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LIVRO ACOMPANHAMENTO DE OBRAS

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1
2
3
4
Instituição Responsável
ETAPAS
Técnicos Responsáveis
Monika Aigner
Sílvio Trindade
Socorro Leite
Colaboradores
Luciana Macário
Alter Silveira
Enio Eskinaci
Parceiros
Fórum do PREZEIS
Câmara de Urbanização do PREZEIS
URB-Recife
DED
Referências Bibliográficas
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social.
Melhorias Urbanas em Vilas e Favelas. Orientações técnicas. Belo Horizonte.1992.
FIDEM. Manual de ocupação dos morros da região metropolitana do Recife. Recife. 2004.
ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland. Manual Mãos a Obra.
http://www.ebanataw.com.br
http://www.saneamento10.hpg.ig.com.br
http://www.neagua.ufsc.br
http://www.recife.pe.gov.br
http://www.tudosobrepavimentacao.com.br
http://www.cehop.gov.br
Programação Visual
H3 Comunicação Visual Ltda - 81 3051.0335
Ilustração
Luíz Carlos Lopes
Tiragem
1000 exemplares
5
A Etapas
Apresentação
Por que fiscalizar as obras ?
Pavimentação / Drenagem
Revestimento de Canais
Escadarias e Rampas
Contenção e Revestimento de Barreiras
Saneamento
Edificações
Obras sem manutenção não dá !
Indice
04
05
06
07
14
17
19
23
25
36
6
A ETAPAS
Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social
A ETAPAS é uma organização não-governamental (ONG), criada em
1982, cuja missão é contribuir para a construção de uma sociedade
justa e democrática através da melhoria de vida urbana dos setores
historicamente excluídos, da defesa de direitos e do fortalecimento
da cidadania ativa, tendo como base dos seus princípios a igualdade
de gênero e etnia.
A ETAPAS trabalha por meio de dois eixos centrais, definidos no último
plano trienal, que são Juventude e ação política e Gestão urbana
e controle social, a partir dos quais se expressam as ações
estratégicas voltadas para:
• fortalecimento dos processos de participação;
• economia popular urbana;
• intervenção em espaços de interlocução da sociedade civil
com o poder público — PREZEIS e Orçamento Participativo;
• intervenção territorial estratégica — RPA6 e a Comunidade de
Caranguejo e Tabaiares;
• participação em redes e fóruns, dos quais se destacam, entre
outros: FERU (Fórum Estadual de Reforma Urbana), FNPP
(Fórum Nacional de Participação Popular), ABONG
(Associação Brasileira de Ongs), Fórum da Economia Popular.
Para viabilização de suas atividades a ETAPAS utiliza os
seguintes instrumentos:
• estudos e pesquisas;
• formação e capacitação;
• comunicação, informação e material de apoio pedagógico.
7
Desde 1996 a ETAPAS acompanha o Fórum
do PREZEIS e desde 2003 vem acompanhando a
Câmara de Urbanização do PREZEIS.Esta cartilha
de Dicas para Acompanhamento de Obras é um dos
resultados da parceria entre o Fórum do PREZEIS e
a ETAPAS no acompanhamento da Câmara de
Urbanização. Este trabalho vem sendo desenvolvido
desde 2003 e tem como foco o planejamento e
monitoramento de ações de urbanização em conjunto
com os representantes das comunidades.
Com esta cartilha a ETAPAS pretende
contribuir com o controle da qualidade das obras
públicas executadas nas ZEIS, reforçando o controle
social sobre os gastos públicos e o acesso à moradia
adequada para os moradores e moradoras das ZEIS.
As dicas aqui reunidas têm o objetivo de
colaborar com a fiscalização das obras pela
população, que mesmo não tendo formação técnica
para isso, tem a vivência e a experiência prática de
consolidação de suas habitações.
APRESENTAÇÃO
8
Qualquer ação, especialmente uma ação pública, deve ser
fiscalizada por quem será afetado por ela. Com a execução de uma
obra pública também deve ser assim. Além do fiscal do próprio poder
público, os moradores também podem e devem fiscalizar, pois esse
são os clientes desta obra.
Porém, é comum que os moradores sejam desrespeitados nesta
relação, não só nas suas observações, mas na falta de material
necessário para acompanhar a obra. O projeto e as planilhas são
essenciais para esse acompanhamento, de modo que se possa
questionar serviços feitos de forma errada.
Muitos dos problemas observados nas obras se devem a projetos
elaborados sem uma apropriação necessária da realidade local e até
de interlocução com a população e seus representantes. Por isso, antes
da licitação da obra, é importante conhecer o projeto e corrigir as
questões que podem se tornar problemas com a execução da obra.
Durante toda a execução da obra, a fiscalização do poder público
deve estar atenta à qualidade da obra, independente de onde ela seja
executada. Muitas vezes, esta fiscalização se mostra insuficiente com
o aparecimento de problemas que poderiam ser evitados com uma
ação mais sistemática dos fiscais. Principalmente nas áreas populares,
é comum se observar o uso de material de má qualidade, o que resulta
em problemas antes mesmo do fim da execução da obra.
É importante lembrar que tanto o órgão público que contrata as
obras, quanto as empresas contratadas podem sofrer penalidades em
caso de mau uso do recurso público. O Código Civil (lei 10.406/2002),
em seu Art 618, prevê que a empresa responsável responderá pela
obra durante 5 anos, ficando, neste prazo, a empresa obrigada a reparar
danos acarretados pela má execução da obra.
Os transtornos causados durante a execução de uma obra
devem ser compensados após sua conclusão. Afinal de contas ela
serve para melhorar a vida das pessoas.
Por que fiscalizar as obras ?
9
pavimentação é a cobertura do solo com a finalidade de dar melhor
condição ao trânsito de pessoas e veículos (particulares ou
serviços públicos), além de dar melhor condição para a execução
da drenagem.
Nas obras das Zeis o tipo de pavimentação normalmente usado é o de paralelepípedo, rejuntado com
argamassa de cimento Portland.
Materiais - Areia média ou grossa destinada à execução do colchão para apoio dos paralelepípedos e das
peças pré-moldadas de concreto.
Paralelepípedos - Pedras em granito de formato regular.
Asfalto - O rejuntamento também poderá ser feito com cimento asfáltico.
PAVIMENTAÇÃO
Adaptado de www.tudosobrepavimentacao.com.br
10
Leito: É a superfície do sub-leito (em área) obtida pela terraplanagem
Regularização do Subleito: É destinada a conformar o leito.
Poderá ou não existir, dependendo das condições do leito. Compreende cortes ou aterros até 20 cm de
espessura.
Reforço do Subleito: É a camada que serve para melhorar a qualidade do subleito e regularizar a espessura da
sub-base.
