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1 Gabaritei Mapeado MEDICINA LEGAL – CONCEITO, CLASSIFICAÇÕES. PERÍCIAS. DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS. Por Rayana de Caldas @rayanaccaldas 2 MEDICINA LEGAL CONCEITO, CLASSIFICAÇÕES. PERÍCIAS. DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS. ▸CONCEITO, CLASSIFICAÇÕES E OBJETO • CONCEITO: conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito e que cooperam na elaboração, interpretação e execução de dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada. IDECAN: A Medicina Legal é a arte de aplicar os conhecimentos e preceitos das diversas áreas da Medicina à composição das leis e às questões inerentes ao Direito Penal. (FALSO) A Medicina Legal é aplicada a diversas áreas do Direito, não se limitando ao Direito Penal. → Vejamos as definições trazidas pelos mais diferentes doutrinadores, uma vez que já foi objeto de prova: “A arte de fazer relatórios em juízo.” (Ambroise Paré) “A arte de aplicar os conhecimentos e os preceitos dos diversos ramos principais e acessórios da Medicina à composição das leis e às diversas questões de direito, para iluminá-los e interpretá-los convenientemente.” (Foderé) “A arte de pôr os conceitos médicos a serviço da administração da Justiça. (Lacassagne) “A aplicação dos conhecimentos médicos aos problemas judiciais. (Nerio Rojas) “O ramo das ciências médicas que se ocupa em elucidar as questões da administração da justiça civil e criminal que podem resolver-se somente à luz dos conhecimentos médicos.” (Hoffman) “O conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada.” (Hélio Gomes) DELEGADO PC-ES: Assinale a seguir a alternativa que descreve corretamente a Medicina Legal: É um conhecimento médico e paramédico que, no âmbito do direito, concorre para a elaboração, interpretação e execução de leis existentes. Por meio de pesquisa científica realiza seu aperfeiçoamento, estando a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais. “Medicina legal é a arte e a ciência a um só tempo. Arte porque a realização de uma perícia médica requer habilidade na prática do exame e estilo na redação do laudo; ciência porque, além de ter um campo próprio de pesquisas, vale-se de todo o conhecimento oferecido pelas demais especialidades médicas.” (Hygino) “É a contribuição da medicina, e da tecnologia e outras ciências afins, às questões do Direito na elaboração das leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina." (Genival V. de França) “A aplicação dos conhecimentos médicos a serviço da Justiça e à elaboração das leis correlatas.” (Tanner de Abreu) “É ciência e arte extrajurídica auxiliar alicerçada em um conjunto de conhecimentos médicos, paramédicos e biológicos destinados a defender os direitos e os interesses dos homens e da sociedade.” (Delton Croce) #SELIGA: Ambroisé Parré – 1º livro publicado em 1575 ▸ pai da Medicina legal. IDECAN SSP-PE: Ambroise Paré é considerado o pai da Medicina Legal por ter, no século XVI, publicado o primeiro tratado sobre o tema. (CERTO) 3 Paulus Zacchias publicou o primeiro Tratado de Medicina Legal em 1621. ▲ CUIDADO! Quem é o pai da Medicina Legal NO BRASIL? Raymundo Nina Rodrigues, que: a) Foi o fundador, na cidade de Salvador, da primeira escola de Medicina Legal do país b) É o nome do IML de Salvador. IDECAN: Nina Rodrigues, médico baiano, empresta seu nome para o IML de Salvador e iniciou no Brasil a fase da pesquisa científica médico-legal a partir de nossa realidade. (CERTO). CESPE: Raymundo Nina Rodrigues exerceu relevante papel na história da medicina legal brasileira por meio d) da criação, por ele, de uma escola brasileira de medicina legal, na Bahia, fato que nacionalizou a especialidade. • CLASSIFICAÇÕES: Levando-se em consideração o enfoque ou a sua destinação, a Medicina Legal pode ser classificada sob os ângulos histórico, profissional, doutrinário e didático. ・Sob o prisma HISTÓRICO diz respeito às várias fases evolutivas desta ciência. É dividida em: a. Medicina Legal Pericial/Judiciária ou Medicina Forense: é a sua forma mais anterior e está voltada aos interesses legis periciais da administração da Justiça. b. Medicina Legal Legislativa: contribui na elaboração e revisão das leis em que se disciplinam fatos ligados às ciências biológicas ou afins; c. Medicina Legal Doutrinária: de caráter mais refinado e compromisso com a ordem do pensar – teve início entre nós com Afrânio Peixoto no segundo quartel do século passado. Trata de temas subsidiários que sustentam e explicam certos institutos jurídicos onde o conhecimento médico e biológico faz-se necessário e, por isso, ela é, na verdade, bem mais uma ordem do pensar do que do agir; e d. Medicina Legal Filosófica: mais recente, discute os assuntos ligados à Ética, à Moral e a Bioética Médica no exercício ou em face do exercício da Medicina ou tenta explicar, por