinamização que 
incentivam a participação mais ativa e equitativa de todos. Entre essas técnicas, po-
demos citar: 
• Grupos Pequenos: Dividir os participantes em subgrupos menores pode fa-
cilitar a expressão de quem se sente intimidado em ambientes maiores. 
• Rodas de Conversa: Essa técnica incentiva todos a compartilharem suas 
perspectivas em um formato mais íntimo e circular, promovendo a igual-
dade de voz entre os participantes. 
• Brainstorming (Tempestade de Ideias): Encoraja a contribuição espontânea 
de ideias de todos os membros, valorizando cada sugestão sem julgamento 
imediato. 
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• Dinâmicas de Grupo: Atividades lúdicas ou interativas que promovem o en-
gajamento e a colaboração, ajudando a quebrar o gelo e reduzir a ansie-
dade. 
• Uso de Tecnologia: Ferramentas digitais, como aplicativos de votação ou 
fóruns online, podem permitir que participantes mais tímidos expressem 
suas opiniões anonimamente ou com menos pressão. 
• Perguntas Direcionadas: Direcionar perguntas específicas a indivíduos ou 
grupos pode incentivar aqueles menos inclinados a falar a participarem 
mais ativamente. 
• Feedback Anônimo: Permitir que os participantes forneçam feedback ou 
façam perguntas anonimamente por meio de caixas de sugestões ou apli-
cativos pode ajudar a trazer à tona vozes que de outra forma permanece-
riam silenciosas. 
 
Implementando essas técnicas, pode-se melhorar significativamente a inclu-
são e o envolvimento de todos os participantes, assegurando que as reuniões sejam 
mais produtivas e que todos tenham a oportunidade de contribuir e se beneficiar das 
discussões. 
 
5.3.3 Demonstração prática 
 
Promovida pelo profissional de extensão rural, a Demonstração Prática engaja 
diretamente os produtores rurais com o objetivo de ensinar uma técnica validada a um 
coletivo. Seu propósito é fomentar o desenvolvimento de competências e habilidades, 
adotando a máxima de "aprender fazendo". Requer tanto o conhecimento específico 
quanto a destreza por parte do apresentador e a participação ativa dos espectadores 
para atingir o sucesso esperado. Sem a devida interação, o interesse pelo conteúdo 
apresentado se perde e, consequentemente, a adesão à técnica mostrada não ocorre. 
Como ilustrado na figura 11, realiza-se uma Demonstração Prática com o in-
tuito de instruir os agricultores de uma localidade no processo de poda em plantas 
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frutíferas. A imagem captura o momento de 
compartilhamento de informações, prevendo-
se uma etapa subsequente na qual alguns dos 
presentes pratiquem, por si mesmos, a técnica 
sugerida. Questões que surgem são pronta-
mente esclarecidas ao longo da atividade prá-
tica. 
É aplicada junto a grupos de tamanho 
pequeno e médio de pessoas. Tem, portanto, um alcance limitado. Ampliar demasia-
damente o tamanho do grupo pode comprometer a qualidade do trabalho na medida 
em que impede uma participação mais ativa dos envolvidos, bem como dos meandros 
do processo de aprendizagem e de implicação dos indivíduos. A questão aqui é primar 
pela qualidade na orientação prestada às pessoas. 
 
5.3.4 Unidade demonstrativa 
 
A Unidade Demonstrativa (UD) representa uma abordagem coletiva e intrin-
cada, demandando a integração de múltiplas técnicas, na qual extensionistas, pesqui-
sadores e participantes colaboram na geração de conhecimento ou na condução de 
experimentos através de testagens e exibições, mensurando sua viabilidade e efeitos. 
Geralmente implementada em terras agrícolas de fácil acesso para os interessados, 
é crucial que o extensionista deposite total confiança no agricultor responsável pela 
área da UD, a fim de otimizar os recursos utilizados e assegurar a obtenção dos re-
sultados desejados. Este vínculo é essencial 
para o sucesso do empreendimento. 
A implementação da UD de maneira 
colaborativa, com a participação ativa de to-
dos os envolvidos na análise dos resultados, 
promove um entendimento direto do conhe-
cimento produzido. Considere, por exemplo, 
uma UD que examina a eficácia de diferentes 
variedades de feijão em lotes de 100 m². É 
vital que o plantio em todas as parcelas ocorra simultaneamente e que os cuidados 
Figura 11 – Demonstração prática. 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
Figura 12 – Unidade demonstrativa. 
 