Sub-base: Camada complementar à base. Deve ser usada quando não for aconselhável executar a base
diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforço. Pode ser usado para regularizar a espessura da base.
 
Base: Camada destinada a resistir e distribuir ao subleito, os esforços gerados pelo tráfego de veículos sobre a
qual se apoiará o revestimento.
Revestimento: É a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do rolamento
dos veículos e destinada a:
- melhorar as condições do rolamento quanto à comodidade e segurança;
- resistir aos esforços horizontais que nele atuam, tornando mais durável a superfície de rolamento.
Deve ser resistente ao desgaste.
PROCEDIMENTO EXECUTIVO
Subleito
O subleito deverá ser regularizado segundo o projeto e baseado nas especificações pertinentes. Se
necessário, deverá ser compactado e reforçado.
Sub-base
Quando prevista, será executada de acordo com as especificações do projeto, devendo manter sua
conformação geométrica até o assentamento dos paralelepípedos e das peças pré-moldadas.
Para melhor desempenho do pavimento sugere-se que o material da sub-base seja coesivo ou que se
utilize brita graduada de tamanho bem definido. A espessura da sub-base deverá ser definida em projeto não
podendo, entretanto, ser inferior a 15 cm
A execução de camada ou colchão de areia, consiste no espalhamento de umacamada de areia média
ou grossa, sobre base ou sub-base existentes. Suas principais funções são permitir um adequado nivelamento
11
do pavimento que será executado e distribuir uniformemente os esforços transmitidos à camada de
baixo. A espessura do colchão pode variar de 5 a 10 cm, sendo previsto no projeto conforme as
características de utilização da via.
A areia grossa que se usa é aquela cujos grãos têm diâmetro máximo compreendido entre 2,00 e
4,80 mm.
MEIO-FIO
O meio-fio comumente usado é o tipo padrão DNER, esse tipo apresenta algumas vantagens
sobre os meio-fio de paralelepípedo, pois apresentam formas bem definidas e constantes dando uma
perfeita uniformidade no alinhamento.
Inicialmente, serão executados os serviços de
terraplenagem das áreas a serem tratadas, de acordo
com os projetos específicos.
Depois da terraplenagem e após a implantação
das redes de serviços subterrâneas, serão assentados
os meios-fios indicados no projeto, caso esse serviço não tenha ocorrido durante a execução da pista.
Deverão ser apoiados sobre base adequada e rejuntados com argamassa de cimento e areia. Deverão,
ainda, ser executadas as sarjetas junto a eles, conforme projeto de drenagem.
Para assentamento dos blocos, será executado, sobre a base, um colchão de areia que, após
compactado, deverá ter espessura uniforme e igual a 4,0 cm.
COMPACTAÇÃO
Quando for previsto rejuntamento com cimento e areia, a compactação será feita manualmente
ou com o auxílio de placa vibratória, devendo ser executada antes da aplicação da argamassa.
Durante a compactação, a rolagem deverá
progredir dos bordos para o centro, paralelamente ao
eixo da pista, de modo uniforme, cada passada atingindo
a metade da outra faixa de rolamento, até quando não
se observar mais nenhuma movimentação pela
passagem do equipamento.
ASSENTAMENTO DAS PEDRAS
Os paralelepípedos ou peças deverão ser
assentados em fiadas, perpendiculares ao eixo da via,
ficando a maior dimensão na direção da fiada, ou de
acordo com o projeto.
Deve-se ter o cuidado de empregar
os paralelepípedos e peças de
dimensões e formatos uniformes.
Exemplo de como não deve ser feito. Pedras de
formato irregular e juntas muito largas.
12
As faces mais uniformes dos paralelepípedos deverão ficar voltadas para cima.
As juntas deverão ser alternadas com relação às duas fiadas vizinhas, de tal forma que cada junta fique
no meio do paralelepípedo ou peça vizinha.
Em seguida, serão marcadas as cotas superiores da camada do pavimento, conforme projeto, obedecendo
a curvatura previamente estabelecida.
Sobre a camada de areia, será assentado o primeiro paralelepípedo ou peça, que deverá ficar colocado
de tal maneira que sua face superior fique cerca de 1,0 cm acima da linha de referência para que uma junta
coincida com o eixo da pista.
Em seguida a pedra será batida com o martelo até que sua face superior fique no nível da linha.
Terminado o assentamento deste primeiro paralelepípedo ou peça, o segundo será colocado ao seu
lado, tocando-o ligeiramente e deixando-se uma junta entre eles, formada
unicamente pelas irregularidades de suas faces. O assentamento deste será
idêntico ao do primeiro.
A fileira deverá continuar do eixo da pista para o meio fio, devendo terminar
junto a este ou à sarjeta, caso exista.
A segunda fileira será iniciada colocando-se o centro do primeiro paralelepípedo ou peça sobre o eixo da
pista. Os demais são assentados como os da primeira fileira.
A terceira fileira deverá ser assentada de tal modo que as juntas fiquem nos prolongamentos das juntas
da primeira fileira; os da quarta, nos prolongamentos das juntas da segunda, e assim por diante.
No encontro com as guias ou sarjetas, o paralelepípedo ou peças de uma fileira deverá ter comprimento
aproximadamente igual à metade do paralelepípedo ou peça da fileira vizinha.
As juntas não deverão
exceder 2,5 cm.
A cura da superfície das juntas preenchidas com esta argamassa, deverá se proceder pelo menos durante
14 dias após sua aplicação, devendo a liberação para o tráfego de veículos ser feita somente após 21
dias.
Não se deve misturar os componentes da argamassa sobre o pavimento e preencher as juntas através de
varredura, pois além de mancharem (aspecto visual) não garantem um preenchimento adequado das
juntas.
13
CALÇADAS
As calçadas (passeio) nas Zeis normal-
mente são cimentados simples. Deve-se ter
atenção na compactação do material das cal-
çadas (base). traço (projeto), e qualidade dos
agregados (areia e brita) pois se tiver muita
impureza na areia como pequenos pedaços
de madeira, raízes e etc, causará vários orifí-
cios que danificarão a calçada.
Nas esquinas, os paralelepípedos ou
peças de concreto devem ter tamanho menor
ou serem moldadas para fazer a curva.
Observar o preenchimento de todas as juntas, de modo que não fiquem brechas, pois facilita a entrada
direta da água podendo carrear o matéria do colchão de areia, danificando o pavimento futuramente.
DRENAGEM SUPERFICIAL
A drenagem superficial tem por objetivo escoar todas as águas de chuva que venham a ocorrer sobre as
vias. As águas são conduzidas basicamente da seguinte forma: caem sobre a rua (faixa de rolamento) e devido
à inclinação correm em direção ao meio-fio, onde está a linha d´água ou sarjeta. Daí, também devido a inclinação,
correm em direção dos pontos de coleta de água (ex: boca de lobo), que vão parar nas galerias e seguem pelas
tubulações em direção aos córregos.