meio de ensaios epistemológicos, o agir e o pensar médicolegal. ・Sob o prisma PROFISSIONAL está inclinada à forma como se exerce na prática essa atividade. É dividida em: a. Medicina Legal Pericial: exercida pelo Instituto de Medicina Legal; b. Criminalística: exercida pelo Instituto de Criminalística; e c. Antropologia: exercida pelo Instituto de Identificação. ・Sob o prisma DOUTRINÁRIO do Direito, naquilo que lhe é mais específico. É dividida em: - Medicina Legal Penal; - Medicina Legal Civil; - Medicina Legal Canônica; - Medicina Legal Trabalhista; e - Medicina Legal Administrativa. Cada uma dessas partes trata dos diversos ramos do Direito positivo mais estruturados. ・Sob o prisma DIDÁTICO, a Medicina Legal está dividida em: a. Medicina Legal GERAL vai além do estudo do ser humano, englobando a Deontologia, que define os deveres profissionais e a Diceologia, que diz respeito aos direitos profissionais. 4 IDECAN SSP-PE: A Medicina Legal está dividida em uma parte geral e uma parte especial, que se divide em deontologia e diceologia. b. Medicina Legal ESPECIAL: disciplina-se nos seguintes capítulos: ▴Antropologia – estudo do ser humano a partir de sua morfologia (forma), visando os vários tipos de identificação (sexo, idade, espécie); CESPE: Sob o ponto de vista didático, a medicina legal está dividida em medicina geral e medicina especial. A respeito da medicina legal especial, assinale a opção correta. A antropologia forense é o estudo da identidade e da identificação, seus métodos, processos e técnicas. (CERTO). ▴Traumatologia – trata das lesões corporais sob o ponto de vista jurídico e das energias causadoras do dano. ▴ Asfixiologia – estuda as hipóteses em que os agentes externos prejudicam a oxigenação dos tecidos CESPE: Do ponto de vista didático, antropologia forense, traumatologia forense e asfixiologia forense são consideradas ramos da medicina legal geral. (FALSO) ▴Sexologia– vê a sexualidade do ponto de vista normal, anormal e criminoso. ▴Tanatologia – cuida da morte e do morto. Analisa os mais diferentes conceitos de morte, os direitos sobre o cadáver, o diagnóstico de morte, o tempo aproximado da morte, causa jurídica de morte e as lesões in vita e post-mortem. ▴Toxicologia– estuda os cáusticos e os venenos, e os procedimentos periciais nos casos de envenenamento. ▴Psicologia Jurídica – analisa o psiquismo normal e as causas que podem deformar a capacidade de entendimento da testemunha, da confissão, do delinquente e da própria vítima. ▴Psiquiatria forense – estuda os transtornos mentais e da conduta, os problemas da capacidade civil e da responsabilidade penal sob o ponto de vista médico-forense. ▴Genética médico-legal – especifica as questões voltadas ao vínculo genético da paternidade e maternidade, assim como outros assuntos ligados à herança. ▴Medicina Legal Desportiva – justificada, não só pela importância econômica, social e cultural,mas também pelo que os esportes de competição apresentam nos dias atuais, com ênfase para o sigilo profissional, prontuários, dopings consentidos ou tolerados, quantificação e qualificação do dano com repercussão no rendimento esportivo. ▴Criminalística – investiga tecnicamente os indícios materiais do crime, seu valor e sua interpretação nos elementos constitutivos do corpo de delito. Estuda a criminodinâmica. ▴Criminologia – preocupa-se com os mais diversos aspectos da natureza do crime, do criminoso, da vítima e do ambiente. Estuda a criminogênese. CESPE DELEGADO PC-ES: A criminalística estuda os diversos aspectos da natureza do crime, do criminoso, da vítima e do ambiente. (FALSO) ▴Infortunística – estuda os acidentes e as doenças do trabalho e as doenças profissionais, não apenas no que se refere à perícia, mas também à higiene e à insalubridade laborativas. ▴Vitimologia – trata da vítima como elemento inseparável na eclosão e justificação dos delitos. ▴Policiologia científica: estudo dos métodos científicos utilizados pela Medicina Legal no auxílio das investigações policiais. CESPE DELEGADO PC-ES: A policiologia científica estuda os métodos científicos utilizados pela medicina legal no auxílio das investigações policiais. (CERTO) 5 • IMPORTÂNCIA: colabora com a investigação policial, busca oferecer provas objetivas para uma investigação por meio da perícia médica. • OBJETO: é a Perícia Médica. ▸PERÍCIAS MÉDICO-LEGAIS E PERITOS PERÍCIA MÉDICA: todo ato médico com o propósito de contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias com conhecimentos específicos da área médica. É um exame de todos os elementos materiais que busca contribuir com a Justiça. CESPE PC-PE: Perícia é o exame determinado por autoridade policial ou judiciária com a finalidade de elucidar fato, estado ou situação no interesse da investigação e da justiça. (CERTO) Genival França: É o exame que visa informar e fundamentar, de maneira objetiva (visum et