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DIREITO E LEGISLAÇÃO SOCIAL AVALIAÇÃO 1 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA ALUNO: CAMPUS: RIO DAS OSTRAS/RJ ENUNCIADO DA AVALIAÇÃO Direitos Fundamentais Os Direitos Fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 são de fundamental importância, pois formam a base valorativa dos demais direitos positivados, evitando, ainda que leis e regras infraconstitucionais acabem violando, ainda que indiretamente os mesmos. Em jurisprudência proferida no dia 17/12/2020, o STF manifestou-se acerca da possibilidade de imposição de vacinação compulsória aos cidadãos. De acordo com a ementa da decisão, embora uma pessoa não possa ser forçada a se vacinar, medidas restritivas podem ser impostas àquela que se nega ao procedimento, respeitados alguns parâmetros como a proporcionalidade, vejamos: AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE. VACINAÇÃO COMPULSÓRIA CONTRA A COVID-19 PREVISTA NA LEI 13.979/2020. PRETENSÃO DE ALCANÇAR A IMUNIDADE DE REBANHO. PROTEÇÃO DA COLETIVIDADE, EM ESPECIAL DOS MAIS VULNERÁVEIS. DIREITO SOCIAL À SAÚDE. PROIBIÇÃO DE VACINAÇÃO FORÇADA. EXIGÊNCIA DE PRÉVIO CONSENTIMENTO INFORMADO DO USUÁRIO. INTANGIBILIDADE DO CORPO HUMANO. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA. INVIOLABILIDADE DO DIREITO À VIDA, LIBERDADE, SEGURANÇA, PROPRIEDADE, INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. VEDAÇÃO DA TORTURA E DO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE. COMPULSORIEDADE DA IMUNIZAÇÃO A SER ALÇANÇADA MEDIANTE RESTRIÇÕES INDIRETAS. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E ANÁLISES DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DAS VACINAS. LIMITES À OBRIGATORIEDADE DA IMUNIZAÇÃO CONSISTENTES NA ESTRITA OBSERVÂNCIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. COMPETÊNCIA COMUM DA UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS PARA CUIDAR DA SAÚDE E ASSISTÊNCIA PÚBLICA. ADIS CONHECIDAS E JULGADAS PARCIALMENTE PROCEDENTES. I – A vacinação em massa da população constitui medida adotada pelas autoridades de saúde pública, com caráter preventivo, apta a reduzir a morbimortalidade de doenças infeciosas transmissíveis e a provocar imunidade de rebanho, com vistas a proteger toda a coletividade, em especial os mais vulneráveis. II – A obrigatoriedade da vacinação a que se refere a legislação sanitária brasileira não pode contemplar quaisquer medidas invasivas, aflitivas ou coativas, em decorrência direta do direito à intangibilidade, inviolabilidade e integridade do corpo humano, afigurando-se flagrantemente inconstitucional toda determinação legal, regulamentar ou administrativa no sentido de implementar a vacinação sem o expresso consentimento informado das pessoas. III – A previsão de vacinação obrigatória, excluída a imposição de vacinação forçada, afigura-se legítima, desde que as medidas às quais se sujeitam os refratários observem os critérios constantes da própria Lei 13.979/2020, especificamente nos incisos I, II, e III do § 2º do art. 3º, a saber, o direito à informação, à assistência familiar, ao tratamento gratuito e, ainda, ao “pleno respeito à dignidade, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais das pessoas”, bem como os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, de forma a não ameaçar a integridade física e moral dos recalcitrantes. IV – A competência do Ministério da Saúde para coordenar o Programa Nacional de Imunizações e definir as vacinas integrantes do calendário nacional de imunização não exclui a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para estabelecer medidas profiláticas e terapêuticas destinadas a enfrentar a pandemia decorrente do novo coronavírus, em âmbito regional ou local, no exercício do poder-dever de “cuidar da saúde e assistência pública” que lhes é cometido pelo art. 23, II, da Constituição Federal. V - ADIs conhecidas e julgadas parcialmente procedentes para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 3º, III, d, da Lei 13.979/2020, de maneira a estabelecer que: (A) a vacinação compulsória não significa vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e (i) tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, (ii) venham acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes, (iii) respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas; (iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, e (v) sejam as vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e (B) tais medidas, com as limitações expostas, podem ser implementadas tanto pela União como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas esferas de competência. • (STF - ADI: 6586 DF 0106444-70.2020.1.00.0000, Relator: RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 17/12/2020, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 07/04/2021) Elabore uma apresentação de slides de até 10 lâminas, explicando os conceitos de 03 (três) direitos fundamentais que podem ser identificados no acórdão citado, apresentando, pelo menos, três exemplos de cada um deles e seus respectivos fundamentos constitucionais. Procedimentos para elaboração: 1. Leia o acordo apresentado na situação problematizadora. 