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AMENORRÉIA SECUNDÁRIA: Definição: ausência da menstruação em um período igual ou superior a 3 ciclos consecutivos, em mulheres que já tiveram anteriormente pelo menos 1 ciclo espontâneo. · É um sintoma -> procurar um diagnóstico -> buscar uma causa -> tratamento. · Incidência 5%. · Fatores: ambientais, nutricionais, comportamentais. · Doenças sistêmicas e crônicas. Causas: · Sistema nervoso central 35% · Hipófise 19% · Ovário 40% · Útero e trato genital inferior 5% · Outras 1% Sistema nervoso central: · Tumores hipotalâmicos e lesões infiltrativas: podem destruir ou inibir a atividade dos neurônios que modulam a liberação de GnRH. · Psicogênicas: anorexia nervosa, pseudociese, amenorreia pós-pílula, hiperprolactinemia funcional, amenorreia do atleta. Sistema nervoso central – desordens funcionais: · Distúrbios autolimitados · Alterações no padrão de secreção de GnRH, sem repercussão nos níveis de gonadotrofinas · Atividade física intensa (atletas competidoras – balé, ginástica, atletismo, natação): aumento de beta endorfinas a nível cerebral -> alteram o padrão pulsátil de liberação de GnRH. Sistema nervoso central - distúrbios alimentares: · Desequilíbrios entre os hormônios que regulam o centro da fome no hipotálamo. · A leptina é um peptídeo sintetizado principalmente no tecido adiposo -> função de alterar a sensação de saciedade através da inibição da secreção do neuropeptídio Y (orexígeno). · A leptina atua tanto no hipotálamo como na glândula hipófise influenciando a secreção dos hormônios LH e FSH. · Associado aos níveis de catecolaminas e cortisol -> mudança no padrão pulsátil do GnRH -> anovulação (espaço grande entre os ciclos menstruais). Sistema nervoso central - pseudociese: · Gravidez imaginária: rara, acomete principalmente indivíduos com distúrbio psiquiátrico. · Fisiopatologia não esclarecida -> sugere que na presença de desordens psiquiátricas ocorra aumento de noraepinefrina que determina alteração na frequência de pulso do GnRH, na secreção de prolactina e do hormônio do crescimento. · Abdome distende. Surgem padrões variados de secreção de gonadotrofinas, que associado a hiperprolactinemia determinam o aparecimento da amenorreia/galactorréia. Importância do exame físico abdominal. Hipofisárias: · Síndrome da sela túrcica vazia pós-cirurgia, irradiação ou tratamento medicamentoso. · Tumores funcionantes e secretores de hormônios (GH, TSH, ACTH e prolactina). · Craniofaringeomas. Tumor que altera secreção de LH e FSH. · Síndrome de Sheehan (necrose hipofisária): sangramento importante pós-parto. 4° período de Greenberg onde as principais intercorrências podem acontecer. Vasoconstrição hipotálamo-hipofisária -> isquemia -> necrose. Ovarinas: · SOP · Falência ovariana prematura: não tem maturação folicular e produção hormonal. · Síndrome do corpo lúteo persistente: corpo lúteo não involui. · Tumores ovarianos produtores de androgênio Útero e Trato genital inferior: · Síndrome de Ashman: colabamento das paredes uterinas pós-curetagens. Cinéquias intrauterinas. · Endometrite tuberculosa · Substâncias cáusticas na vagina ou útero. “Curativo” Antigamente usado para colabar as paredes e impedia gravidez. · Cirurgias prévias e radioterapia no trato genital inferior Outros fatores: · Alterações da suprarrenal · DM · Iatrogênicas · Moléstias consumptivas · Hepatopatias e nefropatias · Quimioterapia · Radioterapia, choques elétricos. DIAGNÓSTICO: ANAMNESE: · Uso de medicamentos e drogas · Antecedentes de abortamentos ou sangramento intenso pós-parto / curetagem uterina (síndrome de Asher) · Secreção mamária espontânea · Sintomas climatéricos precoces (secura vaginal, fogachos, alterações do sono, mudanças de humor) · História menstrual: como é o padrão? · Sinais de hiperandrogenismo · Antecedentes de tratamentos cirúrgicos, quimioterapias e radioterápicos. · Doenças crônicas (ex: tuberculose) Exame físico: · Peso, altura e IMC menor que 17 · Obesidade mórbida, anorexia nervosa. · Acantose nigricans – forte indicador de intolerância à glicose. Hiperpigmentação das regiões de dobras (hiperacantose e hiperpigmentação). · Estrias, acnes e pilificação aumentada. · Síndrome de Cushing · Sinais de virilização: alopecia, pilificação excessiva, alteração de voz... Indicação de tumores de ovário ou suprarrenal Exame ginecológico. · Observar presença de expressão mamária. · Trofismo vaginal: seca (falência ovariana prematura) · Exame especular: verificar permeabilidade vaginal. · Histerometria. Roteiro diagnóstico: · Excluir