repertum – visto e referido), todos os elementos consistentes do corpo de delito e, se possível, aproximar-se de uma provável autoria. ✓ Pode ser feitas em: pessoas (vivas ou mortas), coisas (arma do crime, casa arrombada), fatos ocorridos (ex.: desastre ambiental); tudo isso visando produzir a prova, contribuir com a busca da verdade real no processo. CESPE PC-PE: Define-se corpo de delito como o conjunto de vestígios comprobatórios da prática de um crime evidenciado no corpo de uma pessoa. (FALSO) ✓ Presta esclarecimentos à Justiça em suas mais diversas formas – por isso, pode ser dividida em ramos: criminal, civil (ex.: definição de eventual capacidade civil, por perícia médica; investigação de paternidade), trabalhista (definição de insalubridade, periculosidade, acidentes de trabalho – Infortunística: é a ML do direito do trabalho), previdenciária (auxílio doença, aposentadoria por invalidez). *Perícia médica judicial – é aquela que ocorre por determinação judicial. #SELIGA: ↓ PERÍCIA PERCIPIENDI: é uma perícia realizada sobre o fato a analisar, sob ótica quantitativa e qualitativa. PERÍCIA DEDUCENDI: é aquela feita sobre uma perícia já realizada, sobre fatos pretéritos, com relação aos quais possa existir alguma discordância/dúvida das partes ou do julgador. → Em ambas as perícias, poderá haver uma parte objetiva (descrição) e uma parte subjetiva (discussão e ponderação dos elementos analisados). #NÃOCONFUNDIR essa informação com o fato de que o perito não deve emitir juízo de valor – isso significa que não cabe a ele julgar, deve ele ser objetivo, eis que cabe ao juiz o julgamento. Aplica-se à perícia médico-legal o Princípio da Objetividade, cuidando o perito para obter a perícia de forma mais objetiva e imparcial possível. #PLUS IADES PC-GO: Crimes contra a dignidade sexual requerem perícias que se fundamentam em procedimentos técnicos específicos, como os exames subjetivo e objetivo da vítima. Com relação a esses exames, assinale a alternativa correta. O peso e a estatura da vítima são avaliados e descritos durante o exame objetivo genérico. (CERTO) Perícia nos casos de conjunção carnal: ▸ Exame OBJETIVO. Pode ser subdividido em GENÉRICO e ESPECÍFICO: 6 GENÉRICO: Aspectos gerais da vítima, tais como: PESO, ALTURA, ESTADO GERAL e LESÕES EXTERNAS (Equimoses, hematomas, escoriações) ESPECÍFICO: Coloca-se o paciente em posição ginecológica, examinando-se cuidadosamente o aspecto e a disposição dos elementos da genitália. ▸ Exame SUBJETIVO: Considera-se as condições da vítima, além de todos os sinais e sintomas, bem como o desenvolvimento mental desta. CORPO DE DELITO: conjunto de todos os elementos materiais (perceptíveis pelos sentidos) da conduta criminosa, inclusive meios ou instrumentos de que sirva o criminoso. É a base residual do crime. #NÃOCONFUNDA: CORPUS CRIMINIS CORPUS INSTRUMENTORUM É toda coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa.Ex.: corpo da vítima É o objeto, a coisa, o instrumento utilizado pelo criminoso para produzir a conduta delitiva. NÃO são sinônimos de corpo de delito. → Corpo de delito não se resume ao corpus criminis, nem tampouco ao corpus instrumentorum. Abrange, em verdade, muito mais elementos, todos os que circundam o crime. CORPO DE DELITO X EXAME DE CORPO DE DELITO X CADEIA DE CUSTÓDIA ‣ Corpo de delito – é o conjunto dos elementos denunciadores do fato criminoso. Toda a base residual do crime. ‣ Exame de corpo de delito – é o exame técnico feito com base nesse conjunto de elementos. ‣ Cadeia de custódia – Lei 13.964/2019, inseriu o art. 158-A do CPP. É o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado. É o registro da movimentação de todos os elementos de prova. PERITO: é o profissional que detém o conhecimento técnico sobre determinado assunto. a) Oficiais: médicos legistas e peritos criminais (é o servidor público, ocupante de cargo de provimento efetivo – aprovado em concurso público). b) Nomeados: livre escolha do juiz ou da autoridade policial (perito ad hoc) – atua somente naquele ato específico, por nomeação. c) Assistentes técnicos: indicados pelas partes (processos cíveis, trabalhistas, criminais) – a ação do assistente técnico não é regida pelo princípio da imparcialidade. ✪ A perícia deve ser realizada por 1 perito oficial (servidor público efetivo) ou 2 peritos ad hoc. CESPE PC-PE: É inválido o laudo pericial que não foi assinado por dois peritos oficiais. (FALSO) ・Princípios que regem a atividade dos peritos: ✓ Princípio da Objetividade (visum et repertum – sem emitir juízos de valor) ✓ Princípio da Verdade Real ✓ Princípio da Imparcialidade – exceto o assistente técnico, que é nomeado pela parte. 