Fonte: Acervo EPAMIG. 
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providos (como preparo do solo e fertilização) sejam uniformemente aplicados, permi-
tindo uma avaliação precisa da variedade mais adequada para uma região ou local 
específico. A figura 12 mostra uma Unidade Demonstrativa focada em tecnologias de 
horticultura em Teófilo Otoni, Minas Gerais, com o propósito principal de demonstrar 
diversos métodos utilizados (irrigação, arranjo das plantas, fertilização, manejo, pro-
teção do solo, etc.) nesse contexto e em condições reais de campo. 
 
5.3.5 Dia de campo 
 
O Dia de Campo emerge como uma das principais estratégias adotadas tanto 
pela extensão rural quanto por empresas envolvidas na produção agrícola e na cria-
ção de animais. Trata-se de uma abordagem coletiva e detalhada, que necessita da 
combinação de diferentes técnicas e pode reunir dezenas a centenas de interessados. 
O ambiente selecionado para tais even-
tos pode variar entre fazendas, centros 
de pesquisa ou outros locais apropria-
dos. 
O principal objetivo do Dia de 
Campo é a promoção e divulgação de 
novas práticas, inovações tecnológicas, 
variedades de animais e plantas, propor-
cionando aos participantes a oportuni-
dade de experienciar de forma tangível 
aquilo que é apresentado. A capacidade 
de observar diretamente, discutir e avaliar as informações compartilhadas no evento 
é um de seus grandes diferenciais. Importa ressaltar que o foco está em suscitar inte-
resse geral, fomentar o debate, a troca de experiências e a disseminação de conheci-
mento entre os participantes. 
Este método também se caracteriza por ser grupal e multifacetado, exigindo 
a formação de uma equipe organizadora responsável pelo planejamento integral do 
evento. Isso inclui a definiçãode uma programação clara e específica, determinação 
do número de postos de atividade, bem como a organização logística para acolhi-
Figura 13 – Dia de campo. 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
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mento e coordenação do evento. As condições meteorológicas devem ser cuidadosa-
mente consideradas para facilitar o movimento dos participantes entre as diferentes 
estações. O uso de um gazebo (ou tenda) pode ser estratégico para oferecer abrigo 
em caso de condições climáticas adversas, como chuva ou sol intenso, protegendo 
tanto os participantes quanto os facilitadores. Contudo, caso haja previsão de tempo 
severo, a melhor decisão pode ser o reagendamento do evento para garantir a segu-
rança de todos e a eficácia desejada. A logística de acolhimento e direcionamento dos 
participantes exige um time com experiência, capaz de gerenciar todas as atividades 
e distribuir eficientemente as tarefas. 
 
5.3.6 Concurso 
 
O Concurso é um método que promove a competição entre agricultores com 
o intuito de evidenciar a superioridade de práticas agrícolas eficazes, o rendimento de 
culturas específicas e/ou a qualidade de determinadas raças animais. Um exemplo 
clássico é o concurso de produção leiteira realizado anualmente em feiras do setor 
agropecuário. 
Normalmente, a apuração dos resultados acontece durante grandes eventos, 
como feiras agropecuárias, com os ganhadores sendo homenageados em uma ceri-
mônia aberta ao público. O tradicional "banho de leite" é um ritual que celebra a vitória 
dos competidores. No entanto, uma desvantagem desse método é que ele pode in-
centivar a competitividade excessiva, levando a possíveis ressentimentos caso haja 
suspeitas ou dúvidas quanto aos critérios ou às decisões da Comissão de Avaliação. 
Por outro lado, quando conduzido com transparência, o concurso tem o potencial de 
fomentar um ambiente de companheirismo entre os concorrentes. 
 