SARJETAS OU LINHAS D´ÁGUA
São canais que ficam nas laterais das ruas entre a faixa de rolamento e a calçada. Tem por finalidade
receber as águas que escoam da superfície da rua e levá-las até as bocas coletoras. Limitadas verticalmente
pela guia do passeio, têm seu leito em concreto ou no mesmo material de revestimento da pista de rolamento.
Neste caso, quando é em paralelepípedo costuma-se chamar de linha d´água.
Adaptado de www.tudosobrepavimentacao.com.br
Calçada
Colchão de areia
Meio-fio
14
BOCAS COLETORAS
As bocas coletoras recebem as águas
das sarjetas e depois a conduzem para as
canalizações subterrâneas. Normalmente são
chamadas de bocas-de-lobo.
Elas podem ser:
Na execução da pavimentação é
muito importante observar a inclinação da
pavimantação que:
1º Tem que ter o caimento (declive)
do eixo da pista para as sarjetas.
2º O alinhamento das sarjetas pode
ter apenas uma direção para ruas
menos longas por exemplo, ou duas
direções de caimento para ruas mais
extensas.
B) Boca coletora com grelha
A) Boca coletora lateral
C) Combinada D) Múltipla
Adaptados de www.saneamento10.hpg.ig.com.br
Grade
Tubo de ligação
Tubo de ligação
Sarjeta
GALERIAS DE ÁGUAS PLUVIAIS
As galerias são tubos subterrâneos
com diâmetro igual ou superior a 400 mm.
Tecnicamente, sistema de galerias pluviais é um
conjunto de bocas coletoras, tubos de ligação,
galerias e seus órgãos acessórios, tais como
poços de visita e caixas de ligação. É a parte
subterrânea de um sistema de micro-drenagem.
15
As tampas dos poços de visita devem estar niveladas com o piso, e sem puxador saliente, para que os
pedestres não tropecem.
Adaptado de www.saneamento10.hpj.ig.com.br
POÇOS DE VISITA
Um poço de visita
convencional possui dois
compartimentos distintos
que são a chaminé e o ba-
lão, construídos de tal forma
a permitir fácil entrada e
saída de uma pessoa para
fazer a manutenção e
espaço suficiente para exe-
cutar as manobras neces-
sárias ao desempenho das
funções para as quais foi
projetado.
A chaminé, pescoço ou tubo de
descida, consiste no conduto de ligação entre
o balão e a superfície, ou seja, o exterior.
O movimento de entrada e saída dos
operadores é feito através de uma escada de
ligas metálicas inoxidáveis, tipo marinheiro
afixada degrau em degrau na parede do poço
ou, opcionalmente, atravésde escadas
móveis para poços de pequenas
profundidades. As calhas do fundo do poço
são dispostas de modo a guiar os volumes
d´água desde as entradas no poço até o início
do trecho de jusante do coletor principal que
atravessa o poço, e de tal maneira a assegurar um mínimo de turbilhonamento e retenção do material em
suspensão.
Sempre se deve dar grande atenção à inclinação dos tubos e das pavimentações para que todo o sistema
trabalhe de maneira integrada, pois uma ótima rede de galeria de águas pluviais não tem bom aproveitamento se
as águas de superfície não chegarem até ela.
Tampa
Balão
Chaminé
Degraus
Tubo coletor
16
drenagem deve ser trabalhada considerando a bacia hidrográfica,
que é toda a área que contribui para um determinado curso d’água
principal. Este sistema, que leva a água de chuva da micro-dre-
nagem para estes cursos d’água principais, incluindo os próprios cursos d´água, é chamado de macro-drenagem.
A macro-drenagem localiza-se nas áreas mais baixas das bacias hidrográficas, e para ela as águas esco-
am, até achar seu destino, que geralmente é o mar. É recomendado que este caminho seja o menor possível,
contudo deve-se procurar obedecer ao caminho das águas.
As obras mais freqüentes de macro-drenagem são as de revestimento de canais, que podem ser abertos
ou fechados e utilizar-se de diferentes materiais, dependendo da situação e solução proposta.
Recife tem 67 canais e muitos rios e riachos, vários deles cortando ZEIS, onde são constantes os alaga-
mentos. Contudo, nem sempre revestir o canal é a solução mais adequada, especialmente nas áreas que apre-
sentam maior distância entre ele e as casas.
Vantagens de um canal aberto:
• Mais fácil de limpar;
• Construção mais barata.
Vantagens de um canal fechado:
• Espaço pode ser usado para circulação de pessoas e
veículos;
• Menor possibilidade de jogar lixo diariamente.
Adaptado de www.neagua.ufsc.br
Canal Aberto
17
Obras de revestimento de canais
ƒ O projeto do canal é definido, também, pelo espaço que se tem para executar a obra. Os canais podem ser
fechados ou abertos, e alguns misturam as duas soluções;
ƒ Quanto aos materiais, os canais nas ZEIS geralmente são em alvenaria armada, concreto armado ou placas
de concreto pré-moldadas. A construção em alvenaria é mais barata, porém a durabilidade do concreto é
maior;
ƒ Para canais cobertos, geralmente se utiliza concreto armado, por conta da carga que ele recebe, devido à
passagem de veículos;
ƒ A execução da obra acontece por trechos, onde as águas são desviadas e o trecho isolado por barragens
provisórias;
ƒ O trecho em execução pode ter as águas desviadas escavando-se um canal paralelo, caso haja espaço, ou
drenadas com o auxílio de bomba;
ƒ As paredes laterais de alvenaria têm que ter uma fundação, que pode ser o próprio fundo do canal em concreto;
ƒ A cada 10m, em média, é preciso ter juntas de dilatação para evitar fissuras e danos na estrutura do canal.
Nunca pode ficar um trecho maior que 30m sem juntas. As juntas têm que ser preenchidas com isopor ou
material à base de borracha;
ƒ Deve ser prevista, também, a fixação de drenos nas paredes laterais e no fundo do canal como previsto no
projeto executivo;
ƒ Estes drenos devem estar fixados numa camada drenante de brita e areia grossa, colocada entre o solo
natural e a parede do canal, também podendo ser colocada no fundo do canal, dependendo do projeto;
ƒ No caso de canais feitos em alvenaria, o fechamento das paredes do canal é feito com uma viga em concreto,
que faz o travamento da alvenaria;
ƒ O trecho final do canal, onde este deságua em outro canal, rio ou mar, deve estar numa cota acima do corpo
d’água receptor, e ter uma largura maior que a do restante do canal;
ƒ Os canais abertos, próximos à circulação de pedestres, precisam ter um guarda-corpo;
ƒ Caso o canal seja aberto, é preciso prever pontilhões de travessia dos lados do canal, para pedestres e carros;
ƒ Deve-se dar um tratamento nas margens do canal, de preferência com grama, para que o solo exposto na sua
lateral não seja levado pela chuva para dentro dele, ajudando a assoreá-lo.
