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cesio 137

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CAMPUS ARARANGUA
LICENCIATURA EM FÍSICA SEGUNDO MÓDULO
Epistemologia e História das Ciências Prof:Samuel
Jefferson Ferreira 
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA – CÂMPUS ARARANGUÁ
LICENCIATURA EM FÍSICA
TOPICOS DE BIOLOGIA PARA FISICA
PROFESSOR SAMUEL COSTA
Jefferson Ferreira Dos Santos
ARARANGUÁ (SC)
2016
O acidente radiológico de Goiânia conhecido como acidente com o Césio 137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade no Brasil. No dia 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado, na zona central de Goiânia, no estado de Goiás por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. 
O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares. A contaminação em Goiânia originou-se de uma cápsula que continha cloreto de césio – um sal obtido a partir do radioisótopo 137 do elemento químico césio. A cápsula radioativa era parte de um equipamento.
Foi no ferro-velho de Devair Ferreira que a cápsula de césio foi aberta para o reaproveitamento do chumbo. O dono do ferro-velho expôs ao ambiente cloreto de césio, um pó muito parecido com o sal de cozinha, mas que emite um brilho azulado. Devair ficou encantado com o pó que emitia um brilho azul no escuro. Ele mostrou a descoberta para sua esposa, bem como o distribuiu para familiares e amigos, o irmão de Devair,leva um pouco de césio para sua filha, que ingere as partículas do césio junto alimento; outro irmão de Devair também tem contato direto com o césio.
As pessoas em algumas horas começaram a desenvolver sintomas: náuseas, seguidas de vertigens, com diarréias. Aflitos, os familiares dos contaminados foram inicialmente a drogarias procurar auxílio, alguns procuraram postos de saúde e foram encaminhados para hospitais. 
Os profissionais de saúde, vendo os sintomas, pensaram tratar-se de algum tipo de doença contagiosa desconhecida, medicando os doentes em conformidade com os sintomas descritos. Maria Gabriela, esposa do dono do ferro velho, desconfiou que aquele pó que emitia um brilho azul era o responsável pelos sintomas que ocorriam na sua família. Ela e um empregado do ferro-velho do marido levaram a cápsula de césio para a Vigilância Sanitária, que ainda permaneceu durante dois dias abandonada sobre uma cadeira.
 Durante a consulta com médicos, a esposa do dono do ferro velho relatou para a junta médica que os vômitos e diarréia se iniciaram depois que seu marido desmontou aquele “aparelho estranho”. Só então, no dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta de contaminação por material radioativo de milhares de pessoas. Maria Gabriela foi um dos pacientes tratados no Hospital Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Foi a primeira vítima da contaminação falecendo no dia 23 de outubro de 1987 de complicações relativas à contaminação com césio. 
Outra vítima, considerada o retrato da tragédia, Leide das Neves Ferreira, ingeriu involuntariamente pequenas quantidades de césio depois de brincar com o pó azul. A menina de seis anos foi a vítima com a maior dose de radiação do acidente. Não conseguiu sobreviver e morreu no dia 23 de outubro de 1987, duas horas depois da tia. Foi enterrada em um caixão blindado, erguido por um guindaste, por causa das altas taxas de radiação. O seu enterro virou uma disputa judicial, pois os coveiros e a população de Goiânia não aceitavam que ela fosse enterrada, mas sim cremada para que os seus restos mortais não contaminassem o solo do cemitério. Depois de dias de impasse, Leide foi enterrada em um caixão de chumbo lacrado para que a radiação fosse contida.
Após vinte e cinco anos do desastre radioativo, as várias pessoas contaminadas pela radioatividade reclamam por não estarem recebendo os medicamentos, que, segundo leis instituídas, deveriam ser distribuídos pelo governo. E muitas pessoas contaminadas ainda vivem nas redondezas da região do acidente, essas pessoas não oferecem, contudo, mais nenhum risco de contaminação à população.
A limpeza produziu 13.500 toneladas de lixo atômico, que necessitou ser acondicionado em 14 contêineres que foram totalmente lacrados. Dentro destes estão 1.200 caixas e 2.900 tambores, que permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos. Para armazenar esse lixo atômico e atendendo às recomendações do IBAMA, da CNEN e da CEMAm, o Parque Estadual Telma Ortegal foi criado em Goiânia, hoje pertencente ao município de Abadia de Goiás, onde se encontra uma “montanha” artificial onde foram colocados a nível do solo, revestida de uma parede de aproximadamente 1 metro de espessura de concreto e chumbo.
Após o acidente, os imóveis em volta do acidente radiológico tiveram os seus valores reduzidos a preços insignificantes, pois quem morava na região queria sair daquele lugar, mas o medo da população da existência de radiação no ar impedia a compra e construção de novas habitações. Além das desvalorizações dos imóveis, por muito tempo a população local passou por uma certa discriminação devido ao medo de passar a radiação para outras pessoas, dificultando o acesso aos serviços, educação e viagens. Muitas lojas e o comércio que existiam antes do acidente acabaram fechando ou mudando de endereço.
	IFSC Campus Araranguá Licenciatura em Física Jefferson Ferreira dos Santos

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