7 PREVISÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: CAPÍTULO II – DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. CESPE DELEGADO PC-ES: Quando o suspeito confessar o crime, será desnecessário o exame de corpo de delito, seja direto, seja indireto. (FALSO) Parágrafo único. Dar-se-á PRIORIDADE à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I - violência doméstica e familiar contra mulher; II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. CESPE DELEGADO PC-ES: Os vestígios de crimes que ensejam a necessidade de exame de corpo de delito devem ser analisados conforme sua ordem de entrada no sistema, configurando crime qualquer alteração nessa ordem. (FALSO) Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1º Na FALTA de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma decurso superior preferencialmente [NÃO É OBRIGATORIAMENTE!] na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. § 2º Os peritos NÃO OFICIAIS prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. § 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. § 4o O ASSISTENTE TÉCNICO atuará a partir de sua admissão pelo juiz e APÓS a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. § 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, DESDE QUE o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar PARECERES em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. CESPE: No âmbito do processo criminal, o parecer técnico apresentado por um perito particular se diferencia do laudo pericial, porquanto o primeiro: tem um destinatário específico e não atende a todas as partes do processo. (CERTO) ☛ O PARECER é feito por assistente técnico, profissional contratado e indicado por uma das partes para produção de prova pericial. 8 § 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, SALVO se for impossível a sua conservação. § 7º Tratando-se de perícia COMPLEXA que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder- se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. Art. 160. Os peritos elaborarão o LAUDO PERICIAL, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. ✪ Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. [não prevê o prazo de prorrogação] ✪ Art. 161. O EXAME DE CORPO DE DELITO poderá ser feito EM QUALQUER DIA e A QUALQUER HORA. Art. 162. A AUTÓPSIA será feita pelo menos seis horas depois do óbito, SALVO se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. PERÍODO DE INCERTEZA DE TOURDES: nesse período, há apenas sinais de probabilidade de morte. Assim, é necessário esperar os sinais de certeza da morte que são denominados fenômenos cadavéricos abióticos consecutivos ou mediatos– são vistos macroscopicamente com seis horas de óbito. EXEÇÃO - salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, QUANDO não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte E não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. – A autopsia/necropsia é composta por exame externo e interno. O Art. Mencionado dispensa o exame interno.O uso desse dispositivo é raro de ocorrer na prática porque tem que estar muito claro os requisitos, se houver um pouco de dúvida tem que fazer os exames periciais. Art. 163. Em caso de EXUMAÇÃO para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora PREVIAMENTE MARCADOS, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 9 Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver. ✪ Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova TESTEMUNHAL poderá suprir-lhe a falta. Exame DIRETO: é aquele realizado sobre o próprio corpo de delito, por peritos, mediante inspeção ocular e reduzido a termo (delita facti permanentis). Exame INDIRETO (delita facti transeuntis): é aquele elaborado quando desaparecidos os vestígios do crime, na impossibilidade de realização do exame direto, o perito examina prova testemunhal, prontuários médicos, fichas de atendimento médico, fotografias – e não o corpo de delito diretamente. CESPE: A realização, por médico-legista, de exame de prontuário médico de uma vítima de abuso sexual constitui exame de corpo de delito indireto. (CERTO) ✪ Art. 168. Em caso DE LESÕES CORPORAIS, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade POLICIAL ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. § 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado DA DATA DO CRIME. § 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. Art. 182. O juiz NÃO FICARÁ ADSTRITO ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. CESPE: A chamada PROVA CRÍTICA nada mais é do que a perícia, que, no ordenamento brasileiro, tem natureza jurídica de meio de prova, admitindo-se que o juiz não fique adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. (CERTO) → O juiz é o peritus peritorum. Pode rejeitar o laudo, mas deve ser de forma motivada. Além disso, o juiz pode intimar o perito para complementar ou esclarecer o laudo, ou ainda nomear outro perito. Art. 279. NÃO PODERÃO SER PERITOS: I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal; [proibição do exercício de cargo ou função pública que dependa de habilitação especial] II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; III - os analfabetos e os menores de 21 anos. ▲ Além disso, lembrar que as causas de suspeição dos juízes também se aplicam aos peritos. 