Adaptado de www.neagua.ufsc.br
Boca de lobo
Canal Fechado
18
Canal revestido em placas de concreto com pas-
sarela improvisada e sem tratamento das
margens.
• Deve haver um bombeamento constante do trecho em
execução para que a água da chuva não se misture com
o concreto, atrasando o tempo de cura e diminuindo a
qualidade do mesmo;
• Se o canal for em alvenaria, é preciso ter os mesmos
cuidados com o assentamento da alvenaria como numa
construção de uma parede comum: alinhamento, prumo...
• Nesse caso, o espaço entre os tijolos não deve ter mais
que 12 mm;
• A armação em ferro do concreto armado deve estar com-
pletamente envolvida pelo concreto para que não haja
oxidação dela.
19
ƒ Rampas e escadarias devem ter corrimão e, sempre que possível, patamares
de descanso;
ƒ A largura das escadarias e rampas deve ser compatível com o fluxo de pessoas;
ƒ Nas escadarias, quando houver espaço, deve-se implantar uma rampa lateral ou central para facilitar o acesso
de bicicletas, carros de mão;
ƒ Os degraus das escadarias devem ter altura de 18,0 cm e largura de 25,0 à 30,0 cm ou próximo disto, já que
estas são as medidas confortáveis à subida;
ƒ A drenagem da escadaria pode ser superficial ou subterrânea. A mais utilizada é a superficial, pois é mais
barata e a manutenção é mais simples, contudo, toma mais espaço;
ƒ A base deve ser feita com tijolos na vertical na lateral da escadaria e nos espelhos e o piso dos degraus feitos
em concreto magro;
ƒ Os obstáculos devem ser minimizados, assim como as declividades, para facilitar o acesso de idosos e pessoas
com deficiência.
• O terreno deve ser regularizado, observando-se os acesso das casas que estão ao longo da escadaria
ou rampa (altura em relação à entrada das casas);
• Observar a junção do acesso com a drenagem, para que a escadaria ou rampa não se torne uma
barreira para o escoamento das águas e se destrua com o tempo;
• As tubulações de água e esgoto devem ser relocadas para a lateral da escadaria de modo que seja
mais fácil concertá-las em caso de vazamento;
• Em casos de altas declividades, as canaletas laterais devem ter dissipadores para que a velocidade da
água diminua;
• É importante que ao final da canaleta, antes de sua chegada à drenagem do córrego, sejam colocadas
telas ou grades para que os resíduos que desçam junto com a água não entupam a drenagem embaixo.
20
Fique de olho!
• Se o concreto começar a apresentar desgaste e rachaduras, provavelmente o traço utilizado não foi
adequado ou o material não foi de boa qualidade;
• O piso das rampas e escadarias deve ficar bem nivelado, sem restos de materiais para que as pessoas
não tropecem;
• Da mesma forma as canaletas devem estar limpas, sem restos de materiais;
• Caso existam barreiras laterais às rampas e escadarias, estas devem ser impermeabilizadas ou contidas,
para que a chuva não leve o material exposto e obstrua as canaletas laterais.
21
ƒ Caso seja necessário
aterro em algum trecho
para regularizar a
barreira, deve-se obser-
var a qualidade do
material de aterro. Ele
deve estar sem lixo, ou
restos de vegetação,
bem como a barreira que
receberá o aterro.
• A compactação do aterro deve ser manual e a cada 20 cm, para que o aterro
fique mais firme;
• Seja em revestimento, seja em contenção, a drenagem deve estar perfeita,
pois se houver fissuras e má junção entre as canaletas, principalmente na
parte superior da barreira, o muro de contenção ou revestimento pode desabar;
• Os drenos devem ser fixados em caixas de brita, que variam entre 15 x 15 cm
e 25 x 25 cm, e envoltos com bidim, de modo que se evite a erosão e o
nascimento de plantas que danifiquem o muro ou revestimento.
Diferença entre contençãoe revestimento:
ƒ Uma obra de contenção só é necessária se for detectado o risco de desabamento.
Neste caso, a obra segura a barreira que geralmente tem uma alta inclinação.
Já o revestimento é necessário apenas para diminuir a infiltração de água de chuva na barreira, que, nesse
caso, está desprotegida de sua vegetação original;
ƒ Toda barreira que será tratada com contenção ou revestimento deve passar por limpeza, retaludamento e
compactação. Isso é necessário para retirar o lixo ou plantas impróprias, regularizar o terreno e melhorar a
aderência da solução proposta;
ƒ Nenhuma contenção ou revestimento funciona sem uma drenagem eficiente;
Adaptado de FIDEM, 2004.
Drenagem no topo da barreira
Canaleta
Canaleta
Concreto moldado
na encosta
Drenagem no meio da barreira
22
Revestimento
ƒ Os revestimentos de barreiras são a opção indicada para
as declividades até 1:2 e podem ser naturais ou artificiais.
ƒ Recomenda-se não ultrapassar os 5 m de altura. Caso a
barreira seja maior que isso, ela deve ser escalonada
Revestimento artificial
ƒ O revestimento artificial mais utilizado nas obras de morro do Recife é a tela argamassada e o muro em
alvenaria.
Tela Argamassada
ƒ Depois de limpa e regularizada, a barreira recebe telas galvanizadas em toda a sua extensão;
ƒ As telas devem ter um transpasse de 20 cm uma da outra para garantir que toda a barreira esteja
coberta;
ƒ A fixação das telas deve ser feita com ganchos de ferro 3/8” fixados a cada metro;
ƒ Antes de cimentar, devem ser implantados tubos em PVC de 40mm c/ filtro (bidim) e profundidade de
20 cm.
ƒ Depois de fixada a tela, a barreira deve ser chapiscada com argamassa de 1:3; (indicado)
ƒ Após a espera de 48 horas, a argamassa pode ser aplicada de baixo pra cima, ficando com uma
espessura média de 4 cm;
ƒ Depois de aplicada a argamassa, devem ser feitos riscos que funcionam como junta de dilatação a cada
1 m²;
Muro de alvenaria
ƒ O muro de alvenaria tem sido executado para alturas de até 3 m;
ƒ Acima de 1,50 m de altura, o muro deve ter três cintas (uma na base, uma de fechamento e uma a meia
altura);
• A barreira deve estar regularizada e a argamassa deve
aderir completamente a ela de modo a não ficarem
espaços vazios. Isso é importante para que a tela ar-
gamassada não quebre ou nasçam plantas nestes es-
paços;
• Deve-se observar a colocação do bidim pois a ausên-
cia delas possibilita o surgimento de plantas que
podem quebrar o cimentado.