 
5.4 OUTROS RECURSOS E FERRAMENTAS UTILIZADOS PELA EXTENSÃO RU-
RAL 
 
Programa de rádio 
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Num passado não muito distante, a única forma de comunicação entre as 
áreas urbanas e rurais era por meio do rádio. Existem relatos interessantes de pes-
soas hospitalizadas que recorriam a este meio para transmitir notícias aos familiares 
distantes, ansiosos por informações. Atualmente, com um dispositivo móvel em mãos, 
é possível se conectar com indivíduos ao redor do globo, transformando o mundo 
numa verdadeira aldeia global. Antes, especulava-se que o rádio desapareceria com 
a chegada da televisão, que combina o visual e o auditivo para alcançar os locais mais 
remotos. Através de antenas parabólicas e outros meios, captam-se sinais de qual-
quer parte do mundo, proporcionando acesso não apenas a entretenimento mas tam-
bém a uma vasta gama de conhecimentos disponíveis ininterruptamente. 
No entanto, ao contrário do que muitos previram, o rádio não apenas sobrevi-
veu como continua sendo uma parte essencial na vida de inúmeras famílias, tanto no 
campo quanto na cidade. Obviamente, os antigos aparelhos de válvula tornaram-se 
itens de coleção, não sendo mais utilizados. No entanto, as transmissões radiofônicas 
agora são acessíveis por meio de tecnologias modernas como smartphones, compu-
tadores e tablets. As emissoras de rádio mantêm sua operação, oferecendo uma am-
pla variedade de programas para todos os gostos e interesses. 
Dentro do contexto da extensão rural, o programa de rádio é considerado um 
meio de difusão ampla, capaz de alcançar um vasto número de ouvintes, incluindo 
aqueles que possuem dificuldades de leitura e escrita ou que vivem em áreas remotas. 
Representa uma alternativa econômica tanto para as comunidades rurais quanto para 
os profissionais de extensão, através da qual se disseminam informações relevantes. 
Por exemplo, para um pecuarista que precisa ir até a Secretaria de Desenvolvimento 
Rural para retirar vacinas contra a febre aftosa, ouvir no rádio que as doses já estão 
disponíveis pode economizar tempo e esforço. Além disso, programas de entrevistas 
com especialistas em ciências agrárias podem oferecer insights valiosos sobre gestão 
de propriedades, práticas de manejo e conservação do solo, entre outros temas. 
A participação de especialistas como convidados em programas de rádio, dis-
cutindo tópicos de sua expertise, é comum. Contudo, a organização de um programa 
regular de rádio exige planejamento detalhado por parte dos responsáveis. É essen-
cial utilizar uma linguagem simples e compreensível para a audiência. As rádios fre-
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quentemente realizam edições de áudio para aprimorar a qualidade sonora das gra-
vações. Em transmissões ao vivo, contudo, o processo é diferente e requer dinâmicas 
específicas. 
Um antigo ditado chinês nos lembra que três coisas nunca retornam: “a flecha 
disparada, a palavra dita e a oportunidade perdida”. A responsabilidade sobre as in-
formações transmitidas pelo rádio é grande, assim como a escolha dos participantes 
dos programas. Estamos cientes dos danos que a disseminação de notícias falsas e 
desinformação pode causar à sociedade. A credibilidade da voz do extensionista é 
fundamental para estabelecer uma reputação sólida e confiável. 
 
Programas de televisão 
Discutir sobre conteúdo audiovisual, em vez de focar apenas em programas 
de televisão, reflete as mudanças significativas na rotina de pessoas tanto na zona 
rural quanto urbana. Ainda é comum encontrar famílias que se reúnem para assistir a 
programas televisivos juntos, mas o cenário da comunicação evoluiu consideravel-
mente. Atualmente, existe uma vasta gama de opções audiovisuais disponíveis, com 
o streaming oferecendo conteúdo sob demanda adaptado aos interesses individuais. 
Com uma conexão à internet de qualidade, qualquer um pode acessar o conteúdo 
desejado em dispositivos variados, como smartphones, tablets, computadores ou 
Smart TVs. A velocidade com que as inovações ocorrem nesse setor sugere que o 
que é atual hoje pode se tornar obsoleto num futuro próximo. 
O conteúdo audiovisual, incluindo programas de TV, permanece como uma 
ferramenta valiosa de disseminação de informações para a extensão rural, funcio-
nando como um meio de comunicação em massa eficaz, graças à combinação do 
visual com a palavra falada. 
Além disso, este meio facilita o acesso à informação para uma ampla gama 
de públicos, exigindo, assim como o rádio, um planejamento cuidadoso em termos de 
recursos utilizados, linguagem e objetivos a serem atingidos. 
A era da tecnologia promoveu o advento da "sociedade da informação", mar-
cando o início de um novo paradigma social caracterizado pela troca rápida de uma 
grande quantidade de dados através de redes sociais como Facebook, Instagram, 
Twitter, WhatsApp, entre outros. Extensionistas rurais e agricultores utilizam essas 
plataformas para compartilhar informações constantemente. Por exemplo, produtores 
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da região deGlorinha, na grande Porto Alegre, divulgam e vendem seus produtos em 
feiras locais, utilizando-se de celulares para mostrar aos consumidores o que será 
oferecido. Muitos clientes, inclusive, realizam pagamentos antecipados por produtos 
orgânicos que pretendem comprar. Essa realidade, impensável há alguns anos, des-
taca como os meios de comunicação de massa se tornaram fundamentais no cotidi-
ano, oferecendo aos profissionais de extensão rural inúmeras oportunidades para oti-
mizar seu trabalho. 
 