10 PREVISÃO NO CÓDIGO PENAL Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1ºAs penas aumentam-se de um sexto a um terço: ✓Mediante suborno; ou ✓Com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. ▸ FALSA PERÍCIA + SUBORNO: PC-DF: Funcionário público que, como perito oficial, mediante suborno, elabora laudo ideologicamente falso, pratica: a) Corrupção passiva. b) Falsa perícia. Primeiramente, o crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) é aplicado tanto ao perito oficial como ao não oficial (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado vol. 3. 7º ed. São Paulo: METODO, 2017). Se uma pessoa praticar a conduta de dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem ao perito, devemos analisar a condição deste: (a) Perito não oficial (particular): quem deu, ofereceu ou prometeu responde pelo Art. 343 e o perito pelo art. 342, § 1º. (b) Perito oficial, este ostenta a natureza de funcionário público, razão pela qual restará caracterizado o crime de corrupção passiva (art. 317, caput, CP) para o perito, e de corrupção ativa (art. 333, caput, CP) para o corruptor. Em síntese: · Sem suborno: sendo perito oficial ou não, aplica-se a pena do art. 342, do CP (falsa perícia) · Com suborno: - Perito não oficial: art. 342, § 1º, do CP; (falsa perícia com causa de aumento) - Perito oficial: art. 317, caput, CP (corrupção passiva) [EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE]. § 2o O fato DEIXA DE SER PUNÍVEL se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. >> não se estende aos partícipes. ▸ CADEIA DE CUSTÓDIA CONCEITO: Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 11 ▸Qual a finalidade da Cadeia de Custódia? Para Badaró o procedimento de documentação da cadeia de custódia tem por finalidade assegurar a autenticidade e a integralidade. A autenticidade significa que a fonte de prova é genuína e autêntica quanto à sua origem. A integralidade é a condição da fonte de prova que se apresenta íntegra ou inteira, não tendo sido alterada ou sofrido diminuição de suas características, que se mantém as mesmas desde sua colheita. A cadeia de custódia aplica-se tanto para provas MATERIAIS como IMATERIAIS (exemplo: digitais): ✪ ALERTA DE TEMA EM ALTA! A falta de procedimentos para garantir a idoneidade e integridade dos dados extraídos de um celular apreendido resulta na quebra da cadeia de custódia e na inadmissibilidade da prova digital. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 828.054-RN, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 23/4/2024 (Info 811). Discute-se aqui a inidoneidade de um relatório de análise de extração de dados, que se baseou em print screen de diálogos entre usuários de WhatsApp. Considerando a volatilidade dos dados telemáticos e sua suscetibilidade a alterações, torna-se essencial a adoção de mecanismos que preservem integralmente os vestígios probatórios. Isso permite verificar eventuais alterações, intencionais ou não, dos elementos inicialmente coletados, assegurando a integridade do material. É necessário, portanto, que todas as etapas do processo de obtenção das provas digitais sejam documentadas. Cabe à polícia adequar as metodologias tecnológicas para garantir a integridade dos dados extraídos e registrar adequadamente as etapas da cadeia de custódia, assegurando a autenticidade e a integralidade dos dados. As provas digitais, em razão de sua natureza facilmente - e imperceptivelmente - alterável, exigem ainda maior atenção e cuidado em sua custódia e tratamento, sob pena de ter seu grau de confiabilidade diminuído drasticamente ou até mesmo anulado. Desse modo, é indispensável que o material digital de interesse na persecução penal seja tratado conforme critérios bem definidos para sua preservação, com indicação clara de quem foi responsável por cada etapa, desde o reconhecimento até o processamento, formalizados em laudo pericial. → Técnica de algoritmo hash Um algoritmo hash é uma fórmula matemática que transforma qualquer tipo de informação digital (texto, imagem, arquivo etc.) em uma sequência de letras e números de tamanho fixo, gerando um código único desse texto/arquivo. Esse código é como uma “impressão digital” digital do conteúdo, permitindo verificar se o conteúdo foi modificado e garantindo a mesmidade dos elementos digitais. ✪ #DEOLHONA2AFASE (REVISÃO PROCESSO PENAL) ↓ ▸No que consiste o Princípio da Mesmidade? Por “mesmidade” entende-se a garantia de que a prova introduzida e valorada no processo é exatamente e integralmente aquela que foi colhida, correspondendo, portanto, “a mesma”. Não raras vezes, por diferentes manipulações feitas pelas autoridades que colhem/custodiam a prova, o que é trazido para o processo não obedece a exigência de “mesmidade”. 