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HERMENÊUTAS E A ARTE DA INTERPRETAÇÃO TENDENCIOSA - EVOLUÇÃO NA HISTÓRIA

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HERMENÊUTAS E A ARTE DA INTERPRETAÇÃO TENDENCIOSA - EVOLUÇÃO NA HISTÓRIA
Ana Clara Santana Silva
Primeiro período de Direito turma A
Professor Jesus Aparecido dos Santos Silva
Disciplina de Hermenêutica 
Autores estudados
REIMER, Haroldo – Professor, Doutor em Teologia pela Kirchliche Hochschule Bethel, Editor da revista Fragmentos de Cultura, autor de dois textos estudados para execução desta resenha: “Interpretação: Jogo e Poder” e “A critica á autoridade por tras do texto é intentio auctoris”.
VIRKLER, Henry – Ph.D na Universidade Estadual da Geórgia, licenciado em psicologia, Interpretador bíblico. Autor do terceiro texto abordado nesta resenha, “História da Interpretação Bíblica”.
 
Introdução
A partir da leitura dos textos foi possível conotar nesta resenha a ideia de como a hermenêutica surgiu e a formas como era trabalhada no campo religioso tendo como fonte central a bíblia, as contrapartidas deste pensamento dogmático e o modo no qual ela era interpretada de acordo com a época e o povo que lidavam com ela trazendo as perspectivas para os dias atuais.
Discorrendo Sobre os Textos
 Haroldo Reimer trabalha em seu primeiro texto inicialmente a figura mitológica que deu origem a hermenêutica – onde Hermes, um titã intermediava a comunicação entre os mortais e os Deus habitantes do Olimpo e a maneira que ele se utilizava para interpretar por excelência, visto que eram ambientes de culturas muito distintas e ele deveria interpretar tudo aquilo que lhe foi dito junto ao real objetivo do que foi dito e transmitir aos receptores da melhor e mais imparcial forma existente.
A partir da leitura dos dois primeiros fragmentos de texto é possível entendermos que segundo Haroldo Reimer a hermenêutica pode ser tida como a ciência da interpretação e por este motivo está diretamente relacionada a jogo e poder. Um discurso dito de forma semelhante em dois lugares distintos ou até em um mesmo local, por exemplo, acaba adotando inúmeras interpretações e quem detém esta excelência de manipular a língua detém poder sobre os demais leigos.
Voltando para o conteúdo historio abordado nos textos podemos conotar a interpretação no campo do judaísmo antigo, o modo hebraico do jogo dos vários sentidos e a origem de termos como o “Midrash” que consiste em investigar e transmitir e é uma compilação de exposições homiléticas das diversas interpretações, com caráter de exegese, de textos bíblicos. Henry Virkler afirma que a interpretação midráshica incluía uma variedade de ferramentas hermenêuticas e a exegese alegórica consistia em ser “a ideia de que o verdadeiro sentido jaz sob o significado literal da Escritura”.
No período medieval os modos de interpretações que tiveram destaque foram a literal (Peshat) que é o simples significado de um versículo ou de uma passagem. Forma alegórica (Remez) tem caráter interpretativo não superficial. Forma tropológica (Darash) que tem sentido simbólico de interpretar, expor e deduzir. Por fim temos a forma analógica (Sod) e tem sentido místico.
Sendo assim tornou-se possível ver que na tradição hebraica a uma preservação dos enunciados interpretativos acerca de um fragmento de texto ou de determinado assunto. Reimer ressalta também sobre a hermenêutica rabínica de forma bem explicativa, conotando que os textos possuem um sentido dominantes, uma máxima aceita por diferentes campos de analises textuais, existindo apenas dois campos de interpretação.
Para os hebraicos a verdade é além de inatingível um processo de busca ininterrupto como diz Reimer e estão, de certa forma, certos pois tudo o que se tem são aproximações com a verdade (no campo das teorias de cunho bíblico). Reimeir trabalha a ideia de que a interpretação hebraica buscava afirmação dos sentidos, normas que os orientassem os classificando então como não dogmáticos. 
A formação hebraica também passou pelo monoteísmo, mesmo com a existência da diáspora. Como forma de justificar o que foi dito Rimer utilizasse da seguinte frase “A inexistência de um poder central e a gradativa experiência da diáspora consagrou a pluralidade de sujeitos e de interpretações”. Sendo assim, já que ninguém poderia dar ideias absolutas todos acabaram exercendo atividades e pensamentos lúdicos.
 	Dentro do contexto da história da evolução hermenêutica, na Idade Média temos então o Cristianismo ocidental onde vigora o “método quadruplo” que já postulava textos com vários sentidos – polissemia, ou seja, a existência de sentidos atribuídos ao texto por quem o escreve. Na época Medieval no cristianismo prevalecia a alegoria sobre o texto. Surge então a Reforma Protestante e posteriormente o Humanismo, ambas questionavam o cânon, questionavam a forma de utilização da hermenêutica em ambiente religioso. Junto a Reforma o Humanismo desenvolveu a forma de enxergar a liberdade individual ante as estruturas de poder.
Virkler aponta ainda sobre a exegese pós-reforma, onde tivemos o confessionalismo, o autor critica este método afirmando que durante o período houve uma deficiência na aplicação da hermenêutica o que culminou em uma exposição sistemática dos dogmas religiosos. Posterior a este acontecimento tivemos o pietismo e o racionalismo e finalmente o liberalismo que surgiu já no que podemos ter como “hermenêutica Moderna” e apresentava ideias de Darwin e Hegel confrontando as teorias dogmáticas da igreja. 
Sendo assim, os autores de forma extremamente sensata acreditam que tudo contribuiu para um melhor entendimento dos textos bíblicos e não ouso discordar pois realmente agora já não se tem o intuito de saber apenas “Que é que Deus diz no texto? ” e sim “Que é que o texto me diz a respeito do desenvolvimento da consciência religiosa deste primitivo culto hebraico?” – questionamentos que Virkler faz em seu texto a respeito das interpretações bíblicas.
Conclusão crítica
A hermenêutica é ferramenta indispensável e está diretamente vinculada aos textos bíblicos pois quão mais antiga for a escritura mais se faz necessário uma interpretação minuciosa e de certa forma imparcial, e é então que os hermeneutas podem agir e aplicar as técnicas de interpretação com perspicácia para que possam relatar aos demais não com exatidão (visto que isto seria utopia) mas com a maior proximidade possível tanto da intenção do autor quanto dos assuntos abordados por ele.
 Após a leitura destes fragmentos de textos podemos dizer então que o entendimento da história está vinculada tanto com os textos bíblicos, quanto com a ciência, cultura e o que muda é a forma como cada hermeneuta se utiliza destas ferramentas para discorrer sobre, visto que eles discorrem conforme seu ponto de vista e em muitos casos não se utilizam da imparcialidade e já que suas teorias servem posteriormente como formadoras de opinião e influenciam os demais eles podem utilizar-se disto para uma manipulação da história.

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