gravidez sempre! · Dosagem de TSH e prolactina · Hipotireoidismo (TSH aumentado ) muito relacionados com amenorreia por hiposecreção de FSH. TSH e FSH têm conformações moleculares semelhantes, fazendo com que o aumento de TSH iniba a secreção de FSH. · PRL elevada: hiperprolactinemia (Estímulo local pode produzir leite) Tratamento específico. Pode ocorrer por causas medicamentosas ou tumores. · Galactorreia, cefaleia, distúrbios visuais – hemianopsia bitemporal por compressão do nervo óptico. · 3 moléculas diferentes: · Little não tem efeito biológico. · Macro também não. · Se não há clínica, pesquisar macroprolactinemia -> não é causa de amenorreia. · PRL: bloqueia a liberação de estrogênio. Mulher que está amamentando bloqueia o eixo e não menstrua. · Tratamento: · Cabergolina -> diminui PRL em até 10 a 15 dias. · Cirurgia trans esfenoidal. Retirada do tumor produtor de prolactina. · Prolactina normal e TSH normal -> teste da progesterona para ver se há estrogênio circulante. TEMPO 1: Prescrever acetato de medroxiprogesterona ou didrogesterona VO 10 mg/dia por 10 dias · Positivo: (menstruação ocorreu) · Não há oclusão do útero, cavidade está livre. · Não há obstrução de fluxo · Endométrio responsivo a estimulação hormonal · Há certo funcionamento gonadal, mas não há ovulação. · Integridade de HHO. A informação chega até o ovário. · ANOVULAÇÂO NORMOGONADOTRÒFICA. · Se negativo (se mantém em amenorreia): tempo 2 · Obstrução das vias de drenagem · Gestação (repetir BHCG) · Endométrio sem resposta: ausência de atividade estrogênica · Avaliação de outro mecanismo: tempo 2. TEMPO 2: Dou estrogênio e progesterona. Estrogênio conjugado equino 1,25 mg/dia ou estradiol 1 a 2 mg/dia por 21 dias + acetato de medroxiprogesterona ou didrogesterona 10 mg nos últimos 7 dias. · Positivo: menstruação ocorreu · Não há estrogênio circulante em níveis suficientes para estimular o endométrio · Útero não colabado · Causa ovariana: estímulo gonadotrófico normal, mas sem manifestação da gônada. Ovário não responde. · Falta de estímulo ovariano apropriado = alteração central (problema no eixo HHO). Não tinha estrogênio atuando sobre o endométrio. · Negativo: não ocorreu a menstruação (amenorreia) · Causa canalicular -> seguir para o próximo tempo. Causa canalicular. · Obstrução das vias de drenagem. Síndrome de Ashman, estenose cervical, miomas ou pólipos obstrutivos. · Gestação (repetir ß-HCG) · Endométrio sem resposta = ausência de atividade estrogênica. Endométrio refratário. · Causas: Síndrome de Asherman, estenose cervical, mioma ou pólipos. · Tempo 3. TEMPO 3: · Aplicação de gonadotrofinas exógenas - FSH e LH. Estimula o ovário a produzir estrógeno e progesterona · Observar a resposta ovariana: dosagem de estrogênio · Modificações do muco cervical, endométrio e células vaginais. · Na resposta positiva pode haver perda sanguínea. OU · Dosagem de gonadotrofinas circulantes: FSH e LH: · FSH e LH aumentado: insuficiência funcional dos ovários -> Hipogonadismo Hipergonadotrófico. · FSH e LH diminuídos: disfunção hipotálamo-hipofisário -> Hipogonadismo Hipogonadotrófico · Tempo 4. TEMPO 4: · Aplicação de GnRH ou seu análogo agonista: 1 mg de acetato de buserelina ou leuprolida SC (alto custo, usualmente não fazemos esse teste). -> Determina rápida liberação de FSH e LH · Positivo: problema no sistema córtico, límbico ou hipotalâmico. Hipotálamo não está mandando o FSH · Negativo:problema na hipófise OU · Megateste: Aplicação de insulina -> aumenta o GH, ACTH e prolactina. Diferencia o comprometimento hipotalâmico do hipofisário. Tratamento: Depende da causa: · Síndrome de Asherman: tirar as traves fibrosas, dilatação cervical, curetagem, histeroscopia, colocação de DIU de cobre para não colabamento da parede e reposição estrogênica. Fazer ciclos artificiais por 6 meses. · Síndrome de Sheehan (necrose hipofisária): terapia hormonal · Síndrome da sela túrcica vazia: terapia hormonal · Distúrbios alimentares, obesidade e anorexia: atenção psicológica associada. · Tumores do SNC: tratamento cirúrgico, radio ou quimioterapias · Amenorreia pós-pílula: hormonioterapia estro-progestativa ou uso de Clomifeno. Acontece um bloqueio hipotalâmico · SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos ou Micropolicísticos): tratamento multifatorial. Doença metabólica. · FOP (Falência Ovariana Prematura) ou IOP (Insuficiência Ovariana Prematura): terapia hormonal · Anovulação crônica com desejo de gravidez: indução da gestação image6.png image7.png image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png