A vegetação utilizada neste caso
deve ser grama, que deve ser
plantada de modo que se espalhe
por toda a barreira, revestindo toda
a superfície.
Barreira tratada com tela argamassada
Revestimento natural
O terreno deve ser regularizado (retaludado) e a vegetação
plantada em toda a extensão da encosta.
23
ƒ A alvenaria também deve ser amarrada por pilares de
concreto armado, também no traço de 1:3:5,
(indicado)a cada 1,50 m ou 2 m;
ƒ A escavação para a construção da base depende da
altura do muro e varia entre 50 e 80 cm;
ƒ A base deve ser executada em concreto no traço de
1: 3: 5 ou 1:4:8, na espessura de 5 cm;
ƒ A argamassa utilizada para a junção dos tijolos tem o
traço de 1:5;
ƒ Os drenos, em tubos em PVC de 40 mm, devem ser
implantados a cada m².
Camada em
concreto
Camada em
concreto
Adaptado de FIDEM, 2004.
Camadas em
concreto
Contenções
ƒ A escolha do tipo de contenção depende de alguns fatores como:
Condições de fundação;
Tipo de solo;
Disponibilidade de espaço e acessos;
Sobrecarga;
Altura da barreira;
Custo dos materiais;
Qualificação da mão-de-obra.
ƒ As contenções mais utilizadas no Recife são o solo-cimento ensacado e o muro de pedra rachão.
Base em concreto
Solo
cimento
ensacado
Muro em alvenaria sendo executado
Solo-cimento ensacado
(Rip-rap)
ƒ Este tipo de solução é ideal para solos mais arenosos
e barreiras com altura máxima de 5m;
ƒ A escavação para a execução da base é de 40 a 50
cm de profundidade;
ƒ A base deve ser feita em concreto, em traço 1:3:5 ou
1:4:8 com 10 cm de espessura;
ƒ O solo cimento deve ser preparado no traço de 1:10
a 1:15 e ensacado em sacos de poliéster ou similar;
ƒ Os drenos, em tubos em PVC de 75 mm, devem ser
implantados a cada m²;
ƒ A cada camada de sacos, estes devem ser
24
Muro de pedra rachão
ƒ Este tipo de solução não apresenta capacidade de deformação, por isso o terreno da fundação tem que
ser estável e a drenagem eficaz;
ƒ A escavação para execução da base deve ter 1/3 da altura do muro;
ƒ A base deve ser feita em concreto no traço indicado de 1:4:8, com 5 cm de espessura;
ƒ As pedras a serem utilizadas devem ter um bom acabamento de face e diâmetro superior a 30 cm;
ƒ As juntas entre as pedras devem ser as menores possíveis e o preenchimento com argamassa no traço
de 1:4 a 1:6;
ƒ Os drenos, em tubos em PVC de 75 mm, devem ser implantados a cada m²;
ƒ Concluído o muro, deve-se fechá-lo com uma camada de argamassa de 2 cm de espessura até o
encontro com a canaleta superior.
• Todo o espaço entre as pedras deve ser preenchido
com a argamassa para que o muro fique mais
resistente.
Muro em solo - cimento ensacado
compactados e umedecidos, se necessário, ficando com uma espes-
sura final de 10 cm;
ƒ A cada 1,50 m de muro faz-se uma camada de concreto de 5cm de
espessura no mesmo traço da base;
ƒ Ao final do muro, deve-se fazer uma camada de concreto de fecha-
mento, também de 5 cm , cobrindo toda parte superior da barreira até
encontrar a canaleta.
• Antes de misturado com o cimento, o solo deve ser peneirado
em malha de 9 mm, para retirada de pedras ou outro materiais
que comprometam o solo-cimento;
• O ponto de umedecimento do solo cimento é o de um cuzcuz;
• Os sacos devem ser preenchidos até 2/3 de sua capacidade.
Execeção de muro de pedra rachão
25
• Não se deve colocar as redes de esgoto e de
água na mesma vala;
• No caso de uma das redes já existir, a rede de
água potável tem que ser sempre acima da rede
de esgoto para evitar riscos de contaminação;
• Não se deve usar tubulações de concreto por
que o esgoto diminui a durabilidade do concre-
to (processo quimico).
O esgoto é composto por:
esgotos domésticos que contém matéria fecal e águas servidas, resultantes
de banho, lavagem de roupa e louças;
despejos ou efluentes industriais, que compreendem resíduos orgânicos
(por exemplo, de indústrias alimentícias ou matadouros), ou inorgânicas, podendo conter materiais tóxicos;
águas pluviais (da chuva);
águas do subsolo, que se infiltram no sistema de esgotos.
Na cidade do Recife 40% da drenagem está misturada com esgoto, não só nas áreas ZEIS. (Fonte Clube
de Engeneria de Pernambuco)
As redes de esgoto podem ser de dois tipos:
ƒ O Sistema Unitário, que recebe na mesma rede o esgoto sanitário e a drenagem das águas pluviais, é um
sitema antigo que funciona ainda em muitas áreas ZEIS;
ƒ O Sistema Separador Absoluto separa as águas pluviais e o
esgoto domestico, e trabalha com duas canalizações
separadas. Atualmente só este sistema pode ser
implementado.
Um projeto global de esgotamento sanitário deve abran-
ger toda a bacia de esgotamento em questão, mesmo que só
haja recursos para executar em etapas. O sistema proposto
sempre tem que ser compatibilizado com as redes existentes
no entorno.
Esgoto
Drenagem
Água
Redes de saneamento
Adaptado de MINAS GERAIS, 1992.
Sistema de
separador
absoluto
Rede de
drenagem
Rede de esgoto
Adaptado de MINAS GERAIS, 1992.
26
Os sistemas de esgotamento sanitário podem ser convencionais ou condominiais. Os mais utilizados nas
ZEIS são os condominiais, que partem de uma lógica menos rígida e mais adequada às áreas de ocupação
desosrdenada e densa.
A tubulação coleta o esgoto no fundo dos lotes na frente das
casas, nos becos ou vielas ou combinando diversas situações, de
acordocom a situação encontrada, em vez de localizá-lo nas vias
públicas como no sistema convencional.
Por não estarem em vias onde circulam veículos, as tubula-
ções podem ficar em menor profundidade (em média 30 a 40 cm,
quando o convencional é de 1,20 a 1,50m).
O sistema condominial é dividido em ligação domiciliar (trecho
que fica dentro do lote), rede coletora (trecho que fica na área pública)
e sistema de tratamento e destino final.