12 ▸No que consiste o princípio da Desconfiança? Já o princípio da Desconfiança consiste na exigência de que a prova (documentos, DNA, áudios etc.) deva ser ‘acreditada’, submetida a um procedimento que demonstre que tais objetos correspondem ao que a parte alega ser. O tema de provas exige a intervenção de regras de “acreditação”, pois nem tudo que ingressa no processo pode ter valor probatório, há que ser “acreditado”, legitimado, valorado desde sua coleta até a produção em juízo para ter valor probatório. #DEOLHONAJURIS: ▸Qual a consequência da quebra da cadeia de custódia? A mera inobservância do procedimento de cadeia de custódia previsto CPP não acarreta, automaticamente, a imprestabilidade das provas colhidas; a consequência processual dependerá da análise do caso concreto. STJ. 6ª Turma. REsp 2.024.992-SP, Rel. Min. Teodoro Silva Santos, julgado em 5/3/2024 (Info 803). § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. § 3º VESTÍGIO é todo objeto ou material bruto, visível [perceptível a olho nu] ou latente [há necessidades de técnicas procedimentais para visualização], constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes ETAPAS: I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza; V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embaladode forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deveser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; 13 IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementares. § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. ✪ § 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. § 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. § 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. Quem pode abrir o recipiente/romper o lacre? § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. Recon hecim ento Isola mento Fixação Coleta Acondi cionam ento Trans porte Receb iment o Proce ssame nto Armaz enam ento Desca rte 14 § 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. § 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso. § 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação. Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. ▸DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS A. NOTIFICAÇÕES: são comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes, acerca de determinado fato profissional. Ex.: doenças infectocontagiosas (tuberculose, febre amarela, sarampo); doenças do trabalho; morte encefálica – é um fato de notificação compulsória para fins de doação de órgãos. UEG DELEGADO PC-GO: notificação é uma comunicação feita pelo médico ao delegado de polícia sobre um fato relevante na investigação. (FALSO) ▲ CUIDADO! E uso de drogas? Não é mais uma condição de notificação compulsória. Omissão de notificação de doença Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 👨⚕E o dever de sigilo médico? De acordo com o Código de Ética Médica – art.73, existem três possibilidades de o médico violar o sigilo médico sem que isso configure quebra de sigilo ilícita: • Consentimento por escrito do paciente; • Justa causa ou motivo justo; • Dever legal (aqui se insere a notificação compulsória) 15 ATENÇÃO! A CEBRASPE FOI ALÉM ... CESPE DELEGADO PC/ES: Toda notificação compulsória médica deve ser comunicada à autoridade competente no prazo de até 24 h, conforme norma do Ministério da Saúde. (FALSO) ☓ Não é toda Notificação Compulsória, mas apenas a imediata. ✓ O Art. 2º da Portaria nº 204/2016, Ministério da Saúde traz 3 tipos de Notificação Compulsória, a saber: 1 - Notificação compulsória IMEDIATA (NCI): realizada em até 24 horas, a partir do conhecimento da ocorrência da doença 2 - Notificação compulsória SEMANAL (NCS): em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência da doença 3 - Notificação compulsória NEGATIVA: comunicação semanal informando que não foi identificado nenhuma ocorrência. E a IBFC também...↓ IBFC DELEGADO PC/BA: A notificação compulsória de doenças e agravos é um documento médico-legal. Tomando por base a lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória, assinale uma condição que não exige notificação imediata, ou seja, dentro de 24 horas. a) Violência sexual [exige NC imediata] b) Tentativa de suicídio [exige NC imediata] c) Acidente de trabalho fatal [exige NC imediata] d) Violência doméstica e) Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva [exige NC imediata] A Lei 10.778/2003 regulamenta a notificação compulsória nos casos de violência doméstica contra a mulher: Art. 1º Constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher atendida em serviços de saúde públicos e privados. 