A linguagem escrita 
O poder do conteúdo audiovisual é inegável. Confúcio, um sábio chinês que 
viveu 400 anos antes de Cristo, já dizia, de forma quase profética, que "uma imagem 
vale mais do que mil palavras", reconhecendo a potência da imagem na comunicação. 
Contudo, é essencial não subestimar o valor da linguagem escrita, nem considerar a 
imagem como um substituto completo da palavra. Enquanto as imagens constituem 
uma forma poderosa de comunicação, a palavra escrita desempenha um papel fun-
damental na interação entre as pessoas. Neste contexto, a extensão rural emprega 
diversos meios de comunicação escrita, entre eles: 
• Folder: Este é um instrumento de comunicação verbal impresso em uma 
única folha de papel, que pode variar em tamanho, comumente em formato 
ofício ou meio ofício, e geralmente apresenta duas dobras, com as partes 
laterais dobradas sobre o centro. Pode ser impresso tanto em preto e 
branco quanto em cores, mas deve sempre incluir ilustrações para comple-
mentar a mensagem, que deve ser apresentada de forma simples e direta. 
• Carta circular: A palavra "carta" tem origem no termo latino para uma folha 
de papel preparada para a escrita. As cartas têm sido usadas desde a an-
tiguidade para diversos propósitos, primordialmente para comunicar men-
sagens a indivíduos ou grupos específicos. Na extensão rural, a carta cir-
cular é frequentemente utilizada para informar comunidades sobre temas 
relevantes, convidar para eventos ou transmitir orientações de maneira 
clara e objetiva. Assim como no folder, recomenda-se o uso de figuras ou 
ilustrações para enriquecer o conteúdo. Por exemplo, a figura 14 poderia 
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ilustrar uma carta circular enviada a avicultores da região de Pelotas, con-
vidando-os para uma reunião técnica com o propósito de orientá-los sobre 
a seleção e o descarte adequado de poedeiras. 
 
Figura 14 – Exemplo de carta circular. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
Para criar uma carta circular eficaz e impactante, é crucial seguir algumas 
diretrizes essenciais. Estas orientações ajudam a garantir que a mensagem não ape-
nas alcance o destinatário, mas também ressoe de maneira significativa: 
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• Empregar uma linguagem que seja ao mesmo tempo clara e acolhedora é 
fundamental. O objetivo é fazer com que o leitor se sinta diretamente en-
volvido e considerado pela mensagem, criando um vínculo pessoal através 
das palavras. 
• Concentrar-se em um único tema ou ideia principal evita a dispersão da 
atenção e fortalece a comunicação. Incluir múltiplos pontos ou informações 
excessivas pode diluir a mensagem principal e confundir o destinatário. 
• A utilização de pronomes e expressões que remetam ao leitor de forma 
pessoal é uma estratégia valiosa. Isso ajuda a evitar que a carta soe im-
pessoal ou demasiadamente formal, aproximando o remetente do destina-
tário. 
• A economia de palavras é uma virtude. Recomenda-se que cada sentença 
seja concisa, idealmente com no máximo dez palavras, e que os parágrafos 
não ultrapassem 100 palavras. A clareza e a brevidade são cruciais, espe-
cialmente considerando que, na maioria dos casos, a carta não deve exce-
der uma página. 
• A inclusão de uma figura ou ilustração relevante pode significativamente 
aumentar o impacto da carta, atraindo a atenção para a mensagem e refor-
çando o ponto de vista apresentado. 
 
Seguindo estas diretrizes, é possível elaborar cartas circulares que não ape-
nas informam, mas também engajam e motivam o público-alvo de maneira eficaz. 
 
