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TEORIA DE FAIRBAIRN

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UM NOVO CONCEITO PSICANALÍTICO DE FAIRBAIRN 
 
No decorrer da história, a Psicanálise sofreu uma ampliação de sua importância 
terapêutica às configurações psicopatológicas, as quais haviam originariamente sido 
excluídas dela, como as psicoses e as perversões, por exemplo, e com a 
compreensão das modificações das necessidades de tratamento que vinham a ela, 
notava-se outras estruturas subjetivas e sintomas desconhecidos. 
 A partir do entendimento que as mudanças sociais e culturais influenciavam 
inovações na abordagem psicanalítica, houve a necessidade de adaptá-la. A Segunda 
Guerra Mundial, na década de 40, deixou muitos traumatizados e órfãos, os mesmos 
se tornaram objetos de preocupação de alguns analistas como Fairbairn e Winnicott, 
e sendo que a maioria desses casos era definiria depois como pacientes-limites ou 
borderlines, cujo aspecto psíquico estaria localizado em uma fronteira entre a neurose 
e a psicose. 
 A melhor maneira de assimilar os fatos estabelecidos por essa nova clínica, 
foram as mudanças relevantes na percepção da Psicanálise, o que ocasionou, entre 
outras, colocar os conceitos de Freud sobre a sexualidade em segundo plano. Esta 
clínica traz as teorias de relações de objeto, buscando captar os mecanismos mais 
primitivos da formação do ego, principalmente a importância das relações primárias 
de objeto em substituição ao predomínio dos impulsos da libido. 
 Foram Melanie Klein e Willian Ronald D. Fairbairn que se detiveram na origem 
da teoria de relações do objeto, na qual o conceito de um mundo interno de objetos 
associados pela identificação ao ego ou as suas partes divididas, constroem, de 
maneira geral, os alicerces de suas teorias, mesmo com consideráveis divergências 
nas concepções dos dois autores. Compreende-se a relação do objeto com o sujeito 
ou o inverso, além do objeto interno, ou seja, representado, incorporado ou 
assimilado. Nos relatos da Psicanálise, as relações de objeto e a sexualidade não se 
ajustam na teoria e no tratamento, pois a relevância dada a um desses pontos de vista 
tende a eliminar o outro. 
 Segundo Fairbairn, a noção de zona erógena da teoria de Freud e modificada 
por Abraham, conduz a um desprezo da qualidade e função do objeto. Ao 
compreender que, a manifestação do ego seria uma espécie de “atitude libidinal em 
busca do prazer”, limitado na zona erógena, Fairbairn se questionou sobre o porquê 
de um lactente chupar seu polegar. Freud diz que o bebê o faz por lhe proporcionar 
prazer erótico, mas mesmo isso sendo convincente, Fairbairn chegou a uma 
conclusão de que o lactente chupa o polegar porque não tem o seio da mãe, ou seja, 
não possui o objeto, que no caso seria o seio. De acordo com suas conclusões, ele 
diz que a criança, na dependência de uma relação que não atenda a todas as suas 
necessidades, busca maneiras e técnicas que possam reparar o seu vínculo com o 
objeto, que neste exemplo seria o ato de chupar o dedo. 
 Existem três fases do desenvolvimento em relação ao objeto: a primeira é a 
dependência infantil, ela tem duas subfases orais, pré-ambivalente em relação ao 
objeto (sugar ou recusar o seio) e ambivalente (sugar ou morder o seio), a segunda é 
a etapa de transição e a terceira é a dependência madura. 
Mesmo com suas críticas sobre a teoria sexual de Freud, o criador da teoria 
das relações do objeto não abandona o termo libido, apenas gera um novo conceito 
para ele, passando a significar uma designação dinâmica da estrutura psíquica. Ele 
afirma que o ego está sujeito à dependência radical do objeto, sendo que o processo 
de desenvolvimento consiste na redução da dependência e na constante modificação 
em relação ao objeto. O fato de o ego reprimir o id, consiste não em impulsos culpáveis 
e lembranças inaceitáveis, como Freud propôs, mas o reprimido consistiria, segundo 
Fairbairn, em objetos maus com os quais o ego está identificado. 
Com seus estudos, Fairbairn, desenvolveu perspectivas terapêuticas muito 
proveitosas, além de interpretações socioculturais de alguns quadros 
psicopatológicos predominantes, as quais foram úteis para a reflexão da clínica 
psicanalítica contemporânea. Ele também impulsionou pontos de vista psicanalíticos, 
sugerindo avaliações e alternativas de compreensão para o tratamento dos chamados 
casos difíceis, borderlines e psicóticos. Fairbairn, em suas críticas à teoria da libido, 
tem como fundamento o abandono da dinâmica de pulsão sexual, e passou a definir 
libido como sendo uma relação de amor que se desenvolveria, segundo o apego ao 
objeto, sustentando frustrações ligadas a ele.

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