4º Os casos em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher referidos no caput deste artigo serão obrigatoriamente comunicados à autoridade policial no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, para as providências cabíveis e para fins estatísticos. E qual o erro da alternativa? nem todo caso de “violência doméstica” exigirá notificação do tipo IMEDIATA, apenas as que envolverem violência contra a mulher. Logo: Violência doméstica - notificação semanal Violência contra mulher - notificação em 24h B. ATESTADOS: documento particular de declaração pura e simples de um fato médico e suas possíveis consequências, normalmente feito a pedido do paciente ou responsáveis legais. Pode ser feito por qualquer médico. CESPE DELEGADO PC-PE: O atestado médico equipara-se ao laudo pericial, para serventia nos autos de inquéritos e processos judiciais, devendo ambos ser emitidos por perito oficial. (FALSO)16 ☓ NÃO exige formalidade: CESPE DELEGADO PC-ES: O atestado médico é um documento que necessita da formalidade sobre compromisso legal, devendo ser fornecido por médico que esteja no exercício regular da medicina. (FALSO) >>. Não há formalidade, pois o atestado médico constitui-se de afirmações (constatações) simples e redigidas acerca de um fato médico e de suas possíveis consequências, sem, no entanto, constituir-se como laudo pericial propriamente dito. A única exigência que se faz é que seja: • emitido em papel timbrado ou no próprio receituário médico; • carimbado e assinado pelo médico; • com nº do CRM explícito. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE: Atestado administrativo: emitido em prol do serviço ou do servidor público. Ex.: atestado para o servidor tirar uma licença médica. CESPE PC AL: Classifica-se como oficioso o atestado médico apresentado por um agente de polícia a seu superior hierárquico, por solicitação da administração pública, no qual conste o código internacional de doença (CID). (FALSO) Atestado judiciário: emitido por requisição da justiça, do Poder Judiciário. Atestado oficioso: emitido no interesse particular, a pedido de uma pessoa física ou jurídica do direito privado para atestar determinado fato. Normalmente para situações mais simples: ex.: atestado médico para dispensar o aluno de educação física. CESPE DELEGADO PC-ES: O atestado médico administrativo é utilizado para um aluno justificar sua ausência a uma atividade escolar. (FALSO) CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO: Atestado idôneo: é o honesto, probo, verdadeiro. Atestado gracioso (complacente, “de favor”): médico exagera em determinada questão, é antiético. Ex.: ajudar um amigo. Atestado imprudente: atestado descuidado, apressado, sem exame completo do paciente. Atestado falso: artigo 302 do Código Penal. É um crime doloso, contra a fé pública. É uma falsidade ideológica. *Atenção – se o médico for FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e der atestado falso, irá incorrer no art. 301 do CP. Certidão ou atestado ideologicamente falso (Médico + funcionário público) Falsidade de atestado médico (Médico + Particular) Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso ▸OBS: Revelação do diagnóstico no atestado, de forma expressa ou por meio do CID: apenas se tiver autorização/consentimento do paciente. 17 C. PRONTUÁRIOS: conjunto de documentos padronizados e ordenados, onde são registrados todos os cuidados profissionais prestados ao paciente em instituição de saúde ou consultórios. ▸Sigilo médico – o prontuário tem que ser protegido, é de propriedade do paciente e a clínica/hospital tem apenas o dever de guarda e conservação. Assim, só as pessoas que têm o dever profissional de sigilo é que podem manusear o prontuário: ▪ Artigo 89 do CEM: vedação ao médico de liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente; para atender ordem judicial (juiz) ou para sua própria defesa (do médico). ▪ Artigo 89, §1º: Quando requisitado judicialmente, o prontuário será disponibilizado ao juízo requisitante. ▪ Artigo 89, §2º: Quando o prontuário for utilizado para a própria defesa do médico, o médico tem que solicitar que seja observado o sigilo profissional. ▪ Artigo 90: o médico não pode deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRM, CFM) #RESUMINDO - De acordo com Código de Ética, o médico pode entregar cópias do prontuário quando: (a) tiver autorização expressa do paciente; (b) para atender uma requisição judicial; (c) para sua própria defesa (processos éticos profissionais e processos judiciais); (d) para os Conselhos Regionais de Medicina (proteção do sigilo profissional). E quanto à disponibilização do Prontuário ao Delegado de Polícia? Há uma celeuma, eis que na Medicina Legal defende-se que o poder de requisição do delegado não abrange o prontuário, que está sob reserva absoluta de jurisdição. Portanto, o Conselho Federal de Medicina afirma que o delegado deve obter uma decisão judicial para acesso ao prontuário. Por outro lado, a Lei 12.830/2013 garante que durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. Portanto, para essa corrente, o poder requisitório do delegado abrange o prontuário médico, sendo dever do médico atender à ordem, sob pena de desobediência. D. RELATÓRIOS: é o principal documento médico legal. Trata-se de uma descrição minuciosa de uma perícia médica a fim de responder a Autoridade Policial ou Judiciária. Auto x Laudo – espécies de relatório: ✓ O LAUDO é aquele relatório redigido pelo próprio perito após a realização da perícia; CESPE PC-AL: Denomina-se parecer o relatório redigido por um dos peritos logo após o exame de corpo de delito. (FALSO) ✓ O AUTO é aquele ditado a um escrivão durante a realização da perícia, normalmente na presença de testemunhas. Ex.: auto de reconhecimento e exumação. 