As ligações domiciliares juntam as águas provenientes do ba-
nheiro, cozinha e lavanderia numa caixa de visita, localizada dentro
do lote, antes de ir para a rede coletora, através de um cano de 100
milímetros. A junção com a rede coletora, geralmente localizada nos quintais, faz-se através de uma caixa de
inspeção. Essas duas caixas permitem o acesso aos canos em caso de manutenção do sistema.
Execução da obra de esgotamento
ƒ A empresa contratada deverá, através de um topógrafo, deixar nas cabeças de quadras um ponto de altura
conhecida para servir no assentamento das tubulações.
Este ponto servirá para o cálculo dos caimentos e alinhamento na hora de assentar os tubos.
ƒ No assentamento das tubulações, faz-se necessário que haja uma camada de areia (colchão de areia) no
fundo da vala para proteger a tubulação de possível danos provocados por pedra ou outro artefato, bem como
envolver esta tubulação até atingir no mínimo 0,10 cm de areia acima dela.
ƒ Observar pelo projeto o sentido do escoamento (declividade).
ƒ O material usado nas redes de esgotos são os tubos de PVC, onde no coletor principal (vias públicas), o
diâmetro mínimo é de 150mm e nos ramais nas calcadas e internos aos lotes este diâmetro deverá ser de
100mm.
• Observar quando da escavação, o material que for retirado poderá ou não voltar para servir de reaterro,
desde que, este material seja de boa qualidade. Caso isso não ocorra, este material deverá ser colocado
como bota-fora e no seu lugar deverá ser substituído por um outro material de jazida.
• O maior cuidado no assentamento do tubo com relação ao seu alinhamento. Este deverá ser feito com um
fio de prumo colocado na linha que vai de uma régua para outra nos pontos de eixo definido pela topografia.
• Caso o nível do lençol freático esteja muito alto, faz-se necessário a colocação de bomba na vala para
escoamento da água. Se este nível não cessar, será necessário um rebaixamento do lençol freático
através de uma ensecadeira.
• O aterro da vala deverá ser em camada de 0,20cm e compactada.
• As caixas de coletas de esgotos devem ser executadas de forma a atender ao domicílio com cota
suficientemente adequada para tirar o esgoto da residência
Convencional Condominial
Rua Rua
Ru
a
Ru
a
Ru
a
Ru
a
Tipo de sistemas
27
fundação (alicerce) tem por objetivo apoiar a casa no terreno. O tipo de
fundação a ser usada dependerá do tipo de terreno encontrado. Uma
sondagem permite saber qual é a fundação mais indicada.
Pode-se ter uma idéia do tipo de terreno, consultando a vizinhança para saber como foram feitas as
fundações das casas próximas.
Se o solo é resistente, pode–se usar uma fundação superficial, tipo, sapata isolada, ou sapata corrida,
também chamada de baldrame. Caso contrário usa-se uma fundação profunda (ex: estaca).
Se for encontrado solo firme até uma profundidade de 60 cm, pode-se abrir uma vala e fazer o baldrame
diretamente sobre o fundo dela. Pode-se fazer o baldrame de blocos ou de concreto.
FUNDAÇÃO
Adaptado de ABCP
Fundação em sapata corrida
Impermeabilização
Enchimento
de concreto Concreto
Base de
concreto
magro
Impermeabilização
Baldrame de concreto
Baldrame de blocos de concreto
28
É muito importante a impermeabilização da
fundação, pois o tijolo em contato com a água
começa a absorvê-la, que vai subindo por
capilaridade, e vai liberando essa água. Esse
é um dos casos mais comuns de humidade
na parte inferior das paredes.
Estaca (broca)
Quando o terreno não é firme até 60 cm de profundidade, vai ser
necessário apoiar o baldrame sobre estacas.
Baldrame
Base de
concreto
magro
Estaca
Terreno firme
As estacas são mais usadas em edificações
com mais de um pavimento.
Adaptado de ABCP
Calçada
Contrapiso de
concreto
Camada de brita
Barras de ferro
Adaptado de ABCP
Radier
Outra solução é construir uma laje de concreto sobre
o solo, conhecida como radier. Além de apoiar a casa,
o radier já funciona como contrapiso e calçada. Mas
o radier só pode ser usado se o terreno todo tiver o
mesmo tipo de solo. Se uma parte for firme e a outra
fraca, o radier não pode ser utilizado.
29
Existem várias formas e produtos para fazer a impermeabilização, portanto cada caso dependerá da
especificação do projeto. Pode-se usar emulsão asfáltica como também impermeabilizantes aplicados na própria
argamassa de revestimento da fundação.
Estacas
Quando for usar estacas deve-se observar:
1º Se serão executadas no local
2º Se são pré-moldadas
1º) Se forem executadas no local, observar se o traço que está sendo usado, está de acordo com o projeto,
pois sempre irá variar com o projeto, pois o traço determina a resistência da estaca para o esforço de
compressão (esmagamento) que esta ligado diretamente com a carga que ira receber.
2º) Se forem pré-moldadas, no recebimento deve-se olhar bem toda a superfície da estaca para ver se não
há rachaduras ou fissúras e conferir se sua forma e dimensões estão em acordo com as especifiçãoes do
projeto, pois qualquer problema nesses itens podem gerar um problema muito grave para a estrutura;
o mesmo se aplica às moldadas no local.
Lembrar de acompanhar junto à fiscalização da obra, a observação da existência ou não de rachaduras
nos imóveis vizinhos antes de começar a fase de bater estacas, pois é normal que quando o bate-estacas
começa a trabalhar, o impacto cause esse problema nas casas vizinhas.
ALVENARIA
O que observar:
1º Fiada
A 1º fiada é a primeira fileira de tijolos assentados que já dá a idéia de onde está cada vão, corredor etc.
Muita atenção no momento de executar a primeira fiada, pois ela será a orientação para manter e conferir
as distâncias e esquadros. Se começar errado, vai terminar errado.
Quando for assentar a 1ª fiada, o local deverá estar limpo, sem poeira, óleos, graxas e etc. E a argamassa
deve ser mais forte. Muita atenção no esquadro, pois é ele que vai manter as medidas de seu projeto,
deixando as paredes paralelas, garantindo as distâncias.
Prumo
O prumo é essencial para manter a parede bem vertical sem nenhuma inclinação (alinhamento
vertical).
30
Garantir sua melhor capacidade de redistribuição de carga, também diminui o gasto no revestimento
(mais fino e uniforme) sem a necessidade de corrigir o prumo aumentando a espessura do revestimento.
Garantir o prumo da parede faz com que se gaste menos com revestimento, para corrigir o
desalinhamento.
Nível
Durante a execução, deve-se zelar para manter
o nível da alvenaria que nada mais é que o alinhamento
horizontal.