2. Identifique, pelo menos, 03 direitos fundamentais citados na ementa. 3. Prepare slides explicativos para cada direito fundamental, informando o seu conceito, sua fundamentação constitucional e pelo menos três exemplos nos quais o direito estaria sendo respeitado ou desrespeitado por uma norma ou agente público ou privado. INTRODUÇÃO Os direitos e garantias fundamentais estão previstos no Título II da Constituição Federal de 1988, divididos em Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Direitos Sociais, Direitos e Deveres da Nacionalidade, Direitos Políticos e dos Partidos Políticos. Os direitos e deveres individuais e coletivos estão previstos no Art 5º da CF/88 e seus incisos. Este artigo nos ensina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Além disso, em Direitos Sociais, o art. 6º Caput nos diz que: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. No caso em tela, analisando o acordão, podemos identificar, dentre outros direitos fundamentais, o direito a vida, o direito a liberdade e direito a saúde. DIREITO A VIDA O direito a vida é o principal direito fundamental, pois se não há proteção à vida não há que se falar em proteção à outros direitos. O direito a vida é inviolável e garantido a todos residentes no Brasil pela Constituição Federal de 1988. O direito à vida está fundamentado no caput do Art. 5º da CF/88 que nos ensina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Na ADI estudada neste caso concreto, a preocupação do legislador e do relator é com o direito a vida dos cidadãos em plena pandemia, mesmo que outros direitos sejam desrespeitados, pois a vida é o maior bem tutelado, como um segundo exemplo, em respeito pela vida, a Constituição Federal de 1988, proíbe a pena de morte, ressalvado o caso de guerra declarada e por fim, o terceiro exemplo é a vedação da tortura e tratamento desumano ou degradante previstos no Art. 5º inciso III da CF/88. DIREITO A LIBERDADE O direito à Liberdade garante ao cidadão agir de acordo com sua própria vontade, desde que não infrinja direitos de terceiros. Desta forma, o direto de liberdadepode se manifestar de diversas formas, como a liberdade de locomoção, de culto, de expressão, de pensamento, etc. O direito à liberdade está fundamentado no Art.5º da CF/88 que nos diz: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, bem como nos incisos XV - liberdade de locomoção, VI - de culto, IV - de pensamento, etc. No caso concreto, temos como primeiro exemplo no caso de não vacinação a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares, afetando o direito de locomoção, um segundo exemplo é a liberdade de expressão, que é conferido o direito de concordar ou discordar de algo, expressando uma opinião sem desrespeitar o próximo e como terceiro e último exemplo a liberdade religiosa, que é a possibilidade do cidadão escolher qualquer tipo de crença religiosa, ou ainda, declarar-se ateu. DIREITO À SAÚDE O direito à Saúde é o princípio fundamental que assegura que toda sociedade tenha acesso aos serviços de saúde adequados, com instalações, profissionais de saúde, medicamentos e serviços de prevenção. Este direito está previsto no art.6º da CF/88, estando fundamentado no art.196 da CF/88 que nos fala que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Pode-se citar como primeiro exemplo de respeito a este direito é a preocupação do Estado em fornecer os medicamentos e as vacinas contra o COVID-19 a todo cidadão e como segundo exemplo positivo, o fornecimento de instalações e dos profissionais de saúde na época da pandemia. Um terceiro exemplo, mas este de desrespeito a Direito a Saúde, é quando um agente privado, como os Planos de Saúde, nega atendimento ao cidadão, por este portar algum tipo de enfermidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: • Constituição Federal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm, acessado em 27 de março de 2025; • DIREITOS e garantias fundamentais: conceito e características. Disponível em: https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/, acessado em 27 março de 2025; • LENZA , Pedro. Esquematizado - Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Editora Saraiva, 2023. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ https://www.projuris.com.br/blog/o-que-sao-direitos-fundamentais/ Slide 1: DIREITO E LEGISLAÇÃO SOCIAL Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7