18 UEG DELEGADO PC-GO: laudo e auto são documentos idênticos. (FALSO) VUNESP DELEGADO PC-SP: A diferença entre laudo e auto médico-legal é: o primeiro é escrito e o segundo é ditado a um escrivão perante testemunhas. PC-BA: O documento médico legal, ditado ao escrivão logo após a realização do exame pericial, é denominado: AUTO. Partes do relatório i) Preâmbulo; é uma introdução, onde consta a qualificação do examinado, de quem solicitou a perícia, a hora, data. ii) Quesitos – são perguntas objetivas que o perito precisará responder ao final do laudo. Podem ser quesitos obrigatórios (oficiais) – descritos normalmente em legislação; ou ainda quesitos suplementares – são aqueles formulados posteriormente pela autoridade policial/judiciária ou pelas partes. iii) Histórico– é a anamnese médico legal (entrevista) - médico não tem responsabilidade sobre a veracidade do histórico, porque são informações dadas pelo paciente. iv) Descrição (visum et repertum – parte mais importante do relatório) – é feita de forma objetiva, sem emitir juízo de valor. VUNESP PC-SP: Em um relatório médico-legal, o chamado visum et repertum refere-se: à descrição. v) Discussão – onde pode haver algum debate, discussão de hipóteses ou controvérsias eventualmente existentes sobre aquela matéria vi) Conclusão – é a síntese diagnóstica da perícia, que deve ser clara e concisa. vii) Resposta aos Quesitos – objetiva, o perito responde “sim”, “não” ou “sem elementos de convicção”. *O perito responde pela veracidade de todas as partes do relatório, exceto pelo histórico. E. PARECERES: é o documento que busca esclarecer divergências quanto à interpretação de achados de uma perícia; solicita-se esclarecimentos mais aprofundados a um perito ou professor com competência inquestionável e autoridade “reconhecida”. → O juiz ou delegado solicita uma “consulta” ao perito, que por sua vez formulará o parecer. → OBS.: o art. 159, §5º, II, ao tratar do assistente técnico, afirma que este formulará parecer. → O parecerista, normalmente, não tem contato direto com os vestígios. Partes do parecer i) Preâmbulo; ii) Quesitos; iii) Histórico; iv) Discussão; v) Conclusão vi) Resposta aos Quesitos. ATENÇÃO! Não há “descrição” no parecer médico-legal. No parecer, o que é mais importante são a discussão e a conclusão. Para o professor Hygino, minoritariamente, o parecer tem apenas preâmbulo, exposição, discussão e conclusão. 19 RELATÓRIO PARECER Parte mais importante: descrição Não há descrição Partes mais importantes: discussão e conclusão FUNCAB PC-RJ: Os documentos médico-legais são mecanismos de comunicaçãocom as autoridades e, portanto, devem ser elaborados com metodologia, de forma a obedecer uma configuração preestabelecida. Constituem parte comum ao relatório ou laudo e ao parecer, EXCETO: descrição. F. DEPOIMENTO ORAL: declaração do perito, tomada ou não a termo, em audiências de instrução e julgamento sobre fatos obscuros ou conflitantes descritos no relatório da perícia. Os quesitos suplementares podem ser respondidos na própria audiência. Art. 159, §5º, CPP - Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; G. DECLARAÇÃO DE ÓBITO: documento base do SIM/MS (Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde). Finalidades: confirmar a morte; determinar a causa médico-biológica da morte (e não a jurídica!); satisfazer interesses de ordem civil, estatística, demográfica e político-sanitária. Quem preenche a Declaração de óbito? a) Morte violenta ou morte suspeita – quem preenche é o médico do IML; b) Morte natural – com assistência médica: quem preenche é o médico assistente; c) Morte natural – sem assistência médica: quem preenche é o SVO. ATENÇÃO! O médico preenche/fornece a DO, mas quem EMITE é o Cartório. CUIDADO! A declaração de óbito pode ser preenchida com “causa mortis” indeterminada. É FALSA a afirmativa colocada na prova no sentido de que sempre deve haver um diagnóstico médico na Declaração de óbito. CUIDADO! Atestado de Óbito e Declaração de Óbito são sinônimos? A primeira corrente diz que são sinônimos. Já uma segunda corrente defende que eles não são sinônimos, o primeiro é apenas uma parte de todo o documento que é a D.O.