 
5.5 METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS EM EXTENSÃO RURAL 
 
Desde a década de 1980, as metodologias participativas começaram a de-
sempenhar um papel crucial no Brasil e em diversos países ao redor do mundo. Esse 
movimento, especialmente significativo em nações latino-americanas, está vinculado 
ao que ficou conhecido como “o repensar da extensão rural”. De maneira concisa, 
durante a era difusionista-produtivista, a extensão rural focava predominantemente na 
disseminação de inovações tecnológicas, negligenciando as reais necessidades e de-
mandas dos agricultores. Em suma, os principais beneficiados pela extensão rural 
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nesse período não foram os agricultores, mas sim os conglomerados de capital finan-
ceiro e agroindustrial associados ao agronegócio voltado para a exportação. As me-
todologias participativas surgem, então, com a intenção de reconhecer e valorizar as 
vozes das famílias rurais, permitindo que expressassem suas opiniões, demandas e 
participassem ativamente nas decisões que influenciam suas vidas e futuros. 
Essencialmente, a adoção de metodologias participativas reflete uma trans-
formação profunda nos conceitos anteriormente estabelecidos. Significa reconhecer 
os erros passados e adotar uma nova postura que coloca os agricultores no centro do 
processo decisório, atendendo às suas necessidades que transcendem a simples apli-
cação de novas tecnologias. Essa abordagem subverte a dinâmica tradicional “de 
cima para baixo” e propõe a criação de novas trajetórias baseadas em uma interação 
dialógica “de baixo para cima”, comprometida com objetivos de longo prazo e o bem-
estar dos agricultores. 
As metodologias participativas são enfocadas primordialmente nos agriculto-
res, agricultoras, suas famílias e comunidades, ao invés de se concentrarem apenas 
na tecnologia. O tipo de participação visado aqui é essencial entender: não se trata 
de uma participação passiva, onde os envolvidos estão alienados do que está sendo 
discutido, nem uma participação puramente baseada em interesses materiais de curto 
prazo. A verdadeira participação é ativa, propositiva e visa contribuir significativa-
mente para a melhoria das condições de vida tanto dos estabelecimentos individuais 
quanto da comunidade rural em geral. 
Tal participação envolve o debate responsável dos temas, a realização de 
acordos e a busca por um consenso. Inspirando-nos em Aristóteles, que afirmava ser 
o homem um "animal político" que se realiza plenamente na polis, através da interação 
com seus semelhantes e obedecendo às leis que regulamentam a sociedade, com-
preendemos que discutir questões e encontrar soluções consensuais faz parte do te-
cido da vida comunitária. Para isso, é necessário criar condições que permitam a to-
dos participar de maneira livre, consciente, responsável e colaborativa nas discus-
sões. 
Antes de abordar específicamente alguns métodos participativos, é importante 
destacar as diferenças fundamentais entre a extensão rural convencional e a extensão 
rural agroecológica que surgiu como resposta à crise dos anos 1980 e à necessidade 
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de repensar a extensão rural. Essas diferenças podem ser observadas em vários as-
pectos, tais como as bases teóricas, os objetivos principais, as metodologias empre-
gadas, a forma de comunicação, a concepção educativa e o papel dos agentes de 
extensão rural, conforme detalhado no Quadro 5. Este quadro ilustra as contrastantes 
abordagens e filosofias entre esses dois modos de extensão rural, evidenciando uma 
evolução para práticas mais inclusivas, sustentáveis e orientadas à comunidade. 
 
Quadro 5 – Diferenças entre modelos de extensão rural segundo aspectos distintos. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
O Quadro 5 destaca o contraste significativo entre a Extensão Rural Conven-
cional, que se concentra primordialmente na difusão de tecnologias e no aumento da 
produtividade, e a Extensão Rural Agroecológica, que ganhou força no século XXI. É 
relevante notar que determinadas ferramentas da Extensão Rural Convencional per-
manecem úteis e devem ser utilizadas quando comprovadamente eficazes. O diferen-
cial crucial reside na abordagem adotada na prática da extensão rural. 
A perspectiva agroecológica posiciona o agricultor — seja homem ou mulher 
— como protagonista dos processos, enquanto a visão convencional tende a tratá-lo 
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mais como um objeto passivo ou um mero destinatário das tecnologias. A adesão à 
abordagem agroecológica implica não apenas uma mudança de discurso, mas uma 
transformação profunda nas práticas, afastando-se dos equívocos e limitações histó-
ricas associadas à extensão rural tradicional. 
Portanto, a transição para uma extensão rural agroecológica demanda um 
compromisso genuíno com novas metodologias e filosofias de trabalho, que valorizem 
o conhecimento, as necessidades e as capacidades dos agricultores, promovendo 
uma agricultura sustentável, resiliente e integrada ao ecossistema. Este movimento 
não somente reconhece os agricultores como agentes ativos e essenciais para o de-
senvolvimento rural, mas também busca estabelecer uma relação mais equitativa e 
colaborativa entre todos os envolvidos no processo de extensão. 
 