O nível é importante para manter a correta quan-
tidade de blocos, o ajuste entre os blocos (garantindo
sua perfeita acomodação), como também a espessura
final que fica entre a alvenaria e a laje, onde é feito a
união das duas estruturas (aperto da alvenaria).
Para facilitar a execução, levanta-se a prumada guia e lança-se a linha guia que permite uma
perfeita orientação do nível. Pode-se substituir a prumada guia pelo escantilhão (régua), que é colocado
na lateral, onde existem várias marcações, que já facilitam visualizar onde ficará cada nível em vez de
ter de sempre que fazer uso da prumada guia.
Vãos das portas e janelas
Deve-se usar uma verga na primeira fiada de blocos acima do vão. Essa verga pode ser
pré-moldada ou feita no local. Ela deve ter no mínimo, 20 cm a mais para cada lado do vão.
Deve-se observar se foram colocadas as escoras nasformas das vergas concretadas no local.
É importante também que exista uma contraverga (verga que fica na perte inferior da janela), para evitar
futuras trincas que normalmente ocorrem nos cantos inferiores das mesmas.
Parede erguida utilizando prumada e linha guia
Adaptados de ABCPEscoras
Verga
Contraverga
Verga
31
Amarração e cinta de amarração
A amarração é de extrema importância para fazer o travamento entre os
blocos fazendo com que eles atuem com uma única estrutura; uma parede
segura a outra para que nenhuma delas balance ou fique solta.
Não esquecer de observar
o prumo e o nível de cada
fiada.
Cinta de amarração
Recomenda-se que seja feita uma cinta de amarração na
última fiada das paredes.
Obs: Observar se foram deixadas passagens para canos e
conduites (eletrodutos) na cinta de amarração.
Execução da cinta de amarração
Qualidade da Alvenaria
Os procedimentos acima são muito importantes para
uma boa execução, apresentando assim solidez e boa
aparência, porém, não adianta muito zelo se a matéria-prima
for de péssima qualidade, isso não só para as os tijolos como
também a qualidade das argamassas usadas.
O que observar no recebimento dos tijolos:
a) Queima : se foram bem cozidos,
b) Uniformidade nas dimensões.: se as medidas dos
blocos estão uniformes.
c) Planicidade: se os blocos estão planos (retos), é
importante para garantir o prumo.
Total de blocos nas paredes
Soma-se o comprimento de todas as paredes e multiplica-se
pela altura (pé-direito); o resultado á a área em m². O número
total de blocos é dado pela área das paredes multiplicada pelo
número de blocos por m² (ver tabela oa lado).
Adaptado de ABCP
Amarração dos cantos
32
Reboco (massa fina)
Esta camada de acabamento final da
parede ou do teto deve ser a mais fina possível.
Esta camada de acabamento final da parede ou do
teto deve ser a mais fina possível.
ARGAMASSA
Argamassa de assentamento (entre os tijolos)
A argamassa de assentamento tem a função de garantir a perfeita aderência entre os blocos e dos blocos
com as estruturas de concreto (pilar, viga ou laje).
As duas primeiras fiadas devem
ser assentadas com argamassa
com impermeabilizante
Chapisco
O chapisco é a base do revestimento;
sem ele, as outras camadas do acabamento
podem descolar da parede ou do teto.
Em alguns casos, como em muros, o chapisco pode ser
o único revestimento. A camada de chapisco deve ser a
mais fina possível
Argamassa de revestimento
O revestimento mais usado é feito com argamassa
pronta. O ideal é fazer três camadas:
Chapisco, Emboço e Reboco. Antes de aplicar a
primeira camada, tapam-se os rasgos feitos quando forem
colocados os encanamentos e os conduítes, Espera-se
cada camada secar, antes de aplicar a seguinte.
Emboço (massa grossa)
O emboço serve para regularizar a
superfície da parede ou do teto.
A espessura do emboço deve ser de 1 cm a 2,5 cm.
Adaptado de ABCP
Chapisco
Emboço
Reboco
33
PINTURA
A pintura é importante para proteger o revestimento
do sol e da chuva. Cada tipo de pintura exige uma prepa-
ração da superfície, uma mistura, uma técnica de aplica-
ção e um certo número de demãos.
A superfície deve estar seca e limpa de poeira,
gordura, graxa, sabão ou mofo.Todas as partes soltas devem ser raspadas. As grandes irregularidades das
paredes devem ser corrigidas com reboco, as pequenas, com massa acrílica ou PVA. Manchas de gordura ou
graxa podem ser eliminadas com água e detergente. Paredes mofadas devem ser raspadas e lavadas com água
sanitária diluída em água (meio a meio). Depois, deve-se lavar a superficie com água e esperar secar.
Obs: No caso de pintura sobre concreto ou reboco, aguarde pelo menos 30 dias para a cura total da superfície
a ser pintada.
Na pintura de portas, janelas e batentes
de madeira, a superfície deve ser limpa,
regular, seca e isenta de óleos e graxas. Ma-
deiras resinadas ou com nós devem ser
seladas antes com verniz, inclusive a parte
traseira e os cantos da madeira.
PISO
Antes de fazer o piso, deve-se colocar os tubos de esgoto do banheiro e da cozinha com as esperas para
os ralos. Contudo, se o caso for a construção de um conjunto habitacional (prédio), a tubulação dos outros
pavimentos só entrará no final, pois serão colocados pelo teto do apto inferior, e se fará o fechamento do teto
com forro de gesso.
Geralmente o piso é feito com argamassa; é chamada “cimento queimado”, que precisa ser aplainada
com uma régua, depois, joga-se cimento puro por cima da argamassa para que a superfície fique mais fina.
Nas áreas molhadas, utiliza-se cerâmica.
Os tubos devem ser calçados com concreto magro.
Observar os caimentos para escoar a água dos pisos do banheiro e da cozinha.
INSTALAÇÕES
Nas instalações hidráulicas, deve-se ter muita atenção, nos diâmetros dos tubos, conferir sempre as
bitolas determinadas em projeto. Lembrar que a tubulação do vaso sanitário é 100mm, portanto todo o caminho
em que passar a água do vaso sanitário, tem que ser no mínimo de 100 mm, e que nas conecções de água fria,
onde se encaixam as torneiras, essas conecções devem ser LRM, pois possuem uma rosca metálica a qual
diminui consideravelmente os problemas com vazamentos nesses pontos.
É necessário raspar e remover totalmente a
cal de uma superfície que vai ser pintada no-
vamente com outra tinta.
34
Nas instalações elétricas, deve-se observar se as fiações estão sendo colocadas com cores distintas,
identificando o que é Fase, Neutro, Retorno e Fio-terra; se a qualidade dos eletrodutos, e se suas bitolas estão
de acordo com a especificação do projeto, da mesma forma com os fios e cabos elétricos se estão com as
bitolas em comformidade com o projeto elétrico.
