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A contribuição de Maquiavel para a compreensão da formação do Estado moderno O contexto histórico Aspectos gerais: O Renascimento (séc. XV-XVI) Transformações econômicas: a civilização urbana, comercial e manufatureira Ideológico-cultural e religiosas: A descoberta do Novo Mundo, as revoluções astronômicas (Copérnico, Kepler e Galileu), a redescoberta da Antiguidade greco-romana e a contestação ao poder e hierarquia de Roma Mais: A derrocada do poder medieval papal e imperial e Afirmação dos grandes Estados monárquicos unificados Sentido amplo do Renascimento: o colapso moral Solapamento das condições econômicas, sociais, ideológicas e políticas medievais Dimensão temporal: a nova realidade política Dimensão intelectual: crise da consciência europeia (paixão pela busca de descobertas, exigência crítica e livre exame das coisas, ataque aos dogmas, enfrentamento da divindade cristã, autossuficiência humana, exercício do poder criador do homem A emergência da “era das técnicas” substituindo a “era das contemplações” Aspectos específicos A Itália do séc. XVI Mosaico político: presença de cidades-Estados alternância de governos Fragilidade política: dissensões internas e ameaça de invasão externa e Pujança cultural e riqueza material: berço artístico renascentista e corredor da riqueza comercial Eixos fixos: Roma, Veneza, Milão e Florença O orgulho da herança romana A situação de Florença: repete a situação italiana A Itália de Maquiavel (1469-1527) O problema político central Busca uma resposta ao problema da Itália em geral, e de Florença, em particular. Como por fim ao interminável ciclo de ordem e caos provenientes da anarquia e da ausência de um poder central e forte? O método de estudo A observação das ações dos homens de seu tempo e a utilização da história (as ações dos homens do passado) Objetos da observação: os principados (ou reinos) o príncipe (pessoa concreta que dá ao reino o valor e o tom do governo) Analisa a natureza humana Ponto de partida: regra metodológica: a realidade concreta, a verdade efetiva das coisas As respostas ao problema político As ações do príncipe: a onipotência do resultado (as razões do Estado) Os usos das ideias de Maquiavel: o destino da obra O efeito imediato nulo e a grande repercussão no futuro Conselheiro póstumo e breviário do Absolutismo Ponto central: o homem é a matéria-prima do poder Os principados Características Tipologia Formas de conquista, conservação e perdas Características gerais Governos de um só: Monarquias ou Reinos Opõem-se às Repúblicas: governos de um corpo coletivo pequeno (aristocracia) corpo coletivo grande (democracia) Tipologia Hereditários: legais estáveis limitados pela herança familiar Baixo nível de exigência por parte do dirigente Novos: inteiramente novos ou mistos (anexados ao Estado hereditário) Eclesiásticos Governos Legais Não exigem fortuna nem virtu para a conservação Apoiam-se nas antigas instituições religiosas As formas de governo dos principados Elementos indispensáveis à tomada e manutenção dos poder nos principados A força: pedra fundamental de toda conquista e manutenção A fortuna: força impetuosa do destino, responde pela metade das ações humanas, exige impetuosidade A virtu: Articuladora da força e da fortuna A força Elemento fundamental à sujeição das massas Conservadora das crenças: meio coativo e constrangedor Exige as boas armas: os cidadãos dispostos a manter seu Estado o exército nacional A fortuna Facilitadora da conquista e Dificultadora da sua manutenção Improvável e variável exige habilidade na condução A circunstância Exige virtu A virtu Do latim vir, virilidade Talento, coragem, habilidade e valor individual Habilidade de articular o uso da força e a resistência à fortuna Chave do sucesso do príncipe A articulação da fortuna e da força pela virtu virtu força fortuna O Príncipe Apresenta-o diverso do padrão vigente – cristão e imaginado: bom, liberal, generoso, cumpridor da palavra dada, fiel, corajoso, religioso Sua ação deve adequar-se à necessidade: transformar vícios em virtudes Deve considerar a natureza humana: os homens são ingratos, inconstantes, dissimulados, covardes e ávidos por lucro O jogo entre a essência e a aparência Deve aparentar possuir as qualidades exigidas Possuir espírito flexível: adaptar-se às diversas circunstâncias Meta: o triunfo das dificuldades do Estado ou a onipotência dos resultados da ação principesca A natureza humana: são os atributos humanos negativos Traços humanos imutáveis no espaço e no tempo: ingratidão, volubilidade, dissimulação, covardia ante o perigo, avidez de lucro... Todos os homens são essencialmente maus: não são naturalmente bons Possuem disposição de usar a própria perversidade sempre que encontrar ocasião propícia Os conflitos sociais: fatores sociais da instabilidade Desordem decorrente da natureza humana A heterogeneidade da sociedade: os homens não são todos iguais, embora participem da mesma natureza humana A sociedade é marcada por divisões que se refletem na política: o povo e os grandes As origens da diferença: econômica, social, militar, religiosa etc. A base da distinção não importa: ela sempre vai gerar conflitos Os interesses do povo X os interesses dos grandes O poder político: a domesticação da natureza humana Mecanismo que impõe a estabilidade das relações: sustentáculo de uma determinada correlação de forças Põe fim à anarquia: impede que se deixe a natureza humana e os conflitos sociais se manifestem abertamente Origem mundana: nasce da malignidade inerente à natureza humana Não é artificial: é uma situação virtualmente presente onde quer que haja homens reunidos As regras morais e apreciações valorativas distintas O redefinição da Política Construção humana, secular: nasce das lutas sociais Esfera da vida humana com ética própria, diferente da ética privada Possui caráter circunstancial Amoral: neutra em relação à moral cotidiana Conclusões A obra: trabalha a realidade da esfera política, em geral Descreve a forma como devem agir os príncipes diante das mudanças políticas da Era Moderna Defende a atenção especial à dissolução da ligação entre a moral corrente e a ética da política, separando definitivamente a política e a moral Faz a crítica ferrenha, para tempos modernos, da influência do Cristianismo na cultura moral ocidental sobre a política Demonstra a novidade da ação política moderna e sua expressão máxima: o Estado-nação feito de soberania territorial do príncipe, o construtor do Estado o Estado moderno: concentração e centralização do poder
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