5.5.1 Diagnóstico rural participativo 
 
O Diagnóstico Rural Participativo (DRP) é uma abordagem compreensiva que 
transcende a ideia de um método isolado, representando uma metodologia que incor-
pora uma diversidade de métodos e técnicas. Definido em um documento por várias 
organizações latino-americanas, o DRP é entendido como um processo através do 
qual os atores de um território específico identificam seus problemas, necessidades, 
potencialidades, sugestões e demandas, visando desenvolver soluções eficazes e al-
cançar o sucesso desejado. 
A essência do DRP reside na participação ativa da comunidade ou coletivi-
dade na identificação das causas e dos fatores que contribuem para a existência de 
determinados problemas ou situações. Assim, permite que, com base nas informa-
ções coletadas, os membros da comunidade compreendam a realidade a partir de 
suas próprias perspectivas, sem que o agente de extensão rural imponha soluções 
preconcebidas ou diretrizes fixas. Uma abordagem que antecipa soluções sem a par-
ticipação ativa da comunidade distorce o propósito central do DRP. 
O objetivo fundamental do DRP é promover a autodeterminação das comuni-
dades por meio da participação ativa, incentivando processos que conduzam à eman-
cipação coletiva, em contraponto a uma relação de dependência assistencialista. A 
dependência contínua de intervenções externas para resolver questões locais pode 
perpetuar práticas de clientelismo, caciquismo e estagnação. Embora originalmente 
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concebido para áreas rurais, o princípio e a prática do DRP podem ser igualmente 
aplicados em contextos urbanos, conhecido neste caso como Diagnóstico Urbano 
Participativo (DRUP), ampliando seu escopo e relevância para além das comunidades 
rurais. 
 
5.5.1.1 Passos básicos do Diagnóstico Rural Participativo 
 
a) Motivação para realizar o DRP 
A realização de um Diagnóstico Rural Participativo (DRP) exige, antes de 
qualquer coisa, uma compreensão clara dos objetivos e motivações por trás da inici-
ativa. Em geral, isso implica a identificação de um problema específico ou desafio 
enfrentado pela comunidade ou grupo em questão. Sem a existência de uma vontade 
política ou um genuíno desejo por transformação, avançar no processo seria ineficaz. 
Assim, é crucial questionar: O que se espera descobrir com o DRP? Qual é o foco 
principal da investigação? 
 
b) Montagem da equipe responsável por realizar o DRP 
A execução eficaz do DRP depende da formação de uma equipe competente 
e engajada. Isso pode envolver tanto os extensionistas de uma organização ou escri-
tório específico quanto a participação de indivíduos externos que possam contribuir 
com sua experiência e compreensão da realidade local. A inclusão de líderes comu-
nitários no processo não só é recomendada como pode ser fundamental para garantir 
a relevância e o impacto das ações propostas. 
 
c) Obtenção de informação secundária 
Uma etapa crítica do processo do DRP é a coleta de informações secundárias 
que possam fornecer um panorama geral do território ou comunidade em foco. Isso 
inclui dados sobre a população local, características geográficas, histórico de proble-
mas ambientais como inundações devido ao assoreamento de rios, e outros aspectos 
relevantes. Essas informações, geralmente disponíveis através de estudos prévios ou 
registros públicos, são essenciais para construir uma base de conhecimento sobre a 
qual o diagnóstico participativo será desenvolvido. Essa etapa preparatória permite 
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não apenas a identificação de questões críticas, mas também facilita a contextualiza-
ção das discussões e intervenções subsequentes dentro das realidades específicas 
da comunidade. 
 
d) Definição dos atores sociais participantes 
A seleção de participantes em um Diagnóstico Rural Participativo (DRP) é 
crucial, pois não necessariamente todos os membros da comunidade desejarão ou 
poderão contribuir ativamente. No contexto de questões ambientais, por exemplo, é 
essencial envolver agricultores, associações locais, instituições acadêmicas, centros 
de pesquisa, ONGs e quaisquer outros grupos interessados tanto na fase de diagnós-
tico quanto na proposição de soluções. A diversidade de perspectivas e a inclusão de 
uma ampla gama de atores sociais enriquecem o processo, promovendo uma abor-
dagem colaborativa e multidisciplinar para identificar e abordar os desafios enfrenta-
dos pela comunidade. 
 