LAJE
As lajes mais comuns
são as de concreto armado,
executadas no local, ou as pré-
moldadas de concreto, com-
posta de vigotas “ T ” ou vigotas
treliçadas e lajotas. As Lajes
pré-moldadas são as mais
econômicas e mais simples de
executar.
As lajotas podem ser de
concreto ou cerâmica. Elas,
além de servirem de elemento
de fechamento (forma), servem
de guia para medir a distância
entre as vigotas. Por isso, as
lajotas devem ter sempre o mesmo tamanho para que possam garantir essa uniformidade entre as vigotas
(treliças).
O preenchimento da laje entre as vigotas, também pode ser feito com blocos de isopor, o que deixa a laje
mais leve.
Montagem
As vigotas devem se apoiar pelo menos 5 cm de cada lado da parede. As lajotas devem ser encaixadas
sobre as vigotas. A primeira e a última carreira de lajotas podem ser apoiadas na própria cinta de amarração.
Adaptados de ABCP
Apoio da vigota na
parede
Cinta de amarração
Adaptado de ABCP
35
Escoramento da Laje
Os pontaletes devem ser um pouquinho mais altos que as paredes. A laje deve ficar levemente curvada
para cima para evitar que a laje deforme quando for tirado o escoramento, pois nesse momento ocorre a
acomodação da laje.
Concretagem da laje
A espessura da capa de concreto deve obedecer
ao projeto da laje, que também conterá os detalhes da
armadura.
O concreto deve ser espalhado por toda a laje,
evitando a formação de grandes montes para não
sobrecarregar o escoramento em alguns pontos.
O escoramento e as fôrmas das lajes só devem
ser retirados três semanas após a concretagem.
Observação importante nas concretagens
Em qualquer concretagem, seja laje, viga, pilar etc, deve-se sempre proceder da seguinte forma:
Conferir medidas das formas.
Molhar as formas antes da concretagem (poucos minutos antes).
Adensar bem o concreto (mesmo que o concreto seja de qualidade; se for mal adensado, não terá
qualidade final ou seja, será uma peça estrutural fraca).
O local que receberá o concreto deverá estar limpo livre de poeira, óleos, graxas e demais impurezas; o
mesmo deve ocorrer durante a preparação do concreto. Se for mistura àmão, o chão deverá estar molhado,
e livre das impurezas como graxas etc. O mesmo deve
ser observado quando for feita a mistura em betoneira,
o seu interior deve estar limpo.
TELHADO
O caimento do telhado depende do tipo de telha
escolhida, mas a altura da empena depende também
da altura da caixa d’água que ficará debaixo do telhado.
É preciso deixar espaço para abrir a tampa da caixa
d’água. A caixa deve ser instalada sobre uma base de
caibros.
Durante esse tempo, é possível fazer outros
serviços sobre a laje, que continua escorada.
Mantenha o concreto sempre umedecido pelo
menos durante a primeira semana. Isso se
chama cura do concreto.
Antes da concretagem a laje e as vigotas de-
vem ser molhadas.
Adaptado de ABCP
Inclinação do
telhado Altura dacaixa
d´água
1,5 m
36
Para que o chuveiro tenha o mínimo de pressão suficiente para sua utilização, é necessário que a distância
entre o chuveiro e o fundo da caixa d´água seja pelo menos de 1,50 m
Nos projetos relativos a habitacionais (prédios), pode-se usar telhas onduladas, tipo fibrocimento
(dependendo do projeto). Por serem elementos que absorvem muito calor, não podem ser usadas nas casas.
Nesses casos usam-se telhas cerâmicas, que dão melhor conforto térmico.
Nas telhas cerâmicas, deve-se estar atento para os espaços mostrado nos desenhos abaixo, entres as
peças de madeira que serão montadas para suportar as telhas.
Ripa
35 cm
Caibro
Terça
1,5 m
50 cm
Caibro
Terça
Ripa
Telha
Ripa
Caibro
Tarugos de
madeira
ESQUADRIAS
Os batentes das portas
e das janelas de madeira são
fixados diretamente nos
tarugos chumbados nas pare-
des. Esses batentes devem
ser nivelados e esquadrejados.
Confira se deixaram
espaço para o acabamento do
piso quando marcaram as
soleiras das portas e a altura
dos peitoris das janelas. Adaptado de ABCP
37
Depois que as janelas e portas forem assentadas, confira se estão abrindo e fechando com
facilidade (sem ter que empregar mais força que o necessário), se os ferrolhos ou travas estão
funcionando bem, e se não existem frestas entre as folhas das janelas [observe antes para não
descobrir isso quando o imóvel já estiver ocupado e a água da chuva entrando].
Janela mal executada causando infiltrações
As portas quase sempre precisam ser aplainadas e ter
encaixes para a colocação das dobradiças e da fechadura.
38
Todas essas dicas são importantes, mas existem outros cuidados que se deve tomar
para que as obras funcionem bem. A manutenção da obra depois de concluída é tão
importante quanto uma boa execução dela, e isso depende de todos.
A prefeitura e o governo do estado têm a responsabilidade de dar manutenção às
obras executadas nas ZEIS. Dependendo do tipo de obra ou serviço, existem órgãos
específicos da gestão para isso.
PREFEITURA DO RECIFE:
EMLURB – Recomposição de pavimento, limpeza de canaletas e canais, reparos em
escadarias e rampas e desobstrução de esgoto, quando o sistema ainda não tem
tratamento.
CODECIR – Pequenos reparos e complementações de drenagem e contenções, quando
há risco.
SANEAR – Manutenção dos sistemas recuperados pela prefeitura (no interior dos lotes)
e articulação para que haja manutenção dos sistemas em funcionamento pela
COMPESA.
GOVERNO DO ESTADO:
COMPESA – Manutenção de sistemas de esgoto (área pública).
Os conjuntos habitacionais, as contenções e os revestimentos de encostas devem ser
mantidos pelos moradores, já que os órgãos públicos só podem atuar na manutenção
de áreas públicas.
Mas, para todas as obras, a população deve colaborar com sua manutenção. O lixo,
por exemplo, é um elemento que destrói muitas obras e causa transtorno à população,
causando entupimentos, transbordamentos e desmoronamentos de barreiras, mesmo
quando já existe uma obra. O mau uso das obras pode acabar com toda a conquista da
população e tornar a obra um problema, ao invés de solução.
Por isso, fiscalizar a obra é importante, mas ela deve ser incorporada pela população
como um bem de todos, e para isso deve-se exigir as manutenções necessárias e
zelar pela melhoria conquistada.
Obra sem manutenção não dá!
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