e) Montagem dos instrumentos de coleta de dados primários 
Os dados primários são informações coletadas diretamente da fonte, através 
de métodos que podem ser qualitativos, como entrevistas detalhadas, ou quantitati-
vos, como questionários estruturados. Perguntas sobre práticas de manejo do solo, 
impactos da erosão na produtividade agrícola e efeitos na qualidade da água são es-
senciais paracompreender a realidade local sob a perspectiva dos próprios agriculto-
res. Fotografias e outros registros visuais complementam essas informações, ofere-
cendo uma imagem concreta das condições do território. 
Além disso, a etapa de coleta de dados pode se beneficiar de técnicas parti-
cipativas para fomentar o debate entre os membros da comunidade sobre temas re-
levantes, em reuniões ou workshops. Métodos como brainstorming e Phillips 66 faci-
litam a geração de ideias e discussões coletivas. A Análise SWOT (Strengths, 
Weaknesses, Opportunities, Threats - Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades, Amea-
ças) é outra ferramenta valiosa, ajudando os participantes a identificar de maneira 
estruturada os pontos fortes e desafios da comunidade, bem como as oportunidades 
e ameaças ao seu desenvolvimento. Essas atividades são fundamentais para a cons-
trução de uma compreensão compartilhada sobre a situação atual e para o planeja-
mento de ações futuras baseadas em consenso e colaboração. 
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Figura 15 – Matriz para análise FOFA (SWOT). 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
 
Nesse cenário, a organização das famílias rurais para comercializar sua pro-
dução hortifrutícola orgânica a consumidores urbanos apresenta diversos aspectos a 
considerar: 
▪ Fortalezas: Entre as principais vantagens do grupo estão a qualidade su-
perior de sua produção orgânica e a localização estratégica da comuni-
dade, que pode facilitar a logística de distribuição. Estes pontos fortes são 
fundamentais para o sucesso da iniciativa, oferecendo uma base sólida so-
bre a qual construir a proposta de valor ao consumidor. 
▪ Oportunidades: A crescente demanda dos consumidores por produtos or-
gânicos representa uma oportunidade significativa para o grupo. A disposi-
ção dos consumidores urbanos em adquirir toda a produção disponível abre 
caminho para estabelecer uma conexão direta e lucrativa entre produtores 
e consumidores, alinhada com tendências de consumo sustentável. 
▪ Fraquezas: A falta de organização e o despreparo técnico para planejar e 
gerenciar uma produção diversificada surgem como desafios internos. Es-
ses fatores podem comprometer a capacidade do grupo de atender consis-
tentemente à demanda ou de expandir sua oferta de produtos de forma 
sustentável. 
▪ Ameaças: Fatores externos, como mudanças na legislação ou exigências 
de certificação, representam ameaças sobre as quais o grupo tem pouco 
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controle direto. Tais desafios podem impor barreiras significativas ao cres-
cimento ou à continuidade do projeto. 
 
A técnica da “Árvore de Problemas” ajuda a visualizar e compreender a estru-
tura e dinâmica dos desafios enfrentados. Ao 
identificar o problema central da erosão do solo, 
suas causas (como manejo inadequado da terra 
e falta de cobertura do solo) e os efeitos decor-
rentes (voçorocas, redução da produtividade, 
assoreamento de rios), os participantes podem 
elaborar estratégias mais eficazes de interven-
ção. É importante que todos os envolvidos este-
jam engajados desde o início e participem ativa-
mente em todas as etapas do processo, garan-
tindo que as soluções propostas sejam pertinen-
tes, viáveis e sustentáveis. Esse envolvimento 
coletivo não apenas fortalece a iniciativa, mas 
também promove a capacitação e o empoderamento dos participantes, contribuindo 
para a resiliência e autossuficiência da comunidade. 
As falhas organizacionais e a falta de preparo das lideranças podem afetar 
negativamente a credibilidade de qualquer projeto, levando à possível desvinculação 
de membros da comunidade. No entanto, reconhecendo as ameaças de maneira clara 
e com antecedência, o grupo pode desenvolver estratégias para enfrentá-las efetiva-
mente, reforçando a coesão e o propósito comum durante as fases do Diagnóstico 
Rural Participativo (DRP). 
 
f) Processamento e análise da informação levantada 
Os dados coletados pela equipe precisam ser sistematicamente organizados 
para sua apresentação e análise coletiva, englobando tanto informações primárias 
quanto secundárias. Elementos como entrevistas, mapas participativos e resultados 
de dinâmicas como a Análise SWOT ou Árvore de Problemas constituem a base de 
dados a ser examinada pelos extensionistas e pela comunidade, visando avançar na 
compreensão dos desafios e na formulação de soluções. 
Figura 16 – Exemplo de árvore de 
problemas. 
 
Fonte: Caldas e Dos Anjos (2021). 
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g) Priorização de problemas 
Com um conjunto robusto de informações à disposição, é essencial identificar 
e classificar as questões mais prementes. Esta etapa envolve uma decisão coletiva 
sobre quais problemas requerem atenção imediata, baseando-se na percepção e nas 
prioridades da própria comunidade. A priorização é um passo decisivo que direciona 
o foco e os recursos para as áreas de maior urgência, conforme reconhecido pelos 
próprios membros da comunidade. 
 
h) Apresentação da informação e validação do diagnóstico 
A apresentação dos resultados do diagnóstico à comunidade é um momento 
chave no processo do DRP. Essa fase permite não apenas a divulgação dos achados, 
mas também a inclusão de novas perspectivas e a validação coletiva das informações 
coletadas. É vital que essa apresentação seja realizada de forma clara, preferencial-
mente com o auxílio de recursos audiovisuais, para facilitar a compreensão e engaja-
mento de todos. A equipe responsável pelo diagnóstico deve estar aberta a feedbacks 
e críticas, enfatizando que o diagnóstico é um produto da contribuição coletiva e do 
esforço compartilhado. A validação por parte da comunidade garante que o diagnós-
tico reflita fielmente a realidade e as necessidades locais, estabelecendo uma base 
sólida para ações futuras. 
 
i) Elaboração de um plano de ação 
Após a construção e validação de um diagnóstico com base em informações 
detalhadas e o envolvimento da comunidade, o próximo passo é a formulação de um 
Plano de Ação. Este plano deve ser desenvolvido de maneira participativa, definindo 
claramente quais problemas serão abordados e estabelecendo metas e indicadores 
que permitam monitorar o progresso em relação à situação inicial. A definição de ob-
jetivos claros e a possibilidade de realizar ajustes conforme necessário são essenciais 
para alcançar os resultados desejados. A construção de consenso e o fortalecimento 
do comprometimento entre os participantes são fundamentais para a eficácia do 
plano. 
 
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O processo do Diagnóstico Rural Participativo (DRP), apesar de ser mais com-
plexo e exigente que outros métodos como Unidade Demonstrativa ou Dia de Campo, 
tem um potencial significativo de impacto e sustentabilidade. Isso se deve ao fato de 
ser baseado na participação ativa da comunidade, o que confere ao plano de ação 
uma legitimidade e aceitação que métodos mais diretivos muitas vezes não alcançam. 
A comunidade não só participa na identificaçãodos problemas e na elaboração das 
estratégias, mas também se envolve diretamente na implementação e na avaliação 
das ações, contribuindo para uma mudança efetiva e duradoura. 
Embora existam outros métodos participativos na extensão rural, como a In-
vestigação-Ação Participativa, que combina pesquisa científica com intervenção prá-
tica, o DRP é frequentemente escolhido por sua eficácia e aplicabilidade tanto por 
agências de extensão oficiais e privadas quanto por ONGs. A escolha pelo DRP reflete 
sua capacidade de engajar as comunidades no processo de desenvolvimento, priori-
zando problemas e estratégias de ação de forma coletiva e informada, o que potenci-
aliza a transformação social e ambiental das áreas rurais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - Como são classificadas as metodologias em ATER quanto ao seu alcance? 
a) Individual, grupal e coletivo. 
b) Pessoal, familiar e comunitário. 
c) Individual, grupal e indefinido. 
d) Simples, intermediário e complexo. 
 
2 - O que caracteriza principalmente uma reunião no contexto da extensão rural? 
a) Um método individual focado exclusivamente no aumento da produtividade. 
 
Vá no tópico VÍDEO COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse 
os vídeos “Metodologias participativas de extensão rural”. 
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b) Um método grupal para discussão de questões técnicas ou de outra natureza. 
c) Uma abordagem que evita o envolvimento ativo dos participantes. 
d) Um encontro casual e espontâneo sem planejamento prévio. 
 
3 - Quais são os principais objetivos da Demonstração Prática em extensão rural? 
a) Promover a independência dos produtores rurais de tecnologias externas. 
b) Ensinar técnicas validadas e fomentar o desenvolvimento de competências. 
c) Encorajar o uso de práticas agrícolas tradicionais sem inovações. 
d) Reduzir o envolvimento e a participação dos espectadores. 
 
4 - No contexto da extensão rural, como os programas de rádio se destacam como 
um recurso? 
a) Por serem uma forma ultrapassada de comunicação com pouco impacto atual. 
b) Como um meio de difusão ampla capaz de alcançar ouvintes em áreas remotas. 
c) Somente como uma alternativa econômica para profissionais de extensão, sem 
benefícios para a comunidade. 
d) Exclusivamente para entretenimento, sem valor informativo ou educativo. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) CALDAS, Nádia Velleda; ANJOS, Flávio Sacco dos. Extensão rural: um manual 
para alunos de graduação. Pelotas: EFPel, 2021. 
2) FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
 
 
 
 
 
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